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Então vamos lá, boa noite a todos, e bem-vindos. Eu queria voltar aqui a um assunto que já é meio antigo no nosso curso, que é aquilo que eu expus na postila questões de métodos nas cenas sociais. Eu queria dizer algumas coisas que complementam aquela postila, a minha teoria da cenas sociais está muito incompleta, falta muita coisa. Nesta aula também vai ficar faltando, mas pelo menos eu gostaria de fazer indicar alguns temas que seria preciso elaborar melhor para que a coisa fique completa. O ponto de partida é o seguinte, quando nós nos pomos a investigar um objeto qualquer, antes de tudo nós temos de obter o que seria o conceito desse objeto, e esse conceito é, de acordo com a famosa regra aristotélica, aquilo que caracteriza esse objeto, que individualiza esse objeto e o distingue de todos os outros e que não deixa fora nada do que o compõe verdadeiramente. Então a definição tem que ser, no meu lado, completa, abranger todos os aspectos do objeto, e, por outro lado, não pode deixar confundi-lo com nenhum outro objeto. É claro que na hora que eu digo isso você já entende que toda discussão pública no Brasil sobre o que quer que seja, é só bestira, porque você não encontra uma única pessoa que seja capaz de conceituar o objeto do qual está falando. O pessoal só usa termos vagos, que são figuras de linguagem, às vezes apenas caricaturações, deformações totais e discuta como se fosse uma coisa séria. Por exemplo, qual é o conceito de fake news? Fake news foi o insulto que o Donald Trump inventou para caracterizar a imprensa que não gosta dele. Então, mas é evidente que como no jornalismo não existe o critério científico de verificação, tudo pode ser chamado de fake news ou de notícia verdadeira. No jornalismo, por definição, não há um critério final de veracidade, isso deveria ser óbvio para todo o mundo. O jornalismo final de conta não é uma ciência, ele é uma espécie de filhote ou miniatura da ciência histórica. Quer dizer, é a ciência histórica amputada das suas exigências mais rigorosas e limitada ao curso da vida presente. Isso seria definição do jornalismo. Só você definir, você percebe que a certeza científica nessa atividade é absolutamente impossível. Então, tudo pode ser fake news ou true news, dependendo do ponto de vista. E a discussão jamais vai terminar. Então, na medida em que algumas pessoas desejam, por exemplo, criminalizar os fake news, é evidente que isso é uma atrapaça, isso é uma vigarice fora do comum e as pessoas que faziam isso, elas deveriam estar na cadeia porque estão botando todo mundo em godo. Esse pessoal que formou essa comissão da fake news, eles próprios são, no outro sentido da palavra, eles são uma fake news. Eu acho que o resumo deles todos é o Alexandre Frut, é o mais típico e mais que exemplifica melhor o espírito da coisa. Só fala besteira e começou já ele mesmo com fake news, me atribuindo àquele post que eu mesmo já tinha advertido um ano atrás que não era meu. Mas não é só fake news, em geral, tudo que se discute no Brasil é assim. As pessoas não têm a formação acadêmica, na verdade, necessária para discutir nenhum assunto com seriedade, realmente nenhum. Se é para existir uma ciência social, que dê uma ciência da sociedade, então, por um lugar, seria preciso definir o que é a sociedade humana de tal maneira que ela não se confunda com as sociedades animais ou com qualquer, na verdade, qualquer dos seus componentes, qualquer das suas partes. Tem que ser portanto uma definição abrangente, então, eu acho que há uma coisa característica que define a sociedade humana, é que, em primeiro lugar, tudo o que existe nela é fruto da ação humana e não da natureza. Tudo o que existe na sociedade, que é um fenômeno social, é porque alguém fez. Esta definição já é esquecida pelo próprio fundador da ciência social, Emilio Dürkheim, porque para ele a definição de fato social é uma coisa que ninguém fez e que atua no entanto sobre os menos da sociedade. As instituições, não são ações propriamente humanas, são fatores impessoais que pesam sobre os seres humanos, como, por exemplo, instituições, hábitos, costumes etc. Bom, é claro que me mostra um único costume, uma instituição, que tenha nascido da natureza sem a intervenção humana. Se existe uma instituição, é porque alguém inventou um dia. Você pode ter inventado há tanto tempo que você não sabe mais origem, então aquilo não parece fruto de uma ação humana, mas parece o resultado de um fator impessoal misterioso. Então, a sociedade humana, como mistério, como o fator hipnótico que imbeciliza as pessoas e as impede de enxergar a ação humana, portanto de saber quais são as responsáveis por aquilo que acontece, ela é uma das bases da ciência social moderna. E é fantástico que os nossos primeiros sociólogos, como primeiros cientistas sociais como Dürkheim, o próprio Max Weber, Karl Marx, muitos outros tiveram um pouquíssimo interesse por essa distinção fundamental, que tudo que existe na sociedade é fruto da ação humana. Existe porque alguém fez, existia. Quando se forma, por exemplo, um costume, um hábito, é porque várias pessoas fizeram a mesma coisa. Por exemplo, existem instituições do casamento. Quer dizer, muitas pessoas se casaram, mas não quer dizer que o casamento tenha aparecido naturalmente sem intervenção humana e sem nenhuma