Começando de novo. Boa noite a todos, serão bem-vindos. Hoje eu queria aproveitar esta aula para responder a uma consulta que me foi feita pelo Facebook durante a semana. Eu não lembro que eu fui remetente, mas a pergunta era a seguinte. A nova língua do Roger Orwell em 1974 tem algo a ver com a dialética de Marx e Hegel. Qual é a relação exatamente? A pergunta pode parecer elementar, mas ela dá margem a abordar problemas muito interessantes. Se houver tempo na segunda parte, eu deseraria também abordar alguma coisa. Fala-se ao conceito do rito no rei de Gué non, que também foi o objeto de pergunta durante a semana. Há perguntas que me viu pelo Facebook, mas seria absurdo eu tentar responder por escrito. Seria muito, muito longo, mas na aula sempre podemos tratar desta assação. Então, como essa é a primeira pergunta, nós não podemos esquecer que o conceito da dialética aparece informalmente em Platão e formalmente em Aristóteles, como uma técnica de confrontação de ideias ou hipóteses. Em contraste com o que Aristóteles chamava analítica eológica, que é um discurso coerente do começo ao fim, baseado em premissas conhecidas, exatamente como em geometria. Você dá lá, pega as definições, os escolhas, etc., etc., os axiomas e vai de duas premissas, ter uma conclusão que serve de premissa para o segundo raciocínio, assim por diante, de maneira aparentemente ilimitada. Em confrontação com isso, a dialética é uma comparação de tese antagônicas ou pelo menos diferentes. Não precisa ser necessariamente duas, pode ser várias. Acontece que o número de assuntos ou de temas nos quais nós podemos nos adterrar ao raciocínio puramente lógico é extremamente limitado porque ele depende de que você conheça as premissas fundamentais. E o problema básico de toda e qualquer investigação não é você tirar conclusões, é justamente encontrar as premissas. Então, é claro que existem premissas gerais que valem para toda e qualquer raciocínio lógico ou dialético, por exemplo, por princípio de identidade e há certos princípios gerais do método científico, etc., mas os premissas que servem para determinado campo da realidade, digamos, por exemplo, a geologia ou a biologia, não são conhecidos a priori, eles têm que ser investigados, fica ruim assim se vai pagar? Então, encontrar essas premissas é o problema e, evidentemente, não há outra maneira de fazer isso, senão você confrontar hipóteses. Essas hipóteses, por sua vez, podem ser confrontadas com dados ou fatos da realidade que, assim, se integram no raciocínio dialético. Então, Platão não define a dialética, ele apenas a utiliza magistralmente nos diálogos de Sócrates. Os diálogos são sempre uma confrontação entre várias opiniões ou hipóteses para se chegar a uma conclusão que às vezes não é alcançável, às vezes o Sócrates não chega a enunciar a conclusão nenhuma, ele apenas, no final, ele conta um mito que sugere a direção na qual a solução poderia ser buscada, o que quer dizer que uma discussão dialética, ela pode prosseguir quase que indefinidamente, e na verdade a história inteira da filosofia é uma longa discussão dialética, onde as afirmações não são tomadas em si mesmas como premissas para encontrar uma conclusão certa, mas apenas uma conclusão provável que pode ser confrontada, ou erração de algum errógico cometido no trânsito da premissa à conclusão, ou erração de uma negação da premissa, premissa com os sujeitos, ou você não aceita, você sugere uma outra, assim por diante. Muito bem, quando a partir de Nicolau de Cusa, a coisa começa a tomar um teor um pouco diferente, ele amplia o alcance do pensamento dialético fazendo uma utilização sistemática, mas é do paradoxo, eu não vou me estender sobre isso, porque eu escrevi um capítulo inteiro sobre isso no Jair nas Afrições, vocês podem consultá-la o que seria a dialética do Nicolau de Cusa, mas com o regalo que já é fim do século XVIII e começo do século XIX, a dialética se torna, vamos dizer, um princípio geral explicativo de todo o processo histórico, ele afirma que a sucessão, as ideias e cosmovisões se desenrola por uma espécie de confrontação dialética, na qual uma ideia qualquer considerada apenas como abstração, ela se converte na sua oposta, tão logo ela sai do papel para entrar na realidade do processo histórico, e isso de fato acontece pela simples razão de que a mente humana funciona por oposições, se nós conhecêssemos todas as premissas, para isso precisaríamos ser deus, nossa raciocínia do poder é ser sempre lógico linear, você vai dar premissa para a conclusão, sem erro no caminho, mas nós não conhecemos, então não há outra maneira humana de raciocinar, senão pela confrontação dos opostos históricos, pela dialética, isso é a mesma coisa que dizer que aquilo que hoje nós entendemos por método científico, tal como descrito por mais, uma tradição não muito longa que vai de Claude Bernard até o Karl Popper, não passa de confrontação de opostos, isso não passa da antiga dialética, nesse sentido o método científico não inovou absolutamente nada em relação a Aristóteles, nem mesmo a ideia de utilizar fatos dados da realidade, dados da experiência como premissas, que o veristoto já admitia isso, a única novidade do método científico é o experimento premeditado, isso sim, que não começa com o Claude Bernard, começa no tempo de Galileu, que de você montar uma situação para ver como as coisas se desenvolvem, você poderia aí tirar uma conclusão que vale para os limites daquela experiência, que pode ser usada como premissa para outro raciocínio, então o experimento premeditado, que é dizer, montado artificial, ele começa gradativamente a predominar