Então vamos lá pessoal, boa noite a todos, sejam bem vindos. Eu queria voltar aqui um dos nossos velhos temas, que é o negócio do canta. Nós não podemos esquecer que essa ideia de que existem padrões de percepção que antecedem a nossa experiência real, ou seja, quando nós vemos algo não é objeto na sua forma pura e total que se apresenta a nós, ele se apresenta de acordo com a nossa disposição, com a nossa capacidade de perceber. Isso aí é óbvio, não precisa dizer, né, do meu modo que se você olha algo por um binóculo ou por um microscópio, o que você vê não depende só da forma do objeto, mas depende da lente. Nós também temos as nossas lentes, né. O grande erro do canto foi achar que com isso nós estamos virtualmente afastados das coisas em si, nós só percebemos o seu aspecto fenomínico. Fenômeno vendo o verbo grego-fáinestei, quer dizer, aparecer, nós só vemos aquilo que aparece, ou o que parece. E com base nisso ele invertia todo o conceito da ciência. A ciência deixa de ser uma descrição objetiva do universo e passa a ser apenas uma descrição correta de acordo com a forma da percepção humano. Ele não é subjetivista de maneira alguma, ele acredita que essas formas são as mesmas em todos os seres humanos, então elas têm um certo valor de universalidade, mas elas não nos indicam o que as coisas são em si mesmas. Então se você tirar esta presunção, essa pretensão explicativa geral que o canto tem, a ideia das formas que antecedem a experiência é muito boa e rendeu muita coisa, sobretudo no século 20, se você pegar toda a psicologia da Gestalt, é baseada nisso. Existem todos os estudos do Rudolf Arnhem sobre percepção visual, quer dizer que se várias pessoas veem um quadro, o que elas estão vendo não é só o quadro, é o que do quadro corresponde aos padrões de percepção delas, o resto elas não percebem. Isso é o óbvio do óbvio, porém o canto esqueceu de examinar o seguinte, para que um objeto se adapte às nossas formas de percepção, ele tem que emitir elementos que sejam correspondentes a essas formas, ou seja, não é assim, aqui está o objeto puro no seu estado, que é incognoscível e aqui está a nossa percepção que capta as coisas de acordo com o nosso cérebro, não é assim, nós temos uma forma de percepção, a forma está aqui, mas o objeto também tem uma forma de emissão, isso quer dizer que existem dois apriores, apriores é aquilo que antecede a experiência, existe o apriore subjetivo que é o apriore humano, existe o apriore objetivo que é o do objeto, ou seja, qualquer objeto tem em si a potencialidade de se mostrar de um bilhão de maneiras diferentes conforme a estrutura perceptiva dos observadores, o exemplo que eu dou, por exemplo, se um ouvele haver um lobo, ela sabe que não é coisa boa, ela sai correndo, mas se uma formiga haver um lobo, não significa nada para ela, isso quer dizer que é subjetivo, fala não, o lobo é essas duas coisas, ele é uma coisa para o ovelho e é outra coisa para a formiga, ou seja, ele tem em si a capacidade de emitir esses dois tipos de informação, então, a testa do Canto, que ele fez a revolução Copernicana, quer dizer, ele inverteu a ordem da ciência, a ciência em vez de ser um retrato objetivo do universo é apenas um retrato coletivo, retrato da comunidade humana, tanto o conceito fundamental do Canto, se você pensar bem, é o conceito da comunidade humana, a comunidade humana é o centro do conhecimento, ela é a autora do conhecimento e ela é o padrão que determina o conhecimento, não, o universo é muito maior do que a comunidade humana e ele também tem as suas formas e ele nos impõe essas mesmas formas, né, se você pensar bem, eu comecei a pensar nisso quando era pequenininha, que eu ficava muito tempo doente na cama, delirando e quando melhorava um pouco, eu tentava levantar da cama e eu vi que eu tinha esquecido como é que fazia para andar, então eu tinha que me reorientar no espaço, na nossa frente, para frente, para trás, direito esquerdo e em cima e em baixo, tive que reaprender isso várias vezes, ora, quando eu fazia isso, era eu que estava adaptando o mundo objetivo, as minhas condições ao contrário, eu que estava me adaptando a elas, eu que estava me adaptando a um quadro externo, porque não só eu estava dentro desse quadro das seis direções, mas tudo que existia estava dentro do quadro, ou seja, cada objeto era um outro centro no qual partia seis direções e o conjunto desses pontos é que nós formamos de universo, o conjunto inesgotável desses pontos, ou seja, tudo está dentro das seis direções do espaço, de todo o espaço, então isso para mim já me deu quando era criança, tinha seis, sete anos, a convicção que mais tarde eu teria a ler o canto, quando o canto descu espaço é uma forma a priori da nossa percepção, que o quadro não é um dado externo, mas uma forma da nossa percepção, isso está 100% invertido, eu não posso enquadrar as coisas no espaço porque eu estou enquadrado no espaço, eu não posso sair fora do espaço para enquadrar as coisas no espaço, só se eu fosse entre superespacial, e eu enquadro as coisas dentro desse quadro, só isso seria absolutamente impossível, e daí eu perguntei, mas, escuta, por que que tendo examinado tão profundamente a estrutura da percepção humana, o canto nunca se lembrou de examinar a estrutura da emissão, ou seja, as informações que os objetos passam uns para os outros e para nós, se você pegar qualquer objeto, qualquer um por mais insignificante que seja, ele tem em si a capacidade de aparecer de determinadas maneiras para determinados sujeitos e de outras maneiras para outros sujeitos, por exemplo, dependendo do tamanho do observador, quer dizer, o sapo, para um urso é um bicho pequenininho, mas para um mosquito ele é um monstro enorme, eles estão errados, tudo isso é subjetivo, e falam, não, o sapo é realmente as duas coisas, ele emite a informação do seu tamanho para o urso de um jeito e para um mosquito de outro, ele pensa bem, imagina o contrário, algum sapo teria a capacidade de ser visto por um urso como os mosquitos veem sapos? Não, e teria a capacidade de fazer o contrário também, não, então isso quer dizer, não é a forma da nossa percepção que delimita a forma do mundo, é o diálogo, entra a forma da nossa percepção e a forma da emissão que vem dos objetos, com isso aí a tal revolução copernicana do canto vai pro brejo, e o que é que sobra? Sobra a ideia de estudar as formas a prioridade da percepção, sem a pretensão de fazer dela o fundamento da nova ciência, por exemplo, existe um historiador chamado Viran Baksandal, que estuda a ótica em relação à pintura, você acha possível que a estrutura do olho humano não tem nada a ver com a