decisão humana. Claro que existia essa decisão, nós sempre podemos rastreá-la. Então, por outro lado, nós temos que reconhecer que Dürkheim tinha alguma razão ao dizer que os fatos sociais pesam. Pesam sobre as pessoas como se fossem fatores impessoais e anônimos, sem autor, e que, no entanto, influenciam as pessoas. Quer dizer, uma lei, por exemplo, pesa sobre você, você é obrigado a cumprir, embora você não saiba quem implantou essa lei e por que ele fez isso. Você não sabe da onde aquilo saiu, no entanto, a coisa pesa sobre você. Um hábito, por exemplo, quando você é submetido a julgamento por outras pessoas, você tem uma conduta que o pessoal não gostou. Então, evidentemente, eles estão julgando você em função de algum valor que foi estabelecido e consolidado pelo hábito ao longo das gerações, ou ao contrário, pode ter sido implantado numa única geração por força de uma pressão, por exemplo, da mídia. Um órgão de mídia pode criar do dia para a noite uma impressão de que um certo hábito ou valor é uma coisa impessoal, anônimo, quase divina. Então, eu me lembro que uma vez eu fui fazer uma conferência para um grupo de surfistas e eles diziam assim, o surf é a minha vida. Eu disse, mas, espera, mas quando o surf começou ontem, como é que isso pode ser a vida de qualquer pessoa? Quer dizer, antes você não tinha vida? Então, uma coisa que é apenas um capítulo da vida dele se tornou para ele a vida inteira e ele não sabe da onde saiu aquilo. É claro que o surf não saiu, não foi acumulado ao longo dos tempos das gerações, uma coisa, uma moda que se veio do dia para a noite. Todas as modas são assim. Um dos grandes segredos da moda é ocultar a sua origem. Você não sabe onde ela saiu e por isso ela parece natural, espontânea, impessoal, anônima. Mas esses dois lados da coisa, esse que eu estou enfatizando, que é a ação humana e a impessoalidade, que é enfatizada pelo Emilio Jorcaen, esses dois fatores estão presentes na sociedade humana e nós quase podemos definir a sociedade humana pela convivência dialética entre esses dois elementos. Por um lado, você tem a espontaneidade humana, a criatividade humana, as decisões humanas e por outro lado, você tem o fato de que muitas dessas decisões se consolidam em hábitos, valores, leis, critérios, que adquirem então um valor e um peso impessoal e se impõe as pessoas sem que elas saibam da onde veio aquela ordem. Não é preciso dizer que havendo esses dois fatos, então o coeficiente de mistificação na sociedade humana é imenso, porque praticamente ninguém sabe a origem da maior parte dos usos e costumes e nem mesmo das leis. Isso por exemplo, se você perguntar, bom, quem foi que redigiu a Constituição Brasileira? Ninguém mais lembra. Eu sei que o Nelson Jobim, uma noite ele escreveu dois artigos da Constituição e meteu na Constituição sem passar pelo Prenar, ninguém sabia que aquilo estava lá e não então os dois artigos continuam lá até hoje. Foi aprovado junto com os outros. Então, o prestígio que certas instituições e hábitos e valores adquirem pelo desconhecimento da sua origem, pelo desconhecimento da ação humana que o gerou, é um dos fatores presentes na sociedade humana da maneira mais constante e avassaladora, podemos dizer que quase tudo na sociedade humana participa dessa briga entre a liberdade humana, a liberdade de agir e o confronto com fatores impeçuais e anônimos consolidados, ou pelo tempo, ou por uma ação muito bem organizada. Por exemplo, quando você vê esse negócio de ideologia de gênero, essa coisa toda, olha, eu me lembro de uma época em que nada disso existia, em que se você falasse, por exemplo, quando eu tinha 20 ou 25 anos, se você fala em casamento gay, era impossível falar, ninguém falava disso, ninguém tinha essa ideia, no máximo você sabia que havia casais gays, às vezes trios gays, quartetos gays, surubas gays, a gente sabia que existia tudo isso, mas ninguém associava isso com um casamento, podia no máximo, se formasse um casal mais permanente, o que era uma raridade, podia simular um casamento de algum modo, mas como não havia a possibilidade da procreação, então um elemento fundamental do casamento desaparecia, a ideia de comparar isso com o casamento pareceria de Drúschl 50 anos atrás, e no entanto hoje é uma coisa que simpose e que todo mundo tem que obedecer, quem vai contra pode até ser preso, e assim por diante, por exemplo, também a ideia da igualdade entre os sexos, é claro que é uma ideia muito difícil de você definir, porque eles vão ser iguais em que, por exemplo, nós temos que, a mulher tem o direito a ter a mesma força física que o homem, nós não podemos imaginar isso aí, e se a igualdade tem que levar a sério, se você pega lá, sei lá, um lutador de boxe e põe do lado de uma dessas modelos que pesa 40 quilos, há uma desigualdade evidentemente, também a igualdade entre as gerações, quer dizer, por que que só as pessoas que têm mais de 18 anos têm o direito de discutir o orçamento da família, por que que um menino de 4 anos não tem direito à sua opinião, por que que ele não tem direito de proclamar que levá-lo ao McDonald's é mais importante do que pagar conta de luz, por exemplo? Então o conceito da igualdade é um dos mais complexos que existe, e é um conceito tão complexo e tão problemático que o simples fato de proclamá-lo como um valor em si mesmo é uma vigarice, você está