sobre a mera observação dos fatos da natureza, que era o que já se fazia desde o tempo de Aristóteles, isso é a única novidade, mas na sua estrutura lógica o método científico é exatamente a dialética de Aristóteles, sem tirar nem por, e a visão do regalo de que o processo temporal é de ordem dialética, eu não vejo como contestá-lo de maneira alguma, nós podemos colocar em dúvida a universalidade dessa máxima, quer dizer, nem tudo é assim, porque afinal de contas o processo temporal humano não é o todo da realidade, ele se dá dentro de um quadro natural que nada tende dialética absolutamente, quer dizer que embora os métodos de investigação que nós usamos para a natureza, sejam o método científico ou seja antiga dialética, Aristotélica modernizada, o processo da natureza em si não é dialético, quer dizer, o livro mais mal-fadado dos autores marxistas foi justamente a dialética da natureza, do Engels que ele tentava fazer raciocínio do seguinte tipo, a semente é a tese, a terra dela é plantada, a antítese e a planta é a síntese, mas isso tudo é artificialismo monstruoso e qualquer cientista natural vai rir de uma coisa dessa, nós podemos afirmar drasticamente, não há movimentos dialéticos conhecidos na natureza, mas na história há porque ela obedece a própria limitação intrínseca da mente humana, também você veja para que uma ideia, não se pôe uma ideia política, uma proposta política, conservasse a sua integridade ao longo de toda sua transformação de hipótese abstracta em realidade histórica, seria preciso que o seu criador ou o agente que aplica tivesse o domínio total das circunstâncias, que é o que acontece idealmente, digamos, até aí, ter limitação na área técnica, na construção de um equipamento para obter um determinado efeito, supõe-se que todas as etapas do percurso serão controladas, mesmo porque os materiais que o indivíduo vai empregar para isso, seja aço, seja uma substância química, sei o que é que for, que seja, ela não tem vontade própria, ela tem uma estrutura, que a estrutura é divididamente resiste a certas modificações, mas ela não tem vontade própria, ela não toma decisões no meio do caminho, então, vamos dizer, o controle total de todos os passos da transformação é quase que a definição mesma da obra técnica, não é isso? Não se pode deixar nada aismo, tudo tem que ser contado, pesado, medido, calculado para que não haja erros de percurso, porém, na esferdação histórica, política, social, cultural, etc., quem tem esse poder? Ninguém, absolutamente. Então, se você juntar, por exemplo, para pessoas mais poderosas que existam em diversas, para que essa turma do Clube Builder, porque tem praticamente todo o dinheiro do ocidente estar na mão deles, eles não conseguem controlar o processo. Por quê? Porque cada ser humano é também um agente, pode ser um agente maior ou menor, mas a característica fundamental do ser humano é a sua liberdade, liberdade quer dizer o seguinte, quer dizer que cada indivíduo humano é causa de certos processos, ele não é só um elo numa cadeia causada o que vem antes, claro que a cadeia causada é sua, mas quando chega nele, ele pode mudar o curso das coisas, a liberdade não deve ser entendida só no sentido, você dá escolha, você pode fazer isso ou pode fazer aquilo, não, não é isso, a liberdade deve ser entendida no sentido de que as causas que atuam sobre você não passam sobre você de maneira fatal e mecânica, elas são filtradas de algum modo, filtradas e alteradas, tá certo? Então, cada ser humano, por mais burro e impotente que seja, ele inicia certos processos causais, ele não pode ser considerado só, dizer como um elo passivo de uma cadeia causada o que veio antes, porque senão nós teremos que perguntar assim, mas quem começou a cadeia causada? Então, a hipótese do determinismo integral, ela tem que ser rejeitada, então, dizer, elimine, porque ela é intrínseicamente absurda, quer dizer que se há um determinismo integral, isso significa literalmente que ninguém fez nada desde o começo do mundo, tudo já estava feito, tá certo? E a mais alimentar experiência nos mostra que realmente não é assim, você pode ver, vamos dizer, pela atuação dos seus desejos instintivos, tá certo? Eles existem e pressionam você, também as suas emoções, seus temores, etc, etc, mas algum deles produz por si mesmo uma conduta, fala, não, a própria confrontação de várias correntes, por exemplo, correntes hereditárias, você estudar os homens, você tem várias tendências hereditárias que tem você que vem dos seus antepás, mas elas não são coerentes entre si, você tem, dizer, impulso oposto que estão em luta dentro de você, e, vamos dizer, algum desilácio a coisa vai ter, vai ter mais dia menos dia, e nesse desilácio interfere justamente o que? O ego que é o centro decisório, o poder do ego é muito limitado, mais evidentemente ele existe, se ele não existisse, todas as causas teriam que produzir o seu resultado mecânicamente, o que não é possível porque essas causas etricite também são contraditórias, ou seja, nós temos impulso contraditório, por exemplo, é o que é aquele negócio de Fala Santo Maedaquino, quando você vê um perigo, você reage ou você foge? Então ele diz o seguinte, se você achar que o perigo, o inimigo, é mais forte e você foge, se você achar que ele é mais fraco, você ataca, sim, mas da onde vem esse juízo do mais forte e do mais fraco? Como é que você sabe se o outro é mais forte e mais fraco? Então vai haver aí um julgamento subjetivo absolutamente irredutivo, o sujo achou que o inimigo era perigoso e fugiu, o ele achou que o inimigo era fraco e ele atacou. Então o máximo que nós podemos fazer é poder