pintura? É claro que tem, essa estrutura antecede tanto a experiência do observador do pintura quanto antecede a própria pintura, então algo ela vai revelar sobre a pintura, sem a gente soma de dúvida, mas isso quer dizer que no quadro não tem nada que tudo vem do nosso olho, quer dizer, eu olho para o quadro Velázquez, sou eu que estou projetando aquela forma, esse é inteiramente absurdo, e se diz, nós todos estamos projetando juntos, isso fala, também é absurdo, ou seja, pessoas que nasceram séculos depois do Velázquez estão projetando o quadro Velázquez e por uma coincidência todos os projetos igualzinhos, é coisa infantil, pensando nesse aspecto da filosofia do canto que parece uma coisa poeril mesmo, sem brincadeira, quando você sabe que o canto nunca saiu da cidadezinha onde ele nasceu, eu vejo que era um homem com respina da pessoa, era um dosidíssima, e que vivia só de pensamento, e assim vivendo só de pensamento, no mundo do pensamento, é possível você inverter as relações de sujeito e objeto e transformar toda a ciência numa mera projeção do aparato de percepção humano, então isso para mim é um ponto absolutamente fundamental, e com isso a gente restabelece a ideia do realismo, o que é o realismo, é aquilo no qual o conhecimento reflete a estrutura dos objetos percebidos, e não só a nossa forma subjetiva, a forma da nossa subjetividade não determina o que nós estamos vendo, ela colabora, claro que colabora, por exemplo outra experiência que para mim me dizia muito, eu tenho miopia no orde direito e hipermetropia no esquerdo, quer dizer que eu via de um jeito aqui e do outro jeito ali, e eu tinha uma coleção de tartarugas, o pessoal achava que tartaruga era bomba bronquita, eu não sei porquê, então eu tinha 8 tartarugas, cuja chefe se chamava biju, e eu botava a biju e as discípulas dela para tomar banho no tanque, e evidentemente olhando com a esquerda, eu via de um jeito, olhando com a direita, eu via de outro, porém tinha uma coisa que permanecia idêntica, o que é a direção para onde elas iam, quando era para a direita era para a direita, quando era para a esquerda era para a direita, isto, a diferença de olho não alterava, então eu falei, existe uma estrutura objetiva do espaço no qual nós nos inserimos, eu estou dentro disso, as tartarugas estão dentro disso, o tanque está dentro disso e não tem escapatória, isso não depende da estrutura da nossa percepção, ao contrário, o espaço é um dos elementos determinantes, não só da forma dos objetos, mas da forma da minha percepção também, então o espaço não pode ser uma forma da minha subjetividade, o espaço de fato antecede a experiência, mas ele não pode ser uma forma da minha mente, a minha mente também está dentro disso, como o meu corpo também está, então a presunção cantiana ter feito uma revolução copernicana é absurda, mas é ridículo, você vê com o próprio coperno que ele foi muito mais modesto, porque quando ele fez a teoria dele, de Aliocentrismo, ele só permitiu publicar depois de ele morrer, ele sabia que era da rola e ele não tinha muita certeza daquilo, que até hoje essa discussão, se prolonga esse livro do Robert St. Genes, Galileu was wrong, você vê que a questão não está decidida de maneira alguma, dizia o Centrismo, ele pode ser do jeito, pode ser do outro, ali eu vou apoiar isso, só apenas se tem uma referência, se usa um ou outro, então quer dizer, se essa questão não está resolvida até hoje, você falar de revolução copernicana é uma presunção, porque nem mesmo na cosmologia você pode dizer que houve uma revolução copernicana, houve uma possibilidade da revolução, quer dizer, coperno que levantou, um negócio que pode ser uma revolução, mas não foi ainda e talvez não venha a ser nunca, tanto que hoje até em viagens espacial, isso ainda hoje é uma referência geocêntrica, então se a referência geocêntrica dá certo, é porque algo nela corresponde ao universo exterior e o helio é o Centro também, tá certo? Então agora no Brasil é proibido você dizer que não sabe alguma coisa, por exemplo, tem todo esse debate da Terra Plana, eu dei uma olhada, falei, não, esse negócio é muito complicado, eu tenho que ficar ano estudando, não vou fazer isso não, então o pessoal me pergunta, eu falo, eu não sei, pronto, já virei Terra Planista, e tem pessoas, pessoas conscientistas, porque não leram absolutamente nada, não sabe nem formular a questão, e elas falam Terra Planista assim com um desprezo terrível, Terra Planista do Brasil virou xingamento, o nosso congresso inteiro é assim, ele sabe alguma coisa, não sabe nada, nunca estudaram e não são capazes de estudar, e daí porque chega o seu marco, os pontos e diz, mas eu vi a Terra, não acredito que você viu, simplesmente não acredito, né? E quer dizer, quanto você precisaria estar afastado para você ver a Terra como um globo? Todas essas fotos que a NASA distribui são todas feitas em laboratório, não tem uma foto real, quem diz isso não sou eu, é a NASA, a NASA confessa, ou seja, nós imaginamos que é assim, você pode imaginar que é assim, pode imaginar que é do outro jeito, eu não sei, sinceramente eu não sei, porém os outros também não sabem, essa que é a verdade. Então, a falta de tolerância para com a estado de dúvida é um grave impedimento ao estudo de qualquer ciência, o senhor não aguenta ficar em dúvida, dois minutos ele tem que arrumar uma certeza e proclamar aquilo lá, quantas pessoas são assim no Brasil? Praticamente toda classe falante é assim, todas elite brasileira é assim, então isso quer dizer, e essas pessoas são as que mais falam em nome da ciência, né? Então se você perguntar para o que que é ciência, ele vai mencionar algo da técnica da pesquisa científica, mas isso não é ciência, eu pidei a definição da ciência e não qual instrumento que ela usa, o senhor não perde a diferença, eu digo que eu te dou definição de ciência, ciência é você pegar, recortar um determinado campo de fenômenos e supor que esse campo de fenômenos é regido por uma constante qualquer, e daí você vai ver quase se essa constante existe, aí entra a técnica da pesquisa, a técnica da pesquisa entra quando você já recortou o campo e já tem a hipótese, se você não tiver hipótese nenhuma, o que você vai investigar? Não é que a ciência produz hipótese, ela precisa da hipótese, primeiro pode existir ciência depois, e o recorte do campo fenômeno é feito pelo que? É feito arbitrariamente, você pode ter as suas razões, você acha que é assim, acha que é assado, mas não tem uma razão objetiva que determine que o campo de observação será tal ou qual, por exemplo, ah eu quero saber se é um negócio terraplanista, se é terraplanos, se é terra