impondo um valor que você mesmo não consegue definir, você consegue definir nem palavras, claro, você pode definir o que você está querendo dizer com esta palavra, mas qual é o fenômeno da igualdade real que deveria em hipótese vigorar na sociedade? Isso não é descritível, existem coisas que são descritíveis, por exemplo, eu posso descrever o que é trabalho, nós todos sabemos o que é trabalho, vamos dizer um desempenho de energia em função de obter um resultado material, ou um produto, algo que você faz, ou pode ser uma ação que você exerce sobre o outro, por exemplo, um massagista quando o massagista é pessoa e não está produzindo nada, está agindo sobre uma outra pessoa, então nós sabemos o que é o trabalho e entendemos também o que é a remuneração do trabalho, portanto isso é uma coisa que nós podemos discutir seriamente porque não há grandes dúvidas, mas quando nós falamos, por exemplo, da igualdade, nós realmente não sabemos o que estamos falando, e quando a Revolução Francesa coloca lá a liberdade, igualdade, fraternidade, ela não sabe que são nenhuma dessas três coisas, por exemplo, até onde vai a fraternidade, as pessoas cuja cabeça nós cortamos ou não sermos também, ou não, então isso aí é um problema, então você vê que a liberdade, a igualdade é uma figura de linguagem e não um conceito de uma coisa real que possa ser descrita, o número de termos desse tipo que circulam em toda a discussão pública, o negócio, principalmente as pessoas que estão dispostas a matar e morrer por coisas que elas não têm menor ideia do que isso seja que às vezes nem existem, mas um dos motivos para existir a ciência social é melhorar o nível dessas discussões e induzir as pessoas de preferência a discutir sobre coisas que elas conhecem e que elas são capazes de reconhecer na vida real e não somente no nível do discurso, quer dizer, a clareza do discurso é uma coisa enganosa porque você pode, às vezes você pode definir todos os termos que você está usando, mas isso não quer dizer que você saiba reconhecer na realidade os objetos que você refere, você só tem, você tem aquele famoso trinca, você tem o signo, o significado e o referente, o que é o signo? É um sinal verbal, o sinal gráfico, qualquer coisa, o que é o significado? É um conjunto de palavras que define aquilo, e o que é o referente? É a coisa real a qual essa definição se refere, por isso é um referente, né? Então, se você só tem o significado, mas não tem o referente, então você só sabe se orientar no plano do seu próprio discurso e não na realidade, né? Então, se você formular essa exigência, por isso você entrar no Congresso Nacional e formular essa exigência em qualquer discussão, você vê que a pessoa fica até ofendida, porque elas nem entendem qual é o problema, a seguro para você, nossos deputados e senadores não sabem do que eu estou falando agora neste momento, eles não têm a menor ideia disso, são todos analfabetos funcionais, todos sem exceção, não, pode ter uma ou duas exceções ali no meio, espero que tenha, porque se não tiver, nós estamos lascados também, mais lascados que imaginá-lo, tá sendo, mas a maioria é de analfabetos funcionais, quer dizer, o analfabeto funcionar, não tem ideia da sua deficiência, eu tenho vários alunos que já me escreveu, eu descobri que eu sou analfabeto funcional, eu preciso reaprender a ler, eu digo, você tem toda a razão, quer dizer, eu tenho um amigo na juventude chamado Macedo, que eu dividi um apartamento com ele e ele ficava lendo o dia inteiro, tem imensa coleção de livros, o tempo todo ele ficava lendo, um dia repentinamente ele parou a leitura, virou para mim e perguntou, dê uma coisa, você entende o que você lê? Então esse é um analfabeto funcional consciente, de repente ele percebeu que não estava entendendo o que ele ia ler, mas é um tipo raro, já nós pessoas não entendem e não entendem que não entende, e quanto menos entende que não entende, mas ele tem a impressão de que entende, é aquele negócio que eu já expliquei para você, ao contrário do dinheiro e da saúde, a inteligência é uma coisa que quanto mais ela falta, menos você sente a falta, quanto a burro você é, menos você sente que é burro, o homem inteligente sente que é burro 24 horas por dia, porque ele está sempre tentando entender algo a mais, e o primeiro é sempre fui assim, eu sempre tento aprender algo que eu não sabia, aprender algo que eu já sei com a levantar, e se é algo que eu não sei, então evidentemente eu não tenho a mesma facilidade para lidar com aquilo que eu tenho para lidar com o que eu sei, então a dificuldade de compreensão é um elemento permanente da vida intelectual, das pessoas que são estudiosas, agora, para esses burraudos todos, isso aí não existe, ele jamais teve a impressão, você acha que algum dia o alerte fruta teve a impressão de ser burro, mas nunca na vida dele, ele sente que ele é um gênio, justamente porque não está entendendo nada, ele não entende o suficiente para perceber que não entende, e uma vez, disse para vocês, ensinei aqui nessas mesmas aulas, o que eu chamo do mapa da ignorância, o mapa da ignorância é você fazer a lista daquilo que você precisaria saber para entender aquilo que você já sabe, sempre tem isso, sempre tem elementos que estão faltantes para dar consistência ao que você sabe, e esse mapa da ignorância, e às vezes é mais importante evidentemente do