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Então vamos lá, boa noite a todos, serão bem-vindos. Esta semana alguém me passou o link de uma conferência muito interessante do professor Famire Chacon, que é um dos homens que mais conhece o Brasil, a sua história, a sua sociedade, na qual ele falava sobre o problema da identidade nacional e naturalmente levantava uma série de objeções muito ceras a este conceito, muitas delas baseadas no livro do Dante Moreira Leite, que já é um clássico chamado Caráter Nacional Brasileiro, no qual ele passa em revista, o Dante, Moreira Leite passa em revista várias versões da ideia de uma personalidade nacional, o Caráter Nacional, e contesta uma a uma. Então ele para o Dante Moreira Leite, a ideia do Caráter Nacional, é uma ideologia. E tudo está muito certo, de fato, essas análises são apropriadas, e eu não vejo como defender esse conceito de um Caráter Nacional Brasileiro depois das análises do Dante Moreira Leite e do próprio Famire Chacon. No entanto, a gente vê que muitas vezes nós nos deparamos com um conceito que não é justificável, mas nós continuamos tendo a mesma impressão de que o objeto designado do conceito existe, de algum modo, embora esse conceito não esteja acertando expressá-lo da maneira apropriada. Então, vamos dizer, é alguma realidade que foi percebida obscuramente e que algumas pessoas fazem um esforço prematuro e mal sucedido de dar aquilo uma dimensão conceptual, quando na verdade você tem apenas uma impressão na mão. Então a passagem da impressão ao conceito é sempre um negócio e um problemático, que nós sempre temos que nos lembrar, vamos dizer, do velho Aristóteles, que dizia que a inteligência não opera diretamente sobre as imagens percebidas, mas sobre o resíduo delas depositado na memória onde elas já passam por um primeiro grau de abstração. Isto é, o que você guarda dos acontecimentos não é o acontecimento concreto, não é todo o seu detalhe, mas já uma imagem simplificada. Essa imagem simplificada evidentemente contém um conjunto de ambiguidades, uma série de tensões e é por isso mesmo que funciona como um símbolo. Um símbolo não é de maneira alguma um conceito, ele pode ter elementos contraditores e realmente tem quem quer que estude o simbolismo, sobretudo na explicação magistrais, que o Renegas não faz no livro Simbulos Fundamentais da Ciência Sagrada, entenderá que a contradição interna é um elemento constitutivo do símbolo, que é, o símbolo pode ser interpretado sempre de maneiras opostas. Por exemplo, se você ver na Bíblia, o leão pode designar o Cristo, pode designar o anticristo, o demônio. Todos os símbolos são assim, então eles significaram uma coisa ou outra conforme a situação, conforme a oportunidade, conforme o ponto de vista. Mas todos esses significados estão ali embutidos de algum modo. O símbolo é uma aglomerada de tensões e por ser uma aglomerada de tensões ele atrai a nossa atenção e força, a nossa capacidade descritiva até o ponto em que esses vários significados se estabilizam em conceitos. Então é claro que no caso da identidade nacional brasileira, do suposto caráter nacional brasileira, este processo não se completou, as pessoas pularam direto de uma impressão para um conceito. Se você pegar, por exemplo, o personagem de Makunaima, que é, para muita gente, um símbolo adequado do caráter nacional, ou digamos do caráter da maioria, entre aspas da população, você vê que o personagem é altamente caricatural e não existe nele, se você procurar bem, nenhuma contradição. Ele é uniformemente desprovido de qualquer caráter, não é o herói sem nenhum caráter, de fato não tem mesmo. Ele se adapta às circunstâncias com a maior cara de pau. Tudo que ele faz tem um elemento teatral e de fingimento. Então essa falta de caráter seria o caráter nacional. Mas Makunaima não é um símbolo, ele é uma caricatura, não há nele nenhuma contradição. Se você quiser um símbolo, que é propriamente um símbolo de caráter nacional, você pode ler o livro do Essa de Queiroz, a ilustra e Casa de Ramíris, onde o personagem principal, Gonçalo Ramíris, de fato tem dentro de si uma série de contradições que você observa aparecendo e reaparecendo no caráter português. Existe por exemplo uma cena em que ele é acediado por três malandros e ele foge cobardemente e na cena seguinte ele pega e dá um cacete dos três de uma vez. Então esses extremos seriam, de acordo com a visão do Essa de Queiroz, alguns traços do caráter português, outros traços. Seria a obsessão pelo próprio passado português, onde o Gonçalo Ramíris está tentando escrever uma novela sobre um antepassado que teria sido um grande guerreiro e a novela nunca termina. Então uma série de esforços vão para restaurar no presente o passado, tudo isso. Vamos dizer, é uma rede de conflitos que expressa muito melhor o caráter português do que o Macunaí me expressa o caráter brasileiro. De fato não é possível você reduzir um caráter nacional o ponto em que ele exista, a uma caricatura que é evidentemente um exagero unívoco. Nesse sentido por exemplo quando você vê o Don Quixote, o Don Quixote não é uma caricatura de maneira alguma, porque nele você tem todas as contradições, quer dizer ele é um straight maluco, que ele pensa que ele é um cavaleiro adante dos tempos medevares, quando na verdade esses tempos para acabar essa época dos cavaleiros adante já acabou, mas ele tem de fato em si algo do heroísmo desses cavaleiros andantes e a visão que ele tem das injustiças e maldades do mundo é muito correta, quer dizer no fundo é assim, é como ele mesmo define, louco ou sim peronotonto, quer dizer eu sou maluco mas o que eu estou vendo é verdade e as coisas que ele faz, elas sempre fazem sentido, então ele com toda a maluquice dele representa um ser humano autêntico no meio de um bando de fã torches fingidos, atores etc. Então tem essa contradição e é