Então, boa noite a todos, sejam bem vindos. Hoje eu queria, atento de introdução, fazer umas considerações sobre a questão das castas. O assunto não é esse, mas é por onde eu vou entrar no assunto de hoje, que depois vocês verão qual é. Então, as castas, de primeiro lugar, como eu já expliquei, é inclusive em apostilas. Elas não são classes sociais, elas são tipos psicológicos, que não tem nada a ver com a classe social, no seu jeito, nasce. Em algumas sociedades do passado, houve um esforço para fazer com que as classes sociais refletissem a diferenciação entre as castas. Isso é, particularmente, o caso da Idade Média Cristã e da Sociedade Indú, onde, na medida em que o indivíduo pertenciente a uma casta casa com a moça da mesma casta, isso vai, aos poucos, fazendo uma seleção natural, de modo que se pode prever a casta do jeito pela família onde ele nasceu. Mas isso é antes uma raridade do que a norma ao longo da história. Em geral, o que você tem é uma mistura e o indivíduo de qualquer casta pode nascer em qualquer classe social. Principalmente na nossa época, onde a mistura das castas é a norma geral. E não é só a mistura, mas o desconhecimento do fenômeno das castas. Então, quem me chamou a atenção para esse assunto foi o meu falecido amigo, o doutor Ronald Ford do Sederland Miller. Isso aí faz muito tempo atrás. E no início, evidentemente, eu estranhei e falei, não, não é possível com uma coisa tão remota e tão estranha, tem ainda alguma atualidade. Mas na vida que eu fui estudando, eu vi que aquilo era uma coisa fundamental na psicologia, especialmente na característica, na teoria da personalidade, etc., etc. E que a ignorância geral desse tema era causa de uma imensa confusão. E as castas se diferenciam de uma maneira que se torna visível para o observador externo, desde que ele tenha as qualificações para isso. É lógico. O que subentende que ele pertença a uma das castas superiores. Essa diferenciação se torna visível na conduta dos indivíduos, através da pergunta, o que ele está buscando na vida, qual é o objetivo da vida dele. Não o objetivo que ele declara, você aqui não tem nada que ver, isso aí depende de influências ideológicas, familiares, de fantasias, etc., mas aquilo que pela sua conduta você vê que ele está realmente buscando ao longo do tempo. Buscar não quer dizer encontrar, portanto não se pode medir pela eficiência que o indivíduo mostre na busca dos seus objetivos, mas simplesmente pela insistência e persistência, e também não tem nada a ver com a auto-imágenos do jeito faz. Então as castas são, a primeira é a casta inferior, chamada chudra. O chudra é tudo que ele quer na vida, é evitar a dor e buscar o prazer na vida que ele possa. Então é evidentemente uma pessoa incapaz de planejar a sua própria vida, incapaz de determinar fins de longo prazo, é um indivíduo que vive no dia a dia, com uma consciência temporal que vai no máximo a semana para frente e semana para trás. Então evidentemente ele precisa que alguém lhe indique o caminho, que alguém torneja a vida dele, por assim dizer, tá certo? E ele mesmo busca isso, tá certo? Então essa é uma massa muito grande de pessoas, tá certo? Até você vai ver que na sociedade brasileira é muito comum, as pessoas ignorarem completamente que a vida humana pode e deve ser planejada diante a mão. Aqui nos Estados Unidos você vê quando um casal tem um filho, ele já começa a guardar dinheiro para botar ele na universidade, 20 anos depois. E isso é normal para eles, quer dizer, eles têm um plano para a vida da família, o plano pode dar certo, pode dar errado, mas que o plano existe e existe, e isso é para eles natural. Essa ideia na sociedade brasileira soa muito estranha, as pessoas não estão acostumadas com isso. Também, vamos dizer, a própria instabilidade da sociedade torna qualquer plano de vida inviável. Então hoje em dia não tem tanta inflação, mas eu vivi no tempo em que tinha inflação monstruosa, onde você simplesmente não sabia quanto você ia ganhar no fim do mês, então você não podia planejar nenhum mês quanto mais o ano ou 20 anos, tá certo? Então este fator econômico tornava a vida tão caótica que forçava todas as pessoas, pouco importando a sua casta, a viver como se pertence a sua casta chudra, quer dizer, viver assim, por exemplo, ao Deus dará e esperando, quer dizer, que os fatos decidam para onde ela vai, ou que outra pessoa decidam. Então, é preciso lembrar que na concepção indú, que é aqui formulou mais claramente, essa questão das castas, as quatro castas têm a mesma dignidade e nobreza, desde que permaneçam fiéis a aquilo que é o seu destino, por assim dizer, natural ou sobrenatural, se quiser. Então, a facilidade com que o chudra se adapta, a qualquer trabalho que seja necessário para a sua subsistência e a sua persistência nesse trabalho, lhe dão então a dignidade própria da sua casta, tá certo? Acima destes, você tem a casta chamada Vaixia, que é, vamos dizer, a dos comerciantes, das pessoas cuja vida é pautada por uma ideia de resultado e eficiência, o que já não lhes permite viver no dia a dia como chudra. Eles têm que calcular, onde a vida inteira do Vaixia é um cálculo, geralmente isso é traduzido por um cálculo financeiro, ele tem toda a sua vida arrumadinha, por exemplo, o meu padrinho de batismo, quero dizer, ele é de pessoa, ele era um contabilista de profissão e ele contabilizava tudo na vida, você chegava na casa dele, tudo estava classificado, tinha umas caixinhas, um monte de caixinhas com o nome, número de peças, etc. tem tantos botões, tem tantas agulhas, tem tantos clips, tudo calculado. Eu moro na casa dele no tempo, quando eu ia para a escola, ele me dava um dia para ir para a escola, ele anotava diariamente o quanto ele deu e assim, ao longo da vida, ele foi prosperando bastante, partindo do começo muito humilde, ele no fim da vida tinha uma situação muito estável, confortável, etc. Então, esse cálculo econômico é o que caracteriza o Vaixa, está certo? Então, vamos dizer que o ideal do Vaixa é exatamente tornar tudo objeto de escrituração, seria o controle econômico-financeiro total para garantir o resultado, não precisa dizer que entre as características do Vaixa, está a evitar problemas a qualquer custo, não digo que seja uma covardia, mas é mais o que se denomina pusilanimidade, quer dizer, o Sr. não quer encrenca de maneira alguma, ele tem que se ater àquela sua rotina que lhe permite calcular os resultados do seu esforço, está certo? Em seguida, você tem o Chatria, que é a chamada casta guerreira, onde são pessoas que já querem algo que está muito acima delas mesmas, está certo? E que nós podemos chamar a glória, a vitória, a nobreza do conduto, a qualidade especial da sua pessoa, isso quer ter algo de notável, não quer dizer ser notável, não quer dizer ser famoso, mas quer dizer ter essa qualidade. Em geral, isso se traz à expressão mais clara disso, evidentemente, é a vida militar, a vida do guerreiro, está certo? Então, você em qualquer ambiente militar que você penetre ainda hoje, você vê que esses valores são reais para os militares. No Brasil, o único lugar de encontro de patriotas foi entre os militares, pessoas para quem a patria está acima dele, está certo? No interesse é como ele interpreta, quando ele foi interpretado de qualquer jeito, inclusive errado, está certo? Mas isso é um valor real para ele, que se perder esse valor, então a vida não tem mais sentido algum. Então, a característica fundamental do Chatria é servir a valores que valem mais do que a vida, ou seja, valores pelos quais vale a pena morrer. É evidente que a eficiência e o dinheiro não estão entre esses valores, é certo? Você pode morrer pela patria, morrer pela sua fé, até pela sua família, morrer por uma pessoa amada, morrer por milhares de coisas, mas você não vai morrer por dinheiro, porque