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History

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Então, vamos lá. Boa noite, serão bem-vindos. Conforme prometido, hoje eu vou fazer uma breve revisão aqui da história, mais da história mental do que da história física do outro, Maria Carpont, que eu acredito que ainda é um enigma não resolvido da história cultural brasileira. Você vê que ainda hoje a simples ideia de que o Carpont, no seu período europeu, fosse um adepto do regime de dofos e um católeo conservador, é considerado um escândalo por esse pessoal esquerdista e a raiva que eles têm de mexer, isso é uma coisa impressionante, eu tô de um tal de Daniel Salgado, me chegou tudo com até 9 por ter levantado esse problema e insistindo no ponto, não, no Brasil ele virou realmente um homem da esquerda até o fim, muito fiel, etc. Bom, a história de fato não é bem assim. Quando eu escrevi a introdução para esse volume, o primeiro volume dos ensaios reunidos, do Carpont, eu não conhecia as obras do período austríaco dele, que eram absolutamente inacessíveis. Eu só vim a ter acesso a elas muito mais tarde, através desses aparatos de busca americanos, consegui localizar, vamos dizer, os dois livros fundamentais que ele publicou lá, aqui a missão europeia da Áustria e Caminhos para Roma, esse chegou a ter uma tradução brasileira pelo Bruno More, publicado pela Vídea Editorial, evidentemente por influência minha. Mas analisando os primeiros escritos que ele publicou de crítica literária no Correio da Manhã, por influência do Álvaro Lins, está na cara que ele ainda é, naquele período, um católico conservador. E em 1949, entrevistado pelo escritor João Condé na revista Letras e Artes, 1949, ele se declara católico romano. Pune incrível que pareça, quando ele morre, a mulher dele, dona Eliana, diz que não, ele não tinha religião. Mas eu já contei para vocês, o principal amigo dele, que era o Carlos Eitor Coné, me contou que ele costumava rezar escondido, ele tinha medo de que o seu antoragem intelectual percebesse que ele tinha fé católica. Então evidentemente nós temos aí um problema. Quer dizer, o homem era um católico ou não era? Ele era um homem fiel à esquerda ou não era? Parece em todos os lances da vida do Carpo, parece haver uma ambiguidade e uma espécie de ocultação. Ele nunca gostou de falar sobre o período austríaco da vida dele, ele não tocava neste assunto, e quando perguntava ele recusava a resposta. Quando ele foi para a Áustria muito mais tarde, com o dinheiro que ele ganhou, acho que deram adiantamento para uma reedição da história da literatura ocidental, que a leitura acho que chamava a Alhambra, uma coisa assim, do Joaquim Marx, deu um adiantamento e ele viajou para a Áustria, mas quando voltou da Áustria, ele disse que realmente não tem mais nada a ver com aquilo, a minha vida agora está dedicada a luta dos estudantes brasileiros, dando a entender que também ele não tinha mais nada a ver com os estudos literários, que ele tinha abandonado esta fase, que agora o negócio dele era só a militância política. Não deixa de ser significativo que a partir do ano de 1966, quando ele publica o último volume da sua história da literatura ocidental, começado em 1957, a partir daí ele não escreve mais nada que preste, de vez em quando tem algum artiguinho melhorzinho que sai no suplemento literário do Estado de São Paulo, ou em o sr. Ronal, mas em geral a produção dele desce de qualidade de uma maneira assombrosa. Ele morreu em 78 anos, nós temos 12 anos, uma decadência intelectual de 12 anos, e quando o Carpo morre no hospital Rio de Janeiro, ele morre amargurado e dizendo ao seu grande amigo Franklin de Oliveira, joguei minha vida fora. Alguma coisa aconteceu, porque quando nós vemos a imensidão e a importância da obra dele, o áudio, o autor da que é talvez a melhor história da literatura ocidental que existe no mundo, e o autor de tantos artigos críticos tão influentes, e foi uma espécie de guru da literatura