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Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Alô por favor, vocês estão ouvindo a Visa em Plurchat. Então vamos lá, boa noite a todos, serão bem-vindos. Hoje eu queria aqui pegar algumas explicações sobre pontos que eu já abordei antigamente, mas entrar no assunto por um novo ângulo. Eu vou usar como pretexto da aula a declaração do empresário Salim Matar que saiu hoje no Twitter. E ele dizendo o seguinte, que ele vê que os capitalistas são todos financiando a esquerda e que ele não entende o que que isso acontece. Ele acha isso um absurdo. O que para mim mostra que pode haver um grande capitalista que não sabe direito o que é o capitalismo. Aliás, isso sempre acontece. Tem muitas coisas que as pessoas sabem fazer, mas não sabem dizer o que estão fazendo. É uma coisa muito simples. Por exemplo, eu acho que eu escrevo muito bem, eu acho que eu sou um baixa escritor, mas se me pedir para eu ensinar você a escrever como eu, eu não sei. Sei fazer, mas não sei ensinar. Tem outra coisa que eu sei ensinar, mas sei fazer mais ou menos. Todo mundo é assim. Você pode pegar grandes pintores, sei lá, velás que você... E velás saber ensinar alguém a pintar como ele. Claro que não, ele sabe fazer, mas não sabe ensinar. Isso é muito normal. Então, o Salim Matar evidentemente ele sabe operar o sistema capitalista, mas ele não entende intelectualmente. Ele apenas sabe a parte operacional. Isso é inteiramente normal. Contra a pessoa que até muita simpatia gosta dele e respeita muito. Mas eu achei a declaração dele significativa. Porque mostra até que ponto a concepção marxista das classes penetrou em todas as classes. Todo mundo vê o sistema de classes como o marxista vê. Então, entende que cada classe tem o seu grupo de interesses, que haja em função desses interesses de classe e que desenvolve uma ideologia, um discurso ideológico em defesa dos seus interesses de classe. Isso o que dizia Karl Marx. E todo mundo hoje aceitou isso aí. Você pode estar a favor de uma classe, a favor da outra, o querendo neutralizar, o querendo inverter, mas você está sempre partindo dessa teoria e acreditando nela. Essa é uma das teorias mais estúpidas que alguém já inventou ao longo de toda a história humana. Isso não apenas não existe, mas é impossível. Veja, você acha que é possível uma classe inteira ter um interesse unificado, discutir esse interesse e formulá-lo em termos de uma ideologia e de uma política... Gente, não dá, porra. Nenhuma política coerente pode expressar o interesse de uma classe inteira. Isso é uma coisa absurda. É muito difícil você planejar qualquer esquema de ação política. É muito difícil. Se você conseguir juntar cinco pessoas para fazer isso, já é muito. Agora você imagina, por exemplo, você pega lá a Federação das Indústrias, faz uma assembleia da Federação das Indústrias, e dizia, agora nós vamos entrar aqui num acordo. E cada um vai dar o seu voto, cada um vai dar o seu palpite, e você vai unificar tudo isso. Como se a Federação das Indústrias expressasse o ponto de vista de todos os industriais que ela não faz? Então mesmo que fosse ela 10% da classe dos industriais, seria impossível você criar uma política que expressasse coerentemente os interesses da classe inteira. Mesmo porque você acha que os interesses de todos os industriais, de todos os capitalistas convergem. Não tem um capitalista que está contra o outro, não tem um que é FEA com o outro, não quer tomar o lugar do outro. Ele elimina-se o problema da concorrência, não tem mais concorrência. E entre os trabalhadores? Não tem um trabalhador querendo tomar o emprego do outro? Tem. Não tem um trabalhador querendo impedir que o outro suba na carreira em vez dele? Isso tem, quer dizer, não tem unidade a essas coisas. Você pode criar, por exemplo, fazer um discurso, criar momentaneamente um sentimento de unidade. Mas, isso expressa a vontade real daquela massa? Ou, ao contrário, foi alguém que criou uma ilusão temporária de unidade? E segundo, quanto tempo vai durar essa impressão de unidade? Então, eu me lembro, por exemplo, de uma assembléia, de uma grévida dos jornalistas. Isso vai fazer mais de 30 anos, 40 anos, em que eles estavam pedindo um aumento, exigindo um aumento e pararam, pararam de trabalhar. E fizeram uma assembléia lá no CIDI, em que eu fui com um amigo meu, chamava O CIDIS, e lá no meio da assembléia, eu falei, olha, vou mostrar para você qual é a cabeça desses caras. Para você ver, você pode confiar neles. Então, eu pedi a palavra e disse o seguinte, olha, nós todos queremos um aumento, que é muito justo, pedi, mas isso acontece que aqui dentro dessa assembléia, você tem pessoas que ganham 80 mil reais por mês e tem pessoas que ganham 2 mil reais por mês. E você vai dar 30% para os dois, igualzinho, não é possível. Então, na precisão de fazer um aumento escalar, que dê mais para quem ganha menos e menos para quem ganha mais. Eu até estava lá o minucarto, eu falei, por exemplo, o minucarto aqui ganha 120 mil por mês, e aqui, o teu zézinho aqui ganha 2 mil. Eu falei, quase me mataram. Você acha que isso é um estado espirito unificado ou é o contrário? É um discurso enganoso que, momentaneamente, pareceu expressar uma unanimidade que não existe e que não poderia existir. Quer dizer, não é possível que o sujeito que ganha 2 mil que irá ter o mesmo aumento do sujeito que ganha 120 mil. Isso não existe, mas naquele momento deu a impressão, a unidade da classe era isso, era uma unidade meramente sentimental, psíquica, por assim dizer, e que não tinha nada a ver com os interesses e objetivos da classe. Daí eu decidi, falei, não, tudo bem, tudo bem, concordo, tá, já em volta, e vocês falaram, olha, qual era demonstrando? Então eu falei, tem filha da puta e está demonstrado. Então, a hipótese, vamos dizer, de um interesse de classe, é uma expressão que não quer dizer nada, nada, nada, nada. Nos momentos em que uma classe tem um interesse unificado, pode acontecer uma vez na vida, ou duas vezes na vida. Mas, em geral, você tem a divisão em grupos, a concorrência, o combate, e isso é normal, isso acontece, não só entre classe, mas dentro de cada classe. Você acha, por exemplo, quantas vezes na vida tem aqui um capitalista tentando concorrer com seus empregados, com seus proletários, e quantas vezes ele está tentando concorrer com outro capitalista? O confronto dele