esférica, e diz bom, a lista dos fenômenos que você pode observar para isso é praticamente infinita, você escolhe um, por exemplo, eu vou ver se eu botando o treto num barco e põe o mástro em cima do barco, se quando ele chega lá longe eu continuo vendo o mástro se ele sumiu, esse é um dos milhares de fenômenos que você pode observar, ah mas o mástro sumiu, sumiu quer dizer o que, que ele afundou embaixo da, quando chegou no horizonte ele afundou, porque a terra é redonda ele afundou, não quer dizer isso necessariamente, pode haver um fator óptico nessa coisa, então você tem um segundo grupo de fenômenos para estudar, e assim por diante, nenhum cientista pode afirmar de maneira razoável que o recorte que ele fez da realidade corresponde à estrutura da realidade, isso é impossível, porque não há nenhum recorte fenomênico que exista por si mesmo, todos dependem dos seus vizinhos, tudo é interdependente, deus quer dizer ah não, nós poderemos fazer, fazer, como é que fiz, multi ciências, tu damos a articulação da ciência, você vai bom, meu filho você articula ciências que já existem, você vai pegar o recorte que elas já fizeram, ou seja você não está partindo, mundo inteiramente objetivo que ele já vem com o recorte pronto, isso não existe, quer dizer essas pessoas que falam de ciência, elas nunca pensaram um minuto sobre o significado da palavra ciência, eu não estou nem falando sobre o que a ciência de verdade é, eu estou falando da palavra ciência, elas não sabem o que é dizer a palavra ciência, e quanto tempo você precisa pensar para você descobrir por exemplo que o território das várias ciências não corresponde a uma divisão objetiva, por exemplo, onde termina anatomia e onde começa a fisiologia, você pode ter dúvida, você não sabe se um determinado elemento é estrutural ou se ele é funcional, isso não vem pronto, ou seja só para fazer essa simples distinção você tem um trabalho miserável, onde termina a física e onde começa a química, isso até hoje dá discussão, não é uma coisa muito simples, então o primeiro requisito para o sujeito poder raciocinar a ciência é ele ter tolerância para com a estado de dúvida, porque a maior parte das questões vão permanecer em dúvida para sempre, qual é, quais é a certeza que a ciência universal produziu, eu estou falando de ciência, certeza do sentido absoluto da coisa, como 2 a 2 é 4, eu vou dizer praticamente nenhum, não há nenhuma descoberta científica que tem um valor absoluto e incondicional, todo depende das condições em que o experimento foi feito, por definição depende disso, que não quer dizer que seja inválido, é válido, mas até que põe a palavra verdadeiro se aplica a isso, se aplica de maneira relativa, tudo em ciência é verdade e relativa, por isso é que nós vivemos em uma época em que as pessoas acham que uma correlação estatística é uma prova causal, todo mundo acha isso, mas uma correlação estatística evidentemente não prova nada, ela sugere que tenha algo a ser investigado, isso é o máximo, por exemplo, então, as pessoas que morrem em determinados lugares têm mais uma doença do que as pessoas que morrem no outro, do que isso prova, isso prova que você deveria investigar o assunto para saber por que é assim, é só isso que prova, agora, visto que depois que entrou em cena um negócio chamado Mídia ou imprensa, a quantidade de pseudosciência circulando no mundo virou um negócio absolutamente aterrador, eu contei para você já que o editor da Lancet, que é a melhor revista médica do mundo, disse que atualmente 50% dos trabalhos médicos são fraude, 50%. Agora, como é que você vai se orientar no meio disso? Quem pode ler todos esses trabalhos? Ninguém pode, o editor da Lancet pode, não pode, por outro lado, o cara que apreia o 9 de Medicina disse, todos os remédios produzidos pela indústria farmacêutica não se destino a curar doença nenhuma, e se o só manter você em um certo estado onde você continua, possa continuar consumindo o remédio, isso é verdade, eu sei disso, eu sei até que ponto a indústria de remédio depende de anunciantes, essa coisa toda. Então se tem uma coisa que realmente não existe, é a tal da certeza científica, existe certeza científica num aspecto puramente formal, um aspecto puramente lógico, quer dizer, as leis elementares da lógica são a base de toda a certeza, esse tipo A é igual a A, bom, pode-se conceber uma lógica na qual A seja diferente de A, pode-se ser baseado na lógica que diz que A é igual a A, sabendo que A é igual a A, eu posso conceber como seria se fosse diferente, porque daí você não tem 2 A, você tem 3, e assim por diante, então, para o pessoal que estuda a lógica, todo mundo que estuda a lógica de paradoxais, ele tem de ir a mesma coisa, não existe uma lógica paradoxal, eu que estou dando uma aplicação paradoxal, a mesma lógica de sempre, todos eles sabem disso, né, aliás do Moc Congress de Lógica do Mundo, que foi o Unilogue, eu fui um dos 7 brasileiros convidados a apresentar o trabalho lá, apresentei o trabalho dos 4 discursos, não podia ir e fisicamente, porque era na Suíça o negócio, eu estava viajando para a Romina na época, alguma coisa assim, mas o trabalho foi apresentado lá, e ali tinha vários trabalhos sobre lógica paradoxais, todos baseados nisso, mas isso não quer dizer que não haja certeza absoluta na lógica, lógica formal, claro que existe, a lógica formal é idêntica e intimática alimentar, não tem como você escapar dela, você pode inventar, pode variar em cima, mas é uma questão de usá-la como linguagem, então isso quer dizer que em todas as discussões públicas, praticamente todas, são baseadas na atrapaz, e as pessoas que são intelectuais, que são estudiosas, que querem um grau de certeza maior, nunca, nunca, nunca podem acreditar na mídia popular, isso é uma vergonha, porque 40, 50 anos atrás nenhum homem de ciência, nenhum estudioso se baseava na mídia popular, nenhum, nunca, ele é um revista profissional, estudos profissionais da sua área, ninguém citava a folha de São Paulo, o Globo, meu Deus do céu, eu imagino por exemplo, sei lá, o Alto Maria Carpo, baseando a sua opinião em uma coisa que saiu no Globo, isso era impossível, ninguém fazia isso, pega o historiador comunista, o Nelus Bernachs, o Adré, ele nunca fez isso, ele tinha vergonha na cara, porra, hoje em dia a opinião da mídia vem numa negócio sacro-santo, então eu me lembro de um estudo que eu escrevi nos anos 70, quando eu comecei a ficar realmente impressionado com o poder da mídia, eu disse olha, até aqui existia um negócio chamado cultura, alta cultura, que tem a sua dinâmica própria, tem a sua produção própria, etc, etc, existe o reflexo disso que