brasileira durante mais de 20 anos, como pode ser dizer que jogou a vida fora? Alguma coisa aconteceu, não pode ser por causa da repressão militar na época, pelo seguinte, a única coisa que o Carpo sofreu como efeito do regime militar foi um processo iniciado em 1970, por causa de um artigo que ele escreveu sobre o FMI, FMI, Fome e Miséria Internacionais, alguém reclamou e ele foi processado, mas o próprio promotor, o procurador do estado encarregado do problema pediu a extensão do processo, viu que não tinha sentido nenhum, então na prática ele não sofreu absolutamente nada, ao mesmo tempo eu li na correspondência dele, que eu não consegui encontrar aqui, que me foi dado pelos uns grandes amigos dele, talvez a amizade mais longa que ele teve, que foi o Pedro Trompovsky, também chamado Pedro Toluá, no período que ele morou na França, o Pedro Toluá me entregou a correspondência dele com o Carpo, dizendo o seguinte, olha, eu sou uma mulher esquerda, mas eu sei que o único estudioso honesto que está mexendo no Carpo é você, então eu vou entregar para você essas coisas. Então me entregou essa correspondência, que eu estou com dificuldade de encontrar aqui, por que você imagina? Várias mudanças de casa, eu tenho ainda 50 caixotes de papéis, que eu nunca pude sequer abrir, muito menos arrumar, como já disse, não tenho aqui uma secretária para tomar um ditado, né? Então como é que eu vou poder arrumar um arquivo desse tamanho? Então eu não consegui encontrar, hoje procuramos, aqui eu e o Elzan procuramos, não achamos a correspondência, mas eu me lembro claramente de uma carta da esposa do Carpo, Dona Helena, Dona Helena é uma cantora lírica que abandonou a carreira para casar com ele, cuidar da vida dele, tinha muito amor por ele, e ela descreve assim a casa dela cercada de tanques do exército, uma situação de terrorífica que lembrava o Nazir, não podemos esquecer que ele e a mulher chegam aqui fugindo do Nazir, quando os nazistas invadiram a Áustria e mataram o chanceler do Ofus, que era, o líder em conteste, e alguém com o qual o Carpo havia colaborado muito durante o regime do Ofus, já volto a isso. Então ela estava vendo assim o Brasil, o Rio de Janeiro, como se fosse uma reedição da invasão nazista da Áustria, evidentemente a coisa era um delírio, podia de fato haver tanques ali, ninguém ia mandar tanques para prender um homem, ele tinha a minha altura, o Méto 71, o velhinho do Méto 71, eles não iam mandar tanques para prender ele, e de fato não aconteceu nada, o Carpo jamais foi preso, ele simplesmente foi convocado para depor na justiça militar, e até hoje nós sabemos que a história da justiça militar foi muito honrosa, ninguém ficou sem amplo direito à defesa ali, todos os advogados de preso político reconheceram isso, e o Carpo foi apenas mais um que foi, vamos dizer, recebeu justiça do Tribunal Militar, cujo procurador viu que não havia menor sentido em processar criminalmente por um artigo de jornal contra o FMI. Agora, como foi a história da convivência do Carpo com a esquerda nacional, especificamente com os comunistas? Então logo ele chegou, ele escreveu um dos primeiros anos, bom, vou voltar um pouquinho atrás, ele chegou no Brasil com uma recomendação do Papa dirigida ao seu amoroso Lima, que era o grande líder católico brasileiro, o seu amoroso Lima que era um homem muito chique, ele viu chegar aquele sujeito baixinho gago, um novo estido, e veio-lhe um emprego de bibliotecar na biblioteca no interior do Paraná, ou seja, matou o Carpo, jogou ele no lixo, e o Carpo ficou lá isolado sem nenhuma convivência intelectual durante um ou dois anos, vendendo os poucos livros que restavam da sua biblioteca e escrevendo para escritores noroidjaneiros pedindo socorro, que podiam trazê-lo para o rio ou para algum centro intelectual mais vivo, e ele encontrou uma resposta na pessoa do Álvaro Linze, Álvaro Linze, é um escritor de esquerda mais católico, fielmente católico, que compreendeu a situação de ele, mandou via do rio