isso que faz a grandeza do Don Quixote e fará também evidentemente a pequenês do Macunaima, Macunaima é mais um objeto e piada do que outra coisa e eu não acredito que jamais o Rumbar de Andrade chegasse a ter uma concepção suficientemente ampla e complexa da civilização brasileira para poder gerar um símbolo, supondo se que eu estivesse gerado o símbolo ainda não seria um conceito, ele seria apenas uma matriz de conceitos possíveis, conceitos por sua vez então poderiam ser submetidos algum tipo de verificação científica ou histórico, experimental, como quem não, mas até o momento nós não temos isso, nós temos apenas alguns esboços de símbolos, como o Zelis do Régo do personário do Victorino Paparrabo no livro Fogo Mordo, que é uma espécie de Don Quixote Caipira, que já é também por ser um Don Quixote Caipira um símbolo de segunda mão, é uma adaptação, é como se fosse um reflexo longínquo do personagem. Nós vemos também vários retratos de tipos locais, regionais, parciais, que justamente por isso não representam a nação como um todo, as suas características são muito uniformes e muito locais. Um duplo de personagens que de certo modo simboliza para mim o brasileiro a dupla, o casalzinho de Caipira, saí do livro Kangaceiros do Zelis do Régo, onde são pessoas muito pobres, não desamparadas, e em volta está vendo um conflito entre os senhores de terra, os coronéis do sertão e os Kangaceiros, e os coitadinhos são pegos no meio daqui, nem entende o que está se passando, eles esforgem um lado para o outro, não conseguem escapar do perigo e no fim são salvos por um cego, um cego cantador que o jeito que vai de cidade em cidade compondo poemas e músicas e ele para fazer isso ele se informa sobre a história de todo mundo, ele sabe a vida de todos os personagens em volta e cria os seus poemas de cordel com base nisso, então ele entende muito bem a situação e ele é que consegue então orientar os dois coitadinhos para um lugar onde eles ficam mais seguros, isso simboliza obras de leia de moderno, simboliza uma situação vivida por alguns brasileiros evidentemente, a ideia do caráter nacional sempre foi exposta na base de buscar uma constante, quer dizer certos traços de conduta que permanecem constantes ao longo da vida, assim concebido este conceito é absolutamente impulsivo de você aplicar a uma nacionalidade, porque você pode falar vamos dizer de um caráter em relação a ser humano e eu mesmo uso esse conceito na astro-carateologia, eu usei bastante o conceito do caráter como sendo vamos dizer uma estrutura fixa por baixo de várias, vários modelos de personalidade diferentes que o indivíduo pode desenvolver ao longo da vida, quer dizer seria a estrutura de fundo que é compatível com todas as mudanças, então se a gente pegar por exemplo esse personagens Gonçalo Ramírez entre o seu momento de covardia e o seu momento de coragem deve haver algo em comum, está certo? E esse algo em comum por baixo das mais condutas mais contradiutórias seria o caráter que é uma coisa quase inespressável, eu também expliquei no próprio curso da astro-carateologia, expliquei que era impossível descrever o caráter em termos do que nós chamamos traços de personalidade, porque esses traços são sempre, vamos dizer, constantes observados na conduta, está certo? E evidentemente uma pessoa ao longo da sua vida não pode ter nenhum traço de conduta constante, quer dizer se algo constante está por baixo da conduta, é uma estrutura que como tal nunca aparece, ela só pode ser descrita como se descreve uma estrutura, não como se descreve um hábito, está certo? Então seria preciso desenvolver, isso eu expliquei bastante no curso, para você descrever o caráter não é uma coisa de se descrever a personalidade, se descrever a personalidade você pode descrever com adjetivos ou com alinhando condutas supostamente típicas da pessoa, se ele é um sujeito por exemplo preguiçoso, corajoso, trabalhador, esforçado, burro, inteligente, etc. Então tudo isso é o que está na personalidade. Agora o caráter seria a estrutura básica que está por trás de todas essas modificações, então evidentemente ele não pode ser descrito nos mesmos termos com que você descreve a personalidade. Bom nós sabemos que existe um caráter porque nós vemos que algo de constante existe nas pessoas ao longo de toda a vida, se não você nem sequer reconheceria, algo de constante até físico, quando você fala a pessoa adulta, eu estou olhando aqui a Leila agora, eu lembro da carinha dela com dois anos, tem algo ali que permaneceu, eu não sei dizer o que, é quase impossível você expressar isso aqui, muito mais desenhar, quer dizer eu não posso desenhar a pessoa que tem duas idades ao mesmo tempo, e no entanto eu sei que está lá. Então para resolver esse problema eu no tempo da astrocaractologia eu criei este artifício de descrever o caráter em termos puramente cognitivo, ser uma estrutura cognitiva que não é uma coisa de conduta, não é uma coisa reconhecível com os olhos da cara, mas é uma certa estrutura cognitiva que permanece e que se define por prioridades de atenção, certas dimensões da existência que para aquele indivíduo se torna prioritário e nas coisas ele presta atenção repetidamente, do que vai resultar, uma sequência de estímulos aos quais ele pode responder diferentemente em diversas épocas da vida, quer dizer o fato de ele perceber as coisas do mesmo jeito não quer dizer que ele vai reagir da mesma maneira, então por exemplo uma pessoa que tenha uma atenção constante voltada aos problemas da sua autoafirmação, uma pessoa que está sempre medindo as suas forças, ela pode reagir de maneiras muito diferentes a isso, ela pode por exemplo no começo da vida ficar muito inibida porque se sente incapaz, depois pode ter uma etapa em que ela tenta vencer desafios para adquirir, a luta pela autoconfiança, todos seres humanos tem esse problema, mas