reduzir essa situação como Fala Santo Maedaquino, há um esquema lógico, mas esse esquema lógico é puramente formal, você foge do mais forte e você ataca o mais fraco, mas quem é o mais forte, quem é o mais forte, quem é o mais fraco? E segundo, como é que você sabe? Se você estudar estóbio Napoleão Monaparte, mil vezes ele entrou em combate com forças enormemente maiores e ganhou, porque ele confiava, vamos dizer, na audácia, na audácia, sempre a audácia, a audácia pelo menos assusta o inimigo e o desorienta. Você vê, a minha própria vida é um exemplo, quer dizer, quando comecei a publicar coisa com a nova era revolução cultural, o imbecil coletivo, o inimigo era onipotente, ele dominava tudo, todo o cenário, passado uns anos ele está em recuo, ele não morreu ainda, mas está em recuo, então, foi um primor de cara de pau, mas o que nós conseguimos no mundo sem a cara de pau? Então, às vezes você investindo contra o mais forte e você pode vencer, e tudo isso é um julgamento subjetivo. Então, claro que na minha vida houve outra situação, muito menos atoemorizantes, mas dentro das quais eu fugi, não é isso? Uma mocinha queria casar comigo, eu fugi dela. Qual é o risco do casamento? Nenhum, mas, como disse, me acobardei e saí correndo. Então, eu sou capaz de enfrentar o establishment inteiro, mas saí correndo uma mocinha. Tudo isso pode acontecer, é totalmente subjetivo e imprevisível, depende, vamos dizer, do indivíduo, da sua liberdade, da sua imprevisibilidade. Então, afastada essa hipótese do determinismo integral, e não adianta você recorrer argumentos teológicos, porque eu digo para você fazer, fazer criar entes que obedecem as suas determinações, mecânicamente até o fim, com o que o engenheiro faz. Agora, criar um ente capaz de tomar suas próprias decisões e falar, aí, preciso um Deus. Então, essa, vamos dizer, é a diferença entre Deus e o engenheiro. Então, também o pessoal confunde muito, vamos dizer, a onissapiência de Deus. Ora, nós, da missa, nós rezamos para que Deus não olhe para os nossos pecados, e para que ele faça que os pecados, como se não tivesse existido, ou seja, que ele os esqueça. Você acha que um Deus onissapiante não tem a capacidade de esquecer o que ele quiser? Se ele não tivesse a capacidade, ele seria esmagado sobre um conhecimento infinito, sobre o qual ele não teria mais controle. Como é que começa o Gênesis? Faça-se a luz, quer dizer, a luz não existir, então ela passa a existir. Tudo o meu modo, que a luz passa a existir, o seu pecado passa a inexistir. E isso é um atributo divino. Então, quando o pessoal pensa que a onissapiência de Deus consiste, vamos dizer, de uma massaroca de conhecimentos que ele não pode apagar, você está reduzindo a uma espécie de imensa enciclopédia britânica, que é aquilo que está escrito lá, não muda mais. Nesse sentido, Deus faz mais como uma enciclopédia soviética, quando o negócio não agrada, ele apaga. Então, aqui, era verdade, agora não é mais. Então, ele não simplesmente apaga aquilo que ele tem o poder de apagar. Então, muitas confusões de onissapiência, de onissapiência, vem do fato de que milhões de pessoas lerem a Bíblia, sem saber, não é um problema teológico, essas pessoas não sabem ler, são alfabetos funcionais. Então, entende as frases da Bíblia de uma maneira horrívelmente material e boba, quer dizer, reduzindo a inteligência divina ao queí do próprio leitor. Claro que a pessoa não faz isso de má intenção, porque até para ter má intenção, eu não deveria precisar ter capacidade de tê-la, às vezes é burro demais até para isso. É assim como dizia Ortega C, entre um inscrito mal, e o idiota eu prefiro o mal, porque o mal descansa, o idiota nunca. O mal pode ser bom de vez em quando, mas o idiota, o idiota cada vez mais. Então, excluído, então esse determinismo integral, nós vemos que a história humana é cheia de contradições e vai-vês, quer dizer, situações onde há 2, 3, 4, 10, 20 mil alternativas, e você nunca sabe o que que as pessoas vão escolher. E por isso mesmo, o curso das coisas assume uma feição dialética, como muito bem observou o regalo. Não necessariamente a dialética no sentido mais mecânico de tese antítese, mas às vezes há dialéticas mais complexas, há uma dialética onde um dos lados absorve o outro, há uma dialética trágica que nunca tem solução, como é o Nietzsche, e ele fala de contradições insolúveis, eternamente insolúveis, é uma dialética diferente do regalo. Existem dialéticas enormemente mais complexas, como a do nosso Mário Ferreiro do Santos, que fala da DECA dialética, você considera o objeto em 10 planos diferentes. Mas algum tipo de dialética existe, quer dizer, um processo conflitivo no qual as coisas podem se transformar em outras coisas e podem transformar nas suas opostas. Em geral, se transforma pelo fato de que o agente histórico jamais tem controle total do curso dos acontecimentos. Então isso quer dizer, qualquer ideia humana, qualquer proposta que seja, ela vai ter que se confrontar com uma oposição que não enfrenta de maneira puramente mecânica, um sim ou não. Mas se tem várias nuances de oposição e algumas dessas nuances podem aparecer até uma concordância, quer dizer, uma coisa absorve a outra sem que ela seja percebida, tudo isso pode acontecer. Então é por isso mesmo que eu insisto muito nisso, toda tomada de posição doutrinal com relação à sociedade humana, é sempre coisa de criança. Aí eu sou a favor disso, sou a favor daquilo e falo, mas não é saber o que você é a favor ou contra, não é saber o que vai acontecer quando você começar a botar em prática essa sua ideia. Então sempre tem que levar em conta a transformação