com o proletário, se acontecer duas vezes na vida, é muito, não é isso? Mas com os outros, está acontecendo todo dia. Eu sei, a história, por exemplo, de um empresário do ramo imobiliário, trabalhar muito em obras públicas para o governo, esses grandes empreiteiras têm interesse, praticamente um cliente único que é o Estado, o governo, e havia um acordo de cavaleiros para o rateio das concorrenças públicas. Primeiro ganhou eu, depois ganhou você, depois ganhou você, isso vinha sendo violado, e para você ver como eles se tratavam bem, um sujeito que frustrou as expectativas, ele passou adiante dele numa concorrência, ele chamou o sujeito, primeiro ele deu uma cinzerada na cabeça, ele diz, pof, o cara estava meio tonto, assim, daí ele perguntou, meu amigo o senhor já mijou para cima, o cara não entendeu, ele falou, vou mostrar para você como é que faz, pediu para o dois empregados penduraram o sujeito, pelo calcanhar do décimo, o segundo andar, mijou para cima, mijou. Isso é a concorrência entre os capitalistas, outra vez esse mesmo sujeito pegou, não vou dar o nome, mas pegou uma tesourinha dessa de cortar um e ficou esperando o sujeito, não era o curto, o arco-sujeito chegou, ele fez vinte fur na barriga do sujeito, pah, pah, pah, pah, pah, por que? Porque tinha frustrado ele na concorrência, e é assim que as coisas são, isso. Então, e isso no meio, quantas empreiteiras do sistema, você tem um número reduzido? Mesmo no número reduzido, a concorrência chegava a ser um negócio, assim, do nível do homicídio. Então, o que quer dizer a expressão, interesse de classe, meu Deus do céu? Interesse de classe não existe, nunca existiu e nunca existirá. O que pode existir é o interesse de um grupo pequeno que consegue enganar o restante da classe. Eu vou lhes dar um exemplo, eu escrevi há tempos um escrito pequeno que se chama quem é o sujeito da história, que é o sujeito à gente, quem que age historicamente? Por exemplo, quando nós falamos assim, por exemplo, história do Brasil, o Brasil age, claro que não, um país não pode agir, um governo pode, alguns grupos dentro do país pode, mas o país inteiro, ser um agente histórico, não dá. Uma classe também não é um agente histórico. A ideia de classe ou de nação, das expressões mais comuns que a gente ouve ou lê, querendo designar o sujeito da história, isso é absolutamente falso, isso não tem nenhum nosso sentido. Isso é para pessoas que nunca examinaram a ciência histórica do ponto de vista realmente sério, gente que não tem a compreensão do que é a narrativa histórica, como se produz a narrativa histórica e como ela deve ser feita, ou seja, não meditaram criticamente o assunto, não tem uma consciência científica e filosófica a respeito, apenas repasse as palavras como as ouviu e sai repetindo, como o famoso bicho síntese que eu criei, que é a mistura de macaco e papagaio, ou papamaco ou macapaco, né? Quer dizer que ele fala as coisas igual, que repete as palavras como papagaio e o gesto como um macaco, né? Eu disse que esse era o bicho síntese do Brasil. Então, por exemplo, eu ilustrava isso aí com o Paulo Freire, o Paulo Freire dizendo assim, nós devemos ser tolerantes, mas não com o nosso inimigo, fazendo aquele gesto assim, então esse é o macapaco, porque o que que ele disse? Absolutamente nada, que eu tenho que ser tolerante só com os amigos, eu não tenho nada para tolerar deles, eu tenho que tolerar o inimigo, então quer dizer, a tolerância que inclui o inimigo é intolerância, então ele está dizendo, a intolerância é tolerância, não está falando nada, mas fazendo um gesto assim de quem está dizendo alguma coisa importante, isso é o macapaco, ele dá a impressão que disse algo, não disse nada, né? Atualmente, quando você vê o ministro Boroso dizendo, nós vamos fiscalizar as fake news, vamos constratar o TikTok para fiscalizar fake news, isso já é um fake news, obviamente, porque o TikTok todo mundo sabe que é uma empresa altamente suspeita, todo mundo sabe também que o Google falsifica estatísticas, que ele suprime notícias, ou seja, quando o sábio o ministro dizendo que vai combater fake news por esses meios, ele está fazendo fake news na sua cara, né? Então, muitas discussões, aparentemente mais sérias, são exatamente assim, é conversa do macapaco, então a teoria marxista da luta de classes é a conversa do macapaco, ele não está dizendo coisa nenhuma. Então, quando eu me perguntei quem é o agente da história, eu estava querendo dizer quem pode realmente agir historicamente, e definir ação histórica como aquela que os efeitos transcende a duração da vida de um ser humano, porque se a ação esgota os seus efeitos dentro do prazo da vida do cara, não deixou marca histórica, não mudou nada, né? Então tem que ter ações que o efeito, por exemplo, pegar os decreto de Napoleão morar a parte, tem decreto que ainda está em efeito até agora, então isso é uma ação histórica, né? Moisés, quando Moisés desce do sinaio com os mandamentos, tem gente que compreende os mandamentos até hoje, então isso são ações históricas reais, né? Tem outras que parecem importantes, mas não deixaram marca, não deixam efeito, então não produziram mudança alguma, produziram apenas uma aparência de mudança. Se nós entendemos então o que é ação histórica, nós podemos em seguida perguntar, quem pode praticar uma ação histórica, quais são os agentes que podem praticar uma ação histórica? Nós acabamos de ver que uma classe não pode agir nem mesmo em uma escala muito menor, uma classe não age, é certo? Ela pode ser, vamos dizer, o cenário ou a massa em cima da qual o agente age, né? Por exemplo, não se pode negar que Karl Marx agiu sobre a classe operária alemã e até de outros países, ele agiu, né? Ou foi a classe que agiu sobre ele? Ora, Karl Marx quando escreveu o capital, ele nunca, não é que ele nunca tinha convivido com operária, ele nunca tinha visto nenhum, a classe operária que ele inventou era realmente totalmente inventada, mas ele não quer dizer que ele não pudesse agir sobre ela, como de fato agiu, porque olha, que ele começa a falar, o operário começa a prestar atenção nele, então ele está agindo sobre a classe e não a classe sobre ele, não é a ação de uma classe, de uma exação de um indivíduo sobre a classe. Karl Marx tinha consciência disso, eu não sei, né? Eu não conheço, vamos dizer, ninguém estudou a biografia íntima de Karl Marx a esse ponto, né? Então, e a