alguns tem mais, então a atenção constante concedida a este problema seria um traço de caráter, mas esse traço de caráter apareceria de diferentes maneiras conforme se diferencia essas reações do indivíduo a este tema ao longo da sua vida, podendo resultar até numa completa superação deste tema, porém esta superação teria lhe custado esforço e teria resultado então num know how, o indivíduo sabe lidar com este problema e por isso mesmo ele pode até ajudar os outros nesse sentido, então toda esta conduta que vai desde a atividade, a falta de confiança em si até o pleno domínio da situação que são condutas completamente diferentes, todos eles supõem um foco de atenção mais ou menos constante, entende? Assim como por exemplo uma pessoa que tivesse uma atenção constante ao seu lugar na sociedade, isso não quer dizer que ele vai agir sempre de maneira uniforme, porque esta atenção vai lhe suscitar diferentes motivações ao longo da vida e por tanto diferentes condutas, entende? Então eu não estou dizendo que o caráter seja sempre de natureza cognitiva, o que eu disse na época que estou repitindo agora, é que descrever o caráter em termos de uma estrutura cognitiva é uma das possibilidades e uma das mais fáceis, para você descobrir outros traços de caráter mais fundo que isso, bom, eu não consegui, talvez alguém consiga, mas agora perguntei, podemos aplicar isso a uma nação, a uma coletividade óbvio que não? Então seria impossível você mesmo por estatística captar, aprender traços cognitivos numa coletividade inteira, não dava a fazer isso, mas no indivíduo até num grupo humano dá, mas na coletividade inteira não dá, em segundo lugar, quando nós falamos assim certos traços que permanecem constan... falamos em traços que permanecem constanso da vida inteira, nós podemos fazer isso porque a vida humana tem uma duração média fixa, nós sabemos que nenhum ser humano vai viver mais de, sei lá, centívio de cento e trinta anos, em geral vai morrer entre os cententa e oitenta, a certinção dos países mora até mais cedo, né? Então por que existe essa duração média previsível? Então a expressão vida inteira significa alguma coisa, mas o que é que é a vida inteira de uma nação? Primeiro, outro elemento a nós sabemos, claramente, onde começa uma vida humana, né? Isto, no instante do nascimento, ela tem duas vidas, tem a vida intruterina e depois tem o nascimento e a vida extraterina, e o nascimento de uma nação, o que é? Já é um negócio simbólico, né? Você pode dar, por exemplo, os Estados Unidos comemoram a sua data em mil setenta e setenta e seis, mas mil das seis setenta e seis não tem a Constituição, não tem o Bill or Rights, não existia Estados Unidos, na verdade, existia apenas uma colônia rebelada contra o governo britânico, né? Então na verdade, até oficialmente o Estado do União Comunação apareceu depois disso, tá certo? Mas nós podemos dizer, bom, mas antes disso existia um espírito nacional, bom, antes disso quando começou isso no tempo da colônia, né? É uma coisa enormemente complicada, né? Então não sabemos quando a nação começou, ninguém sabe, todas essas datas nacionais são puramente simbólicas ou em geral até convencionais, né? Também você diz, ah, teve aqui, sei lá, a proclamação da república, bom, e o regime se tornou republicano imediatamente impossível, né? Quer dizer, você mudar a estrutura e o governo, tá? Todo isso leva um tempo, tá certo? Então temos dois problemas, as nações não têm uma duração média previsível e nós não sabemos exatamente quando elas começam, tá certo? Então até, por exemplo, nesse negócio da, os astrólogos usam muito assim, a data de fundação para fazer o róspo de um país, é totalmente congetural, pode ser agora ou daqui a pouco, não há base para fazer isso aí, né? Então como a noção de caráter, assim como eu adescrevi, não dá para ser aplicada as nações? Então nós temos um problema na mão, nós não temos os traços de caráter, mas na melhor das hipóteses, nós temos traços de personalidade, isso é certo, os hábitos que você observa, tá certo? Na parte da população que é acessível à sua observação, e esses hábitos, por sua vez, eles mudam, de acordo com o tempo, né? Eu, por exemplo, já vivi tempo suficiente para observar mudanças de conduta coletiva patentes, óbvias, né? Você só você observar, por exemplo, ele pega uma foto do centro da cidade de São Paulo dos anos 50, você vê todos os homens andando de terninho, gravatas, e chapéu, não é importante, não é importante, não é importante, a classe social pode ser pobre, quando estava assim, hoje em dia você parece um cara de Bermuda, Santa Levaiana, o barrigão amostra, e você pensa que é um indigo, não, pode ser um milionário, né? Então algo mudou, evidentemente, não é importante. Então, não podemos aplicar noção de caráter, e a noção da personalidade que obtemos da observação das condutas é demasiado fluida e mutável, então parece que a coisa não tem mesmo solução, e aquele monte de exemplos que o professor Chacon deu na conferência Aliás, brilhante, homem cultíssima, exemplos históricos, sociológicos, literários que ele dá para mostrar a dificuldade da noção de identidade nacional, tudo aquilo nos alerta para o fato de que, bom, temos um problema na mão. Então, haveria alguma maneira de você trabalhar o conceito de identidade nacional, de modo que ele se tornasse, vamos dizer, um conceito de fato, quer dizer, um conceito descritivo e testável, por assim dizer, confirmado pela realidade histórica, e confirmado, vamos dizer, pelo famoso teste da falsabilidade, quer dizer, ele poder ser contestado, você pode argumentar contra a favor, uma coisa que você não pode argumentar contra a favor, não pode ser testada, evidentemente. Então, é bom, insiste, onde nós podemos procurar esse modelo? Qual é o modelo mais antigo de identidade nacional que você conhece no mundo? É evidentemente o