depois de morte você não pode gastar o dinheiro. Então, e finalmente você tem a castra chamada Bram, que seria dos intelectuais sacerdotes, que são pessoas que estão voltadas eminentemente para a desifração do mistério da vida. Isso é o que elas querem, eles querem o conhecimento, a salvação, a transcendência, etc. Então, as pessoas nascem desse jeito, e você observa pela conduta delas o que elas estão buscando ao longo da vida. Então, por exemplo, o meu filho Pedro, essa é a primeira vez que ele subiu num tatame, ele transfigurou e rapidamente se tornou vice-campeão brasileiro de Jiu-Jitsu, categoria Mirinha, ele tinha 8 anos, 9 anos, 5, 6 anos, 5, 6 anos começou, logo virou vice-campeão. Então, aquilo era a vida dele até hoje, ele faz um esforço miserável, né? Quando ele entra na academia, a academia também é decadente, ele se oferece, ele dá aula de graça, ele se oferece para dar aula no lugar do professor, levanta a academia, faz qualquer coisa. Então, evidentemente, se encaminhou para a carreira militar, onde ele passa por dificuldades físicas, que eu não toleraria nem por 10 minutos, né? Tem um negócio de ficar fechado na câmara, cheio de gás, onde você é intoxicado, tem que ver quanto tempo você aguenta, e ele acha isso tudo maravilhoso. Porque é assim, sacrificar-se por algo que está acima. Então, por exemplo, a solidariedade militar é um negócio que as pessoas realmente não imaginam, mas eu nunca fui militar, mas eu convivi muito com o militar, no tempo que eu estava lá dando conferência, dando aula na escola de guerra-raval, escola de comando de estado maior, cara. E eu vi que eles têm uma solidariedade no espírito de grupo, porque é uma coisa impressionante, o grupo está acima dele, a sua geração, né? Como dizem naquele filme We Were Soldiers, aquele filme do Mel Gibson, eu disse, olha, acho que estão morrendo por isso, morrendo por aqui, mas no fundo, nós estamos morrendo uns pelos outros. Então, no mínimo, vamos dizer, se você pegar o mais vazio dos ideais militares, é o companheirismo. Isso está sempre acima da vida pessoal. Então, é claro que para o Vaixa, isso não vale de jeito nenhum, o Vaixa se implementa, ele não pode perder, nunca, e ele não pode morrer. Tanto que no mundo burguês, há mortes e transformam num tabu, o embaixador era apenas, olha, antigamente o tabu era o sexo, agora é a morte, então eu podia falar de sexo, agora não pode falar de morte, porque ninguém morga, as aparidas, assim. Então, a morte anula o mundo burguês 100%. Então, ela se torna, vamos dizer, uma coisa proibitiva. Ora, acontece o seguinte, como os indivíduos pertencentes às várias castas nascem em todas as classes sociais, isso quer dizer que só por uma coincidência muito feliz, o indivíduo recebe a educação apropriada à sua casta e, geralmente, recebe a educação da classe em que ele está. E, então, ele também, vamos dizer, não escolhe a sua esposa, o seu marido, de acordo com a sua casta, mas de acordo com o disponível na classe. E assim por dia de dia. Isso quer dizer que todas as castas vão misturando, a mistura das castas resulta em produzir o tipo que é chamado o Pária, o Xandala. O Pária é um tipo totalmente anarquico, incapaz até da disciplina do Shudra, não aguenta um trabalho, continuando pegando pesado todo dia. Ele ao mesmo tempo não aceita receber ordens e ele é incapaz de se governar a si mesmo, então, é um perfeito anarquista, por assim dizer. O número de páreas que existe da nossa cidade é demonstruo, porque nós vivemos na permanente mistura de castas. E, do ponto de vista da sua formação individual, a coisa mais importante da sua vida é você descobrir que casta você pertence por natureza e você se dar a si mesmo a educação apropriada àquela casta. Caso contrário, você vai cair naquele verso do Shakespeare em que você tem a meta deste e o talento daquele. Você quer uma coisa, mas você nasceu para outra, tá certo? Então, se você quer para mim um tipo, por exemplo, o Paulo Salim Malufe, ele nasceu para ser um empresário e ele achou que ele era um político, um governante, ele não é. Então, por mais que ele se esforce, faz tudo errado, sempre, tá certo? E as pessoas sentem que há algo errado com ele, né? Tanto que tem pessoas que dizem, não, eu sei que o Paulo Salim Malufe é ladrão, você não sabe, você não tem pra ver nada. Mas, mesmo que ele não robe nada, o que ele está fazendo está errado. As pessoas ouvem o Galucantá, mas não sabem onde, tá certo? E é claro que um governante tem de pertencer nas duas castas superiores, o Chatria o Braman, o Chatria de Preferência, o Chatria, evidentemente, que é mais dotado para isso. Então, eu vejo que aqui, nos Estados Unidos, essa mistura de castas é menos grave, tá certo? Por quê? Porque você tem toda uma tradição aristocrática no ensino que vem desde os founding fathers e que se prolongou até o século 20. Então, você tem uma certa diferenciação, você reconhece as pessoas, vamos dizer, os tipos distribuídos pelas classes sociais não são tão diferentes assim, das castas que lhes corresponderiam, tá certo? Claro que existe muita mistura e hoje em dia mais do que nunca. Mas em outras épocas da história, você vê que a coisa estava bem, quase que um modelo eminatural da sociedade hindu, né? Então, vamos dizer, particularmente grave é a educação baixa dada a pessoas que, dada a pessoas que, por vocação, pertencem ao Chatria o Braman. Porque, veja, para o Chatria, por exemplo, a realidade mais básica, mais inegável é a morte e nisso ele é perfeitamente realista porque evitar a morte, tá certo? Então, inútil quando você evitar respirar, tá certo? Então, a vida do Chatria é baseada, vamos dizer, numa constatação de ordem física absolutamente inegável, tá certo? E toda a sua vida é dirigida para dar ou receber a morte, com igual naturalidade, tá certo? Que você pegar, por exemplo, todas as coisas que... a bibliografia que existe sobre samurai, você vai ver claramente isso. Existe uma ética de samurai que às vezes é transmitida em academias de arte marciais até hoje, tá certo? E ao contrário, a vida do Burgeis, o Baixa, é uma vida que não pode desistir de morte, a morte estraga tudo, tá certo? Então, o que interessa é levar vantagem nas mais mínimas coisas, não se pode perder um tuxtão. Então, vocês têm que contabilizar tudo e fazer de toda a sua vida um cálculo econômico. Ora, como nós estamos numa sociedade onde todas as pessoas são treinadas para exercer alguma profissão e todas as profissões estão articuladas em função da estrutura econômica, todo mundo acaba recebendo educação baixa. Para o Shudder não adianta porque ele vai sempre levar desvantagem e faz saí-lo o que fizer. Ele pode pegar, assim, um PHD, administração e negócio, não vai adiantar nada. E as pessoas das castas superiores que receberam essa educação, elas às vezes podem se sair bem nisso aí, se elas não tomarem esses valores baixa como sendo o objetivo da sua vida, mas tomarem apenas como uma circunstância externa que vai lhes impor certas tarefas que eles desempeiaram prestando o mínimo de atenção e geralmente com eficiência, apesar da desatenção. Eu estive lendo esses dias a biografia do poeta ângulo americano Thomas Cernes Elliot, e tem uma coisa absolutamente notável, o Elliot trabalhou durante 9 anos num banco com função puramente administrativa, onde ele era um funcionário perfeito, ele fazia tudo certinho. E depois eu contratado como diretor da editora Faber & Faber, na qual ele permaneceu até o fim da sua vida, e ele foi chamado para Faber & Faber não por causa dos seus dons da escritor e poeta, mas por causa da sua capacidade administrativa. No entanto, é evidente que 90% da atenção dele estava em outra coisa. Você observa que alguns poemas dele levaram 5, 6 anos para ser compostos, e a atenção dele a todos os nuances mais finas da linguagem, é evidente que isso consumia