das ideias e propostas no curso da sua realização. Por isso, por exemplo, a famosa ideia, que chega a Dona Marilena Shawid, a democracia consiste na ampliação dos direitos. Eu digo, bom, e quem garante os direitos, o Estado? Então você está querendo dizer que a democracia é a ampliação do controle estatal. Daí a idiota vai falar, ah, eu não tinha pensado nisso, eu falo, você não pensou minha filha, mas as coisas são assim. Quer dizer, se você pega uma ideia abstrata e você se apega a ela, como se ela fosse a solução da lavoura e você não pensa no mundo real onde você vai executar, então você está, é apenas o melhor responsável, apenas um moleque dizendo aquilo que você gosta, aquilo que você quer, escrevendo o cara para o Papai Noel. Eu digo para você, 99% do que se chama pensamento político no Brasil, consiste em escrever cartas para o Papai Noel, e as pessoas dizendo que elas querem que aconteça. E daí, se você diz, olha, as coisas não vão ser assim, entende que você está contra a ideia. Às vezes eu não estou nem contra da favor da ideia, eu só estou querendo investigar o que pode acontecer. Então, por exemplo, se você adota, isso é muito comum hoje em dia, até o Ricardo da Costa mencionou isso na conferência que ele fez no seminário Capitava de Filosofia, essa ideia de que todas as culturas se equivalem, se não há culturas maiores ou melhores, está muito bem, vamos adotar essa ideia. Só que é o seguinte, o sujo que está falando disso, ele já está considerando que a minha cultura é inferior a dele, na mesma hora. Não há culturas superiores ou inferiores, mas a minha superiora sua. Então, isso quer dizer que a igualdade de todas as culturas só poderá ser realizada, só poderá ser implantada, a medida é destruição de algumas culturas inferiores pelas superiores. Então, o que diferença faz? Então, este é o tipo da ideia que não significa nada, ele é apenas um flatus voce, uma combinação de palavras que soa agradável aos ouvidos desde que você esteja usando a linguagem apenas gramaticamente, não logicamente e nem muito menos cognitivamente, epistemologicamente. Ou seja, essas frases não correspondem a nenhuma representação mental do seu significado e essa representação mental que não existe, esteela por sua vez, não corresponde a nada no mundo da experiência. E isso é o que se chama psitacismo, você fala como papagaia. Então, o psitacismo está estabelecido como regra aúria do ensino universitário no Brasil. Então, as pessoas dizem que nós temos que acabar com os estereótipos de gênero, portanto, temos que defender os transexuais, etc. Mas escute, se você acaba com estereótipo, quem que o transexual vai imitar? Para que ele queira ser mulher é preciso que ele conheça algum modelo de mulher que ele possa imitar. Se não, ele vai se enganar, ele vai pensar que o modelo de mulher é o Mike Tyson, ele vai acabar imitando o Mike Tyson. Então, se você quer, vamos dizer, uma política de defesa dos transgêneros, então, subintende que existam gêneros. Eliminos estereótipos de gênero, acabou a sua política transgênero. Mas é assim, vamos dizer, é uma coisa que você não precisa pensar dois segundos, você percebe isso. Mas tem pessoas que, se elas pensarem a vida inteira, não chegaram a essa conclusão. Por quê? Porque a fórmula verbal se impregnou na cabeça delas de uma maneira tão profundamente hipnótica que a gente não consegue sair daquilo. E no Brasil, adquirir uma formação universitária consiste exatamente em se impregnar destas fórmulas mágicas. Então, é um processo de infantilização, na verdade, no qual, vamos dizer, o desejo é soberano. Tudo o que eu quero tem que se tornar obrigatório. E, claro que isso tudo não surgiu no Brasil, isso surge de modas que vêm da França, da Alemanha, dos Estados Unidos, etc. Só que, nos países de origem, essas coisas não se disseminam tão profundamente quanto no Brasil. Porque são países que têm uma tradição cultural bem sedimentada. E essas ideias ali se disseminam até certo ponto e encontram um limite. Agora, no Brasil, não tem limite. Então, você não tem uma classe culta capaz de dizer, basta, chega, chega de infantilidade, chega de molecagem. Não tem, não tem. Então, isso quer dizer que essas ideias elas pegam não somente o público universitário, mas pegam deputados, senadores, rizes de direito, não é isso? Então, a ideia do que o cara fala do direito achado na rua, eu digo direito achado na privada, porque não. Você pode deixar na rua, está no sarjeto, pode deixar na privada, em algum lugar. Então, isso expressa o quê? Um desejo que não se destina a ser realizado, isso é muito importante. A dialética desses desejos é exatamente como a dialética da revolução. A revolução jamais pode ser realizada, ela tem, só existe revolução permanente, isso é fundamental. A revolução permanente não é uma proposta de trótica, a revolução permanente é a própria natureza da revolução. Ela jamais pode alcançar os seus fins, porque no instante em que ela alcançar os seus fins, ela dirá, acabou o processo revolucionário e agora entramos numa outra, em uma etapa superior do desenvolvimento histórico. Então, isso quer dizer que tudo que foi feito até ali, pode agora ser julgado, condenado e superado. Isso não pode acontecer. Porque é da natureza da revolução concentrar o poder para poder realizar as transformações. Ou seja, a concentração do poder não é algo do qual se possa desistir a partir de um certo momento. Nós fizemos a revolução, nós concentramos o poder na nossa mão, nós fizemos a revolução, agora implantamos aqui a democracia socialista e agora devolvemos o poder ao povo. Isso não é possível, isto é autocontraditório. Ou