sai na mídia, né isso? Então na mídia, a mídia não tinha jornal, não tinha conferência que o senhor Fulano fez, não tinha discussão que estava vendo ele de professores, a mídia reflete de longe a atividade real da alta cultura, só que nos últimos tempos a tendência é a mídia mandar na alta cultura, ela dirige a atividade da alta cultura, isso é que vinha até que 70, era um processo que estava começando, hoje está consumado, acabou, 50 anos atrás de que isso, e eu já estava com medo naquela época, eu estava trabalhando no jornal da tarde e via, dizer, o peso intelectual que o jornal começava a ter, por exemplo, o Estadão naquela época ainda tinha o suplemento literário, então você tinha o jornal, que era uma publicação popular, e dentro dele você tinha um negócio de mais alto nível que era o suplemento literário, daqui a pouco o suplemento literário desaparece, e começa a surgir outro tipo de suplementos como o mais da folha, que o Bruno Torrentino chamava de mamais, que já não era um suplemento, não era uma coisa escrita por escritores, por filósofos, não era jornalismo, gente. É, é, é, é, e hoje esse processo está consumado, então, você imagina se pega, por exemplo, o nosso, nosso congresso inteiro, quantas pessoas cultas tem ali, que eu respondo, nenhuma, nenhuma, só tem semelofabé, todos são semelofabé, do primeiro a último, temos que reconhecer, então o mérito é reconhecer, mas outros se acham os senhores doutores, quem pode resolver isso? Nós podemos resolver, ninguém vai resolver, ninguém vai estar consciente disso, ou seja, temos que restaurar não só a intelectualidade, mas restaurar a autoridade da intelectualidade, a autoridade que é baseado no que? Não, na honestidade intelectual, não, que impor padrões da honestidade intelectual que foram totalmente esquecidos, desde quando aparece um cara que nesse, o Rão Fodo, né, o que que esse cara entende, chega lá, sou doutor e não sei o que, o que que significa, rapaz, um papel assinado por outro semelofabé, é igual a você, você acha, por exemplo, que eu aceitaria um diploma assinado pelo seu genote, que dizia que filosofia uma atividade de contestos, eu falei que você não sabe que a filosofia doutor favor, não ensine isso, muito menos para mim, não tente me ensinar essa coisa, você não sabe nada disso aí. Então, na época eu vivia muito com o Rofo Kuntz, que era, era jornalista e era professora da filosofia, ele estava consciente dessas coisas, mas era emprego dele, não podia ficar falando. Então, você vê, quando você vem de uma família pobre, a conquista do emprego é uma questão vital para você, então o emprego tem uma autoridade para você, mas espera um pouquinho, você precisa deixar que essa autoridade entre na sua alma, você precisa obedecer realmente, sinceramente, do fundo da alma, você precisa apenas fingir, e sabe que está fingindo porra, e até confeça que está fingindo, você pensa que o seu patrão vai achar ruim, não é? Você dizia que eu fingo que respeito você, ele sabe que é fingimento, e isso é profissão intelectual, mas ainda você tem obrigação de saber que está fingindo, né? Você tem que levar isso a fingir, você tem que fingir apenas para o público que está interessado no seu fingimento, ou seja, o seu chefe, seus colegos, outros não, quando você vai no botequinho da esquina conversar, você não precisa continuar fingindo, quando você está em casa conversando com sua mulher, você não precisa estar fingindo. Então, uma nova geração de intelectuais é a coisa mais urgente no Brasil, senão nenhum debate público vai ser sério jamais, vocês não perceberam que nós temos um negócio chamado STF, Supremo Tribunal Federal, os caras sabem que eles têm de direito, nada, nada, todos vão lá com o rótulo de saber jurídico, não sabe nada, eles não sabem ler constituições do entendimento que estão lendo porra, né? Deu o pessoal pensar, não, eles são, eles são espertos, não, não, não, você pensa que é possível você viver enganando as pessoas sem uma dose sustancial de alto engano, ninguém aguenta a poa, você enganar os outros é pra enganar você primeiro, ou seja, você começa enganando os outros e depois você começa a acreditar, e no fim você termina sendo um imbecil sincero, mentiroso e sincero, tudo que você viu se acredita mesmo, o Alexandre Morais acredita em tudo que ele disse, no começo ele não acreditava, agora ele acredita, não, não, você começar a mentir, você não pode pensar o seguinte, quando você inventa uma mentira, todos nós somos crianças, eu já inventamos uma mentira alguma vez, você sabe que você sustentar aquela mentira você precisa inventar outra e outra e outra e outra e você não consegue guardar todas as memórias e este é o problema, então, a única solução é você esquecer que era mentira e passar a acreditar realmente, você está entendendo por que que o mentiroso tem de ser sincero, ele tem de começar a acreditar naquilo que ele disse, e este é o grande problema, o que daí você criou a falsificação geral, então por isso que é importante que num país há um certo número de pessoas que saibam distinguir o real do ireal e que exerce uma fiscalização, essa é a função dos chamados intelectuais meu Deus do céu, se bem que a origem deles não foi essa, a origem deles foi bem mais vergonhosa, os intelectuais surgem no século 18 como propagandistas da revolução, mas eles não precisam ser somente isso, então deu para entender, vou fazer uma pausa que eu vou que nós voltemos com as perguntas. Então vamos lá, aqui tem uma pergunta muito pessoal, até um pouco comprometedora, mas eu vou ler de qualquer maneira, meu nome é Tata, tenho 15 anos e escrevo para o senhor de Iderã, não sei de onde, a 1 e meio atrás me ocorreu um sonho, nele Deus me dá uma missão para cumprir e me mostrava a realização desse sonho, sinto que se me dedicasse a essa missão estaria contra os ensinamentos que estou aprendendo aqui no curso, mas por outro lado sinto também que a memória do sonho é a única certeza que já posso ir, Deus realmente falou comigo ou foi somente um sonho qualquer de adolescente, um momento, como é que pode ser a certeza se você não tem certeza, se você não sabe se foi realmente Deus falou com você, foi apenas um sonho com qualquer outro, que certeza você tem? Deus não deixa dúvida, não é? Deus não deixa dúvida, é verdade, Deus não inocula dúvida na cabeça de ninguém, se você não tem certeza deste sonho, então foi um sonho, olha eu pessoalmente eu nunca levei sonho a sério, de hora que estive estudando interpretação de sonho e união, essa coisa anos a fio, depois eu entendi, se Deus quer fazer você saber alguma coisa ele simplesmente faz, você dorme sem saber acorda sabendo, mas