a totalidade da atenção dele. Desde jovem as pessoas notaram assim, ele era um sujeito muito simpático, todo mundo gostava dele, astrologicamente para quem gosta disso, ele tinha venos no ascendente em Libra, e ele estava falando que é difícil não gostar do cara dele, mas eles notavam que ele falava muito pouco, então ele notava que esse cara tem uma vida interior, qualquer que não sabe nada, e que é o verdadeiro mundo dele, e de fato era assim. Quando ele começou a publicar os primeiros poemas, as pessoas levaram um susto, um susto tão imensamente venial, importante, vital para o mundo, e expressava tão bem o drama da época como ninguém tinha conseguido até então. E num desses poemas, ele se chama Canção de Amor de J. Alfred Proufrock, que incluiu quando era jovem, eu não tive a ousadia de fazer uma tradução dele, e depois infelizmente eu perdi, e que me consumiu meses de trabalho, ele escreve precisamente o ambiente vai-se de alto nível econômico da cidade de Boston, que era por assim dizer o centro da educação universitária americana no começo do século XX, naquela época você ainda tinha um enorme resíduo do tipo de educação que se dava a classe alta americana desde o tempo da colônia, e que era basicamente educação clássica. E eu tenho aqui um livro do Stefan Giocanti, que fez uma bela biografia do Elliot, você tem aqui o extrato da carta que a mãe do D. S. Elliot escreveu para a educação universitária, na qual ela queria matricular-lo, que se chamava Milton Academy, hoje não existe mais, isso era muito importante na época, que já era um preparatório para Harvard, onde ela faz a lista dos conhecimentos que ele tinha adquirido até então para mostrar sua qualificação para entrar lá. Ele tinha o quê? 18 ou 19 anos na época. Então vamos ver os trabalhos que ele tinha feito e os manuais que ele tinha usado. Vem aqui. Então diz o biógrafo que se trata um verdadeiro documento sobre a elite escolar americana no começo do século. Entre os autores ingleses que ele havia lido e estudado, está o Shakespeare Milton, Edmund Burke, entre os autores clássicos, Chenowhont, Homer, Vergilho, Ovidio, Ciccio. Na literatura francesa, peças de Corneille, o misentropo de Molier, Andromaca e Atali de Racine, Zadig de Voltaire, Hernani e os miseráveis Victor Hugo, sem contar duas peças aqui de George Sand, e enfim, cinco romances de Balzacan. Nisto tinha consistido do topo da educação secundária dele. Você vê que a atenção dada às letras era infinitamente maior do que aquela que podia dar às ciências e em matemática, que estão, evidentemente, muito mais ligadas aos interesses, baixa do que outra coisa. Mas o Elliot, embora ele tenha feito uma bela carreira acadêmica aí na Milton Academy, ele achava que o negócio já estava se esvaziando do seu conteúdo na medida em que os valores mercantiz e materialista já estavam se impregnando na classe alta americana. E permitiu que o início, evidentemente, deste processo de materialização e contabilização de tudo que hoje é intermete dominante, o que permite a ascensão de tipos como Zuckerberger e outros similares, que são pessoas proverbialmente incultas, porém dotadas para as tarefas que interessa o mundo baixa. Então, evidentemente, são pessoas que não têm a menor condição de exercer tarefas, nem de ensino, nem de governo, mas que, por terem muito dinheiro, se tornam tão influentes quanto um governante. Então, as consequências fazem os governantes. Os resultados estão aí à vista de todo o mundo. E você vê que a tendência geral é substituir cada vez mais a educação clássica e honesta por educação tecnocentífica. Ora, educação tecnocentífica não educa ninguém, isso é muito importante, porque, veja, toda a linguagem matemática pode ser aprendida por um computador. É uma tarefa no fundo, no fundo, por uma média mecânica. Então, um computador consegue fazer cálculos, por exemplo, que são inacessíveis ao ser humano, que transcendem, enfim, também da capacidade de um ser humano, tanto que certos cálculos científicos e contábeis hoje são inacessíveis ao controle humano, ou você acredita no computador, ou você vai passar o resto da sua vida, ou de várias vidas, tentando conferir uma conta que está infinitamente acima da sua capacidade. Mas, olha, os computadores existem para isto, ou seja, eles existem para imitar algumas tarefas da inteligência humana, tá certo? Mas são especificamente aquelas tarefas que podem ser separadas do resto da consciência humana, tá certo? E que não requerem consciência humana, tá certo? Então, a ideia de que os computadores vão superar os seres humanos, no primeiro lugar, eles já superaram, no exercício da sua tarefa específica, eles já superaram pela simples razão de que qualquer instrumento inventado pela humanidade, desde o primeiro tacate, até o computador de última geração, todos eles foram inventados para desempeiar alguma tarefa melhor do que o ser humano poderia representar por si mesmo. Inclui-se nisso os animais, né? Por que que domaram um cavalo? Ah, porque o cavalo vai mais depressa que nós. Se fosse para ir na mesma velocidade, nós não precisaríamos de cavalo nenhum, tá certo? Um burro de carga, ele aguenta por uma carga que nós não aguentamos, tá certo? Do mesmo modo, o computador serve para fazer cálculos que nós não conseguimos, ou para armazenar uma quantidade de dados que ultrapassa a nossa capacidade. O primeiro modelo de inteligência artificial que inventaram foi a escrita, evidentemente, é? Inventaram a escrita porque você pode registrar na escrita mais coisa do que você consegue guardar na memória. Então isso já era uma inteligência artificial, mas ninguém foi idiota o suficiente para pensar, não, vai ter um dia em que os livros vão superar a nossa capacidade. Porque afinal de conto, o livro só tem essa capacidade de registrar o que você botou lá. Do mesmo modo, com os computadores, tá certo? Eles podem registrar e podem operar dentro de uma pauta limitada que você mesmo impôs ao computador. Então, este tipo de educação, ele não é propriamente uma educação, ele é um adestramento para o exercício de determinadas tarefas específicas, tá certo? Mas ainda, toda a formação científica que você adquira hoje daqui 20 anos não vale mais. Porque é próprio da ciência, está continuamente renovando, se modificando, etc. Então, se você adquirir um conhecimento profundo, que é a natureza, o método, a lógica interna da ciência, sim. Você deve estar sempre atualizado. Mas qualquer conteúdo científico, tá certo? Que tenha pretensão fática, pretensão de se traduzir um fato, pode ser contestado a qualquer momento, e tudo pode ser recolocado, em discussão. Na prática, não é porque. Porque a profissão científica também corresponde, vamos dizer, a certas interesses de classe, interesses corporativos, que necessitam que certas verdades sejam aceitas como dogmas, mesmo quando científicamente é razão para contestá-las, tá certo? Do mesmo modo, na tecnologia. Isso, a tecnologia também, ela vive se renovando, mas às vezes ela para, porque? Porque o progresso tecnológico entrou em conflito, vamos dizer, com os interesses e necessidades dos financiadores. Tá certo? Eu vou dar um exemplo, isso. Nos anos 60 ou 50, 60, apareceu o famoso motor vankel, era um motorzinho desse tamanho, que movia qualquer jamantha, tá certo? Eu digo, por que que não fizeram isso aí? Não fizeram porque para isso ia ter que desmantelar toda a linha de produção dos Estados Unidos, e não fiar da previsão, tá certo? Do mesmo modo, as descobertas do famoso Nicola Tesla. Na hora com o Nicola Tesla inventam um jeito de você transmitir eletricidade à distância sem fio. O que é que as pessoas fizeram? Ficaram entusiasmas? Não, não, não, não, não, vamos enterrar esse negócio aí porque isso aí vai desmantelar tudo, nós vamos ter que começar tudo zero, então não existe sempre essa