seja, o fim da revolução é impossível, quando ele começou ele não para mais. Isso quer dizer que a mentalidade da revolucionária, ela afetou não os países submetidos à revolução, mas afetou todos os países e todas as culturas. Isso está dentro da democracia ocidental e isso entrou profundamente. O raciocínio que se faz, se você pegar o Parlamento mais conservador que tem no mundo, ele está raciocinando na mesma base. Que é, vamos dizer, da transformação permanente. E também não precisa pensar muito que a transformação permanente de tudo resulta na paralisação estática de tudo. Se não há fatores estáveis em face dos quais os outros podem mudar, de tudo muda ao mesmo tempo, a mudança se torna até mesmo imperceptível. Então são ideias que podem ser expressas gramaticamente. A gramática permite montar essas frases, mas o conhecimento, estrutura do conhecimento humano não permite reproduzir isso como percepção, muito menos realizá-la como está de coisas material. E por isso mesmo é que o curso da história tem um caráter não linear e lórico, mas um caráter dialético. Às vezes uma dialética tão enorme e muito complexa que se torna inabarcavel. Certos fatos singulares, você não consegue achar uma explicação de maneira alguma, porque às vezes nem mesmo a liberdade humana explica. Você vai ter que entrar, vamos dizer, com o acaso, agora explicar uma coisa pela casa, não explicar de maneira alguma. Então você tem que aceitar a dimensão do incognoscível. E o rei, evidentemente, ele só errou ao tentar reduzir a dialética a um processo identificável, está certo? E mais ou menos repetitivo. Não, mas isso aí, como dizem, ninguém é perfeito. Ele descoberta a natureza dialética do processo histórico, já é uma grande descoberta e tem o que estar grato aí. E isso, essa descoberta proliferou em números estudos históricos muito interessantes de descoberta, inclusive algumas realizadas pelo próprio Karl Marx. Então, dizer você desprezar Karl Marx como se ele fosse apenas uma besta quadrada, é sinal de que besta quadrada é você. Claro, você pode usar essa frase. Depois de você ter estudado Karl Marx 30 anos, você pode chegar à conclusão de que ele é uma besta quadrada, coisa que obviamente não é, mas de que ele é um vigarista. Então, nada em pé de com o vigarista seja um gênio. E que para cometer a sua vigarice, ele tem que dizer a verdade sobre mil coisas diferentes. Então, por exemplo, as análises que os marxistas fazem sobre a mentalidade, a natureza mecânica e linear do pensamento burguês são 100% corretas. E é muito interessante você observar o confronto, dizer, do intelectual comunista com o intelectual burguês. Porque o comunista sempre acredita que o burguês é um militante ideológico como ele, só que do lado contrário. Então, quando não há militantes ideológicas, alguma do outro lado, o teórico comunista a inventa. É o caso que foi o que acontece o Pierre Bourdieu. Tudo que ele fala da educação, quer dizer, a educação, é a máquina de reprodução da ideologia burguesa. Ele diz, olha, construiu uma máquina dessa, é um problema enorme. Isso aí é uma obra de engenharia. Então, você precisaria me mostrar os congressos de burguesas capitalistas onde eles estudaram o assunto e criaram esse estratégia. Acontece que nunca ouviu o congresso assim, sem ter o menor sinal de que a coisa existiu. Então, se o sistema educacional terminou sendo a máquina de reprodução da sociedade burguesa, não foi por uma intenção ideológica de ninguém, não foi por uma militância, foi, vamos dizer, por um conjunto de fatores imprimeditados. E se foi um conjunto de fatores imprimeditados, então evidentemente não tem sentido você enxergar naquilo uma intencionalidade maligna. O burgues por sua vez, quando olha o comunista, ele pensa que o comunista é um burgues, como ele, que também está agindo, vamos dizer, por interesses definidos, e de acordo com uma lógica linear. Então, o que você vê aí é um engano mutuo. Um entende o outro, outro entende o um. E é por isso mesmo, vamos dizer que fenômenos como a Guerra Fria, assumem às vezes o perfil de uma loucura total, quer dizer, o total descontrole da situação por parte de pessoas que acreditam que estão dominando o processo histórico de algum modo. Quando você vê, às vezes, essas decisões, esses elites globalistas, etc., propondo coisas que parecem muito espertas a eles. Por exemplo, você abrir as portas à imigração para você criar uma agitação musulmana horrível, uma onda terrorista, e em seguida você implantar um estado policial e controlar a sua cidade toda. A ideia parece genial, mas isso aí é maquiavélico, né? Bom, acontece o seguinte, é a pelosa pergunta do Mané Garrencha. Você já consultou o outro lado? Você já consultou os musulmanos para saber se eles estão concordando em servir apenas de instrumento para você criar o seu estado policial, ou eles têm algum outro plano na cabeça deles? E será que eles são idiotas quando você os está pensando? Porque eles também pensam que você é um idiota. Eles acham que eles estão usando você e você acha que você os está usando? Tá certo? Então, todas essas coisas mostram que frequentemente os agentes históricos estão brincando e cabra cega. Tá certo? E, bom, se existe uma função, uma necessidade da existência de intelectuais, é para tentar perceber as coisas como elas são e explicar para os coitadinhos, antes que eles tom decisões catastróficas. Se vocês estudarem, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Rússana, vocês vão ver que a confusão de estratégia, de decisões supostamente maquiavélicas, espertíssimas, foi assim quase que uma dança macabra, uma história de fantasma, onde