pedir mais um café, ele assumiu? Se viu um tal café? Eba! Obrigado, obrigado. Tá bom. Exatamente. Então, quando eu perguntei quem pode ser o agente Histórico, eu comecei a analisar caso por caso, e cheguei a fazer uma listinha dos entes que podem ser agentes Históricas, então, por exemplo, um profeta no caso de Moisés, você não precisa autenticar a profecia dele no sentido religioso, falando profeta no sentido da função social que exerceu, então, não interessa se é cristão, se é judeus, se é muçulmano, não interessa. Então, é evidente, por exemplo, que nesse sentido, tanto Moisés quanto Malmé foram profetas, exerceram a função profética, e as suas ações se prolongam e efeitos que atravessam milênios praticamente sem alterações. Então, este é o caso, este é o único caso de um indivíduo que pode ser sujeito de uma ação histórica. O poder profético é o único poder em que um indivíduo atravessa, vamos dizer, a barreira do tempo. Neste, pelo menos nessa escala de milênios. Pode haver uma outra escala menor no qual você tem reis, príncipes e governantes que haja numa escala, quer dizer, qual é a máxima escala que você pode conceber? Quanto tempo durou, por exemplo, sei lá, o Império Britânico? Ele praticamente começa no século 19 e termina no 20. Isso tem uma máxima duração, o Império Soviético, não durou nenhum século. Então, se você pegar Lenin, as ações de Lenin desencadearam efeito da duração de décadas, não se compara com Moisés, nem com Malmé, mas nesse caso, são dois casos em que um indivíduo pode ser um agente histórico, numa escala maior, profeta ou menor, líder, governante, etc. Pode fazer uma pergunta. Faz o senhor olhar primeiro para o fato histórico e depois perguntar qual é o progresso do agente, desse fato histórico e não o contrário. Não entendi como seria o contrário. Se olhar primeiro para os agentes históricos e depois para os fatos que eles... Não dá, porque a ação histórica, se eu definir a ação histórica como aquela cuja efeito cipro longa para além da duração da vida do agente, então eu tenho que primeiro ter a noção de qual é a ação, para depois saber quem foi o agente. Existe o caso, vamos dizer, da ação puramente intelectual, que pode se prolongar por milenas, mas sem nenhum controle da parte do agente. Por exemplo, Aristóteles vive 400 anos de Cristo e o pensamento dele vai exercer uma grande influência no ano 1300, quer dizer, 1700 anos depois. Então não se pode dizer que houve uma continuidade, nova continuidade. Quer dizer, a ação intelectual tem efeitos absolutamente imprevisíveis. Diga. Shakespeare. Shakespeare é uma mesma coisa. Você precisa ver que até o século 18 Shakespeare era desprezado. Se você lê o que Voltaire escrevia sobre Shakespeare, ele considerava Shakespeare um alfabeto. E a opinião de Voltaire era dominante no século, todo mundo lheia Voltaire e todo mundo o respeitava. Eu pergunto quem lheia as peças de Voltaire hoje em dia, ninguém lheia e todo mundo lheia as de Shakespeare. Ou seja, Voltaire não sabia o que estava falando, o que ele entendia de teatro. Nada. Como ele é esse? Voltaire não entendia de assunto nenhum praticamente. Ele era um grande jornalista, escrevia no esteiro muito atraente sobre qualquer assunto que dêis para ele, mas conhecer, mas não conhecia nada. Então, como o historiador é um fracasso, como o dramaturgo é um fracasso, como contista ele teve alguns contos dele em da São Lido? Mas, se você pensa, o historiador tem obra de Voltaire, tem mais de 100 volumes? Quanto você lê disso ainda? Não dá para completar um volume. Então, não é como Shakespeare, porque Shakespeare você lê tudo da primeira ou última linha, com interesse. Eric Wiggler relia a obra completa de Shakespeare todo ano. Shakespeare foi uma das grandes inspirações dele. Então, mas, o sucesso de Shakespeare foi muito depois da morte dele. Então, você não pode dizer que foi uma ação contínua, não foi totalmente descontina. Então, a ação intelectual é um caso um pouco diferente. Mas, quando você vê quais são os agentes, cujas ações se prolongam necessariamente para além da vida dos seus agentes individuais. Se você pegar as grandes religiões, são desse tipo. As religiões são feitas para durar milênios e para exercer efeitos ao longo de milênios. Você pega o islamo, o islamo está com 1600 anos, uma coisa assim. Cristianino está com 2000 e tanto, Judaeiro está com 5000 e assim por diante. O indoílio nem se sabe quanto. Então, evidentemente, as grandes religiões são agentes históricos. Ninguém pode negar isso aí. Ou seja, a influência delas transcende qualquer fator que possa interferir aí. Ninguém pode competir, endura, nem um agente histórico, pode competir em duração com as grandes religiões. Mas existem outros agentes que, às ações, podem se prolongar, às vezes, por séculos. Por exemplo, as grandes famílias dinásticas. Porque as grandes famílias dinásticas, elas treinam seus filhinhos e netinhos para continuar fazendo a mesma coisa. E eles obedecem. Se o sujeito não obedece, o que eles fazem? Encostam o cara no canto. Você quer só brincar, tá bom, vai brincar. Mas o seu irmão aqui vai trabalhar, deitinho. Se você pegar, por exemplo, a família Rothschild, a família Rothschild está metida em todos os negócios do mundo há 400 anos. As pessoas, em geral, não calculam o tamanho da fortuna Rothschild e o alcance das suas ações. Qual é o segredo dela, continuidade familiar? O chefe manda e todo mundo obedece. Você não tem um Rothschild que desobedeça o papai. Então é uma unidade familiar absolutamente inotável. Se tem algum camarada aqui, não se presta a trabalhar ali, eles encostam o cara e dão um dinheirinho para ele. Quer brincar? Eu já vi. Inclusive, em São Paulo, que tem uma época que convive muito com o pessoal da classe rica, sempre a família, cada família tinha um tipo que era o playboy, não serve para nada. Então eles davam um dinheirinho para ele se divertir e os outros cuidavam do que era sério. E o Rothschild é uma coisa, mas pelo que eu estudei eu não conheço tanto assim a vida da família Rothschild, mas o número de marginais e playboys foi mínimo ou mulo. Eles têm uma continuidade, ele foi um filho em cada capital do mundo importante para ele encher o negócio lá. Todos agindo de acordo. Pergunto-me, o que família real tinha isso? Nenhuma. Isso significa que ele teve no Bolso várias famílias reais que começaram para da Inglaterra. A família real inglesa