tensão dialética, vamos dizer entre o progresso tecnológico e a estrutura financeira e administrativa que sustenta a tecnologia. No entanto, a pessoa que adquira esta formação, vamos dizer, eu não gosto de chamar de humanística porque associa ao movimento humanista do tema da renascer, sei que não é bem isso, vamos chamar de formação clássica, ela tem flexibilidade suficiente para a qualquer momento adquirir conhecimento matemático e científico de que necessite sem se deixar limitar por eles, né? Então, você vê que este tipo de educação foi o que criou, os Estados Unidos criou a potência americana, assim como criou o Império Britânico, tá certo? Então, a educação da classe alta britânica como observou zero até H.C. consistia em, eminentemente, em duas coisas, grego e esportes. As pessoas tinham que ter uma cultura clássica e ter uma boa saúde de esforços, e o resto elas aprendiam sozinhas. E isto é verdade, né? Quanto mais culta inteiramente a pessoa maior a sua flexibilidade para adquirir qualquer conhecimento específico que ela necessite num momento ou em outro, tá certo? Mais a recíproca não é verdadeira. Então, na formação, vamos dizer, do intelectual, que é o ponto que me interessa aqui, tá certo? E para o qual esse curso foi feito. A coisa absolutamente essencial é primeiro, o indivíduo, que é, por vocação, por natureza, um Brahman, um intelectual, ele viver para os ideais correspondentes, que são justamente aqueles que o padre Sertiang explica no livro A vida intelectual, nesse aquele é um livro escrito para pessoas que são vocacionalmente dirigidas a isto. Tá certo? Ora, mas se você foi educado num outro departamento, sobretudo se você receber educação baixa ou talvez até Shudder, se você receber educação Shudder, você vai tender inevitavelmente a buscar tarefas inferiores nas quais alguém mande em você, especialmente tarefas de ordem física. Tá certo? É claro que a pessoa aí já arrumou um desajuste que nunca vai dar certo, porque você pega uma mulher brama e coloca a mãe dela para a cozinha. Tá certo? Bom, ela nunca vai estar satisfeita com aquilo e ela não vai ser eficiente naquilo. Tá certo? A não ser que ela entenda isso apenas como uma imposição externa, dela vai desempenhar isto, mas a vida dela tem dirigido outra coisa. Tá certo? Mas não é o caso quando a pessoa introjetou os valores da casta Shudder, e ela acredita que a obrigação dela é fazer esses trabalhos inferiores e ela se dedica a isso. Tá certo? Para o qual não está dotada de maneira alguma. E se recebe a educação baixa, vai acontecer o seguinte, como a sociedade atual é eminentemente uma sociedade baixa, embora no Brasil ainda seja uma sociedade baixa insipiente, não tão desenvolvida quanto aqui ou na Alemanha, a concepção baixa do universo vai-lhe ser imposta como sendo a única realista. Quando ela é realista sob certos aspectos, sob aspectos menores, mas não essencial, ela é profundamente irrealista, em primeiro lugar, por negar a morte. Em segundo lugar, por acreditar ingenuamente que uma vida voltada à obtenção de vantagens é vantajosa. Por definição, ela só é vantajosa para alguns. É isso. Em terceiro lugar, você precisa ver o seguinte, tem um livro do Leon Bloch, que chama Exeges dos lugares comuns, onde uma das... dos lugares comuns, dos travões que ele estuda, é todo mundo precedido em dinheiro. O dinheiro continua assim, incontestável, sem dúvida. Então, todo mundo precisa de dinheiro, mas você precisa de muito mais coisa, tá certo? Que o dinheiro não pode lidar de maneira alguma, isso é absolutamente impossível. Em terceiro lugar, o dinheiro serve porque ele pode comprar coisas. E essas coisas servem para quê? Ou como o D. Miguel do Namono, o bonde é um negócio muito útil porque ele me leva até a casa da minha namorada, mas para que serve a minha namorada? Então, você evidentemente vai ter outros objetivos que não são contabilizáveis. Porém, a sociedade baixa é baseada na ideia de que todo valor é contabilizável. E o que não é contabilizável não existe. Então, por exemplo, a própria noção econômica do valor de uso desaparece completamente. Se os critérios de mercado são os únicos critérios que existem, então tudo só vale pelo seu valor de mercado. Mais uma coisa, só faz sentido você jogar a coisa pelo valor de mercado quando você pretende vendê-la. Se você pretende conservá-la e usá-la, tá certo? Então, evidentemente, é por algum valor que ela tem para você e que não é um valor de mercado. Também acontece outra coisa, terrível na sociedade baixa, onde tudo é contabilizável, tudo é matematizável, contabilizável, tudo é, portanto, administravel. E como toda administração, ela tende a absorver todas as ambiguidades e todas as contradições numa direção geral, numa administração geral de tudo. Então, isso quer dizer que a sociedade capitalista tende, inevitavelmente, algum tipo de socialismo. Então, como dizia o grande economista austríaco, José Schumpeter, quem vai acabar com o capitalismo não são os proletários, como dizia Karl Marx, mas são os capitalistas. É exatamente o que nós viemos acontecer hoje. Isso quer dizer, vai precisando de uma centralização cada vez, mas até você, o que se chama sociedade administrada. Ou o que é sociedade administrada e não o socialismo? Então, como eu disse outro dia, o socialismo, nesse sentido, não é a abolição da propriedade privada, é a sua extraordinária concentração nas mãos de uns poucos. Toda a propriedade que os demais têm, passa a ser uma concessão temporária do Estado. Por exemplo, você compra um terreno, você acredita que o terreno é seu, daqui a pouco eles dizem, não, mas tem um rio subterrâneo que passa embaixo do seu terreno, e portanto, as águas pertencem ao governo, portanto, seu terreno pertencem ao governo, e tomam-se a idade da idilização, nem coisa nenhuma. Você acredita, por exemplo, todo mundo está falando, não, o dólar pode cair, então compre ouro, etc. Tem uma lei aqui nos Estados Unidos que o governo pode tomar qualquer quantidade, qualquer metal que você tenha, sem dar a menor justificativa. O governo está exercendo este direito ainda, mas ele o tem, e em caso de necessidade, ele o exercerá. Então, tudo isso, toda esta centralização, esta estatização, é uma consequência inerente da própria visão varcha das coisas. Está certo. Da onde você terá, então, inumeráveis conflitos que serão resolvidos através de mais administração centralizada, e assim por diante. Então, isso quer dizer, a visão varcha das coisas, ela parece muito realista, e parece egoísta, em um certo aspecto, mas ela é suicida. Ou seja, a vida varcha é uma vida conduzida para o fracasso, porque nenhuma vitória material que você consiga sobrevive à doença e à morte. Então, uma vida que não está preparada para a morte, ela é evidentemente, não vale a pena ser vivida. Então, quer dizer, a própria visão varcha, ela suga e destrói o sentido da vida, e resulta sempre num vazio extraordinário, que é justamente o que aparece nesse poema do Elliot, canção de amor de J. Alfred Prufrock. Ele mostra-se um sujeito meio tímido, meio desajeitado, no meio de uma festa elegante da burguesia, e mostrando como tudo aquilo está se encaminhando para a morte. E um tema que ele voltará, talvez talvez uma hora dos seus poemas, que é do Wasteland, a Terra vazio, a Terra gasta, uma coisa assim. Então, o Elliot nunca foi um sujeito revoltado contra nada, ele simplesmente está dizendo o que ele está vendo, ele se deixava impregnar profundamente por estas impressões da realidade, e depois conseguia de um modo mágico que veremos daqui a pouco, traduzi-lo em palavras. Então, se o problema básico da formação do intelectual é a literatura, as letras de Modérone, então isso nos leva diretamente ao problema da linguagem. E quando nós falamos assim, domínio da linguagem, já as pessoas entendem uma coisa quando é