rijaneiro e garantiu o lugar dele como crítico literário do eeditorialista do jornal coreo da manhã, um jornal muito popular na época, que por ter se oposto ao novo regime a partir de 1964, foi muito boicotado e acabou falindo. Muita nete sequer de ter perdido emprego, jornalistas de esquerda que sequer de ter perdido emprego de fato, eles perdiam, mas não porque o governo fechou o jornal, assim que o jornal faliu, um deles é o próprio Carlos Etoqueonis. Então, o Carpont começou a publicar aqueles artigos no Corrê da Manhã, e num deles ele comentava a morte do romancista francês, rolando autor de um romance em cinco volumes sobre a história do rujine musical, Schmarzankerstoff. O livro é muito chato, na verdade, mas ele tem uma significação política e cultural muito grande, porque era uma apologia do pacifismo numa época de espírito belicoso, e toda a esquerda internacional foi muito simpática ao romancista. E o Carpont, isso é verdade, o romancista é um escritor fraco, pode ser uma figura moral muito interessante, mas ideologicamente é uma confusão, a cabeça dele é uma mistura de socialismo, com pacifismo, com vegetarianismo, como não sei o que é. A pior coisa que ele podia dizer no escritor, isso é um pequeno burguesio, isso foi assim uma bomba. Os escritores de Esquerda Rujane todos ficam revoltadíssimos e começaram a escrever coisas contra o Carpont, acusando de ser um perigoso agente fascista ou nazista, e então os escritores que tomaram par, essa campanha foi um negócio violentíssimo, sobretudo para o padrão da época, e então os caras que participaram, o principal que lançou o ataque primeiro foi o chamado Dalsid Jurandir, que é um escritor hoje esquecido, mas que na época tinha uma certa importância. Eu nunca li nenhum Dalsid Jurandir, não sei se é um bom ou mal escritor, mas sei que está esquecido, mas na cola dele vieram escritores de muito peso entre os caras, o Guilherme Esfiguerito, que é um tremendo escritor, meu irmão do presidente, o João Batista Esfiguerito, mas sempre foi uma vez esquerda, teve que coisa, né, na ditadura militar, o presidente e o irmão esquerdista, e nunca fez nada contra o irmão. Então o Guilherme Esfiguerito, o Carlos Seder, que era comunista na época, e o Jorge Amado, que é o Seder, escrevendo então coisas horríveis, descobriam que ele tinha essa ligação com o governo do Fus, o governo do Fus era um governo, vamos dizer, para facista, um governo autoritário, promulgou uma constituição autoritária escrita pelo Hans Kelsen, e é uma constituição mais ou menos improvisada para bloquear dois movimentos revolucionários, que estão tentando derrubar a Austra na época, que eram o governo nazista e o movimento comunista. E o chanceler Engelber Dofus, que era também um católeo conservador, baixou uma constituição autoritária para parar com essas coisas, havia já uma tentativa de revolução comunista em 1934, e a revolução foi sufocada na porrada, e a constituição então bloqueou, durante algum tempo, a ameaça revolucionar, que só voltou quando os nazistas invadiram a Austra e matando o Dofus, instalando um governo nazista. O Carpo se aliou então ao Dofus e escreveu esses dois livros, que são livros patrióticos e católicos prostríacos, enfatizando a independência austríaca, que a Austra jamais poderia ser inserida na Grande Alemanha, como queria o Hitler, que a Grande Alemanha era evidentemente um proéctro anticatólico, como tinha sido no século 19 a chamada guerra, luta cultural, do príncipe Bismarck. Só que o Bismarck era anticatólico do sentido protestante da coisa, que ele impôs a região protestante como critério unificador da Alemanha e sufocou, o tento sufocal, o católico não conseguindo uma certa área, a Baviera continuou católica como antes, não adentou nada, mas houve muito conflito, e o Hitler então propunha uma nova concepção da Alemanha, onde ficar a Grande Alemanha, que é juntar todos os povos de língua alemã, num sentido anticatólica, ele dizia, nós temos que destruir a igreja católica como