sobreviveu economicamente graças ao Rothschild. Então, por isso, meus rostros sempre viraram, com desbarões, marqueses, etc., em recompensa. Um terceiro tipo de agente histórico são sociedades secretas, iniciáticas e secretas, que por definição duram além da vida dos seus membros. Então, eu, por exemplo, tive um certo contato mais íntimo com a Tariqa, Tariqa é a organização iniciática islâmica. Não era muito islâmica, mas era do Frithjofschum, que chama Tariqa Maria Mia. É a Tariqa dedicada à Nossa Senhora, porque os muçulmanos têm uma espécie de culto de Nossa Senhora também, interpretada a maneira deles, é claro. E essa Tariqa tinha origem numa Tariqa da Argelha, onde o Shuon tinha recebido a sua iniciação, e essa Tariqa já tinha quase um milênio de idade. Todas remontavam a Tariqa muito antiga. E a influência das Tariqas no mundo é uma coisa sutil e difícil de acompanhar, porque as Tariqas são muitas. E ninguém tem acesso ao que está acontecendo lá dentro, só os seus membros. Então, você não pode estudar uma Tariqa sem você entrar lá, ganhar a confiança do Shaco, de alguém próximo do Shaco. É o caro que foi o historiador francês Louis Massignon, que eu sabe nunca foi muçulmão, não importa, eu nunca fui membro do Matariqa, mas ele sabia muito a respeito. Porque, sei lá, os Shaco gostaram dele contar o modo de história para ele. É, então, eu no meu breve, não muito breve, que duram uns dois anos, eu contava, aprendi muita coisa ali, que eu jamais teria entendido se não estivesse lá. Claro que isso me costou muito caro, depois quase ferraram com a minha vida, mas antes que a curiosidade matou o gato, eu queria saber e fui me metê-la e fiquei sabendo tudo que eu queria. Então, as sociedades iniciativas secretas são agentes históricos reais. Então, existem dois livros que você tem que ler a respeito disso, a respeito de agentes históricos. O primeiro é esse aqui, o Carol Quigley, um brilhante historiador americano, que foi professor do Bill Clinton. O Establishment Anglo-American. E esse aqui é a história escondida, as olírias secretas da Primeira Guerra Mundial. Os autores chamam assim Jerry Doncharty e Jim McGregor. O original está em inglês, mas isso aqui é por uma coincidência, é uma minha tradução francesa, que está muito bem feita, aliás. Esse livro é um detalhamento deste aqui, o que este aqui explica em normas gerais? Este aqui conta em detalhes da história. E o que é isso aqui? É a formação, no fim do século XIX, de uma sociedade secreta destinada a dar à raça anglo-saxônica o domínio completo do mundo. Raça anglo-saxônica, quer dizer, envolveu os ingleses e os americanos. De modo que ia de certo modo reintegrar os Estados Unidos no Império Britânico. Então o projeto inicial era o poder do Império Britânico. E ali fazia parte, evidentemente, o Warren Rocha, que era o homem que Davos Nia, vários nobres, alguns capitalistas. E o chefe, todo mundo ali, bironário. Mas o chefe era um serif que não tinha de cair morto, chamava-se Alfred Milner. Era um economista de nacionalidade inglesa, embora tivesse nascido na Alemanha, e que era o mais inteligente, era o grande intelectual da turma. Então claro que no fim ele ficou rico também, virou viscôndio, etc. Mas ele começou a mandar quando ele não tinha nenhum, só o que ele tinha era cabeça. Era um homem inteligentíssimo, mas era, a meu ver, um psicopata, porque era um homem realmente cruel. Se você vê o que ele fez na Guerra dos Boers, se você perguntar pra mim, quem foi que inventou os campos de concentração? Você vai ver duas respostas, foram os nazistas e foram os comunistas. Respostas erradas nos dois casos, quem inventou os campos de concentração foi o Império Britânico, para botar os Boers e seus ajudantes. Então eles botaram lá, que eu saiba, tinha ali 24 mil Boers e uns 3 ou 4 mil africanos que trabalhavam pra eles. A taxa de morte nesses campos de concentração era um negócio absurdo e morriam sobretudo mulheres e crianças. Então praticamente a Inglaterra fez a guerra contra mulheres e crianças e morreu gente pra caramba. Então ali eram propositadamente subalimentados, deixado morrer. Então foi um genocídio feito por este grupo, o Seysel Rhodes. O nome Rodesia vem do nome dele, ele criou a Rodesia, agora mudou de nome. Mas Seysel Rhodes foi um dos caras que tiveram a ideia dessa sociedade secreta. Mas ele morreu cedo, morreu 48 anos, então deixou lá um testamento dando instruções para os seus sucessores, entre os quais o Milner e o Milner logo assumem a liderança por ser o mais inteligente, o mais espertinho de todos eles. Eles mandavam todos os membros, inclusive, no Lord Rothschild. O Rothschild obedecia, porque sabia que o que ele mandasse fazer ia funcionar e aumentar o poder deles. Então evidentemente o Rothschild tinha um poder quase total sobre a Casa Real. Por quê? Porque a Casa Real tem um monte de playboys, vive um gastandinho jogando dinheiro pela janela e vivem endividados. Então o Rothschild alá, financiava os caras e em troca obtinha terras, direitos, etc. ganhos e negócios. Sempre ganhava, Rothschild nunca perdeu. Inclusive, no caso da Guerra dos Boers, foi um escândalo, porque houve uma senhora chamada Emily Hobhouse, uma jornalista inglesa que tinha amizade com vários membros do Partido Liberal. O Partido Liberal era um partido do Lord George, que não era no Zé Mané. E claro, o pessoal da sociedade secreta tinha gente no Partido Conservador, o Partido Liberal do mesmo jeito. E ela conseguiu autorização para ela fiscalizar, para examinar os campos de concentração na África do Sul e escrever um livro a respeito. O livro foi um escândalo monstruoso, e, de certo modo, o Milner e o Barão Rothschild viraram os inimigos públicos no 1 e 2. A mesma coisa aconteceu nos Estados Unidos com o John Rockefeller, primeiro dos Rockefellers, porque houve uma greve nas minas Rockefellers e ele mandou fuzilar todo mundo. Então, durante um tempo, ele virou inimigo público no 1. Ninguém queria nem ouvir falar dele. E ele depois fez uma imensa campanha de propaganda para melhorar a imagem dele. E o pessoal do Milner fez a mesma coisa. Na Inglaterra foi um osso para limpar a reputação deles. Mas, no fim, eles não perderam nada, ganharam por quê? O comandante das Forças Inglês na África do Sul, General Lord Kitchener, era uma boa pessoa. Ele era muito mandando, mas era uma boa pessoa e ele queria acabar, que era o mais rápido