sabendo com clareza assim, pof, como se estivesse vendo fisicamente, ler aquela história, um menino que conheceu Jesus, o Emmanuel Chegatacha, é um neguinho de lá de Rwanda, que viu Jesus e Jesus anunciou para ele o genocídio que ia até lá, no qual ele morreu do genocídio inclusive, ele morreu, a família dele morreu, ele não sonhou com Jesus, ele viu fisicamente, é igual, se o Chegatacha pode vir, então se Deus tiver alguma coisa para falar comigo, das duas umas, ele me passa por milagre, pega um treito burro e faz ele saber alguma coisa, o que Deus pode fazer a qualquer momento, aliás comigo já fez, ou então ele aparece fisicamente, não vai mandar um sonho para eu ficar em dúvida pô, aquilo que é obscuro e turvo, não é divino, eu não sei qual foi o conteúdo do seu curso, mas uma coisa eu quero para você, não é divino, pode ser até uma inspiração, boa, mas não foi Deus que botou lá, um sonho, existe uma ciência que se chama discernimento dos espíritos, antigamente os monjas praticavam isto, é a ciência de você descobrir qual é a origem das suas inspirações, a sua inspiração pode vir ao primeiro lugar do seu próprio corpo, ou seja, conforme o estado do seu corpo você sonha isso, sonha aquilo, segundo, pode vir das pessoas que te cercam, transmissão telepática ou coisa assim, terceiro, pode vir de um ambiente cultural e social anônimo, quarto, pode vir dos demônios, quinto, pode vir dos anjos e sexto, pode vir de Deus, eu sugiro que você estude isso, você pega lá o Tratado de Teologia Acética e Mística do Padre Adolf Tanqueray T-A-N-Q-U-E-R-E-Y, Adolf Tanqueray, e você vai entender isso aí, não se meta em negócio de Deus se você não estudou teologia suficiente, nem comece, que hoje em dia todo mundo fala em Deus, ah, tive uma visão, pelo amor de Deus, calma aí, Deus revelou alguma coisa, Ele revelou muito mais para os apóstolos, para os padres da igreja, e vai fazer dois mil anos que tem este negócio, a primeira vez que eu fui ver, eu ouvia falar da tal da patrística, grega e latina, eu fui lá no colher São Luís que tinha, diz que tinha uma coleção da patrística, não, não, não, foi da biblioteca dos padres da autorização, fui lá, eu quero ver a patrística, era assim, era dois mil volumes da patrística, a grega, mas outra banda latina, o que que eu fiz? Eu cheiroquei, a grega eu não lia, eu cheiroquei umas cinquenta parna da patrística latina e levei para casa, eu estudei, isso é tudo que eu sei respeito, ou seja, não sei nada, porque essa falta de humildade, eu não preciso do conhecimento, eu sou superior porque Deus falou comigo, o que que é isso gente? Quer dizer, você não aceita com ser humano, te ensina e você é só Deus que veio me ensinar aqui, aí se tal de olávia eu não quero, o outro lado não quero, calma lá porra, então eu te digo, se existe essa dúvida, não foi Deus, pode ser até uma inspiração boa, não sei, mas de Deus não veio. É tão simples umas coisas, ele fez a jumenta de balaão falar, não falar. Claro, tem a jumenta, entendeu, Deus quiser fazer a jumenta, entendeu, ele faz, como é que ele fez? É grande. A jumenta sonhou com Deus? Não, Deus meteu na cabeça dela a mesma hora. É. Aí número vinte e dois, tá aí. Ah, número vinte e dois, tá aí. Vem lá. Rafael de Jesus, pergunta, professor, como escrever personagens mesquinhas ou imorais sem com isso corrom que minha inteligência e consciência mora? Não, veja, você não tem que ser contaminado pelos seus personagens, depende de como você os vê, se você se identifica com a aburrício ou a imoralidade deles, bom, daí você tá alascado, mas esse é o problema de grande parte da literatura brasileira porque ela só pega personagens inferiores, praticamente só pega personagens inferiores e trata isso como se isso fosse a norma humana, porque parece ser a nova da sociedade que você está, não é capaz de conceber uma coisa superior à sociedade. Pouquíssimos autores, eu acho que um deles foi o Zé Géloz de Vier, Zé Géloz cria de fato alguns personagens que são notáveis, né, isso, quando você vê ali o João Emmanuel Rosa quando escreveu a hora e vez de Augusto Matraga, o Matraga é superior ao seu meio, é um dos raros exemplos de personagens superiores, né, isso, depois do Roberto Santos quando filmou essa história ele rebaixou de novo, o cara transformou o Matraga numa vítima, se você pega os personagens do Leon Barreta, são todos coitados, todos são pessoas esmagadas pela sociedade, nenhum vence, o único que sai mais ou menos bem é o Gonzaga de Sá, que é um caralho, intelectualmente e moralmente superior ao meio, porém ele se isola de medo da sociedade. Então, como se diz, deu empate, esse é o máximo que chega, mas se eu não tenho uma história de um gênio, uma história de um santo, uma história de um herói, não tem, então o pessoal identificou o realismo com a depressão, não é incrível, mas a nossa literatura é quase toda assim. Quando você pega, por exemplo, os romances do Gracenogramos, o Águio da Vida Seca, o que que é, um coitadinho só se ferra, coitado, né, o Luiz da Silva não gusta, é um louco que não está entendendo nada do que se passa e que tem vonteiro e do outro tem vontade de matar o outro, né, e quando você pega o personagem mais forte que ele criou, né, foi o personagem central do Roman São Bernardo, o São Bernardo é o nome da fazenda, né, e tem o dono da fazenda que é um sujeito forte e malvadão, mas intelectualmente ele é zero, né, moralmente ele é muito baixo, no fim ele tem uma vaga, um vago vislumbre de que a mulher dele era uma pessoa moralmente superior, um vago vislumbre, e isso foi o máximo que chegou, né. Então é claro que nesse meio as pessoas não acreditam em santidade, e quando acreditam em santidade é uma visão estereotipada da santidade, penso santa aquele carabãozinho que só se ferra, né, e olha, o santo do meu nome, santo Olavo, cristianizou metade da Noruega matando a outra metade, né, depois ele foi morto também, claro, né, então a coisa não é bem assim como vocês estão pensando, é dizer, a espiritualidade brasileira tem algo derrado nela, né, gente, é difícil você distinguir aonde tem um elemento real de santidade, por exemplo, eu sou muito impressionado com a história da escrava Anastasia, e eu acho que ela era santa mesmo, ela estava fazendo milagro por aí, porra, né, tem que estudar esse negócio, tem que tirar isso aí ali, né, e eu acho ela muito mais interessante do que o Lula, agora o Lula acha que ele é santo, porra, ele diz que é você para a escrava Anastasia, você não é nem o cocô do cavalo do bandido, rapaz, você é o microbe que tem no cocô do cavalo do bandido, né, e ele diz olha, né, Jesus Cristo sofreu quase tanto quanto eu, porque