Israel, o que está na Bíblia. Então, ali você tem a história dos rudeus ao longo de vários milênios. Daí você permite tirar algum traço de caráter? Claro que não, porque você tem, ali, desde heróis e santos até vigaristas, assassinos, você tem todos os tipos humanos ali. Então, meu Deus, o que que se conserva? Existe alguma constante que fica ao longo do tempo? Eu digo, não tem uma constante que fica ao longo do tempo, mas tem uma narrativa que continua. Então, a única maneira de você buscar uma identidade nacional é através da continuidade da narrativa. Supondo-se que essa narrativa seja conhecida pela comunidade, o que, no caso dos rudeus, é perfeitamente possível, porque eles são um pouco muito pequenos, e a sua cultura, por exemplo, os dados fundamentais da sua cultura são facilmente repassados de geração a geração. Em outros casos, essa narrativa não é passada, tá certo? E isso, essa ruptura da consciência histórica, se torna um elemento da identidade nacional. Tá certo? Então, eu vou definir a identidade nacional como a consciência dos feitos realizados e falhados em comum. Portanto, pelo qual, as gerações seguintes se sentem de algum modo participantes, responsáveis, etc., etc. Tá certo? Ali, você vê, por exemplo, no antigo testamento, você vê que Deus diz que, aos seus amigos, ele premia durante 40 gerações e aos seus inimigos, ele castiga durante 5 gerações. Tá certo? Então, a recordação do delito e do castigo deve permanecer por pelo menos 5 gerações. É dizer, nós estamos ouro e ferrados porque nosso bisavô, tetravô, fez isso, fez aquilo. Quer dizer, a ideia de uma benção que se propaga ou de uma maldição que continua supõe essa consciência histórica e supõe, portanto, uma identidade. Essa identidade quer dizer que o destino que você está vivendo, ele está ligado ao destino de uma outra pessoa ou até faz parte dele. Quando Deus promete a Abrão que ele vai viver muito e vai ter a multidão de filhos, então esses filhos estão prosseguindo. Eles têm a consciência de estar vivendo os efeitos de uma promessa feita a Abrão, na medida em que eles permaneçam, quer dizer, informados da sua cultura, mesmo que a rejeitem. Porque o seu jeito pode ser como, sei lá, quando chega na vida adulta, não, está nesse negócio de tradição judaica, é tudo uma bestia, agora eu vou ser carioca. Ele pode fazer isso, mas ele não pode mudar o passado. Mesmo que ele mude a sua atitude, ele vai ter que mudá-la desde uma base que já existe e que não foi ele que criou e foi recebida. É certo? Então, o problema da identidade nacional pode ser formulado nos mesmos termos, ou termos análogos, àqueles que o Morris Pradínio, no seu imenso tratado de psicologia, que é uma obra extroordinar, usou para definir o que é a consciência. Dizem, a consciência é a memória do passado preparada para as tarefas do presente. A definição é o mais simples. Então, a consciência implica, então, uma continuidade de tempo, experiência acumulada e uma adaptação desta memória a uma situação que não faz parte dessa memória e que é diferente da gente. Então, conforme, isso quer dizer que conforme aquilo que lhe aconteceu no passado, você vai reagir no presente, mas isso não quer dizer que o passado está determinando o presente, não, passar a lidar a um conjunto, um repertório de alternativas, não é a qual você pode escolher fazer a mesma coisa que fez antes ou fazer uma outra coisa diferente, mas de qualquer modo você vai partir do passado que você já tem. Então, esta é a única pista pela qual nós podemos chegar a fazer uma ideia de identidade nacional. E este conceito é compatível, vamos dizer, desde as identidades nacionais, mas claras e firmemente estabelecidas, até as identidades nacionais evanescentes, porque nos dois casos vai se tratar de uma memória do passado preparada ou mal preparada para os desafios do presente. Então, aquele famoso dito do Jorge Santaiana, aqueles que não meditam o passado, estão condenados a repeti-lo. Quer dizer, se a mesma coisa lhe acontece, porque você esqueceu do que aconteceu da outra vez, você ainda está dentro da continuidade histórica, da continuidade do tempo, só que você está na realidade e não na sua consciência. Na realidade, o passado está se repetindo, esquematicamente o mesmo, mas você não percebe. Em outro caso, você pode ter uma consciência aguda de como o passado pesa sobre o presente, ou também remeto, antes de dizer, o exemplo da Bíblia. Você tem outros povos que registravam muito meticulosamente a cronologia, por exemplo, os chineses parecem ser antigas cidades chinesas, parece que tinha uma cronologia muito exata das coisas, mas essa cronologia era apenas a vida do imperador e da corte. O imperador na antiga China era considerado uma condensação da sociedade e o que ele fizesse, você acreditava, que repercutia sobre toda a sociedade. Então, ele tinha um certo número de ritos que ele tinha que fazer diariamente para impedir catástrofes, guerras, etc. E se ele valhasse, então, e houvessem guerras, ou se perdesse uma colheita, você se diria que é culpa do imperador, mas diz-me, mas isso não chega a ser uma consciência histórica. Isso na verdade é um substitutivo da consciência histórica, porque eles não estão tendo a memória do que eles mesmos fizeram e sim do que um único sujeito fez. Então, toda a perfeição da cronologia chinesa não fundamenta uma clara consciência de identidade nacional, mas ao contrário, um substitutivo dela. Você nomeia um bodespiator, que é o imperador, a certitude fica sendo culpa dele. Então, só a linhagem dos imperadores tem uma coerência, uma continuidade, e o restante da história não tem nenhuma unidade por si mesmo, é apenas um reflexo simbólico do que se passou com o imperador. Então, eu acho que o único exemplo mesmo de continuidade histórica e de consciência de identidade nacional que nós vemos ao longo dos tempos é o dos