possível, fazer a paz com os Boers. Os Boers eram holandeses e havia 40 mil Boers contra meio milhão de soldados ingleses. E os Boers estavam dando um cacete nos ingleses. E eram soldados absolutamente maravilhosos. E o Lord Kitchener queria, a paz, logo, ele queria fazer uma rendição rosa para eles, eles topam. E o Milner não deixou. Ele falou, nós temos que obter a vitória completa. Nós temos que ter a rendição incondicional. Nós temos que mandar na África do Sul. Não é repartir com Boers. Nem com Boers, nem com africanos. Se for para esses matar todos, nós vamos matar todos. E o Lord Kitchener foi voto vencido. O Milner acabou ganhando e os ingleses conseguiram obter a vitória total que eles queriam. E no fim, o líder Boer, chamado Jan Smuts, que era um militar também, aceitou da rendição total. A rendição incondicional. Os Boers entregaram tudo para os ingleses e ficaram donos de tudo. Então logo, começou a explorar as minas de ouro, que era o que eles queriam realmente. E com as minas de ouro, restauraram o país muito rapidamente. Em 10 anos já tinha reconstruído o país. Então, de certo modo, foi um sucesso. Mas o sucesso custou, sei quando, quase 40 mil, uma coisa assim. A maior parte é assim, 70% de mulheres e crianças. Então, foi uma guerra contra mulheres e crianças. Para você ver a humanidade desse Milner e dos outros membros desta sociedade. Então, o que é isso aí? É interesse de classe ou interesse de um grupo? Interesse de um grupo mínimo. Mas cujo os efeitos das ações deles acabam levantando muita gente. Por exemplo, o dinheiro que eles obtiveram, explodando as minas de ouro da África do Sul, é claro que fomentar a economia toda. Então, claro, um banco de capitalista também ganhou dinheiro. Mas eles não fizeram isso por interesse de classe. Interesse de classe é um efeito secundário. Então, entendendo? Ou seja, você chamar isso de interesse de classe é um raciocínio metonímico. Existe o agente real, que é o grupo. O grupo está defendendo os seus interesses e os interesses da coroa. Isso, está certo? Mas, no caminho, o monte de gente é beneficiado também. Inclusive, as classes trabalhadoras. Melhorou muito o nível da classe trabalhadora inglesa e da classe trabalhador da África do Sul. Todo mundo ganhou. Então, vamos dizer, eles estavam agindo em nome do interesse da burguesia, ou do interesse de todas as classes? Claro que não, eles vinham em nome do interesse do seu grupo, que era um plano consciente, deliberado, científicamente arquitetado. E se você ver, quer dizer, a importância tremenda do poder anglo-saxônico no século XX, você vê, olha, não se pode dizer que o negócio não deu certo. Até certo ponto deu. Então, quando houve a rendição dos Boers, até hoje não se sabe se esse general Smuts, que era o comandante dos Boers, se ele deu a rendição porque ele achou mesmo que eles tinham perdido, não, já estão ferrados, não, já tem que aceitar o que os ingleses estão propondo, ou se ele era um agente da sociedade secreta lá dentro, convencendo os Boers a se render completamente. Então, isso foi a origem da África do Sul Moderna. Muito mais tarde você verá a África do Sul se livrar do seu governo, branco, racista, etc., etc., por quê? Porque tinha um sujeito que estava, um comunista que estava na cadeia, é chamado Mandela, né? Então chegou o Rockefeller lá e disse, olha meu filho, tiro você na cadeia e bota você na presidência da sancaria, desde que você me dê as concessões das minas de diamante. Então o que é isso? Ainda é o mesmo grupo agindo da mesma maneira, de novo. Segue isso o quê? Democracia na África do Sul? Não, segue isso com o Mordecínio Desgraçado. E ao mesmo tempo dá um prêmio Nobel para o Mandela, que evidentemente é um monstro. Mas é de novo o mesmo esquema. Então, se explicar isso em torno de interesse da classe burguesa, é absolutamente impossível, embora os burgueses tsem ganho com isso, mas os voluntários também ganharam, todo mundo ganhou no fim das contas. Porque, ver, no plano da ação histórica não existe o mal absoluto. Tudo que você faz tem que beneficiar alguém, pô, né? Um pouquinho pelo menos. Pelo menos o grupo de cima tem que ganhar. Se ninguém mais ganhar, por exemplo, você pegar o comunismo na União Soviética, você pode negar que o Stalin industrializou a União Soviética, que ele transformou um país falido numa potência industrial, fala que ninguém pode negar. Então deu emprego para muita gente, subiu o padrão de vida. Claro que aconteceu isso. Poderia ter subido muito mais se fosse uma democracia capitalista, lógico. Mas, como é que você vai explicar a ação do Partido Comunista Soviético? Como expressão do interesse do proletariado? Quantos proletários havia no Comitê Central, que fez a Revolução Resposta? Nenhum. Como é que você pode expressar o interesse de uma classe sem nem dar ouvidos ao que ela tenha de dizer? Ali só tinha intelectuais, militares, bandidos e capitalistas. Era só o que tinha. Então o interesse foi exatamente como no caso da Inglaterra, foi uma sociedade secreta. Ali o Partido Comunista Soviética também foi uma sociedade secreta. Desde que o Partido Comunista Soviética foi concebido, ele sempre teve dois andares. Você tem o Partido Comunista Soviética como organização de massas e você tem o Comitê Central comando, e o comando é necessariamente clandestino. Então, por exemplo, quando o pessoal fala do PT no Brasil, quem manda no PT? Atualmente eu não sei. Mas eu sei que não é nenhum desses líderes, não é Lula, não é essa gente que aparece. Não. O... Nem D'Irceu? O D'Irceu já é um deles, mas... Eu acho que o D'Irceu chegou lá muito tempo depois que o pessoal imagina. Você não pode esquecer que o D'Irceu, quando ele foi para Cuba, ninguém na Espeia confiava nele. Todo mundo achava que era apenas um oportunista. E daí ele criou a amizade com o Raul Castro. Ninguém sabe se houve algum caso ali porque o Raul Castro era homossexual ativa. Ele gostava de jovenzinhos bonitinhos e... O Z'Irceu na juventude era tão bonitinho que nós damos a pilete dele de xadinha. Então não estou ensinando nada, estou falando nada. Mas tem gente que diz que houve ali um caso, né? Mas eu sei que com a proteção do Raul Castro, ele foi imposto como chefe da esquerda do Brasileiro, foi o Raul Castro e daí ele que saiu como... Vamos dizer, apenas um marginal oportunista, né? Voltou como chefe da esquerda nacional. Então não foi do dia para a noite que ele