que fazer o mapa dos seus conhecimentos, o mapa dos seus conhecimentos não termina nunca, mas o mapa da ignorância às vezes são um ou dois itens que estão faltando para você entender, você vira por exemplo, o que eu comecei dizendo nesta aula que o ponto fundamental do estudo da sociedade humana é a ação humana, e o garanto para vocês que quase 100%, ou mesmo 100% dos estudantes sociais no Brasil nunca pensaram nisso, e esse é o que lá já recebe as noções sociológicas prontas, como se elas tivessem caído do céu, classe social, economia, o sistema de trocas etc etc, e quem fez isso? Quem inventou isso? Então tudo que existe na sociedade humana nasce da ação humana, mas ao longo do tempo pode se consolidar como um fator impessoal e sem autor, e pode adquirir o prestígio de elementos divinos ou diabólicos, portanto elementos cujo autor é um mistério inalcançável, praticamente tudo na sociedade humana acaba adquirindo esta feição para o sujeito que não sabe, a origem de nada da sociedade humana, tudo é misterioso evidentemente, tudo é um fator divino, o demoníaco que pesa sobre ele, sem que ele saiba da onde aquela porcaria veio, então a origem das coisas é o que dá, sabe a origem das coisas, é o que dá a consistência de elementos reais, quando era moleque, um dia eu estava tomando lanche na casa de um amigo meu, eu tinha o que? 12, 13 anos, talvez nem isso, e de repente o pai dele veio, sentou conosco e perguntou, você sabe de onde saiu todas essas coisas que tem aqui na mesa, esse pão, esse queijo, a manteiga, o presunto, a faca, o garfo, a xícara, a mesa, a toala de mesa, e daí nós não sabíamos nada, aquilo tudo para nós era um elemento mágico, e daí ele começou a explicar um por um, como fazia o pão, da onde saiu o pão, como fabricava a xícara, etc, etc, etc, aquilo tudo passou para nós uma realidade muito mais intensa do que antes, essa é uma característica da realidade, a realidade só existe no tempo, é não existe de maneira atemporal ou supratemporal, claro que existem realidade supratemporais, mas as realidades que estão ao alcance da nossa experiência, todas existem no tempo, o que que fez o Jesus Cristo quando veio para a Terra? Ele entrou no tempo, ele estava na eternidade, baixou para o tempo, então tem uma existência temporal dele, que é distinta da sua existência eterna, nós também, quando morrermos podemos ir por eternidade, com o céu e o inferno, mas enquanto estamos aqui estamos no tempo, e a nossa experiência celeste e infernal, no momento não nos é acessível, como experiência, então essa densidade temporal é uma coisa essencial para você compreender qualquer coisa, então você compreender a história daquilo, a origem, da onde veio, comece a se perguntar isso aí, sempre que você nota uma discussão pública, primeiro, o objeto do qual eles estão falando, qual é exatamente o conceito, o conceito não quer dizer definição nominal, isso é a coisa mais importante do mundo, a definição nominal qualquer idiota pode lidar, mas o conceito é definição nominal, mas mais uma descrição do referente, isso é da coisa aqui, você está se referindo, por exemplo, o sujeito pode ser capaz de definir vaca, mas quando você mostra uma vaca, ele não reconhece, então ele sabe que é uma vaca, não, ele sabe apenas o nome da vaca, as discussões públicas no Brasil são quase assim, são só coisas de palavras, não tem objeto, então esta é a primeira coisa, e segundo, se lembrar de que tudo tem uma origem, e quando você desconhece a origem, tudo lhe parece fantasma agórico, não é isso? Ora, os costumes que nós seguimos, que são, vamos dizer, a base dos julgamentos que nós fazemos sobre os fatos, todos têm uma origem, por exemplo, se você acha que certas ações são certas e outras são erradas, umas são boas, outras são más, tudo isso em base aqui, é um sistema de valores, esses valores têm uma história, eles podem ter sido, sei lá, pode ter sido revelado por Deus, no começo dos tempos, pode, nada impede, está certo, mas isso só resolve o problema, fala não, porque que Deus quando revela uma coisa, revela para um sujeito, profeta, e esse profeta tem que explicar para os outros, então você vai ter que voltar até a história do profeta e saber, que que Deus falou para você? Não foi isso que perguntava para Moisés quando ele desceu do mundo do Sinai? Que que ele falou para você nesse? Ele falou tal coisa, pá, pá, pá, pá, pá, pá, não é isso? Então, aí você tem uma origem divina, outros valores e critérios de julgamento, pode ter uma origem que não seja divina, pode ter sido uma descoberta genial, o sujeito ele achou que as coisas eram assim, explicou e todo mundo acreditou, mas você tem que saber da onde o sujeito tirou isso, então, quando você não sabe a origem, tudo para você vira a origem divina, e você aceita aquilo tudo como se fosse uma autoridade que pesa sobre você, então você está realmente alienado, você está se prostrando diante de invenções humanas como se fossem mandamentos divinos, e isso é a coisa mais normal em todas as discussões, por exemplo, as pessoas olham e falam de democracia, todo mundo que é democrata já reparou, e tem um amor para a democracia com negócios impressionantes, fala de democracia e ele já tem uma ereção e já já cula, assim, hoje em dia, agora, que raio de coisa essa democracia? Você vê que o contexto da discussão sobre democracia é o seguinte, existem