todo mundo acreditava que estava usando o outro. Então, você veja que até o tempo em que Trotsky assinou a paz em separado com a Alemanha, em Brezlitovski, até este momento, o governo americano acreditava que ele era um agente americano. Acreditava Piamento, o Coronel Raul acreditava, o presidente Wilson acreditava, porque ele lhe acreditava e, de fato, ele era, só que depois ele mudou de ideia. Porque eles estavam pensando no Trotsky como um burguês que age de acordo com certos interesses objetivos, segundo uma lógica linear. E o Trotsky estava pensando como um marxista, porque vale é a praxis. Eu não tenho teoria nenhuma, eu vou elaborando a doutrina no curso da praxis. E por isso mesmo, eu posso agir como um camaleão quantas vezes eu quiser. E foi exatamente o que ele fez. O governo alemão também acreditava que lênei a um agente dele. E ele era de fato durante um certo tempo. Só que, você veja, é uma coisa... Parece incrível você pensar que os governantes da Alemanha não perceberam isso. Eles queriam que a Rússia fizesse a paz em separado com eles para eles poderem deslocar tropas para o ocidente. Então, parar de lutar em dois frontes e concentrar tudo no fronte ocidental. Só que, a partir da hora em que houve a paz com a Alemanha, a Rússia parou de lutar com a Alemanha. Então, muito bem, agora existe o problema da própria Rússia. O que a Rússia vai fazer? Agora ela tem que se armar, agora ela tem que reconstruir o senhor José, meu Deus do céu, que parou de ser desgastado naquele fronte. Então, a paz com a Alemanha não refrescou em nada a situação da Alemanha. Ao contrário, a Rússia passou a ser um perigo imensamente maior, porque ela estava tendo tempo de se reconstruir, se rearmar, etc. E no fim, passado algumas décadas, você vê a Rússia se tornando o verdadeiro agente de cesórios na história alemã, interferindo com o processo revolucional, etc. Então, eu estou dizendo tudo isso, não só para responder a pergunta do... Eu não lembro isso do nome do cidadão, sobre o questão do novo língua e da dialética, mas para esclarecer a vocês, eu vou dizer o como é importante você ter, não um indivíduo, não dez indivíduos, mas uma classe dedicada a investigar as coisas e dizer o que está acontecendo. E se houve necessidade número um, quer dizer você, como é que você vai pilotar um navio sem você saber o mapa? Como é que você vai seguir o mapa se você não sabe se o mapa corresponde, de fato, ao relevo do fundo oceano? Onde você vai dizer que não tem nada, de repente tem uma ilha, você esbara num banco de areia, uma coisa assim. Então, traçar os mapas é a coisa fundamental e a função é realmente nossa, é nós que o estudioso que tem que fazer isso, não espere com a universidade faça, porque ela não serve para isso, ela é um canal para o fomento dos desejos, só isso, né? E aí pouco importa se vocês são desejos socialistas ou conservadores, etc. Se você está se movendo no terreno do desejo, você está no mundo da lua, né? Então, por que que a dialética do regra não tem nada a ver com a nova língua, embora a nova língua tenha sido criada pelo movimento comunista, que por sua vez foi criada pela dialética? Muito bem, a dialética não é possível de você exercer se você não tiver conceitos descritivos que correspondem à realidade que você está querendo manipular. Então, uma coisa é você dizer que dialeticamente falando a paz se transforma na guerra, a guerra se transforma na paz, e outra coisa é você dizer com uma nova língua, guerra é paz e paz é guerra. Você pode usar isso aí como uma elipse, pesamento elíptico, tá certo? Com a paz se transformando na guerra, a guerra se transforma na paz, então, a guerra é paz e paz é guerra, mas isso é um modo de dizer, uma figura de linguagem, e não, onde é uma realidade concreta. Na partir do momento em que essa linguagem se coisifica, se transforma, nós é uma espécie de doutrina ortodoxa que é passada pelas pessoas, ela perde todo o poder cognitivo e se torna uma causa de impotência. É exatamente o que acontece nas nossas universidades, nós desacredito da nova língua realmente. Então, a capacidade de dialético é zero, tá certo? Mas a confusão entre os opostos é total. Muito bem, espero que isso tenha respondido à pergunta dele, que muitas pessoas deveriam ter a mesma pergunta na cabeça, mas agora antes de passar para as perguntas, nem sei se vai haver tempos para as perguntas, e queria tocar num outro assunto. Eu escrevi para a revista Vermo aquele artigo nas garras de Esfinge, explicando então toda a ação do Genom como uma intervenção islâmica no Ocidente. Me parece que essa tese tá totalmente demonstrada e não é nenhuma objeção razoável que se possa fazer contra ela. Mas existe um outro lado no caminho, a obra do Genom, ela tem toda uma parte imensa dedicada à teoria metafísica e à explicação dos símbolos erritos. Essa explicação dos símbolos erritos é de uma exatidão monstruosa, quando ele pega símbolos erritos de várias culturas, épocas, etc. e mostra a unidade estrutural de tudo. É uma coisa que você negar, só porque isso ofendeu a sua consciência religiosa, é uma coisa que não faz o menor sentido. Quer dizer, você espera que as coisas não sejam assim, porque você espera, por exemplo, que a sua religião, ah, a minha religião é superior às outras, então não pode ser que ela tenha exatamente as mesmas estruturas simbólicas, retois, etc. Mas o fato é que tem. Agora, o Genom, extrai desta unidade do simbolismo universal, que não é uma unidade simples, não é uma unidade muito complexa, ele extrai a conclusão de que todas estas tradiferentes tradições religiosas e virtuais vêm de uma tradição primordial, que