fez isso. Então como é que você pode explicar isso em termos de interesse de classe? É possível você explicar a esquerda brasiliana em função de interesse de classe? O primeiro prolético que apareceu lá foi o Lula. Não tinha militância para proletrar nenhuma esquerda, pois a esquerda só tinha estudante. Estudante intelectual e isso para a esquerda era um drama porque ela se sentia isolada do proletarado. Se sentia panida, escorraçada pelo povo e tinha um complexo desgraçado. O complexo de isolamento do intelectual de esquerda do Brasil é um grande drama nos anos 50 e 60. Ele pretendia representar o proletarado, mas o proletarado não queria saber dele. Você imagina o que aconteceu, por exemplo, no litoral sul de São Paulo? Um dos caissaras e um denocial, os guerreiros, meu Deus do céu. Então você imagina o drama, sei lá, do Capitão Lamarca. Nós estamos aqui defendendo essas pessoas e elas nos denunciam. É um drama horrível, é um complexo de rejeição que não termina mais. E esse complexo de rejeição é um dos motivos da mentalidade do adianta que esse pessoal tem de todo mundo. Porque a hora que eles conseguiram achar um proletar o simbólico e o botaram na presidência, isso foi aglombrado. Porque isso pareceu justificar a posição deles. Então o Lula, pra ele ser precioso. Então, se você pegar todos líderes como o Lisco antecederam o Lula, quanto proletar tinha ali nenhum? Não é isso? Então você veja, uma classe não é nunca um agente histórico. Ela é, vamos dizer, o cenário. Ela é o fundo da verdadeira ação histórica. Ela pode, a ação histórica dos verdadeiros agentes, poder repercutir sobre a classe de maneira positiva ou negativa. Isso quer dizer que, por exemplo, uma parte dos capitalistas inglês ganharam com as ações da sociedade secreta. Toda parte, entendeu? E é normal que seja assim, assim como nos Estados Unidos, acontece a mesma coisa. Então, eu espero que esta aula chegue aos ouvidos do seu Salim Matar. Por entender por que essas coisas acontecem. Porque a classe capitalista não é agente e não será jamais. Só existem grupos. Quanto mais fechado for o grupo, melhor. Nessa história dessa sociedade secreta que não tem nem nome. No Milner, Milner, Rothschild e Cecil Rhodes, não consta ali nenhuma divergência interna. Eles eram tão unidos quanto a própria família Rothschild. E eles e a Casa Real, também 100% unidos, nunca houve o menor conflito. Por que a Casa Real é reclamada? Praticamente essa sociedade era a única fonte de dinheiro para eles. Até hoje. Assim. Você vê, outro dia apareceu essa história do Príncipe Andrews, metido em pedofilia. Você acha que alguém da sociedade secreta, da família Rothschild, ia se meter em pedofilia? Nunca na vida. Ali você tem a disciplina, a disciplina férrea. Não se brinca com essas coisas. Mas a família real é apenas o enfeite. Então, você dá dinheiro para um modo devagar bom. Que vai só viver assim, viajar, diversões, vestir bonito. E representar em público uma autoridade que eles não têm absolutamente. Então, na verdade, não se sabe nem se essa família real é a família real. A verdadeira que apareceu em outro sujeito, dizendo que o herdeiro real é ele. Como é que eu vou saber isso? Nunca vamos saber. Então, também é importante entender, dentro dessa ordem de raciocínio, nós podemos cruzar essa análise com uma outra que eu já fiz aqui algumas vezes, que é a análise dos efeitos da Escola de Frankfurt. A Escola de Frankfurt tirou pro letarado do papel de grande agente da Revolução. E botou no lugar o quê? Mulheres insatisfeitas, gays, mendigos, prostitutas, drogados, negos, índios, um monte de gente. Cuja revolta não era um fator objetivo como o caso do interesse proletário. De acordo com a visão de Marx, existe um interesse objetivo da classe proletária que está em choque com o interesse objetivo da burguesia. Mas é como Marx achava, e isso foi a base teórica da ideia da Revolução Proletária. Se você pensar onde houve a Revolução Proletária no mundo, nunca houve em parte alguma. Nunca. Ao contrário, quando teve a Guerra de 14, os comunistas acreditavam que a guerra era o interesse da burguesia, as burguesias lutando por mercados. E que os proletários, coitados não tinham nada a ver com isso, e que eles iam ser recusados a lutar em defesa dos seus exploradores. Ao contrário, os proletários apareceram com entusiasmo patriótrico, formidável, os proletários franceses querendo matar o alemão e vice-versa. E os comunistas ficaram chocados com isso. Então, a partir daí houve uma série de dúvidas com relação à mentalidade e à ideologia revolucionária do proletarato. George Lukash, que é o filósofo húngaro, aparece na União Soviética e diz que nós temos que apostar não na consciência do proletarato, mas na sua consciência possível. Nós criamos a consciência do proletarato, que também não funcionou, porque o proletarato daqui a pouco aderiu o fascismo nazismo, que eram doutinas ultranacionalistas, esse artes-modos. Não bem nacionalistas, bom, isso nesse assunto a gente tenta depois. Fascismo e nazismo são nacionalistas ou não, esse é o tema potraal. Mas hoje a gente sabe, por exemplo, com o partido nazista, o grande fornecedor de dinheiro para o partido nazista foi proletarado. Virei que coisa. Não foram, quer dizer, claro, que houve contribuições estrangeiras, como também houve contribuições estrangeiras para o partido comunista. Mas, bom, o essencial era aquele dinheirinho que o proletarado dava todo mês. Mas assim como no Brasil, para formar o PT, o pessoal dava lá os 10%, 30%. É o negócio da forma do Silvio Santos. Se você quer ficar rico, vende as coisas para o pobre, não para o rico. Então, também tem aquela norma do partido trabalhista em inglês. A lealdade do sujeito a um partido não depende do que ele recebeu desse partido, não é do que ele deu para o partido. Ou seja, se você explorar o proletar até o fim, toma todo o dinheiro dele, aí ele vai ser fiel o partido do resto da vida dele. Então, o pessoal da escola de Frankfurt diluindo a noção da revolução proletária, espalhando a função de classe revolucionária por todas as classes e dando como motivação revolucionária. Queixas subjetivistas de ordem racial, até social. Ah, ele não gosta de mim, ele me olhou feio, ele olhou minhas pernas. Usando esse tipo de frescura, na verdade, diluiu a noção da revolução proletária e espalhou a noção de classe revolucionária por todas as classes, tornando