judios. Então, por isso, quando fizer as perguntas, eu digo, olha, mas esse problema da identidade nacional está 100% resolvido na Bíblia. É só você liar a história ali e você ver como é que se... o que é uma identidade nacional, como é que ela se forma, como é que ela modifica, etc., etc., etc. Então, nesse sentido nós temos um conceito que é suficientemente flexível para poder ser aplicado a todas as situações e dar conta das diferenças, não só das diferenças entre as identidades nacionales, das várias nações, mas dar conta das diferenças históricas manifestadas dentro de uma mesma nação, na imagem que ela tem de si mesma, ou na falta de imagem. É isso que a gente observa isso claramente no Brasil. Então, vamos dizer, a o caráter frouxo da identidade nacional, ele não é sempre constante. Você vê que em alguns momentos a nação inteira parece que toma consciência, ou seja, do seu destino vivido em comum. Isso acontece, eu acho que na Batalha de Guarará, você acontece, depois na Guerra do Paraguai acontece, na Guerra do Paraguai aconteceu que praticamente toda a nação apoiou o esforço de guerra e foi um entusiasmo belicoso extraordinário. Então, isso mostra, vamos dizer, uma consciência comum de algo que está acontecendo e, portanto, um senso de participação numa identidade nacional, ou senso de... a expressão ser brasileiro significou algo nesta hora. Durante... diga. Você acha que na revolução de 30 e aquela mobilização toda e a adivinça da era do Jaturu Vargas que durou 15 anos, pelo menos, 40 e cíduos anos? O governo Jaturu Vargas se esforçou muito para criar artificialmente um senso de identidade nacional. Ele promoveu muito o estudo da história, da certa música nacional, etc. Mas o que condensou a minha identidade foi a guerra. Nesse, quer dizer, a ida dos soldados brasileiros para a Itália. Foi um momento de imenso, entusiasmo, belicoso, exatamente como no tempo da guerra do Paraguai. Então, as pessoas se sentiam que estavam participando de um movimento histórico, e se elas não estavam pessoalmente no campo de batalha, elas estavam, por assim dizer, de coração. Na batalha de Guararapes, que os índios, os jubes, os vibrantes, os armálogos... Sim, então, todo mundo que morava no território, que tratava um todo a favor. Então, isso é uma consciência comum, mas depois, passou a batalha de Guarapes, eu só esqueci, mas houve outras situações que provocaram, quer dizer, esse mesmo senso de participação. E esse senso de participação, ele já é a identidade nacional, pelo menos, naquele momento. Né, isto? Existe uma série de elementos que colaboram, para reforçar um senso de identidade e para deprimir-lo, para diluir-lo. Vamos dizer, no caso dos judeus, o fato de estarem vivendo um destino comum é tão patente para eles, porque eles não têm como esquecer. Então, o sujeito, sei lá, teve que sair correndo da Alemanha ou da Rússia, veio para o Brasil, veio para os Estados Unidos, etc. Quando acontece isso, ele diz, de novo, nós tivemos que sair do Egito naquele tempo, agora a mesma coisa está acontecendo. Então, a consciência de um destino comum, está acontecendo. E quanto mais contínua de geração a geração é esta consciência, mais você pode ter dentro dos seus olhos um perfil do seu destino. Esse perfil pode ser verdadeiro ou falso. Da sorte de judeus, pode se perguntar, pô, mas quem que é aderrado com a gente? 5 mil anos, essas coisas voltam a acontecer de tempos em tempos, etc. E você vê aqui, quando você observa hoje esse problema de raio com os palestinos, você vê que a reação dos judeus ainda reflete o seu passado, embora a situação seja inversa. Eles agora, eles são os donos da terra. Então, eles não estão fugindo de um país estrangeiro. Ao contrário, estão defendendo a sua terra. Mas isso também já aconteceu quando os romanos invadiram Jerusalém e destruíram tudo. Está certo? Porque hoje em dia, os árvores querem fazer a mesma coisa. Já tentaram, está certo? Por várias maneiras. Então, o capítulo que está sendo vivido já não é o capítulo do exílio, mas o da luta contra o invasor, luta contra o inimigo. Está certo? Então, você vai lembrar a história dos macabreos, etc. Então, praticamente tudo o que acontece aos judeus no mundo tem algum precedente histórico na narrativa bíblia e na história judaica posterior. E é claro que a cultura judaica passa isso de geração e geração. Não adianta você dizer não, mas essa identidade é baseada na religião. Eu falo, não é porque o judeu não precisa ser religioso para ele participar disso. Os dados históricos são repassados de geração em geração, independentemente do sujeito de um judeu ortodoxo, um judeu agnóstico, repassado do meu modo, é impossível você. É impossível algum judeu que não ouviu essas histórias. Não tem nenhum. Portanto, não é identidade nacional. Primeiro, não tem nada a ver com o território. Então, também não tem necessariamente a ver com a língua, porque o judeu recebeu essa narrativa em mil e uma línguas diferentes. E quando conseguir o território até criar uma língua nova que é o Ivrit, que não é bem webricon-tigão, webricon modernizado. E também se você pensava, mas eles tinham a língua ou idg, eu digo, bom, mas se você pegar a literatura judaica em idg, ela é nada comparada à literatura judaica em alemão, russo, etc., etc. Quer dizer, a literatura idg é pequena em comparação com isso. Você vê o fato de estar vivendo sempre em terra que não são as delas, faz com que cada judeu participe simultaneamente de duas culturas. E isso também é uma coisa antiga, porque o judeu que vivia em Roma era um judeu e era um romano. Daí você vê que passados, milênios, você lê o livro do Jacobássar, mas memórias do Jacobássar, grande, romancista, que se chama meu caminho como judeu e alemão. Então, ele estava profundamente identificado com as duas culturas. Concelei as memórias do Arto-Orquestra, parece também a mesma