continua tendo uma certa autoridade sobre todas elas, e que os focos estariam hoje na Índia e no mundo de Lama. Então, para pegar uma comparação simples, se você pega o mito do Minotauro, o que é o Minotauro? É um monstro que está no meio de um labirinto, e quando as pessoas chegam lá, elas são sacrificadas. O meio ou o centro também é simbolizado, frequentemente como montanha, o seu topo da montanha cósmica, onde o cosmos toca, ou encontra o seu limite com o mundo supramaterial, espiritual. Ora, o Genom diz, Minos ou do Minotauro, é a mesma coisa que Manu, o legislador primordial das leis de Manu. Então, você tem ali o chefe da tradição primordial, aquele que encarna a tradição primordial, colocado num centro da Terra, e a vida humana é uma travessia num labirinto, onde você será sacrificado no fim, no altar da ordem universal. Isso. O que você tem no cristianismo? Você tem uma montanha, onde é colocado uma cruz, que também simboliza exatamente aquele centro, e ali o próprio Deus é sacrificado. Então, você pode dizer, ah, estruturalmente é a mesma coisa, de fato é. Ou seja, as estruturas simbólicas do cristianismo e de todo o rei do cristão e do cariço de ensaques correspondem exatamente a de todas as outras tradições. Não há diferença alguma. Então, você está falando, bom, mas se as estruturas simbólicas e retoais são as mesmas, qual é a diferença específica entre essas tradições? Se você disser assim, ah, mas essas diferenças são devido a condições históricas diferentes, em tempos históricos diferentes, aí você não está dizendo qual é a diferença, está dizendo qual seria a causa histórica da diferença. E essa é outra raciocínia também de Jerico. Você pergunta por uma coisa, o sujeito responde com a causa da coisa, suposta a causa da coisa. Você quer explicar o porquê? Antes de você saber o oquê. Então, qual é a diferença específica do cristianismo? Tem uma diferença que é monstruosa. É o próprio Deus que é sacrificado, e não os outros. Essa é a primeira diferença. Então, não é você que vai subir aquela montanha para ser sacrificada em cima. Você vai ser sacrificado durante a vida, etc. Mas você vai ser poupado daquele sacrifício da coruja. Por que? Porque Cristo sacrificou. Você vai fazer sacrifícios menores e simbolizam retamente aquilo. Então, essa já é uma diferença brutal. O minotauro fica no centro do labirinto, comendo as suas vítimas sacrificiais. Nós percorremos o labirinto, você vê que todas as igrejas medievais têm representação no labirinto. O labirinto também significa a escalada da montanha, a mesma coisa. O labirinto tem que ser um caminho ardo. É ou, através do labirinto, ou a escalada de uma montanha. É Cristo que sobe a montanha carregando a cruz. O que é que é a cruz? A cruz não são só os seus pecados. A cruz é todo o peso do seu destino terrestre, o peso das condições da existência terrestre, que são o espaço, o tempo e o número do escorre. Ninguém escapa. Em segundo lugar, o Cristo traz alguns mandamentos que eram totalmente desconhecidos. Você pode procurar todas as tradições e ver onde você tem o negócio do ama, o teu próximo, como a ti mesmo. Não tem. Então, esteticamente falando e estruturalmente, as tradições são de fato todas iguais. São essas duas diferenças, o sacrifício do próprio Deus e o amor ao próximo. Então, é isso que torna o Cristianismo diferente. E, por isso mesmo, é que Cristo disse, todos que vieram às dimensão ladrões, são todos monstros que ficam no meio de um labirinto comendo os coitados das suas vítimas sacrificiais, e eu vou fazer aqui o contrário, eu me sacrifico a mim mesmo, para que vocês não se sacrificem. Então, é evidente que, em vez de concluir pela unidade das tradições, que remonta uma tradição primordial, a qual manter autoridade sobre todas as tradições, não, ao contrário. Só essa última revelação, é que tem autoridade sobre as outras. E corrasão diz que todas as outras são obras de ladrões, de demônio importante. Então, só que, se você se acha muito superior ao que não, e não estuda, vamos dizer, tudo que ele ensinou sobre ritos e símbolos, sobre a análise estrutural dos ritos e símbolos, o que acontece? Você está perdendo de vista que o simbolismo, se você vai à missa, você está esquecendo que essa missa tem uma estrutura exatamente igual a de todos os outros sistemas rituais do mundo. Você perde a natureza ritual da coisa, e ela se transforma, o quê? num encontro social, que não é a pregação moral, e daí você esvaziou o cristianismo. O cristianismo não aboliu o sistema simbólico, o sistema ritual, ao contrário, ele deu um sentido superior que não tinha antes. Então, isso quer dizer que, a partir da dissolução da consciência simbólica ritual no ocidente, aparece esse sujeito chamado renegênuo, e nos dá tudo de volta, diz o ara está tudo aqui, só que o preço é este. No preço é você agora, você se submeteira à tradição primordial, da qual eu sou porta-voz, modestamente, não é isso? E Curjo Sento agora é a Índia, nos escritos, e o Islã pela prática, Sulfe, etc., etc., etc. Então, muito bem, se você por não querer pagar o preço final, você recusa tudo que ele ensino antes, você não vai entender nada, porque vergonhosamente, os autores cristãos perderam tudo isso devista, durante séculos. Se você pegar, estudar as catedrales na Idade Média, você vê que qualquer construtor daquelas catedrales, tinha clara consciência da estrutura do mundo simbólico ritual, tanto tinha que ele construir igualzinho. Mas depois você procura o que os caras foram escrevendo no século XVII, XVIII, XVIX, XX, e tudo isso sumiu, e tem que ver um cara muçulmano para dizer, olha assim, quer