outra. Para isso nós temos que voltar, vamos dizer, o primeiro grande filósofo cristão que houve, que foi Santo Augustinho, primeiro realmente grande, claro que houve outro dele, mas nenhum dessa estatura, que desenvolveu uma teoria dos signos, que até hoje merece muita atenção, e ele perguntava assim, o que que é um signo? Um signo é uma coisa que para os sentidos parece ser algo, mas para a mente é outra coisa completamente diferente. Se você pega uma palavra qualquer, para você pegar a palavra leão, o que que é isso para os sentidos? É um som, mas o que que é isso na mente? É um animal. Então, esta dualidade, você está pensando uma coisa, mas na verdade está pensando outra, é um dos mecanismos mais sutis e mais importantes da mente humana. Por exemplo, o surreto que foi campeão mundial de torneios de memória, durante oito anos, Dominico Bryan, ele fez um curso sobre memorização, onde a técnica dele é a seguinte, cada coisa que você quer lembrar, você associa a outra que não tem absolutamente nada a ver com a história. Por exemplo, o primeiro exercício que ele dá, o seguinte, você vai pensar o trajeto da sua casa até um certo lugar, e você vai lembrar dele com todas as minúcias, tudo que você viu pelo caminho. O que ele faz? Ele imagina aquele trajeto, e em seguida ele distribui, naquele trajeto, alguns objetos, alguns objetos que não tem nada a ver com o trajeto. Então, por exemplo, você saiu no quintal dos facados, o que ele tem ali? Tem uma carteira de dinheiro no chão, ele se chegou na esquina, tem um posto, o que ele tem no posto? Tem uma cobra. Depois, você anda mais um pouco, tem uma caixa postal, o que ele tem na caixa postal? Um urso. E assim por diante. Coisas que absolutamente não tem nada a ver. E o Dominico Bryan é o nosso jeito assim, que levávamos numa festa, apresentávamos para 200 pessoas, como ele terminava de cumprimentar a última, ele dizia o nome de um por um, por este processo. Mas que absurdo, que é? Você vai associar as coisas arbitrárias, absurdas. É porque o signo é isto. O signo não tem nada a ver com a coisa significada. Às vezes ele pode ter, mas é função diferente, eu vou mostrar para vocês daqui a pouco. Então, verquendamente, a humana pensa, ela está seguindo duas linhas de raciocínio ao mesmo tempo e não uma. E uma das que ele está seguindo, não tem nada a ver com a outra. Você acha que Deus pensa assim? Não. O que Deus pensa é a realidade que existe. O mundo é os pensamentos de Deus. Então, Deus, quando quer fazer um urso, ele faz um urso, ele não vai fazer outra coisa, ter uma lata de sardinha que significa um urso. Então, os pensamentos de Deus não os conhecemos na sua totalidade, na sua, no seu segredo, mas algo deles não conhecemos. Por que? Porque conhece uma realidade. E acontece que esta realidade, que nos chega pelos cinco sentidos, nós só pensamos através de um artifício que foge dela. E isto é a fatalidade da existência humana. Então, a habilidade de lidar com essas coisas é muito difícil. Outra dificuldade que existe, mas que ao mesmo tempo é o caminho para a superação desta primeira, é o fato de que quando a nossa vida interior, a nossa vida de cognição interior, não procede por palavras e não procede por signos, procede por uma outra coisa, que os escolásicos, começar com o próprio Agustínio, que não é bem o escolásico, chama verbumentes, o verbo mental, a linguagem mental. Linguagem mental não é você falar com você mesmo, ela se constitui não de signos, está certo, mas das formas essenciais que você aprendeu nos próprios objetos. Como é que se produz esta forma essencial? Produz pelo mecanismo de abstração descrito por Aristóteles. Quer dizer, você do objeto percebido, você conserva não tudo, mas você também não conserva um signo, você conserva algo da forma dele, mas não tudo. Você conserva só aquilo que tem de permanecer invariável para que este objeto seja o mesmo objeto. Isso não é inventado, isso não é pensado, isso é realmente percebido e guardado na memória como tal. Então, para você que percebe uma vaca, você conserva um esquema de vaca. A vaca que você viu pode ser malhada, pode ser branca, pode ser marrom, pode ser preta, pode ser cor de roda com bolinhas etc., não interessa, isso não vem ao caso. Para ela ser vaca, ela tem que ter uma estrutura, uma forma, de quando Aristóteles fala em forma, ele não está querendo dizer o formato exterior, mas por assim dizer a fórmula, que permite que ela seja reconhecida como vaca e que a identifica com os demais membros da mesma espécie. Espécie também, ela tem que dizer imagem, mas não é uma imagem física, uma imagem idética, uma imagem de uma ideia, mas não é uma ideia que você pensou, uma ideia que você aprendeu e que está na própria forma que o objeto lhe exibe e que expressa então a essência, o que é essência? É aquilo que aquele ser é, independentemente dele existir ou não, e independentemente da infinidade de variações que ele possa ter perante outros da mesma espécie. Então, o verbo mentes é uma sucessão destas essências, as quais a linguagem, efetivamente falada, não traduz corretamente, mesmo porque a ideia essencial de vaca que eu aprendo é a mesma com o chinesa, aprende, a mesma que um zulu aprende, mas as nossas línguas não são a mesma. Então, isso quer dizer, para falar isso eu vou ter que adaptar esse verbo mentes às exigências de disponibilidade e limitações da língua na qual eu estou falando, portanto, já é uma tradução. Ora, eu até coloquei esta nota no Facebook outro dia, quando Elliot era ainda muito jovem, a irmã mais velha dele, lê uma coisa que ele escreveu e disse, olha, coisa extraordinária, você pensa o ritmo antes de pensar as palavras, e você faz isso desde pequenininho, porque você ouvia as pessoas falando e você imitava a fala delas sem palavras, dizendo coisas sem sentido, mas que tinha exatamente o mesmo ritmo. Ora, nesse ritmo ele imitava o quê? Não, propamente a linguagem, porque ele nem tinha linguagem ainda, mas imitava a sequência, a melodia interna do verbo mentes, e é isso que ele permitiu ser o grande poeta que ele era, que ele foi, e ainda... Então, desenvolver este tipo de sensibilidade para a linguagem, este é o requisito básico da educação do intelectual, e se ele não tem isso, ele não tem nada. E por que ele vai aprender isso? Se ele entrar nesses estudos com a mentalidade de uma casta inferior, ele vai virar uma espécie de monstro, porque este tipo de operação mental só serve para as pessoas cujo objetivo na vida é penetrar num nível de realidade que é superior à espinência imediata que a abrangia. Então o quê? É o mistério da existência que vocês estão tentando chegar. Ora, o mistério da existência não é para qualquer um, é para quem dá tudo e mais alguma coisa em troca de obtê-lo. Neste, então, se você entrar com a mentalidade baixa, você vai tentar usar isso para você ganhar dinheiro, por exemplo. Então você é mais uma monstruosidade que vai resultar daí. Todo mundo, vamos dizer, da falsificação, da subcultura, tu engano, da mentira generalizada, nasce disso aí. Dê-lo de um uso indebido, dos instrumentos criados para a vida intelectual. A nossa era já foi chamada era do simuláculo. Isso aí é um processo mundial, mas que em certos países que tem uma retaguarda menor de cultura clássica com o Brasil, se tornou-ne presente e dominador de uma maneira avassaladora. E como até os instrumentos superiores da vida intelectual estão sendo usados para o simuláculo, a falsificação, é evidente que ninguém pode entender nada do que está se passando. Toda explicação é uma remeda de explicação, é uma caricatura de explicação. Toda a remeda de explicação é uma remeda de solução. E é exatamente nisso que nós estamos vivendo há muitas décadas no Brasil. Então, aquelas pessoas que foram educadas na base do... Por exemplo, a gente vai falar dos lugares