coisa, identificar a cultura longa e com a cultura judaica ao mesmo tempo. Então, até essa dualidade de culturas está impregnada, na identidade nacional judaica. Então, eu falo, então, o judeu nos dão um modelo quase perfeito do que uma identidade nacional e uma unidade medida pela qual você pode comparar e avaliar outras identidades nacionais. Para verificar sobre o que medida elas são, uma realidade histórica, a regada na consciência do povo de geração e geração, e em que medida ela é um negócio evanescente, uma espécie de algodão, um enharrorama que está se desfazendo, desfiando, como é certamente o caso brasileiro. E é o caso americano hoje. Onde você vê que metade da população aqui não participa da identidade nacional de jeito nenhum. Então, no caso brasileiro, ela é podendo tomar como base a ideia de que todas as tentativas de condensar num símbolo o caráter nacional falharam por conceber o caráter como se concebe um personagem de novela, ou seja, o personagem de novela do século XIX, por exemplo, são certos caracteres fixos e repetíveis, certas normas de conduta, traços de conduta que são fixos e repetíveis. Não é necessário que haja nada de fixo e repetível para que exista uma identidade nacional. Está certo? Basta que haja a consciência do passado como um dos elementos básicos da resposta que o cidadão dá aos desafios do presente, com o cidadão ou a coletividade da aos desafios do presente. Você vê que aqui, nos Estados Unidos, tem uma boa parte das pessoas que respondem aos desafios de hoje nos termos da constituição, das ideias dos founding fathers, etc., etc., e outros que nem sabem o que é isso, que se sentem totalmente estranhados e que, na verdade, rejeitam a sua identidade americana. Então, uma identidade que está dividida entre uma consciência de identidade e o desejo de livrar-se dessa identidade, então, é uma identidade muito clara e reconhecível, com tradição e na própria negação dela. Está certo? Fazer negar alguma coisa que você reconhece que existe. É isso. E agora, tem vários elementos complicadores. Um dos elementos complicadores é o fato de que as identidades nacionais reais ou supostas, está certo? Reais ou fingidas, são usadas como instrumentos de propaganda ideológica. E procura criar um senso de participação que tem menos a ver com a realidade histórica anterior do que com a situação presente. Por exemplo, se você vê a propaganda nazista na Alemanha, viu bom, até o advento do nazismo, os alemães nunca tinham pensado que eles eram uma raça superior. Essas ideias simples de não ter ocorrido porque eles eram inferiores, meu Deus do Céu. Foi um dos leonites, um Nietzsche coloque os franceses lá em cima e trata os alemães como se fosse um monte de serviçais de extravaíras. Então, dele comparar uma cultura evoluída, refinada, com uma cultura incipiente, meio barba. Você não pode esquecer que a Alemanha só se forma como nação no meio do século XIX. Antes era um monte de principal, de cidade independente de um caos, como a Itália também, a mesma coisa. Então, de repente, a ideia de uma identidade nacional fundada na unidade de raça é imposta pela propaganda como um novo padrão de unidade nacional. E as pessoas podem aderir a isto, mas isso não tem nada a ver com a história passada. Então, isso já não é uma consciência histórica, é uma falsa identidade tipo estérico imitativa. É dizer, o homem diz que nós somos raça superiores. Então, vamos agir com, vamos fazer de conta que nós somos superiores. Então, pode surgir até uma espécie de orgulho nacional, mas desligado, da história. Por exemplo, Hitler era um grande apreciador de Nietzsche e Schopenhauer. Ele sabia capítulos e capítulos de Nietzsche decor. E Nietzsche era o caro mais anti-Alemão que existia. Daí, Nietzsche tinha apreciação pelos rudeus e pelos franceses, exatamente do contrário. Então, como é que você podia usar Nietzsche como uma glória nacional quando ele era completamente anti-nacional? Então, aí você vê o caráter estérico desta identidade. E hoje em dia, depois da derrota na guerra e de todas as acusações que os alemães já têm sofreram, eles têm o contrário, têm o complexo de inferioridade, já que se o alemão é uma vergonha, eles estão louco para virar árabes ou coisa assim, está certo? E invadam-nos, acabam com esta pocaria logo, claro que nem todos concordam, mas não é por razões de identidade nacional. Veja, quando você vê as reações nacionalistas dos alemães a esta invasão, você raramente vê ali o argumento de tipo cultural. Você vê o argumento de segurança. Esses caras, vem aqui, toma o nosso emprego, nos rouba, estupa as nossas mulheres, nossas filhas, esse argumento é todo esse. Ninguém está alegando uma cultura nacional como um grande valor a ser preservado contra o invasão. Pode ser um ou outro, pode fazer isso, mas não é essa a tônica geral. Aqui no Estados Unidos ainda é. Aqui ainda se alega muito a unidade de cultura, por exemplo, o fato de cada vez mais pessoas adoptarem espanhol como segunda língua, deixa muitas pessoas revoltadas. O que é inútil? Porque é perfeitamente possível uma identidade nacional com quatro ou cinco línguas nacionais, como tem na Suíça, por exemplo. Não tem nenhum Suíço, o Suíço pode ser educado em alemão, francês, italiano, nas três línguas. Nem por isso ele vai se encontrar menos Suíço do que os outros, porque eu vou dizer por que? Porque eu tenho um amigo Suíço, Vili Verdes, que ele teve preso durante a guerra, não aprisou alemã e tinha ele e um outro Suíço ali. E ele dizia para os alemães que estavam falando que ele olha, para cada Suíço precisa de 12 alemães. Então, isso é um orgulho nacional, baseado na história. A Suíça, de certo modo, sempre foi invencível e a Suíça é um país altamente militarizado. Todos os Suíços, por esse serviço militar, levam suas alunas para casa, então dizem que a população Suíça é constituída de