o que que é isso, você nunca levou pra na bunda, né, então essa, essa não é a barxista, é a pequen, é a pequenês moral do brasileiro, esse é o grande problema, isso nós temos que acabar, não é isso, você vê todos os personagens, pouco importa a classe social dele, são todos coitadinhos, né, então o Zé Gerardo fez os personagens mais interessantes, tem um garotinho, chama Jaiminho, né, ele diz o Jaiminho, for de casa, né, e ele deixa um recado, mamãe, fui para São Paulo, eu sinto em mim o borbulhar do gênio, é fantástico, e o Jaiminho tem realmente algo especial, então, mas falta esses personagens, os personagens do Mastra de Assis são todos, todos os vigaristas do primeiro a último, o único que é honesto é o tal do conselheiro Aires, mas o conselheiro Aires não se mete, ele é que não, Gonzaga, ele não se mete em nada, ele só observa e anota e não lê pra ninguém aquilo, né, qual? É ele o conselheiro Aires, é esse mesmo, né, e além disso estava no Itamaratypo, porra, porra, porra, então, bom, vamos lá. André Almeida, considerando a enorme atenção que foi dada pela grande vida ofenóida do terraplanismo, este não poderia ser uma operação de falsa bandeira, objetivando criar uma caricatura de postura sete em relação ao consenso científico, de forma que a mídia pudesse explorar assim mais pra precisar das opiniões de cidades, sem sombra de dúvida, porra, toda vez que o senhor não concorda com algo que você disse, ele chama você terraplanista, você não fala nada terraplan, nem sabe disso aí, né, você sei lá, lançou uma teoria sobre quem desviou dinheiro do banco tal, desde você é terraplanista, tá sim, né, agora houve discussão séria sobre terraplan, mas eu não falo não, se houvesse eu teria agradecido, mas eu ver o seguinte, que o material que existe, só colocado em evidência pelos próprios terraplanistas, já é pra mim a inabarcava, eu precisaria dedicar anos da minha vida aí, se eu não posso, eu tenho outras coisas mais urgentes pra tratar, né, em vez de ficar estudando canto, eu poderia estudar terraplanas, mas não fiz isso, não há condição de fazer isso, né, essa pergunta é importantíssima, Luís Felipe Costa Alves, de que maneira o ser humano consegue perceber que o logo é um monstro para ovelha ao passo que é ignorado pela formiga, qual o processo mental que nos permite saber isso? Essa é a característica fundamental do ser humano, o ser humano é o único que tem as consciências de todos os animais, e ele pode saber tudo que os animais sabem, e transcende isso infinitamente, e ainda tem gente que diz que come apenas um animal, isso é materialmente impossível, você ver, hoje a bibliografia que existe hoje sobre o sistema de percepção dos animais, é uma coisa assim, e na inabarcava não cabe aqui na minha biblioteca, porra, porque os caras descobriram esse respeito, eles sabem praticamente tudo, agora, já fiz essa pergunta, um dia falta fazer outra vez, você conhece algum animal que será capaz de fazer uma promessa? O lobo chega para lobo e diz o caso com você no ano que vem, é possível isso? O tartarugo fala para tartaruga, vou casar com você, nós vamos ter tartaruguinhas, não dá para fazer isso, bijuzinhos, vai ter bijuzinhos, então não dá, você vê que o tempo futuro não existe para o animal, não é que ele não tem o controle do tempo futuro, ele não tem o conhecimento do tempo futuro, do tempo passado ele pode ter, mas com todo o passado que ele acumula na mente ele não é capaz de fazer uma previsão para o ano que vem, quando faz uma previsão assim de 2 minutos já é uma grande coisa, é o negócio da ovelha, o Padlazão que usava muito esse exemplo, a ovelha nunca viu um lobo, o primeiro que ela viu ela sabe que era um présta, então ela imagina, eu lá na Romênia eu vi essa cena, estava andando de ônibus, eu vi assim um lobo na beira da estrada, olhando o rebando de ovelha, preparando para comer uma, eu não sei se ele conseguiu porque o ônibus foi embora, mas que ele estava ali observando, ele estava, e certamente ele não estava ali de puro observador, é uma cena bonita, eu gostaria de ter fotografado, bom, vamos lá. Gabriel Macedo, quanto ao exemplo dado do sapo do mosquito e do urso, alguém não poderia argumentar que o aparelho oftalmo do mosquito é diferente do aparelho do urso, e portanto cada um veria o sapo de forma diferente, claro sim, mas eu estou dizendo isso, mas acontece que eles não tem somente aparelho oftalmo diferente, eles tem corpos diferentes, eles não são só diferenças na sua maneira de perceber, mas na sua maneira de se exibir, na sua maneira de ser, e é essa diferença, vamos dizer, dos aparatos subjetivos, com as formas objetivas, é isso que vai dar nossa percepção e a percepção de todo mundo, quer dizer, o mosquito para ele ver um sapo como o sapo ver, ele precisaria de querir a forma do sapo, não só no seu olho, mas no seu corpo inteiro, quer dizer, a forma do olho de uma criatura depende da forma inteira do corpo dele, ele precisa de uma forma de ver o sapo, então ele precisaria de se transformar num sapo, daí ele se veria como um mosquito, não é isso? Danny Worsham, qual serão os autores mais representativos do realismo objetivo do anticantismo? Olha, um que me pareceu muito interessante, mas que eu nunca estudei profundamente, eu só li um pouquinho, é o Nikolai Hartman, ele escreveu vários livros de fundamental importância, são livros longos, eu nunca tive tempo de ler inteiro, mas a parte que eu li ele, inclusive essa história, vamos dizer, o apriori objectual é uma expressão que eu peguei dele, não fui eu que inventei, mas eu não li profundamente a explicação dele, mas a explicação é minha, ele não tem nenhuma responsabilidade para qualquer besteira que eu tenha dito, é? João Paul de Vasconcelos Barreto, como você descobriu esse livro do Altengan? Isso tem que ser um esforço da vida inteira, porque o enganar-se, faz parte da natureza humana, depois da queda, cada um de nós tem um diabo grudado que não nos larga por um único minuto, eu observo esse capeta agente de mim na hora que eu estou rezando, eu estou falando um negócio e ele lá dentro, isso é mentira, é? O que eu tenho que fazer? Eu tenho que resaminar tudo e ver se quem se enganou, fui eu mesmo, me enganei ou ele me enganou, isso é o tempo todo, gente, agora, você combater o alto engano é condição básica para você combater qualquer outro engano, olha, todas as besteiras que eu critico já foram minhas, Gretel dizia, contra nada somos tão severos como contra os erros que nós abandonamos, toda besteira que eu critico já acreditei na ela e por que acreditei? Eu entendo, entendo as razões dela, entendo, quer dizer, que acreditar naquela besteira