comuns, beleza, não se põe na mesa? Digo, bom, eu nunca pensei em pegar uma, sei lá, Catherine de Zeta Jones e botar na mesa. Isso seria antropofagia, não é sério que isso é antropofagia? Certo, não se põe na mesa, mas algumas se põem na cama. Então, a mentalidade de tudo o que você faz tem que ser voltado para você obter uma posição firme na sociedade, uma renda, uma profissão, um diploma, um cargo público, uma fortuna qualquer, ela é uma tipo de vida que está indo diretamente para a morte, e que para além da morte não conhece mais valor nenhum. Então, é o avião que estava caindo e tinha um sujeito apavorado e tranquilo. Aí o apavorado perguntou como? Você nem liga? Não liga, vamos morrer, porque tem outra vida. Você pensa isso porque você é um pobretão, você não tem nada para perder, mas eu tenho tudo para perder. Isto é o Vacha, isto é o Burguês. Existem pessoas que não podem ser outra coisa, que elas são feitas para isto. E vamos dizer, você as identifica facilmente pelo sucesso que elas têm nisso? Agora, eu conheço um monte de vachas parcaçados, ela é a maior parte deles. Você só pensa em dinheiro, só pensa em eficiência e está sempre ferrado. O que significa que você está no lugar errado, meu filho? Você não serve para isto. E? A ideia das castas estão associadas à ideia do Dharma. Dharma é o seu destino ideal ou melhor, é que é o dever. E ele faz um comprimento e oposição à ideia do karma. Karma é aquilo que lhe é imposto e do qual você não pode escapar. Então, por exemplo, se você nasceu pobre, ou você vai aguentar a pobreza, você vai ter que lutar para sair dela. Não foi você que escolheu? E não é uma questão de dever, é uma questão de imposição. Você pode imaginar o Dharma, por exemplo, como uma prisão. Você pode ficar o resto da vida ali, ou você pode tentar sair, que vai dar um trabalho medonho e você pode fracassar. O Dharma, por assim dizer, é um dever que transcende e engole o karma e dá-lhe um sentido, de modo que mesmo o mais pesado e opressivo dos karmas adquire um sentido. Mas note bem, para o vai-cha verdadeiro, a vida voltada para eficiência e o lucro não é um karma, é o Dharma dele. Esse é o grande método, o grande objetivo, esse é o valor e ele vai se julgar e se avaliar por isso. E será totalmente incapaz de conceber qualquer coisa acima dele. Se vocês querem o perfeito retrato, vamos dizer, do burguês, vocês leiam as obras de Leon Blois, que é o autor mais terrívelmente sádicamente anti-burguês do que Karl Marx. Karl Marx tinha alguma apreciação pela burguesia mesmo porque ele era um deles. Mas o Leon Blois odiava o burguês com todas as suas forças e cada palavra que ele escreveu para escolher o Ambal Burguês. Vamos dizer, com um sadismo literário absolutamente maravilhoso e delicioso no fim das contas. Então, e você vê, o Leon Blois, toda a vida dele foi muito pobre, horrívelmente pobre, com mulher e filho e tal. Não ganhava dia nenhum, ele mesmo se chamava o Invendável, o Rio de Janeiro não vendia nada, ninguém pagava coisa nenhuma. E no entanto, ele jamais desistiu de continuar fazendo o que ele estava fazendo. Que era buscar a Deus, que ele é um homem muito católico, muito fervoroso, e dar artista imunho, um inscrito, um francês absolutamente maravilhoso. E é óbvio que, desde esse ponto de vista, o Blois foi vitorioso, inclusive, nas gerações seguintes. Esse é um autor que na época, muita gente falava mal, mas que acabou se impondo como um clássico francês indispensável. Ele disse, indivendável, passou a indispensável. Outro que também era anti-burguês visceral foi o Jorge Bernanoss. Aqui era um pouco mais sortudo, porque ele nasceu filho de um comerciante próspero, e ele por incrível, parece que ele tinha um certo jeito para os negócios. Então, quer dizer, o mundo burguês, ele o dominava por cima, ele o dominava sem jamais ficar limitado aqui. E ele traçou vários tipos de burguês, inclusive, o mais horrível de todos, que é o bispo burguês, o sacerdote burguês, que é o abade cenábano, no livro Lampostil, em Postura. E o outro que era o Monsieur Wien, a fusão de Ui e Nô, o cara que sempre fica no meio, o bom senso burguês. Enfim, existe muitos autores que são assim, você observa isso, por exemplo, essa satira do mundo burguês, Henry Miller. Eu não respeitava absolutamente nada, respeitava o que era digno de respeito, mas convenções e regras do mundo burguês, porque não era absolutamente nada, e ele mostrou que era absolutamente totalmente capaz de viver sem isso, capaz de viver na miséria, e achando tudo muito divertido. Então, eles vão dizer só alguns privilégios da casta brama, no próprio mundo burguês. Então, eu acho que vocês se livraram dos últimos resíduos de ética baixa, chatria não, chatria é bastante compatível, tá certo? É uma condição indispensável à sua formação intelectual. Então, por exemplo, o medo de ficar sem dinheiro, o medo de ficar sem emprego, o medo de ser desprezado socialmente, tudo isso você tem que perder de uma vez por todas, mas perder 100% e na medida em que você está voltado para uma realidade transcedente, você tem que pensar assim, eu faço o que é minha parte e o dinheiro no meu bolso de Deus que põe, quando ele achar que deve, e tira quando ele achar que deve, e tá bom de um jeito e tá bom de outro. Com isso, só com essa atitude, você vê em seu mundo burguês, ele perde o poder de prensão sobre você, isso lhe dá uma liberdade interior muito grande, mas evidentemente você pode ter tido papai e mamãe, você aqui dizer não, você precisa arrumar um emprego estável, você precisa ter um diplomatista, se você ainda acredita nisso, então você é escravo do mundo baixa, tá certo? E se você progredir um pouco na vida intelectual, você vai ser no máximo um simuláculo de algum sucesso, tá certo? Que não vai durar, eu não vou citar exemplos, mas tem vários casos, o jeito é badalar durante algum tempo, depois ainda em vida totalmente esquecido, não sep a mais coisa nenhuma, além do que isso é uma palhaçada, palhaçada que não aguentará o confronto com a morte, e o confronto com a morte é paroxatria e o brâmara, condição número um, não é isso? Eu posso citar um exemplo nominal? É um pouco obsceno, mas pronto. O José Guilherme Merquior, ele pode ser analisado sobre esse aspecto que eu estou falando. É um caso absolutamente trágico de intelectual de altíssimo gabarito, mas que no fundo nunca passou de um baixa. Você vê, por exemplo, essa deprimente é horrível, você vê, por exemplo, que ele fala de grandes filósofes do passado, com Platão, Santo Médico, com um total de respeito, porque ele escreve do chefe dele no departamento, que no departamento o chefe é um santo, é Deus à Terra. Ele diz que um intelectual de verdade não pode fazer isso. Ou seja, ele tinha o talento verdadeiro do intelectual, mas não tinha os valores efetivos da casta. Isso você observa muito, isso é uma tragédia, você vê que o sujeito morreu sempre com câncer, morreu 49 anos, porque isso é um conflito que leva para o túmulo necessariamente. Então pensa bem, o que você quer? Então, se você continua ligando para esses conselhos de papai, mamãe, tio da tia, do vizinho, tá certo? Não, você tem que arrumar emprego e fazer isso, tudo bem, a gente pode ter arrumado emprego, isso não é um problema, tá certo? Desde que você conceda esse emprego, só o que ele exige realmente, nem uma gota a mais, tá certo? Você vai ter que respeitar esse emprego como uma instituição social, mas não como algo que está acima de você, certo? Vamos fazer um intervalo daqui para o nosso bordo de tempo. Antes das perguntas, tem aqui um aviso que eu recebo do Felipe Lessarge. Acabamos de abrir as infeções para a segunda edição do Encontro Europeu do Seminar de Filosofia. Dessa vez acontecerá no Porto, Portugal, no fim de semana de 4 a 6 de agosto. Traste de uma ocasião privilegiada na qual poderemos compartilhar