seis milhões de policiais, cada um é um policial. Então, a taxa de criminalidade é evidentemente muito baixa e eles têm a consciência histórica, que diz isso assim há muito tempo. Então esta, vamos dizer, é uma verdadeira identidade nacional. Eu não sei como está a coisa hoje. Este negócio globalista pode estar diluindo isso muito rapidamente, eu não sei. Não tem notícias da cultura Suíça há muito tempo. Mas por este fato, você vê que a identidade nacional Suíça não tem nada a ver com a língua. Inclusive, dizem que o alemão que os Suíços falam é muito ruim. Se uma vez o Hitler e o ministro dele que eu não lembro quem era, está desembarcando em um segundo e aparece o Mussolini. Foi eu cumprimentá-los falando em alemão e ouviram pô, ele deve ter aprendido alemão na Suíça. Quer dizer, a língua inferior. Então a identidade da NOS não pode não ter nada a ver com a língua, mas tem algo a ver com a transmissão da consciência histórica de feitos realizados e sofridos em comum. Quer dizer, o senso de um destino comum que nos afeta a todos e do qual nós fazemos parte. Isso, sem dúvida, é identidade nacional. Então com base neste conceito, você pode comparar diferentes identidades nacionais e ver quando você tem uma doença da identidade nacional. Quando uma identidade nacional está se desfazendo, sendo perdida muito rapidamente. E este é exatamente o caso brasileiro. Você vê que isto não é de hoje, você vê que ao longo de todo o século XX, todos os nossos movimentos nacionalistas não faziam ênfase na história e na memória dos grandes feitos realizados em comum, mas faziam ênfase na riqueza do território que estariam sendo tomadas pelo estrangeiro. A Amazônia, o Petróleo, toda a retórica nacionalista da esquerda nacional sempre foi assim. Em outros casos, você vê no lado oposto pela pessoa da direita conservadora a resistência ao que eles chamam de ideologias exóticas. Existe alguma ideologia que não seja exótica no Brasil. Você vai dizer que o liberalismo, por exemplo, está profundamente arraigado das nossas tradições, está nada. Foi importado da Áustria. Os caras nem sabem o que eu da Áustria recebeu pela versão americana. Então, isso é um nacionalismo geográfico, e não histórico. Então não é um nacionalismo. Se você vê a letra do índio nacional, do que ele fala? Do território. Quando houve a Segunda Guerra, apareceu, então, o Guilherme de Almeida, compôs a letra, acho que foi o Esparta Corrósso, que compôs a música do índio do Espírito Nacional. E no índio do Espírito Nacional eles juntavam vários trechos de poemas e canções populares e várias regiões do Brasil. Construindo, então, a imagem de uma unidade nacional que o soldado mandado para Itália carregava consigo. Então isso aí se aproxima muito mais de um senso de identidade nacional do que a letra do índio nacional. E curioso é que eu sou o primeiro pessoa que está dizendo isso, que eu saiba. Ninguém disse isso, analisou. Nós temos um nacional geográfico que é o substitutivo inferior, que mostra a fraqueza da nossa identidade. Se você pegar os grandes capítulos da nossa história, a história dos grandes heróis brasileiros, as novas gerações há muito tempo não têm o menor interesse por isso. Eu digo, eu só observei um certo senso de unidade histórica nacional, entro militares brasileiros que eu não sei se ainda tem. Eu vou observar isso nos anos 90, quando eles falavam assim, lembranças de Caxias, Rosório etc. Eles sabiam o que estavam falando. Aquilo era uma realidade histórica que expressava para eles o sentido da sua vida presente. Mas isso existia apenas no meio militar. Em volta, outras pessoas ignoravam isso ou faziam isso, ou já de xacota. E a pessoa que dizia, o Brasil só tem unidade nacional, na hora, mas é da copa do mundo. Claro que isso não é uma unidade nacional, isso é um substitutivo estérico criado pela indústria das comunicações de massa. Não é uma tradição que vai ser do passado, dentro da família, dentro das escolas, das igrejas, não é nada disso. Quando a partir dos anos 70 e 80, entraram as igrejas evangélicas do Brasil, elas contribuíram formidamente para destruir a essência de idade nacional, que estava intimamente vinculado a duas organizações, a igreja católica e a maçonaria. Eu penso assim, o Brasil foi feito pelas seguintes organizações, igreja católica, maçonaria, exército e partida comunista. Então, onde quer que você vá buscar alguma identidade histórica, você vai ver as ações. Os agentes são sempre esses. Então nesse sentido, todos têm que ser valorizados, não necessariamente valorizados, a aderir, não é isso. Os rios têm que ser católicos, tem que ser maçons, tem que ser comunistas, não é isso. É como uma herança histórica, não é isso. Então é impossível você ler, por exemplo, a memória do Cárcego e do Grasio Ramos, sem você perceber que pelo menos num certo momento, o Partido Comunista foi uma gente fundamental, criadora da nossa história. Tá certo? Tanto enquanto vítima da ditadura Vargas, como depois pela aliança que fez com o próprio Vargas, e da qual resultou um complexo partidário que governou o Brasil por 40, 50 anos e que subsiste ainda através do PT. E fora do PT também, existe uma série de petistas inconscientes, pessoas que são petistas e não sabem, estão espalhadas em todos os partidos. Se você quer ver, vamos dizer, a encarnação do tipo de nacionalismo geográfico e que é menos do nacionalismo do que um anti-americanismo, ele se encarna, por exemplo, na figura Leonel Brisol, ele sempre foi, no seu discurso, mais nacionalista do que socialista. Mas era o nacionalismo reativo, geográfico, voltado para as nossas riquezas, entre aspas, e não para a nossa história, nossos valores, etc. Em geral, esse nacionalismo geográfico até despreza os valores nacionalistas, porque? Porque o grande porta-voz do nacionalismo geográfico, a partir do tempo do presidente Bernález, se