não é assim um pecado mortal, uma coisa de faculdade que acontecia qualquer um, mas às vezes é um pecado mortal, eu sei distinguir quando os jeitos acreditam na coisa porque ele se enganou sinceramente ou quando ele está contrata, isso eu sei distinguir, porque tem um limite, o alto engano sincero tem um limite, um, finistos vieira, a palavra verdade não significa a mesma coisa em campos como a filosofia e na ciência moderna, por um segundo lugar, verdade na ciência tem um sentido apenas convencional, é recorrente o uso da palavra verdade no discurso público em nome da ciência moderna para induzir as pessoas que se trata de uma verdade definitiva a poder como na filosofia, sim, sim, não existe verdade definitiva na ciência, por definição não existe, se a ciência é uma atividade permanentemente autocrítica, ela nunca pode afirmar que uma conclusão dela é definitiva, nunca é definitiva, pode ser mais certa mesmo, certo, mas vai estar sempre no campo da verdade relativa, da verdade provável, verdade absoluta só existe no campo puramente lógico e abstrato, ou seja, no campo da lógica e no campo da metafísica, que é a estrutura da possibilidade, que que a metafísica diz sobre a realidade praticamente nada, só sobre o mundo da possibilidade, claro que essa não é a definição de metafísica em todos os anos, essa é a definição que eu estou dando, e a lógica é uma espécie de metafísica do conhecimento humano, do pensamento humano, Adriano Cunha, nos três tipos de poderes, o líder que acredita na sua mentira torna necessariamente autoritar, apenas neurótico, nenhuma dessas possibilidades, não, pode ser qualquer uma delas, se ele autoritar não tem nada a ver com a cresta na mentira, no jeito que acredito da verdade, pode ser muito autoritar, se ele não teve santos notáveis que foram terrivelmente autoritários, essa ideia que o pessoal tem de São Francisco de Assis, ele era um bonzinho, conversava com os passarinhos, você nunca olhou as coisas de São Francisco de Assis e não viu o expor, o que ele tava nos caras, ele era um chefe durão, ele era um chefe autoritário, sem dúvida, e por isso que a ordem dele ainda existe. Santo Inácio? Santo Inácio, é, Gabriel Macedo, eu poderia dizer que a estrutura do espaço transcende o sujeito objeto, ou seja, os abarca perfeitamente, o espaço é isso, nós estamos dentro dele, mas tem coisas que nós estamos, para além do espaço, tem coisas para além do espaço, você tem a infinitude, você dizer que, ah mas o espaço é infinito, o espaço não é infinito, o espaço é apenas ilimitado, porque o único infinito é aquele que não tem limites de espécie alguma, então o infinito não é somente isso, ou somente aquilo, o infinito é tudo, o espaço é somente o espaço, ele por exemplo não é o tempo, então ele tem seu limite, nós estamos dentro dele, mas o infinito transcende o limite do espaço e do tempo, ele contém os dois, vira, em geral as pessoas não são capazes de meditar a noção de infinito por dois segundos, qualquer coisa grande é o som de infinito, especialmente quando o senhor pensa no próprio Piru, a burrice, a asafi serveira, comecei o curso a poucos dias, realmente me surpreendi, vi que não sei de quase nada, estou agradecido pelo senhor poder nos ensinar, eu que agradeço pela sua atenção, quando o senhor fala sobre a epístomo loja do canto, me lembro quando o senhor mesmo diz que, não é nenhum objeto no mundo que possa ser mostrado a nós, sobre todos os aspectos ao mesmo tempo, é sobre, não é sobre, ele tem que mostrar alguns aspectos escondendo outros, isso faz parte desse futuro da realidade, a epístomo loja do canto poderia nos ajudar a ensinar de alguma forma a realidade, claro que pode, eu acho que as filosofias antigas até a idade médica, em geral elas estão certas no conjunto, mas tem um monte de erro de detalhes, as modernas são o contrário, nós no conjunto elas são absurdas, mas tem uma série de detalhes valiosas, as filosofias de Marx tem detalhes valiosas, ele faz as análises históricas absolutamente notáveis, e a do canto também tem detalhes valiosas, aliás existe uma senhora que se chama, o protagonista esqueceu o nome dela, público recentemente um livro, ela foi ler todos os textos menores do canto, e viu que muitos deles não tem nada de canteano, ele escreveu outro negócio completamente diferente, quer dizer, ele não é o escravo da sua própria filosofia, ele se torna o escravo, sabe por que? Porque o pessoal quer ler primeiro os grandes livros dele, que é a crítica da razão pura, a crítica da razão prática, a crítica do juízo, bom, então aí, prolegamos a toda metafísica futura, e esse que o pessoal lê, eu digo, mas quem disse que os livros mais extensos e bem acabados são os mais importantes? Eu, por exemplo, quando peguei os escritos políticos de cante, que a maior delas dos canteanos nem liga, eu descobri, ali está a chave de tudo que o cante fez na vida, ele explica ali o seu plano, e ele cumpre depois esse plano, do qual esses livros que são chamados de livros clássicos fazem parte, então, o... quando esse, isso que eu estou dizendo aqui, isso não é do cante, isso é meu, não é isso? Quando o cante diz que nós não conhecemos a coisa em si, mas conhecemos apenas a sua, a seu aspecto fenomeno, quer dizer aquilo que aparece, e eu digo, existe algum objeto que por si, e independente de mim, tem o poder de se mostrar totalmente para qualquer outro ser, exceto Deus, não tem. Então, não é uma limitação minha, não é eu que não posso ver um cubo, eu só vi três lados do cubo, essa é uma limitação minha, não é uma limitação do cubo, então, muito do que o cante atribui ao conhecimento humano, está no próprio objeto, ele está fazendo, ele pensa que está fazendo epistemologia, está fazendo montologia, e não sabe, eu vou ser sincero, eu não considero que o cante seja muito inteligente, também não considero que seja desonesto, malígua, nada disso, e eu acho que ele é apenas um caipira metido, um caipira de higênio, eu não nego, mas um caipira, quando você vê, por exemplo, o que ele pensa da filosofia escolástica, ele não conhecia nada da escolástica, ele conhecia da escolástica, o que ele aprendeu no Wolf, anos Cristian Wolf, ano Cristian Wolf era um escolástico tardio, um cara que, pelo século 18, ainda era um escolástico na Alemanha, acho que era o último, e que não entendia muito a escolástica, ele leu os manuais do Wolf, acreditou e achou que aquilo era escolástica, quando você vê, ele leu Santo Mariaquino, não, eleu John Don Scott, não, verdade? O que ele sabia? Nada, então ele tem uma ideia fantasiosa, a respeito da escolástica, de Cártia estudo, de Cártia estudo escolástica assim, Gabriel