impossível a auto-organização da classe revolucionária. O proletário pode se organizar porque o proletário trabalha nas mesmas lugares, o proletário está sempre unido ao outro proletário. Mas aqui você tem a mulher do seu Zé Mané, que é gerente do banco, e ali você tem o neguinho da favela que acha que foi discriminado, não der empregado. Como é que você vai juntar essas duas pessoas? Não dá, no Rio de Janeiro é só ser junto na praia. Isso quer dizer que a nova classe revolucionária é classe múltipla e não tem unidade nenhuma, nem unidade possível. Então, quem pode unificar? A medida que você destrói todos os elementos culturais, unificadores, moral, religião, apego familiar, amoresteus, etc, etc, só para o que cumprir esse organizador a economia? Porque todo mundo tem que trabalhar, todo mundo precisa de dinheiro, então a economia se torna a única força organizadora da sociedade inteira, portanto a única força organizadora da atividade revolucionária. E quem tem economia na mão? O capitalista. Então, o capitalista comanda o processo revolucionário. É por isso que os alimataram, que os caras contribuem para a revolução comunista. E contribui para essa mudança a grande descoberta do Ludwig von Mises de que a economia comunista é impossível. Ou seja, jamais haverá uma economia comunista. Nem na União Soviética houve. Hoje sabe seguir durante o regime soviético em plena égora do Staling ou do Brejner, 50% da economia é privada. Então, repito a demonstração do von Mises, se não existe mercado, as coisas não tem preço, se não tem preço não dá para fazer cálculo de preço, se não dá para fazer cálculo de preço, não dá para ter economia planejada, portanto não tem socialismo nenhum. O socialismo nunca vai existir, pode esquecer, o socialismo não é um pirego, ele não existe. Ele é o nome de outra coisa. O que é outra coisa? É o poder capitalista sem freios. É para isso que trabalha a esquerda mundial inteira e é por isso que os capitalistas andam a dizer para ela. Não é qualquer capitalista que dá, o capitalista pequeno não dá, ele fica revoltado com isso. É o mega capitalista, é o herdeiro da sociedade secreta do millionaire Ed Ruschild. São os mega capitalistas que eu chamo até de meta capitalistas porque eles já ganharam tanto dinheiro que já transcenderam a ideia de concorrência capitalista, não tem mais. Então, eles têm o poder total e querem mais poder, querem o controle total da sociedade. Veja que nos anos 60 e 70, teve dois comunistas, dois marxistas chamados Paul Suize e Paul Baran, escreveram um livro notável que se chama Capitalismo Monopolista, foi traduzido no Brasil pela editora Zahar. E eles descrevem mais ou menos como funciona o regime capitalista, o capitalismo monopolista, não entender deles. Mas nem por um único minuto eles desconfiam que o agente, a serviço do capitalismo monopolista é a esquerda internacional. Ou seja, esse eu ouvi o Galo cantar e não sabe aonde, e não sabe nem quem é o Galo. Então, a descrição econômica está mais ou menos certa, mas o fator histórico preponderante, que é a ação real, eles não entenderam nada. Então, hoje em dia, não esqueçam de combater o socialismo, não tem socialismo nenhum. Pode ter com o nome de socialismo, um governo centralizado aliado às grandes potências, portanto aliado a uma espécie de organização como essa do Anglo American Establishment, que quer mandarem tudo controlar todos os aspectos da vida social. Nós temos atualmente o seu ministro borroso colaborando com isso, porque ele quer que essas mega organizações, tipo Google e TikTok, fiscalizem tudo o que se noticia. Ora, TikTok é uma agência do Partido Comunista Chinês. Aqui nos Estados Unidos, estou pensando até fechar, TikTok ou TikTok é perigoso? E está metido em mil e uma coisa enganosa. E ele vai entregar a fiscalização moral das notícias para o TikTok e diz que isso vai acabar com as fake news. E isso é fake news, senhor borroso, isso era um mentioso, isso era um trapaceiro, isso quer enganar o país inteiro. Eu acho que o borroso é louco, ele não é bom da cabeça, porque isso não é uma ideia normal que o senhor possa ter. Ou ele é, vamos dizer, um psicopata fingidor total, que eu não acredito, ou ele é louco mesmo. Eu acho que ele não tem consciência do que ele está fazendo, ele acredita realmente que isso vai moralizar as notícias. Também isso é um assunto que eu gostaria de entrar também, porque? Que tipo de veracidade pode ter o jornalismo? Eu pretendo dar um curso sobre jornalismo, vou entrar com mais detalhes, mas por enquanto aproveitando que essa aula está comprida, vamos fazer mais comprida, mas depois eu pulo as perguntas da resposta, deixe para a aula que vem. O jornalismo é uma ciência histórica diminuída, a miniatura de ciência histórica. Os procedimentos do jornalista são os mesmos do historiador, apenas aplicado com menos recursos e maior obrigidade. O jornalista nunca tem o tempo, um cara que está escrevendo, por exemplo, quanto tempo levar para escrever esse livro sobre a sociedade secreta do Milner? Pode ter levado 10 anos, 20 anos, o jornalista não pode deixar as pessoas esperando esse tempo, tudo. Mas os métodos são os mesmos, testimonhos de documentos e interpretação de testemunhas, interpretação de documentos. É possível, nessa área, você ter uma distinção estrita da verdadeira e do falso, resposta não. Você tem apenas o provável e o improvável. E isso já é demais, porque na verdade você tem apenas o verocíme e o inverocíme, o que parece verdade para um certo público e o que parece mentira para um certo público. O jornalismo, na verdade, se move na esfera retórica, ou seja, verocíme e inverocíme. Quando ele progrede muito, ele chega no domínio dialético, ou seja, da provável e improvável. Isso é o máximo. Agora, esse seu borroso sabe, não sabe que esse cara ignorante é inculto, meu Deus do céu. Ou seja, você vai exigir veracidade do jornalismo, isso é louco. E o jornalismo, a veracidade não está alcançada de nenhum jornalismo. Está no máximo, na mais linda das hipóteses, a probabilidade. Ou seja, você lê uma notícia, bom, essa que tem alta probabilidade de ser verdadeiro. Ou tem pouca probabilidade. Às vezes, não tem nem probabilidade, nem o senhor tem veracimilância. E isso é o normal no jornalismo. Você veja, um cientista social, um historiador ou sociólogo pode usar material colhido da mídia como matéria-prima. Ou seja, o começo da