Abstenção eleitoral ocorre quando cidadãos formalmente inscritos para votar não comparecem ao pleito. Alguns meios de comunicação apontam para uma súbita elevação na abstenção das eleições de 2014, sendo a maior desde a eleição de 1998, mas os números de outras fontes parecem indicar uma variação aleatória, de onde também se poderia imaginar que elas não são significativas.
Embora não se espere nenhum espanto do público geral diante de uma afirmação do tipo “A abstenção cresce a cada eleição”, essa variação pode ser medida por meio de observações cuidadosas e uso de métodos de estatística inferencial.
A hipótese a ser testada (Ha) é: A abstenção eleitoral apresenta diferenças relevantes de uma eleição para outra. Portanto, a hipótese nula (H0) será a de que não há diferença relevante entre as taxas de abstenção de um ano para outro.
Por enquanto, encontrei apenas essa:
- CULTURA POLÍTICA E ABSTENÇÃO ELEITORAL, de Hemerson Luiz Pase, Luis Gustavo Teixeira Silva, Everton Rodrigo Santos, publicada na revista e-Legis V.9, n.21, Set/Dez.2016
Um jornal afirma que a abstenção eleitoral vem crescendo desde 1998, apresentando apenas as médias. Este estudo visa utilizar os conhecimentos adquiridos na disciplina para verificar ou refutar essa informação, mesmo sabendo que isso pode não ser possível com os dados disponíveis.
Outro artigo atribui 1/4 da abstenção à falta de obrigatoriedade do comparecimento às urnas depois de 60 anos, mas não oferece dados. Os que consegui no TSE não individualizam as ausências, e portanto não consigo verificar diretamente se os mais idosos realmente faltam mais.