as instituições democráticas que são o Congresso, isso é, o Senado de Acámbio de Deputados, o Sistema Judiciário e, por outro lado, existe o quê? A intervenção militar, a ditadura, isso é o conflito, quando fala, temos que defender a democracia, temos que defender o que é que é, contra o autoritarismo, contra a tirania militar, etc., etc., etc., mas pensa bem, por que estão opondo a democracia, a ditadura militar, se ninguém está propondo a ditadura militar? Você já viu algum militar propondo a ditadura militar nos últimos 30, 40 anos? Não, não tem, ao contrário, todos eles dizem que só querem manter o sistema atual democrático, de vez em quando aparecem os sujeitos e dizem assim, ah, mas no tempo dos milíquos havia menos crime, etc., etc., então isso tem loja, um aspecto de um regime que acabou meio século atrás e daí já adverta em conta esse cara como se eles tivessem tentando implantar uma ditadura agora, o que é uma coisa de louco, evidentemente, então o que você fala sobre o passado, não pode ser interpretado como uma proposta para o presente, então uma narrativa histórica não é um plano de ação, qualquer pessoa alfabetizada deve saber isso, por exemplo, se você diz ao regime militar foi acusado de muitos crimes que ele não cometeu, ou seja, ele não cometeu todos os crimes dos quais ele é acusado, cometeu-se alguns, não seria justo você tentar distinguir os que ele cometeu, os que ele não cometeu, os que ele foram atribuídos indevidamente, é a coisa mais justa, é você fazer a narrativa histórica justa, correta, científica, mas se alguém faz isso ele imediatamente é acusado de querer restaurar a ditadura militar, não é um negócio incrível, então, mas isso é evidentemente absurdo, vamos supor que a reputação que você está querendo limpar historicamente é de alguém da esquerda, por exemplo, eu já disse mil vezes, Joseph Stalin foi uma maior estrategista de todos os tempos, e em segundo lugar ele de fato criou uma potência econômica e militar notável, quer dizer, eu estou defendendo o estalinismo e querendo a volta do estalinismo, não, eu estou falando do passado, estou tentando fazer uma narrativa justa do passado, está certo? Mas eu acho que hoje em dia nem essa distinção as pessoas pegam mais, porque elas vão pelo que? pela impressão sentimental, pela impressão emocional do valor que está subentendido, da impressão que tudo aquilo que você fala a favor de algo expressa o que? um plano de ação política, mas essa impressão é verdadeira? claro que não, essa impressão é totalmente psicótica, então o que acontece é o seguinte, no Brasil não há nenhuma oposição, nenhum conflito entre propostas democráticas e propostas ditatorais, nenhuma, tem ninguém propondo a ditadura, até os caras que ele grupo intervencionista, que é pouquíssimas pessoas, quando falam de intervenção militar eles falam no sentido de restaurar uma democracia, uma coisa assim, ninguém está propondo regime militar, mas se ninguém está propondo regime militar, por que defender a democracia contra a ditadura? por que que todo mundo tem que mostrar, eu sou democrato, eu defendo as instituições democráticas, etc etc, não acontece isso, todo mundo que fala, que o que está a abrir a boca já está lá a democracia, a democracia está de direito, é o senhor, a ruinaldo está de direito, as devedo, o quim, democracia catacoquinha, então, qualquer piadinha que se faça, a respeito já vira uma ameaça de um plano político, o Bolsonaro às vezes fez algumas piadinhas, a respeito de matar bandidos, essa coisa toda, para o outro vira um plano político, de tomar o poder e matar todo mundo, é claro que discussão psicótica, e levar a sério uma pessoa que faz isso, como é que desvaloriza você mesmo, você está se expondo a uma coisa humilhante, mas volta à pergunta, se não há, no momento, nenhum plano de ditadura militar, pelo menos defendido abertamente, o mesmo em segredo, por que defender a democracia contra isso? Ora, qual é realmente o risco, qual é o perigo do qual está se defendendo? O que nós vemos é o seguinte, aqui, não existe um conflito entre as instituições democráticas e uma proposta aleatatorial, não tem proposta aleatatorial, mas o que existe é um conflito entre as instituições democráticas e o povo, praticamente tudo que o povo quer, o Senado, a Câmara e o STF não quer, eles querem o que? Hoje mesmo, o Bolsonaro tinha feito um decreto flexibilizando a posse de armas, obedecendo, portanto, uma decisão popular num plebiscito de anos atrás, o Senado já cortou, ou seja, as instituições democráticas estão repletas de pessoas que estão contra o povo. Então, a briga não é entre democracia e ditadura, é contra dois conceitos de democracia, é uma democracia elitista em que tudo está na mão da classe dominante e uma democracia popular prebiscitária no povo decide, mas acontece que o conceito de democracia, se não é o governo do povo, é o que? É só porque você tem, só porque os caras foram eleitos, depois de eleitos, eles não têm nenhuma satisfação a dar aos seus eleitores, só tem satisfação de dar depois de quatro anos, durante esse tempo o povo não precisa nem saber o que ele está fazendo, claro que isso é uma ditadura, é uma oligarquia, uma ditadura oligárquica, você tem as incelências, as pessoas importantes, e elas mandam. Então, a briga não é entre democracia e ditadura, é entre democracia oligárquica, conceito