Cunhaçá, poço, veja a imediatese na produção dos novos intelectuais, que o cofo serão excelente caminho, que tal a equipe do seminário compendiar as aulas por matéria e temas pertinentes para o Brasil ator, eu acho que isso é muito importante, sim, quem quiser fazer isso, entra em contato com a Mariana, converso com ela, ofereça os seus trabalhos, né? Obrigado pela ideia. Aqui, Daniel Marcones pergunta, seria correto o relacionado que o senhor disse sobre nossa subjetividade colaborar com o que vemos, mas não determiná-lo, com a definição de matriz de intelectuação, que José Lâmio, só o engano do símbolo, sim, os símbolos fazem parte disso, e o símbolo com ela diz, são matrizes de intelectuação, quer dizer, são geradores de intelectuações possíveis, né? Aristóteles que dizia que, ele não falou do símbolo, ele não falava dos ritos de mistério, dizia, os ritos de mistério, não nos ensinam nada, mas deixam em nós uma funda impressão, dessa impressão é que você vai tirar o conhecimento mais tarde, o símbolo é a mesma coisa, dizer, de um símbolo você pode tirar muitos conhecimentos, inclusive contraeditoras, e o símbolo não te diz qual é o verdadeiro e qual é o falso. Fale alto, fale alto. Por exemplo, quando eu tiver a missa quando a semana, e todos os símbolos ou o rito que a gente vê, depois isso deixa uma impressão no fundo, né? E aí a partir disso a gente vai... Sim, claro, mas não símbolo da missa, é que não acaba nunca, se você começar, que quer dizer isso aí? Fula, não acaba nunca. Isso, se você pega os grandes sermonários, os grandes oradores sacros do passado, tudo não para de interpretar símbolo da Bíblia, né? E nunca termina. Aqui, João Victor Ribeiro, senhor acompanha a trabalho da eleccionante? Acompanhava mais recentemente, e faz um tempo que eu já não faço isso, mas estou muito errado, deveria acompanhar. Luka Laceda, professor lá uma boa noite, o senhor pensa de métodos que prometem ensinar ali mais rapidamente, eu não quero. Eu quero aprender a ler de duas maneiras, primeiro que eu entenda, o que às vezes ele leva algum tempo, entenda profundamente, segundo que eu não esqueça, então eu já tenho isso como norma, eu não leio o que eu não quero guardar na memória, não precisa guardar literalmente, tudo mais, se não merece guardar na memória, não merece, lido. É, estou falando de livro, assim, jornal, eu estou de palestras para ler esquecer na memória, o senhor lê rápido do lentamento, ele lê muito devagar, só que o seguinte, eu leio 10 livros ao mesmo tempo, às vezes as pessoas me vê com o mesmo livro, a mesa atrás, pô, você não sabe ler, eu falo, não sei não, só cheguei aqui na parna 10. Aliás, o Nietzsche dizia, a arte de ler lentamente, está certo isso. Vítor Marcolini, nós temos exemplos históricos de processo de restauração do ambiente acadêmico, que cima de exemplo, a situação no Brasil não tem, nosso ambiente acadêmico nasceu podre, está cada vez mais podre, quando você lê, por exemplo, outro dia mesmo, o Alan estava me lembrando, estava do manifesto da escola nova, que o pessoal diz, ai, não graça, grande educação brasileira, aquele mundo de besteira, gente, aquele mundo positivista e de gota, tinha positivista e tinha comunista, ou seja, merda com bosta. Marcos Campos, você já acredita no que Marcos, Lucas, Mateus, John Ará, tudo, se não tiver verdade histórica, o que não aconteceu não significa nada, porque não tem verdade histórica, só pode ser uma invenção, uma ficção, tem apenas o sentido que o autor deu, não significa nada objetivamente, entende? Você acredita porque não acredita no que Marcos, Pontes ou outros, são uma forma interna, é simples, esses camaradas são santos, são santos e aprenderam diretamente Jesus Cristo, Marcos, onde você aprendeu, da NASA? Você já viu quantas vezes a NASA inventou coisa? Espalha, foto, fake, não tem um motivo a acreditar na NASA, também não tem, pra duvidar, 100% ou seja, eu não sou da área, portanto, eu sei distinguir entre o que eu ensino e o que é a mera opinião, quando estou ensinando uma coisa, que é certeza absoluta, geralmente é só coisa de lógica e metafísica, ou tem uma certeza provável, certeza razoável, dialética, agora, se é apenas uma opinião, eu digo é apenas uma opinião, então, o que eu estou dizendo aqui, é apenas uma opinião, vale tanto quanto a sua, espero que valha um pouquinho mais. Bom, acho que acabou. Você sabe que tipo de planta do Marcio César Monteiro, que a gente vai assentir? Olha, eu pulei? É, antes que a gente tinha. É verdade, eu pulei, esqueci. Marcio César Monteiro, pergunte, o que você será sobre as leituras de biografias de grandes personagens da humanidade? Quais biografias que você indicaria? Santos, Polícia, Firoza, hoje na leitura de biografia, é uma coisa que eu mais gosto de fazer, é certo? Porque não há nada mais interessante do que a vida ali, é? É verdade? Eu não posso viver todas as vidas, não posso viver todas as vidas, mas eu posso viver a experiência emprestada, porra. Eu nunca comandei uma batalha, mas eu posso estudar a vida de Napoleão e ter alguma ideia do que ele pensava comandando as batalhas. É isso? Eu nunca fui santo, mas posso estudar a vida do santo para ver algo do que ele pensava, do que ele sentia. Isso teve fundamental. Eu acho mais importante você estudar biografia do que estudar filosofia. Inclusive, biografia dos filósofos. É isso? Quando eu defini a filosofia com busca da unidade do conhecimento, da unidade do consciência vice-versa, isso é uma definição baseada não nas filosofias, mas nas biografias do filósofo. Porque eu disse, isso é o que todo o filósofo faz. Não depende do conteúdo da filosofia dele. Qualquer que seja a filosofia, é isso que ele está fazendo. Mesmo que ele nunca tenha pensado nisso. Isso não é o conteúdo da filosofia dele, isso é a realidade da atividade dele. Por isso eu digo, a minha definição de filosofia não é filosófica, é científica. Que eu saiba até onde eu estudei. É a única definição científica que existe. Tem muitos filósofos que dão para você saber o que é filosofia, você tem que estudar filosofia primeiro. Porque é a própria filosofia que se define assim mesmo. Digo, não. A filosofia não tem esse poder de se definir assim mesmo. Ela pode imaginar que está se definindo, mas o que ele vai estar fazendo para se definir. É isso que eu disse aqui. Resolveu? Então, tá. Até semana que vem, muito obrigado. E obrigado para aqueles que assistiram ao meu outro curso. E durante as próximas semanas, eu vou dar uma aula extra. Depois eu digo qual é o dia para compensar porque eu pulei duas aulas do cofre para dar o curso de Ciência Política. Tá bom? Obrigado. Até semana que vem.