se pisa num sapo. Mas não era em nome do protestante, sim em nome de concepções religiosas, que já existiam dentro da cabeça dele, e eram baseadas na mitologia germânica. Eu não sei até que ponto o que ele acreditava mesmo nessas concepções religiosas, que era apenas um artifício ideológico para emocionar e conquistar as massas, eu realmente não sei, tem essa dúvida até hoje, tudo o que eu li não me leva a conclusão nenhum, mas o fato é que o Hitler fez o possível para dominar e se possível estrangular a igreja católica. Teve um sucesso relativo, assim como o Bismarck também tinha um sucesso relativo, existe uma parte da Alemanha que é irredutivelmente católica e não tem direito. Então, quando o Hitler invade a Áustria, o principal valor conservado e defendido contra os nazistas, é evidentemente a tradição católica da Áustria. A Áustria sempre foi católica desde o tempo que os espanhóis mandavam lá, e de certo modo é católica até hoje. Então, esses dois livros do Carpo são a defesa da independência da Áustria católica, exatamente na linha do Chancellor Dolphos. Nós sabemos que um dos traços estilísticos mais comuns nos escritos esquerdiços, é o uso abundante de termos em sentido pejorativo sem justificação. Se usa aquele negócio, pejora aqui para rebaixar o solito, não precisa explicar por quê, porque se for explicar a discussão, para evitar a discussão, você lança o termo pejorativo como se fosse uma coisa que é já um acordo universal, um consenso universal, e não se discute. E aqui, o historiador crítico literário austríaco, Andreas Persman, qual andei trocando umas figurinhas na época, escreveu aqui em 2014, esse negócio é o Otomaria Carpo, Roman Roland e o modelo francês, uma controvérsia político literária no Brasil dos anos 40. Esse trabalho não está mal, mas lá para a Santa Téria, ele chama o Carpo de Turiferário, do José Léu-Donfos. Turiferário é o jeito que na missa leva o turismo, então é um sinônimo de puxassaca, do do lador. Eu não vejo nesses dois livros nenhum espírita de adulação, eu vejo ao contrário uma crença muito séria e muito firme, na independência da alça católica e no valor universal da contribuição católica austríaca. Para a civilização ocidental, no mesmo sentido que nós vemos, por exemplo, nos livros do grande historiador austríaco Friedrich Hier, escreveu uma história intelectual da Europa, que eu considero os grandes livros do século XX, e era um historiador católico, tipo a meta austríaco, mais ou menos como o Carpo. Eu não vejo aqui, sobretudo, na história do Carpo na época, não se veio pedindo nenhum favor para o Dofos, como ao contrário, depois veio pedir para os esquerdistas brasileiros, que eu pedi que pressionasse o presidente Getúlio Vargas para lidar na atualização brasileira. Eu tenho até que decreto assinado pelo Getúlio Vargas, que é um pouco mais processo, e vários empregos que ele opteve aqui, sempre por favores dos intelectuais de esquerda, e inclusive o próprio alcebão Rosulima. Agora, o férsimo se diz que não acelerou o puxassaco, a durador do Dofos, o que é, vamos dizer, um pejorativo injustificado, e ele nem tenta justificar isso aí. Esse velho truque de tentar fazer o pejorativo passar como se fosse, todo mundo sabe, é universal, é o consenso, etc. E o mais interessante, ele disse que no Rio de Janeiro, ele mudou e se tornou realmente profundamente marxista, o que é absolutamente falso, que ele trocou. Na Austra, ele era um autor conservador católico, adepto do Dofos, 100%. Claro que não podia concordar em tudo, não existe concordância universal, matéria política, podia ter uma divergência aqui, mas no essencial, ele estava com o Dofos, e estava com a Constituição autoritária católica da Austra. E no Rio de Janeiro, ele nunca adere ao marxismo, isso é fundamental. Ele adere à esquerda, ele passa a escrever coisas favoráveis à esquerda. Há um marxismo jamais, ele nunca usou o método marxista em nenhuma nada que ele fez. O método fundamental que ele aprendeu foi com um historiador