alegrias e dores da vida de estudos e também dar um modesto passo a mais rumo à construção dessa vida intelectual, da que o senhor tantas vezes fala e que por força da solidão parece por vezes ser uma realidade para além da barreira da nossa miséria. Os interessados devem acessar a parna do Facebook, segundo o Encontro Europeu do Seminário, ali sem quanto a ficha de inscrição e o programa do evento. Então, tomar aqui, muita gente vai lá e de tudo certo. Muito bem, aqui tem outra, que o Leonardo me manda uma carta muito comprida, eu não vou poder sequer ler ela aqui, quanto mais respondê-la. Assim, está muito interessante aqui, mas realmente não dá muita coisa para uma aula só. Aqui algo costa, perguntou, você ouviu alguma correlação entre as castas Indus e as 16 personalidades do teste Meyer Briggs? Por exemplo, o sujeito personal de ISTJ teria mais identificação com a casta Châtria. Existe algo desse tipo, mas eu não conheço esse sistema suficiente para poder lhe dizer algo. Mas de qualquer modo, eu acho que a melhor maneira de você identificar a casta é você observar quais os objetivos que o indivíduo persegue permanentemente. Está certo? Descontrando, é lógico, estas misturas e, note bem, qualquer mistura que seja falada, o cidadão um para e um para é um tipo anarquico que existe para dar errado. Então, o número dessas pessoas que existem no Brasil é um negócio absolutamente assombroso. É um país que tem o recorde mundial do número de fracassados. Tem países que não dá para ser um fracassado porque está todo mundo morrendo de fome, está certo? Então, você não tem para subir, então você não pode fracassar, mas no Brasil você pode subir. Agora, o número de tipos, desformes e caricatos que chegam aos primeiros postos da sociedade e chegando lá só tem uma atuação destructiva, é muito grande demais. Agora vai ter esse encontro lá no Harvard e a minha ideia é apresentar um panorama da obra das classes dominantes no Brasil nas últimas cinco ou seis décadas. Olha o que vocês fizeram, que eu considero uma obra de gênio, ninguém consegue destruir tanta coisa tão profundamente, tão irremediabilmente, está certo em tão pouco tempo. Ricardo Falkenbach, professor de Beleza, escreveu um livro de aforismos, aforismos do Carvalho. Nós estamos preparando aqui o Guru de Varginha, que é feito de uma seleção dos tópicos mais contundentes do Facebook há vários anos, mas com uma seleção drástica já está com mais mil párneas. Vamos ver se a gente consegue, está primeiro a Carla Farinas e fez uma primeira seleção de ordenação e agora a Stella Kain me está dando um formato editorial mais definitivo, espero que acabe logo. Mas não vai sair isso antes de julho, acredito eu. Não vai sair quer dizer, não vai ficar pronto o texto, edição, não sei quando. Samuel Gauvea nos indica um bom livro sobre o sistema de castas. Olha, existe o livro do Frith of Shun, Castas e raças, que é uma pequena obra prima, mas que não enfoca o assunto sobre este ponto de vista, está certo? É completamente diferente. Ele está falando um ponto de vista puramente espiritual e exotérico, que não é o meu intuito. Mas de qualquer modo, o perfil que ele dá embora altamente idealizado, portanto, com um não científico, eu acho que é muito bem feito, pelo menos, literalmente é uma beleza. E eu mesmo escrevi um negócio que eu chamei ele, ele é mesmo de tipologia espiritual, que eu creio que existe no seminário, tem uma postila que está circulando, é um dia, talvez saia como livro, mas eu ainda preciso corrigir muito aquele texto. É o Bruno Gama Duarte. Ah Bruno, tudo bem? E quando o Sr. Eto possui a vocação para a vida intelectual, porém recebeu educação preponderamente guerreira, eu acho que isso não é um grande problema, porque entre as duas castas superiores, existe uma série de intercomunicações possíveis e até comunidade de valores. Isso é mais um problema, vamos dizer, de área de atuação predominante do que de valores, no fundo, os valores são os mesmos. Para usar o termo do Schwung, que eu acho bastante adequado, ele vai dizer que a perspectiva que chatria ou guerreira é mais subjetiva. E a da casta branca mais objetiva voltada para o conhecimento e a guerreira mais para um alto sacrifício. Mas os valores no fundo são os mesmos. É o mesmo. Daniel Henrique Saudan, a cavalcante. O Sr. Sugero, leitura das vezes, dos sãs e dos heróis, a fim de que possamos enriquecer o nosso imaginário, mas sem somo de dúvida. Eu acho que biografia é uma coisa de uma utilidade extraordinária, além do que eu pessoalmente considero a arte da biografia o supra sumo da realização do historiador. É a coisa mais difícil de fazer uma boa biografia. Mas eu faço você escrever, por exemplo, a história da economia baiana no século 18, do que fazer uma biografia. Porque a biografia supõe, inclusive, que você vai subir ao nível de consciência do seu biografado, o que para você fazer uma história social não é necessário. Entre outras biografias maravilhosas que eu li, tem duas biografias, Napoleão Monoparte e uma de Dmitry Merejkovsky, autor russo, e outra de Andal Roberts, historiador americano. Essa última, é claro, é muito mais rica de documentos, e fatos, etc. Mas as duas, você vê que realmente compreenderam a mente de Napoleão. Leon Blois também escreveu um ensaio belíssimo sobre Napoleão, no qual ele põe Napoleão quase no nível do santo. É um exagero, como tudo que o Blois escreve, mas é sempre muito sugestivo. Luiz Augusto pergunta, eu não entendi como essa história de caça se relaciona com a visão cristã do mundo. A dignidade cristã permite essa divisão? A dignidade cristã não tem absolutamente nada a ver com isso, porque não existe nenhum mandamento divino que será superior aos fatos. O que existe é soberano, isso aí já dizia Santo Maedekino, contra facto não argumento um esto. Se a coisa é fato, se ela existe, você não tem como negá-la em nome da Doutrina Cristã, se você faz isso, você entendeu que a Doutrina Cristã é errada. Nós falamos com palavras e coisas, tudo aquilo que está na realidade é um decreto divino, nós temos que aceitar, é assim. Deus quis que fosse assim e está sendo assim. Então, a realidade da existência das castas como tipo de psicológico é uma coisa absolutamente inegável. Agora, é importante ser o seguinte, castas não são um conceito sociológico, não são classes sociais, são um conceito psicológico, são uma tipologia mental, tipo de personalidades, e sobretudo tem a ver com a psicologia espiritual. Isto é, com o estudo da psique humana do ponto de vista da sua ascensão ou carreira espiritual. Mas eu coloco menos ênfase nisso do que o Shun. Shun escreve como Sendo Vãoze, um mestre espiritual que está lá a fim de dar iniciações para as pessoas e elevá-los a última realização metafísica, na qual eu não acredito. Não vi ninguém realizado metafísicamente ali, o único meguinho que eu vi realizado metafísicamente é o Padre Pio, o resto é conversa, o resto é simbólico, por assim dizer, eles são... É... Tem a realização metafísica por procuração. Vítor Miranda, eu tenho estudado sobre as camadas da personalidade, agora o senhor falou sobre as castas, para mim é muito difícil de identificar em qual camada ou casta estou. Bom, no lugar, nós nunca sabemos em que camada nós estamos, são os outros que sabem, está certo? Está certo? Isso é... a camada não ê um elemento, vamos dizer, fácil de ser utilizado em termos de autoconhecimento. Está certo? Eu acho que para você identificar que camada o senhor está no primeiro lugar, você tem que estar numa camada acima dele. Então você tem que entender o processo interior dele e abarcar-lo, o seu horizonte consciente tem que abarcar o dele, senão você não consegue medir. Então desista de descobrir em que camada você está, não interessa, interessa ir subindo e ir para frente. Então ficar medindo em que parte do