dizer, é uma vergonha, evidentemente, mas, você rejeitar isso, ou vocês fazer de superô, como a Ruinal das Evidências, que não é um charlatão, você acha que o Ruinal das Evidências tem que apoiar e ler um livro do Régui, mas em mil vidas que ele vive, ele não vai chegar a isto, mas o Brasil é isto, é a pose de superoridade, o narizinho empinado, é o argumento final em todas as coisas. Isso, isso, isso, isso, isso. Faz uma caretinha de desprezo e pronto, se vocês saem de superô, mas isto é uma coisa, é uma pantomima, é uma palhaçada, é uma coisa tão, parece criança brincando de soldadinho, de chumbo, você está entendendo, e achando que é um guerreiro, então é tão ridículo, tão pequeno, tão grotesco, que não merece sequer comentar. Se aparece qualquer moleque, sei lá, estudou um pouco de bíblio, duas pregação do pastor, ouveu um pouquinho do catecismo, e começa a se fazer de superô, você está negando, o fato histórico, que toda consciência moderna a respeito das estruturas dos símbolos e ritos, veio de dois autores, um que não era nada, que era mais ou menos budista, que era medialeada, e o Régui não, não foi nenhum teólogo cristão que fez isso, não foi nenhum pastor protestante, e contra-lhes se ajudaram a assumir, reduzir tudo o aspecto moral, ser cantonizando a religião. Estão entendendo a importância desse negócio? Como mensagem final, não se façam de superôs a nenhum autor que vocês não conseguem entender. Você tem que fazer, veja, o combate aí, não é uma combate de opiniões, se eu gosto disso, não gosto daquilo, você gosta de marxismo, não gosto de desprezo, não é isso, meu Deus do céu, isso é um duelo de titãs, isso é para gente de altíssima cultura, altíssimo que aí, meu Deus do céu, e não precisam produzir essas pessoas, porque sem isso o país vai pro Brejo, como está indo, de fato. Veja, em 2015 eu expliquei para aquele band de jumento, discutar agora, você tem uma revolta popular contra o poder petista, contra o esquema petista e toda, onde o estamento burocrático. O símbolo disso chama-se Dilma Rousseff. Você tira Dilma Rousseff? Pronto, sumiu o símbolo, agora o inimigo ficou invisível. Ele está espalhado toda a parte que você não sabe em quem bater. Agora vamos bater no Temer, só que neste item, dialeticamente, o Temer que fazia a parte do poder petista se transfigurou na alternativa oposta. Então, bater no Temer em março de 2015 era uma coisa, bater nele junto com a Dilma, bater nele. Agora, em maio de 2017, é outra coisa completamente diferente, mas não adianta explicar, né? Aparece sempre o Gênio, Zé Lu Bicudo, Janaína, Arruinal do Zé Vedo, Quim Catacoquinho, etc. E o pessoal acredita neles. Por que acredita neles? Porque eles estão mais próximos da mediocridade geral. Ouviram o Lavos, sempre os caras acham humilhante, porque o Lavos sabe muito mais do que eles, assim, ah, não se não pode, então vamos ouvir um que sabe menos, porque a gente se sente mais reconfortado. Então, o Medioque reconforta o outro medioque. Por que votar no Lula? Porque o Lula é uma besta quadrada. Então, os filhos dizem, se ele pode chegar por isso na República, também posso. Agora, se você elege um gênio, por exemplo, ela se parece lá na Polião Bonaparte, de, opa, agora aí o negócio complicou. Porque a gente sabe que ele não vai ser na Polião Bonaparte. Então, lamentavelmente, sem uma franca superoridade intelectual, nós não vamos conseguir nada. É certo? E o Brasil tem toda esta tradição de desprezo pelo conhecimento de apologia da mediocridade e de apologia do alceiro de ser gente como a gente. Então, não faz nenhum questão de ser gente como a gente. Que diferença faz isso aí? O que é que eu posso ser a lei de gente? Quer dizer, só porque o alceiro de sabe mais, ele deixou de ser gente e agora ele tem que provar que é gente mostrando que ele está interessa a dissima nas suas conversas sobre futebol, mulherada. É isso que quer conversar? É isso que quer conversar? Quer conversar? Então, muitos de vocês tiveram a experiência de ser rejeitado pelo seu meio social imediatamente quando começaram a estudar. Ótimo que isso aconteceu, porque não é pra você frequentar esse meio. Hoje mesmo, a Rochen está falando alguma coisa sobre um parente nossa afastado e eu disse, olha, você não deve pensar que é o suficiente pra você ficar com raiva dela. Não é pra pensar nunca. Então, existe, vamos dizer, a parasitagem de atenção é coisa do diabo. Então, é surpresa assim, você se livra delas com duas palavras. Não precisa mais. E você tem que tratar de fazer amizade no meio de pessoas que buscam o mesmo que você busca. Vocês são muito afortunados, porque eu não tive essa sorte quando era jovem. Eu fiquei só epsilonis sozinho. Não tem ninguém que eu pudesse olhar, de esse aí, está querendo ir pra onde eu estou querendo ir. Não tem ninguém. Todo mundo estava indo pra outro lugar. Um ia pro futebol, tem a pro puteiro, ou tu ia pra as drogas, ou tu ia pra fazer carreira política, né? Corrupção, levando propina, caralho. É isso que as pessoas queriam, pô. Mas agora você tem milhares de pessoas. Nós conseguimos isso, conseguimos juntar o que havia de melhor e mais vigoroso na classe do antio brasileiro da série. E dá um novo senso de meta, de propósito da vida. E agora vocês têm milhares de pessoas que comumam os seus propósitos, os seus valores, das metas da sua existência. É aí que vocês tem que procurar os seus amigos e sedimentar as suas amizades e alianças de vida inteira. Tá bom? Então é isso aí. Dá tempo fazer a pergunta. Ficou um pouco tarde, né? Que horas são? Quase 10 horas. Não, então dá, né? Não, hoje não tem pergunta. Até a semana que vem. Muito obrigado.