oligárquico da democracia e o conceito substantivo da democracia. O que eu estou falando não está suficiente, uma vez que eu falei não está suficientemente, claro, vocês já não perceberam que todo mundo está com esse discurso de defesa da democracia, é um vigarista que está a serviço da oligarquia e querendo frustrar os desejos do povo e impedir o povo o controle que ele está fazendo, ou seja, o senhor que está impedindo que exista a democracia, é o maior defensor da democracia. Agora eu já expliquei, o que é isso aqui? Isso aqui é a aplicação do método que ele está explicando no início, você tem que definir as coisas de modo que você saiba não só a definição nominal delas, mas você sabe o referente, você sabe os fatos e coisas que aquilo se refere na realidade, e quando esses fatos e coisas aparecem à sua frente, você o reconhece e pode apontá-los. Olha, era disso aqui que eu estava falando, uma vaca é isso, um tatu é isso, uma formiga é isso. Não é só uma definição nominal de formiga, tatu ou vaca. Ora, como nós podemos aceitar que nosso destino será decidido por pessoas que não sabe sequer definir os termos que estamos usando, gente? E que acreditam que estão defendendo a democracia contra uma ditadura, quando estão defendendo uma oligarquia contra o povo? Vamos supor que os fatos fossem uma oligarca sincero, que acredita que o povo tem que calar a boca e que quem tem que decidir é aristocracia. Então ele deveria defender isso sinceramente, e eu acho que não é uma ideia indecente, porque pode ser defendido, claro, acho que acredita nisso, tem que ter a classe dominante, que são as pessoas mais inteligentes, mais capazes, tem que mandar nos outros. Você vê, quantas vezes o Jordan Peterson não defendeu essa ideia, não em termos radicais, mas normal, os mais inteligentes mandam-nos menos inteligentes, os mais capazes menos, menos capazes. Então a oligarquia poderia ser defendida nesses termos, mas acontece que o que nós temos é uma oligarquia sem aristocracia, é uma oligarquia que não foi formada pelo mérito, se você pensasse em como se formou a nobreza europeia, ela se formou no campo da guerra, quando teve as invasões bárbaras, então em cada local alguém se levantava para organizar a defesa, formava um exército local, etc., essas pessoas depois foram premiadas, o povo juntou e deu terras para eles, viraram senhores de terras, viraram senhores feudais e viraram aristocracia europeia, então eles se formaram pelo mérito, claro que seus filhos e netes e bisnetes que eles começaram a roubar e gastar dinheiro em computaria, etc., etc., mas na origem, na nobreza, tinha origem nobre, não é isso? Agora, qual é a origem da nossa classe política? A origem é o fundo partidário, é o dinheiro do povo que é dado por sujeito subindo a vida e mandar no povo, a origem dessa classe dominante, ela em si é indecente, precisamos de financiamento público das campanhas eleitorais, porque se não os mais ricos têm vantagem sobre os mais pobres, como essa política não foi feita para os pobres? Quer dizer, os rios do pobre que sobem na política quase que com certeza ele vai roubar, porque ele viu a política como meio de ascensão social, não é isso? É sujeito, é um milionário, então ele entrar na política, é o serviço que ele está prestando, provavelmente vai perder dinheiro com isso, mas se você estudar a história das cruzadas, você verá que as cruzadas não foram feitas para ganhar, ninguém foi entrar na cruzada para ganhar dinheiro, todos perderam dinheiro, todos os combatentes, todos os comandantes militares, já perderam dinheiro, alguns perderam tudo, o objetivo deles era outro. Agora, você quer democratizar a chance do sujeito ser deputado ou senador, você está brincando comigo? Você quer democratizar a chance de você ser um membro da oligarquia? Não percebe que isso é contraditório, não? Quer dizer, você quer democratizar os meios de tornar as pessoas desiguais? Você quer uma coisa mais absurda que isso? No entanto, quando apareceu o projeto de financiamento público das campanhas, eles dizem que ninguém não apareceu um sujeito para dizer isso. Olha lá, meu filho, tem muita coisa que você pode democratizar, outra coisa que você não pode, porque é autocontraditório. Por exemplo, se você financiou a campanha eleitoral, então o pobrezinho pegou dinheiro público, fez a sua campanha e virou deputado senador, você acha que ele vai deixar que um outro pobre na eleição o seguinte entende no lugar dele? Não, meu filho, então o financiamento público consolido à desigualdade de oportunidades. É a coisa mais óbvia do mundo, depois que o Olavo explicou, claro, antes é obscuro, incompreensível. Então, você vê a urgência que nós temos de formar uma verdadeira ciência social, sem os fetichismos que acompanharam. Na origem da ciência social tem muita vigaria, se gente... Por exemplo, se você pega a tese do Max Weber, Max Weber tem muita coisa brilhante, evidentemente, sobre tudo na parte de metodologia, mas a tese dele, a ética protestante do Espírito do Capitalismo, essa tese nunca foi comprovada ao contrário, só existem provas de que ela não funciona. E, no entanto, esse livro é o livro de ciência social já mais famoso do mundo. O que se provou é o seguinte, os países que eram católicos, eles progrediam no capitalismo antes que os países protestantes. A teoria toda do capitalismo foi escrita