da arte, não um historiador literar, foi com dois historiadores, o verde do croche, que fez a mente dele, e o Max de Worscher, que era historiador da arte. Onde ele estudava, vamos dizer, os estilos artísticos, e no caso dele, os estilos literários, como expressões dos dramas culturais e morais e políticos da época. Isso aí não é marxismo, tem nada a ver com marxismo. Em nenhum lugar, você vê ele explicando as coisas pela luta de classes. Claro que ele usa o conceito da luta de classes aqui e ali, mas nunca ele vai tocar, vamos dizer, a luta de classes como a causa fundamental dos acontecimentos. Então, você imagina o que seria você explicar, o protestantismo pela luta de classes, isso é absolutamente impossível. Então, o férus, então, inverte o julgamento, onde o Carpo era 100% sincero no seu catolicismo austríaco, ele diz que era apenas uma puxação de saco do dofus, e onde ele passa, vamos dizer, ele adere de maneira ambígua e em grande parte fingida a esquerda nacional, ele coloca como se tivesse aderido ao marxismo, então ele é um autônomo marxista. Ora, como poderia ser um autônomo marxista o sujeito que rezava escondido, como o Carlos Eittor Coney, e que conservava o seu catolicismo como um bem precioso que tinha, que se ia escondido para não ser atacado. Aconteceu que nesse ataque que ele sofreu em 1944, dessa multiplicidade escritoria, que foi uma coisa de uma violência que para a época é absolutamente inusitada, e o terceiro é comum, quero fazer isso comigo, do mesmo jeito, o Guilherme Figueiredo chega a dizer o seguinte, que ele era um judeu que não podendo aderir ao nazismo, aderiu pelo menos ao fascismo, assim, quer dizer, um ataque evidentemente racista, da parte de um, aliás, que era um escritor notável, que é Guilherme Figueiredo, e outros escreviam coisas do mesmo tipo, e o único que defendeu em público mesmo, foi o Alvaro Lins, por exemplo, o Mário de Andrade tentou manter uma posição mais equilibrada, sem tomar muito partido, o Carlos Drummond de Andrade também disse alguma coisa a favor, muito, muito discretamente, e no fim, a coisa passou porque ela não tinha acabimento mesmo, por autoritar e conservador que fosse a constituição da África, ela era a única defesa que ela tinha contra as tentativas de revolução nazistas e comunistas, e o Carpo saiu de lá, e esse lado fugiria, tipo, não morreu, as nazistas iam matá-lo, como está matando todos os partidários do Dolfo, e pede uma ajuda, uma comissão católica, conheceu do Vaticano, que então o recomenda ao seu amoroso Lima. A ligação do Altumánio Carpo com o seu amoroso Lima é das mais estranhas, porque embora o seu amoroso Lima tenha mostrado desprezo por aquela figura, você imagina o homem que podia ser o reitor da universidade, você coloca na tecla do interior do Paraná, tratado com desprezo pelo seu amoroso Lima, ele continua escrevendo para o seu amoroso Lima em termos tão elogiosos que você vê aí o desespero do estrangeiro que chegou, não tem como sobreviver, ele precisa de uma ajuda, ele precisa desesperadamente de uma proteção para sobreviver ali, então ele engole, a gente, todas as ofensas, ofensa implísta, é claro, mas ofensa do meu modo, fez pelo seu amoroso Lima, e continua elogendo, e puxando o saco, etc. Então, o que dizem que, o que o Fersmann diz que Carpo foi do Dolfo, que ele foi do seu amoroso Lima, realmente, um puxa saco, ele se degradou perante o seu amoroso Lima, essas cartas existem na internet, você procura corresponder, só para o seu amoroso Lima, você vai achar tudo, e, quando o seu, depois de 66, começa a decair intelectualmente, numa maneira notável, ele, no fim da vida, escreve um livro, que é uma puxação de saco, desavergonhada do seu amoroso Lima, e um livro péssimo, você lê o livro, e fala, não é possível que aquele grande crítico literário escreveu esta porcadinha, era só puxação de saco mesmo, não tinha valor nenhum, então, como é possível acontecer isso? Aconteceu o seguinte, que o ataque movido contra o seu amoroso