caminho você está é perder tempo, tem que seguir em frente, vamos dizer, as camadas expressam a evolução natural do ser humano. Então enquanto você continue crescendo, você vai subir, isso não tem nada a ver com a casta. A casta você nasce ali e você não vai sair daqui nunca mais, você não pode trocar de casta, você pode trocar de classe social e você pode subir de camada. Mas a casta é um negócio estrutural e permanente, quase que uma fatalidade. O que não é fatalidade é saber se você vai ter consciência disso ou não, para você saber em que casta você está é só ver o que eu estou procurando na vida. E segundo, eu estou procurando isso porque isso é realmente o que eu quero, ou porque é a única coisa que me ensinaram a fazer. Eu acho que nesta pergunta está o essencial. Mas em princípio, se você veio a este curso é porque você está na casta intelectual, evidentemente se não você não teria interesse nisso. A não ser que você tenha interesses secundárias, como o sujeito que entrou dizendo não, eu vou aqui para averiguar, para investigar, para investigar questões contadas e etc. Outro pode ter, vindo achando que ele vai tirar um proveito profissional, todo mundo nem ganado. Desde o início eu falei que isso aqui é para formar uma nova geração de intelectuais brasileiros, não avisei? Desde a primeira aula eu avisei isso aí, por que que não é opção fazer isso? Porque o país precisa disso desesperadamente. Não é porque nós vamos nos realizar, claro que vamos não realizar, mas isso não é o ponto. Se o seu negócio é se realizar, então eu fiz, você já está na casta faixa. Porque para as camadas superúrias, que já triga e brâmano, a sua vida para usar a expressão do André Gide, é como um pavio que ilumina tudo na medida em que ele se queima. Então é o nosso sacrifício que ilumina tudo de volta, e é isso que nós temos que querer, se estamos de fato na casta que já triga ou brâmano. Está certo? Está certo? Victor Miranda ainda pergunta, parece que essas quatro castas têm muito a ver com os quatro tipos de psicológico de Junga. Eu não sei não. Porque, veja, como que você identifica a que tipo psicológico Jungano você pertence? É por um critério meramente cognitivo, é pela sua função cognitiva predominante. Está certo? Então não tem a ver com o encaminhamento geral da sua vida, mas com o exercício de certas funções cognitivas. Por exemplo, quando ele diz o tipo racional e introvertido, então seria o tipo do nerd matemático. Então não é que ele queira isso, não é que isso seja a vocação de aqui, isso é a capacidade cognitiva predominante dele, a qual corresponde inversamente, uma função que diz menos desenvolvido e, portanto, mais inconsciente, a qual inclusive pode dominar a conduta dele certas circunstâncias. Então eu não vejo muito como articular uma coisa com a outra, você não pode, vamos dizer, de um diagnóstico de casta você concluir a função predominante, porque eu tenho certeza que na tipologia do Junga eu sou o que chama intuitivo extrovertido. Mas eu podia ser outra coisa e estar fazendo exatamente, ter encaminhado a minha vida no mesmo sentido, nem todas as pessoas que estão a vocação intelectual, são intuitivos extrovertidos, ao contrário, são exatamente o contrário, são sensitivos introvertidos. Você pode dizer que o próprio TS Eliot, se você ler o canção de amor de J. Alfred Prouf, você vê o indivíduo acompanhando as suas próprias emoções da maneira mais meticulosa possível. Enquanto eu, por exemplo, estou muito mais ligado na emoção coletiva, no que todo mundo está sentindo, na sociedade humana, sempre fui sensível a isso. Então eu acho realmente que não há correspondência, embora, vamos ver, existem milhares de, milhares não, são dois agendas, mas centenas pelo menos, de tipologias, de caracterologias etc. Você pode usar todas elas e inclusão do resultado, mas você vai somar, você não vai fundir uma coisa com outra. Então, no curso da astrocaratologia, eu dei várias dessas tipologias, do Junga, do Lesena, do Ludwig Klagess etc. Cada uma delas faz perguntas diferentes, então é aquele famoso negócio dos escolássicos. Uma ciência tem um objeto material que ela tem em comum com outras ciências, ela tem o objeto formal que é o aspecto específico pelo qual ela aborda aquele, e finalmente tem o objeto formal terminativo, que é a que pergunta, ela está querendo responder em última análise a respeito desse negócio. Então você comparando as várias tipologias e caracterologias, sob este aspecto, você vê que elas não estão fazendo as mesmas perguntas. Então, por exemplo, a tipologia do Lesena tem muito a ver com a auto-imagem do indivíduo, entretanto com o texto, o Lesena, é tudo coisa que você pensa de você mesmo. É claro que isso não serve para você diagnosticar o tipo Junga, onde você precisaria de uma observação externa para você perceber qual é a função cognitiva predominante, a reação cognitiva do indivíduo perante isto, perante aquilo. E assim por exemplo, a tipologia do Klages é mais complicada ainda, porque ele parte de um negócio que ele chamou oposição entre almo e o espírito, sendo a alma uma parte mais vital, mais próxima da biologia, por assim dizer, e o espírito é uma força externo-organizadora, mais ou menos como um almoço de almoço, que é uma coisa, uma visão da qual eu não compartilho de maneira alguma, mas que da qual ele tirava várias conclusões tipológicas, inclusive ele deu uma expressão grafológica, a análise da caligrafia na qual ele chegava a diagnósticos pela sua tipologia, coisa que eu não vejo como fazer um diagnóstico grafológico das castas ou da camada de personalidade, mesmo porque a caligrafia tem traços que permanecem estáveis da vida inteira, como é que eu vou saber, a camada, se a caligrafia do neguinho não mudou nada, entre a camada 3 e a camada 7, por exemplo. Então isso serve para diagnosticar pelo critério do Fláguiz, não pelo meu ou pelo outro qualquer. Bom, eu acho que eu vou ter que parar por aqui. Olha, aqui tem uma pergunta muito simpatica, do Fognan Kirstus. O cara do professor lá quer dizer que sou imensamente grato pelo seu trabalho, porque se tem algo de inteligência por causa do seminário. Graças a Deus, o que se seminário foi feito para isso mesmo, para entregar para o cidadão a posse da sua inteligência, falar, você tem isso, então pega aí porque é seu. E já as pessoas não sabem isso, às vezes nem sabem que tem consciência, então você tem que acordar no negócio, você tem, será seu com isso, isso é só questão de pegar e usar. Conheci o curso online de filosofia em 3 de outubro de 2015, desta data até o final de 2016, as tiras, quase todas as aulas, quase uma overdose de filosofia, pois a beleza, a magristúria e a generalidade das aulas, ainda muito me impressiona. Obrigado. Antes de continuar assim com o trabalho analisando e aprendendo com cada vírgula dos inscritos as palavras dizem nas aulas, o que recomendo aquele que são gratos, como forma de retribuir mais modestamente para precisar essa gratidão. Estude, vá em frente e faça algo pela cultura do seu país. Se você não tem que retribuir para mim, você tem que retribuir para o Brasil, quem está necessitado é o Brasil. Eu não preciso de mais nada, estou com 70 anos de idade, eu tenho mais 10 anos de vida útil e depois, tchau, vou morrer e não volto mais. Mas o Brasil precisa desesperadamente de uma nova geração de intelectuais que leve a vida intelectual da maneira mais séria possível, de acordo com os cânones do Pádio Celtianos no livro A Vida intelectual. Isto é a salvação do Brasil, isto é a única coisa que pode dar certo no Brasil. Essas atividades políticas, as movimentos políticas, todos têm um efeito muito superficial, isto quando não agravam a situação. Então, o que você pode fazer para me retribuir é isso, trabalhe pela cultura do seu país. Até a semana que vem, muito obrigado a todos.