investigação, como Gilberto Freire usava, até anúncio de jornal. Ou seja, a matéria-prima não é a conclusão final, onde sim é exigível a veracidade, ou pelo menos alta probabilidade. Ou seja, o jornalismo é apenas matéria-prima para uma possível investigação posterior. E dessa sim, você pode exigir alguma veracidade ou pelo menos alguma probabilidade alta. Mas no próprio jornalismo, não se pode exigir nem mesmo a probabilidade, porque o normal é apenas haver ou similância. Ou seja, o que você diz é recebido para uma certa... Qual é o critério de ver a cidade na retorca? A opinião da plateia. Ou seja, o que você diz sua para aquela plateia como se fosse verdade. Qual é a validade desse critério? Nenhum. Diz apenas opinião. Ou como diz o Gilberto Rosa, pão ou pães é questão de opiniões. É isso? Então, jornalismo é tudo questão de opiniões. Este camarão ser o borroso não tem menor ideia do que a jornalismo, não tem menor ideia do que a critério de ver a cidade científica, porque está dando palpite em coisas que estão infinitamente acima da capacidade dele. Eu duvido que esse sujeito será capaz de interpretar corretamente um texto jurídico. Eu duvido. O que ele pode fazer é repetir alguma coisa que o professor delincinou para ele. Agora, se lembra do curso que eu dei sobre o Luíla Velha. Na primeira aula eu descrevi como que era o concurso para o sujeito obter o que se chama de diploma de agregação. Agregação é o direito de ensinar filosofia na escola secundária. Eu descrevi ali a série de exames pelos quais o sujeitinho é que passar. O primeiro era um comentário de um texto em língua estrangeira. Se fosse língua morta, você podia usar um dicionário bilíngue. Se fosse língua viva, podia usar só o dicionário da língua. Você vai escrever sobre o texto alemão, você pode usar só o dicionário alemão-alemão. Esse era o primeiro teste. Você tinha que dar uma aula, você tinha sete horas para prepará-la. Em toda a comissão, ouvia. Depois ele tinha um outro trabalho, mais outro, mais outro, mais outro. Mas você tinha os dez exames. Eu duvido que qualquer membro do STF passe num exame desse. Eu duvido e faço pouco. Aposto as minhas duas bolas do soccer. São velhas, mas são as únicas que eu tenho. Eu aposto as duas. Mas essas bolas não valem nada. Eu sei, eu estou com 73 anos, porque eu vou esperar as minhas bolas. Mas são as que eu tenho, então para mim tem valor. Então eu aposto as duas. Gente, o maior problema do Brasil, não é um problema com o nome, não é um problema administrativo, não é um problema jurídico. É um problema de ignorância. A ignorância brasileira é um negócio indescritível. Você viu que esses caras escrevem? Eles não sabem. Eles têm dois eros, pô. E há anos leio teses universitárias que deram diploma de curso superior a pessoas. Você tem dez eros por parte, um negócio absurdo. Quando eu comecei a trabalhar no jornal, não era assim. Eu estava trabalhando no jornal chamar Cidade de Santos e lá tinha um editor de texto, ao qual eu sou muito grato. Ele se chamava Ciro Franklin de Andrade. Ele lia tudo que a gente escrevia. E não tinha dó da gente. Você viu que eu estava no dia... Pô, você é um alfabeto, você é um bosta, está tudo errado isso aqui e pedorava no mural para todo mundo ver. Você aprendia de qualquer maneira para não passar vergonha. Hoje em dia, se você fizer isso, não passa ninguém. A redação inteira da folha é desaprovada. Então, a pessoa da folha escreve assim, eu lhe amo. É tudo assim, pô. E esse ministro? Por exemplo, o seu borroso perdido para ir num livro preferido, ele disse, é ticanecômago de Aristótese. Uma canção preferida, não sei o que é isso aqui, do Gilberto Gil, falou, não é possível. Não é possível. Eu vou dizer uma coisa para você. Um homem de cultura não ouve Gilberto Gil. Não ouve, não é que ele não gosta, ele não ouve. Ele não tem interesse nisso. Porque isso aí não é música popular, isso é música industrial, gente. É música feita para consumo de massa. É uma atrás da outra, não vale nada, nada vale nada. Uma vez que perguntaram para o Otman e a Carpó, qual é a coisa que você mais odeia no mundo? E respondeu, música popular de qualquer gênero, ou nacionalidade. Não precisa dizer, é o modo de dizer claro. Mas o Otman e a Carpó não só não ouvia música, ele lia partituras. Ou seja, ele está lendo a partitura, a música está passando todo na mente dele. Então quando esse homem escreve uma história da música, ele sabe o que está falando. Agora... Quanto mais você conhece que isso é um capaz de fazer isso, hein? Eu acho que não tem mais. Então, é lá, o homem, ele diz que leu a Etica Nicômico, mas a canção dele é do Gilberto Gil. Ele falou, não vai dar, meu filho, não vai dar. Você não leu a Etica Nicômico nenhum. E se leu, eu desafio você a ler 10 linhas e me dar uma interpretação descendo e me explicar o que a Aristótia está dizendo. Eu posso dizer, eu sou autor do livro sobre a História. E fui um dos únicos 7 brasileiros convidados para participar do Mál Congresso Ilógico do Mundo, que foi o UNILOG realizado e montou aí na Suíça, vários anos atrás. Então, algo a respeito, eu sei. Já dei vários cursos sobre a Aristótia, tanto gravado, uma hora vai sair. Além do livrinho que eu escrevi, hein? Então, outra coisa, se você quer entender a Aristótia, meu filho, você não vai começar por ler a Etica Nicômico. Mas de jeito nenhum, hipótese alguma. Porque você não leu as obras lógicas de Aristótia, então você não sabe nem sequer o nível de credibilidade que ele está dando a cada uma das frases dele. Você não sabe se argumento poético, retórico, dialético, lógico, você não sabe nem isso, então você não sabe o quanto Aristótias confia no que ele está dizendo. Então, evidentemente, é preciso não entender o que eu digo, não entendeu nada. Se você não sabe em qual dos quatro níveis de credibilidade estão discursos, você não entendeu o discurso. Essa é a principal lição de Aristótias. Eu passei anos e estou dando isso e a gratidão que eu tenho para Aristótias é infinita. Não infinita não pode ser porque eu sou finito, mas ela é maior que eu. Então... Digo bom, o sujeito, acho que a eleitura predileta dele é Aristótia. Então ele tem nome na música e tem que citar barro, o Beethoven, uma coisa assim, né? Ou canto de ligo oréano, sei lá o que, mas Gilberto Gil não vai dar, porra. Gente, por hoje é só, tá bom? Até a semana que vem, muito obrigado. Hoje não tem pergunta e resposta.