Lima, no começo, que ele sabia que provinha dos comunistas, simplesmente o aterrorizou, e ele, você está falando do ataque contra o seu amoroso Lima? Não, contra o outro Maria Carpo, perdão, perdão, perdão, o ataque violentíssimo ao outro Maria Carpo, o aterrorizaram, no começo, você imagina, você acaba de chegar exilado, de um regime de tazerão que queria te matar, e você de repente se vê, ali com a esposa, sem parentes, sem amigo, solto num país, um país de 200 milhão de habitantes, naquela época tentei ter um 100 de poucos, um país enorme, sem conhecido, sem amigo, sem proteção, sem nada, sem um emprego decente, você já com 50 e tantos anos. O que que ele fez? Se você não pode vencer, adere, foi isso que ele fez com a esquerda. O golpe 64, veja, na véspera do golpe, o Carpo escreveu dois editoriais no correio da manhã, exigindo a expulsão do presidente Irvongular. Então, ele foi um dos porta-vozes do golpe. São, entre os inúmeros escritos que apareceram na época contra o Irvongular, esses são, talvez, os dois mais notáveis. Um chama ter o título Basta, e o outro ter o título Fora. Então, você vê que aí, o Carpo ainda estava, de algum modo, na direita. Mas como sobreviver na direita? Ele já tinha sentido, em 44, tinha sentido o gosto do ódio esquerdista. Então, logo após, o golpe, ele se torna um dos principais adversários do novo regime. Não, sem razão. Porque o regime militar havia prometido novas eleições em seis meses, e ao contrário, os generais se instalaram no governo e ficaram lá por 20 anos. Então, e começaram a perseguir os líderes civis que representavam o movimento. Olha, você não pode esquecer que o golpe 64 começa com movimentos eminentemente civil, liderados por políticos civis, como o Carlos Lacerda, Magalhães Pinto, Ademar Ibarro, Robert W. Sodré, e os militares foram os últimos a entrar na história. E na verdade, eles só entraram em ação, porque um deles, que foi o general Olimpo Morão Filho, tocou as tropas na rua sem consultar os outros generais, então eles foram obrigados a agir para não ser passados para trás. Então, não foi eminentemente um movimento militar, mas um movimento civil, e os militares foram os últimos a entrar e se apropriaram do movimento e se instalaram no poder por 20 anos. Não se trata aqui, evidentemente, de julgar-los, mas o fato histórico é que eles traíram a promessa. Todos pretes, sei lá quais foram. Não podemos confiar nesse civis, etc. Sei lá. E... Isso quer dizer, com o entusiasmo popular, pela derrubada do jongular, não foi, como é que se diz, igualado por um movimento igualmente enfático de apoio ao novo regime. Ovo a apoiada, derrubada, mas não ao novo regime. Isso não quer dizer também que o regime fosse odiado. Mas era... A posição popular tinha mais nuances, por assim dizer. Uma parte estava a favor, outra parte estava a contra. E na parte de contra, evidentemente, os intelectuais de esquerda tiveram um destaque enorme e desses intelectuais de esquerda, os mais lidos na época foram o Mánia Carpoca e a Vinha da Direita. E o Carlos Henrique Torconi, que era um dos reis de sem posição política alguma. Mas eles se tornaram as portavosas da intelectualidade esquerda. Quando nós lemos hoje os artigos políticos que ele escreveu na época, que... reunidos em livro que um chama, se é a Batalha da América Latina, do outro Brasil no Espírito do Mundo, nós vemos que em muitos deles a informação é falsa e é o tipo de informação alimentada pelo Partido Comunista mais propamento pela KGB. Por exemplo, uma famosa operação Tomas Mann e Seriúma Baita, intervenção americana na América Latina. Hoje nós sabemos, graças a outras fontes, como o... O livro do... o Ioni Haipachepa e o livro do... do... Menino aí da... como é que chama? O Mauro Crenski. Mauro Crenski. Vugo Abranches. E também o livro do Cristó Frangelo, The Sword and the Shield, sobre a KGB. Hoje nós sabemos qual era a fonte dessas informações. Era realmente a KGB, tudo falso. O Carpo comprava aquilo e reproduzia como se fosse a coisa