por monges e por jesuítas, muito antes que qualquer alemão protestante tivesse ideia na cabeça. E, adoro mais, se você pegar assim, qual era o país mais rico da Europa até o século XVIII, até quase começando a dizer na França, lê o livro do Rodney Stark, Reformation Myths, Myths da Reforma. Quando eu li isso aí, eu não sabia o que pensar esse livro do Max Weber, porque o livro é brilhante de algum modo, é brilhante, é bonito, só que o seguinte, isso nunca aconteceu. Então, o que raio de ciência é essa? Que celebra como um maior monumento intelectual dela uma tese falsa. Tem alguma coisa errada aí, não tem? Nós não podemos esquecer que muitos dos cultores da ciência social propõem a ciência social como substituto da teologia e da filosofia. Então, a coisa já veio com um sacanagem no meio, né? Também, você verá, o uso das ciências sociais como instrumento para a criação de regímes ditatorais e tirânicos, é uma das coisas mais óbvias que existe, por exemplo, todo o sistema de controle social, de manipulação da opinião, da engenharia social, tudo isso que é ciência social, mesmo é do céu. Quer dizer, você acha que a ciência social é inocente? No Brasil tem essa coisa. Ah, nós estamos estudando a ciência social para nos libertar das pressões do poder. Você fala, o quanto é que está fazendo a pressão do poder? Como é que eles expressão, como é que o poder nos pressiona sem usar a ciência social? É absolutamente impossível. Então, se você pega hoje qualquer desses mega empresários que querem mandar no mundo, todo mundo diz que eles têm milhares de ciências sociais trabalhando para eles. Em sinal, os caras fazem engenharia social, dominar as sociais. Quantos sociólogos você acha que tem trabalhando para o Jorge Suras? É um monte, né? Como é? Até o Fernando aí. Ah, claro, claro, claro. Bom, mas eles nunca foram sentidos social, de jeito nenhum. É apenas um demagogo, um vulgar bobo. Quando ele disse esqueça o que eu escrevi, o que ele quer dizer tudo que eu escrevi foi só para chegar aqui. O que eu estou fazendo aqui agora, o que eu escrevi era só para enganar trouxa. O Deu-Ama, confessa isso aí. Uma coisa que me impressionou muito, né? Hoje eu está aqui lidando com os livros do Peterine Sorokin, sociólogo russo, né? Que mora no Estados Unidos, foi presidente da American Sociological Association. E ele escreveu três livros sobre as várias teorias sociológicas que estavam circulando no século XX. Somando tudo a umas 2 mil parnas. Ele foi o único sociólogo que se interessa pelas teorias dos outros. Nenhum fez isso. Você tem que falar um monte de autores que agora estão esquecidos. Esse Sorokin era realmente uma boa alma. Agora o Sorokin tem um outro mérito. Ele foi o único sociólogo que na formação das sociedades, deu importância para um fator fundamental, que é o amor ao próximo. Santo Augustino dizia que a base da sociedade é o amor ao próximo. No entanto, as pessoas estudam o que? A produção, a exploração econômica, a propaganda, etc. Mas esquecem disso aí. Claro que se não existisse o amor ao próximo, não existiria a sociedade. Essa história do Thomas Hobbes. Hobbes foi um charlatão e um pior ainda, um idiota monstruoso. Ele tem um monte de trabalhos científicos que você vai ver. Ele não entendia nada de cença nenhuma. Os materiais científicos do Hobbes não valem nada. Absolutamente nada. E a teoria dele de que o homem é o lobo do homem, para impedir que as pessoas se matem, tem que vir um mais poderoso que... Essa teoria é inteiramente absurda. Porque o governante que quer se impor, ele é o único. Quando a gente quer se impor, todo mundo tem que a quietinha deixar ele se impor, ou tem outros 500 querendo se impor também. Ou seja, a luta para criar o leviatão, em vez de encerrar a guerra, a luta de todos contra todos, ao contrário, ele multiplica. Assim, nas primeiras 10 págras do leviatão você já percebe isso. Ele está fazendo um regime que vai pacificar a sociedade, mas está fazendo um upgrade da violência. Por exemplo, se você pega assim... Pensa assim, democracias costumam entrar em guerra umas com as outras? Não. Sempre é uma ditadura que entra em guerra com outra ditadura ou com outra democracia. Portanto, o leviatão funciona ao contrário, meu filho. Quanto mais tem um suíte que quer mandar em todo mundo, mais tem alguém que vai querer mandar nele. Você é muito esperto para entender a coisa dessa? Não. Por que levam a sério esse Thomas Hobbes? Olha, dois desses sociólogos, cientistas sociais são muito presados, eu garanto que os dois são idiotas, Thomas Hobbes e Maquiavel. O meu livro é o Maquiavel, o Maquiavel não entendia nada, nada, nada de política. Ele estava sempre do lado perdedor, terminou a vida vivendo da caridade dos aqueles que ele criticava, e não quer, nunca acertou nada. Que raio de teórico da política é isso que não sabe analisar a política que está na frente dele, a política da qual ele participa? Por que levam a sério essas pessoas? É porque na ciência social moderno, o elemento de vigarice é muito forte. De muito bem, eu vou parar por aqui, daqui a pouco nós voltamos com as perguntas, mas eu vou continuar com esse assunto nas próximas horas, você vê? Olha, tem muita coisa que eu preciso completar na minha apostilinha, ela foi feita para ser continuada, você vê que no final tem alieia entre colchetes, ele continua, eu estou fazendo a continuação