mais verdadeira do mundo. Não era a pesquisa dele aquilo. Com certeza vinha pronto do pessoal do Partido Comunista que por saber receber da KGB. Então, o Carpo, que tinha sido um abcatólico conservador de repente sobrevive jornalisticamente na base de ser um repetidor de desinformação da KGB. É de espantar que nesse mesmo período os seus talentos decrescessem ao ponto da esterilidade e literar quase total. É de espantar que tendo seguido este caminho de vida ele no final, dissece joguei minha vida fora. Então, este é o drama do Carpo. O homem que para sobreviver no ambiente brasileiro teve que se vender ao comunista que eram os únicos que o protegiam e que ele dava o emprego no novo meio jornalístico. Este é uma tragédia fora do comum. O Carpo certamente não ficou o único que sofreu isso. Eu sei o que é você um escritor desagradar a intelectualidade esquerdista. Eu se vejo quando o Coni que junto com Carpo perdeu o emprego no correio da manhã o Coni foi trabalhar na revista Manchete que era do Adolfo Bloch que era um exilado judeu russo que odiava os comunistas o que começaram a falar do Carpo não foi brincadeira ele se tornou odiado, se tornou um bandido um réprobo e isso foi durante anos todo mundo descendo o carcete nele. O cara que tinha sido o herói do ponto de vista esquerdista de 64 de repente passa a ser o pior de todo o bandido o traidor. O Coni não mudou nada suas posições políticas que eram apenas democratas em 64 e continuam sendo as mesmas não se pode dizer que ele passou para o direito, mas ele foi trabalhar para um direitista. Você trabalha no jornalista de São Paulo, deca, sei que o jornalista não escolhe patrão então escolhe patrão, poderia ser acusado não, você aceitou o emprego do frias aceitou o emprego dos tívitas aceitei mesmo, nunca escolhi patrão e eu sei também isso eu posso assegurar nunca nenhum patrão na mídia me obrigou a escrever de acordo com as ideias dele nunca nenhum a pressão que havia era da redação você não podia desagradar os seus colegas redação, seus pares, senão você estava lascado mas o patrão, o dono nunca deu um palpite nem o frias, nem o jamele nem os tívitas, nem nem os mesquitas, ninguém jamais veio me dizer, você escrevia assim, assado quem dizia era a redação aliás ela nem dizia, não precisa dizer que se você discordasse eles caiam de pau no dia seguinte e você virar já levava um carinho de mau caráter felizmente eu nunca levei eu sempre fui bonzinho com a redação fazer tudo que me mandava porque nós é manépe então e eu levei muito tempo para começar a entender esses truques sorte de mentalidade que eu disse, não foi? do dia pra noite não, eles não estavam interessados isso foi a observação que foi os fatos que foram entrando nos meus olhos até que uma hora que de bom, eu tenho que ver o que está acontecendo não posso mais fazê-lo ir contra que eu não estou percebendo nada então eu não vejo outra explicação para essa decadência intelectual e este fracasso moral que o carpo via na sua vida senão essa adaptação externa dele às exigências dos comunistas enquanto ele ficava ao mesmo tempo rezando escondido e esta é a verdade que o carpo é claro que ninguém quer que eu fale isso e esse Daniel Salgado, por exemplo, o ódio que ele tem de eu ter mostrado as coisas assim é um negócio impressionante por falar nisso dois avisos pra dar um é que nós vamos agora no dia 5 a 9 de março eu vou estar aqui proferendo o curso SERE PODER princípio fundamental da filosofia política também em outros casos também de ciência política mas vocês vão ver que tem a dupla abordagem filosófica científica dia 5 a 9 de março então até o dia 1 de março há um desconto de 25% então para assistir presencialmente até aqui a taça é 350 dólares e para quem assiste online no Brasil é 300 reais até o dia 1 de março depois passa a ser 400 então a inscrição é www.seminariedefilosofia.org para SER TRACINHO E TRACINHO PODER esse é o primeiro aviso é é é é é é e é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é é