aqui, tá bom? Até daqui a pouco. Vamos lá? Então vamos lá. Aqui tem várias perguntas, Sabrina Barbosa pergunta, gostaria de pedir uma dica de como começar a investigação do estado de questiones do problema de corrupção humana, mais precisamente de perguntas, por que as pessoas se deixam corromper? Bom, isso aí existe toda uma fenomenologia cristã do mal, se você encontra isso na Bíblia, especialmente em Santa Agustínia, tem coisas notáveis sobre isso, se você me perguntar o estado de questiones, falou, eu preciso pensar, preciso fazer uma listinha, você me dá um tempo, um dia a gente mexe nisso, mas para começar, você tem que procurar coisas na teologia católica, na teologia do pecado, especialmente em Santa Agustínia, tá? Vamos lá. Então tem alguém que pergunta aqui, deixa eu ver como é que é, Rosalvo Neto, quando o chuvano ensina as regras da circulação das ideias, eu mencionei o negócio do genome de que a circulação das ideias obedece a regras precisas e que você conhece, você consegue fazer circulo que você quiser, o revo não vai ensinar para ninguém nunca, se você tiver a capacidade de aprender elas, você vai aprender, você vai fazer, saber funcionar, tá certo, mas você vê, com o pouco que eu ensinei, mas pessoas já fazem tanta besteira, nem todo mundo faz besteira, claro, eu tenho alunos excelentes que estão trabalhando bem, mas o pessoal que vem aqui dá uma bicada na aula outra, que o Leão, o post do Facebook, sai cagando regra por aí, é uma desgraça, então tem certas coisas que a gente realmente só pode ensinar para quem tem uma aturidade intelectual e moral suficiente. Então, esta coisa de circulação das ideias, de primeiro, é uma coisa que tem algo a ver com a linguagem, se você não acerta a linguagem que fala ao coração do povo, você não vai fazer circular nada, não interessa quanto dinheiro você vai gastar, você pode mandar imprimido milhões e milhões de exemplares, você não vai conseguir, você pode ter rede e globo na mão, se você pensar bem, veja a magnitude da rede e globo, veja a amplitude daquilo e quanto custa essa pocaria, e pensa bem, o que que a rede e globo mudou de fato no Brasil? Quando você vê que hoje a maioria do povo está contra a rede e globo, toda aquela força não tentou nada, eles não conhecem a lei da circulação das ideias, eles só conhecem dinheiro, propaganda, leram o livro do Bernês sobre propaganda, o gênero do Freud, então essas bobajadas conhecem, as leis profundas, eles não conhecem, eles não vão aprender, mas não esqueçam o seguinte, se você pegar, por exemplo, o do Alexander Sogenitsen, o Alexander Sogenitsen foi o camarada que derrubou o regime soviético, ele sozinho fez isso, todo mundo que entrou depois, fez o que entrou no caminho que ele estava indicando, porque ele entendeu como funcionava o sistema e sabia explicar, sabia dizer o que estava acontecendo. Quando você vê, por exemplo, o que aconteceu, onde é com Dostoevsky, que é o sujeito que com o meio século da antecedência pegou toda a mentalidade revolucionária, e no enteiro do Dostoevsky há tanta gente que a pessoa perguntou, mas quem é esse? É um apóstolo, então você vê, a literatura tem esse poder, gente. Agora, quem não entende, quem não tem nem um pingo de intuição da coisa, porque não tem cultura literária suficiente, às vezes não tem talento, talento de leitor, tem gente que não tem talento criativo, mas tem o talento de leitor e sabe aprender as coisas, quem não tem isso tem que inventar explicações, então se obteve todo esse sucesso, todo esse resultado, é porque tem uma milícia organizada, tem muito capital atrás, querendo explicar o espírito por meio dos materiais. Isso já prova, o desprezo que eu sinto para essa gente, não tem nem como expressar, porque eles estão tão abaixo do problema, assim aqui cuspido na cara, serão um rã demais para eles. Aqui, Roberto Cavalcante Coutinho Pires, já que o SOSC Construiço TV pode ser um desses meios de engenharia social, sem a menor sombra de dúvida. Ele foi feito realmente para imbecilizar, a pessoa lê o livro da Iserbit, como é que chama, primeiro nome esqueci, Charlotte Iserbit, Charlotte, isso é que eu me lembro, Iserbit, a estupidificação deliberada da América. Existe alguma ligação de sossealismo? Claro, isso foi feito para disseminar a mentalidade socialista. Aqui, Valéria Mendon, qual o título da postila que o senhor está comentando? Questões de método nas cenas sociais. Às vezes foi feito com questões de métodos nas cenas humanas, mas é a mesma coisa. Aqui, Nicolas Lima Raposo, após enfrentar situações de quase morte, notei que perdia muito tempo com futilidades mundanas. Como fazer para manter-se com essa sanidade? Rez e muita ave Maria. Todas essas rezas ave Maria têm que lembrar da hora da sua morte. Nunca esqueceu a hora da morte, porque a existência da morte define a nossa condição terrestre. Era não uma coisa amarga, ela tem aqui a vida e está lá no fim de ter a morte. Não, não, não. A mortalidade é a essência da nossa condição, é a raiz de tudo. Se você não entendeu isso, você não entendeu nada. Não esqueça o que Platão diz, o filosofar é aprender a morrer. Então, por hoje é isso aí, gente. Foi longe demais, até a semana que vem. Muito obrigado. A semana que vem, espero voltar ao mesmo assunto. E tem algumas das perguntas aqui que eu não respondi, porque já é a continuação. Obrigado, até lá.