torna o grande porta-voz do nacionalismo geográfico, se torna a esquerda nacional, e a esquerda nacional é evidentemente anticatólica, até os anos 60, 70 era anticatólica e depois se torna usurpadora da guerra católica, ao mesmo tempo, de Penétrio, as igrejas deporam, eu diria que são todas de origem americana. Introduzindo elementos que eram totalmente estranhos da cultura nacional, na teologia da prosperidade, eu acho que até então nenhum brasileiro tinha pensado assim, não, que Deus pode pôr dinheiro no meu bolso, é uma ideia totalmente estranha e que entrou e pegou multidões de pessoas, então nós podemos dizer que hoje, a identidade nossa nova brasileira é muito tenua, muito fraca e quase moribunda, e é impossível que o país que esteja afetado disso não esteja ele próprio moribundo, porque evidentemente se não há valores históricos a conservar e a defender, então não há senso de solidariedade nacional e quando nós lembramos, santo agustinho, que ele dizia que a base da sociedade humana é uma moral próspera, a hora que falha, é dizer, essa exceção de solidariedade, falha uma moral próspera e tu é cada um por si, e você tem, ao mesmo tempo, você tem a dissolução da identidade nacional, você tem o fortalecimento da unidade grupal, né isso? Então se você ver os vários grupos agentes no cenário brasileiro, eles têm muito mais identidade grupal do que identidade nacional, para o pessoal petista, né, esse é tudo o país, nós e eles, os amigos e os inimigos, então o PT, o PT acima de tudo, o que é que você faça para beneficiar o partido, está certo, o resto do país que se dane, foi exatamente o que eles fizeram, se você pega os maçons, a mesma coisa, né, fulando aqui, não presta, mas ele é meu irmãozinho na loja maçônica, eu vou ter que protegê-lo de qualquer jeito, o resto que se dane, o pessoal das igrejas evangélicas, bom, nós sabemos o abismo que existe entre o evangélico e os outros, sobretudo a religião majoritária, a tradicional igreja católica, pela qual eles têm um desprezo, então nenhum católico consegue desprezar as igrejas evangélicas como era a despreza católica, é assim um centro de superioridade infinito, está certo, então absolutamente infusificado, mas que existe, existe, então cada grupinho, o grupo de interesse, o grupo ideologico, o grupo religioso, ele não encontrando um senso de solidariedade nacional, ele se apega ao que, a identidade grupal, às vezes não é por mais intenso, ele não está de sacanagem com os outros, mas é o único senso de identidade que existe, eu vi quando, uma vez eu vi um candidato, não sei o que, que se chama Toninho do PT, ele incorporou o partido ao seu sobrenome, meu Deus do céu, isto nunca aconteceu na história humana, então você vê, o indivíduo está tão solto no espaço, em termos de identidade nacional, que o elemento, a referência mais próxima que ele tem de passado histórico e de identidade coletiva é o partido, isso não mostra, vamos dizer, um estado de, você nem pode dizer mais crise cultural, você é decomposição mental, então, quando as pessoas seguem, ah, mas teve a robaleira, teve a corrupção, teve isso, teve mais aquilo, mas como não haveria de ter assim, você não tem identidade nacional e não existe solidariedade, você vê, para os americanos, um ou outro cidadão, ser americano, pelo menos a metade deles, sempre foi assim aqui, sempre foi metade de etade, o outro cidadão, ser americano, é alguma coisa, é um valor positivo, está certo? E, no Brasil, outro ser um brasileiro, não significa absolutamente nada, mas você ser do meu partido, ser da minha igreja, ser da minha patota, isto sim, significa, então, um país que você tem identidade nacional em plena de solo, estado avançado de dissolução, é claro que você vai ter o caos, é claro que você vai ter a robaleira, é claro que você vai ter alta criminalidade, é claro que o país vai ser ingovernável, e você tentar resolver isso na esfera política sem ter passado pelo problema de identidade, isso aí, é como você tentar espantar o dinossauro fazendo buco para ele, ele nem sabe o que é isso, chega um urso, você faz careta para ele, quer dizer, eu vejo que todas as iniciativas políticas sem exceção no Brasil, só tem dois tipos, tem as iniciativas que vêm prontas do exterior, baixada pela ONU ou por grupos globalistas, que são aceitas e copiadas servilmente pelo Parlamento, pela Presidença da República e por todo mundo, e o outro lado, existem medidas que são de iniciativa própria e que são absolutamente inocuas e ineficientes que nunca funcionam, então você tem a subserviência ou a impotência, e isso é tudo o que existe, não vem me dizer, ah, mas os conservadores, a esquerda dele, estão todos afetados do mesmo problema, então quando eu me pergunto como foi possível que em 2015 os líderes de movimentos não percebessem o que eles tinham na mão, não percebessem que era um momento como foi a guerra do Paraguai ou como foi a segunda guerra, um momento contra um estado de coisas presentes e forma quase que espontaneamente, uma unidade, uma solidariedade, e é isso que tinha que ser explorado e aprofundado, então vamos dizer que o movimento em si era muito mais importante do que os seus objetivos, tirar a Dilma ou mandar o fulano pra cabeça, não, isso é secundário, o movimento pode ser qualquer dessas coisas, tá certo, mas o primeiro mais importante é que ele existisse, então o que fizeram em vez disso, vamos tirar a iniciativa das ruas e passá-la para as autoridades, para o Parlamento, etc., então isso, suicídio, uma identidade nacional estava quase nascendo espontaneamente a despeito das lideranças políticas, intelectuais, etc., e essas lideranças não perceberam nada e abortaram o processo, então vamos dizer como é possível que as pessoas que têm iniciativa para se tornar líderes que ele é dirigir movimentos, não tenham o menor senso de identidade nacional, então isso mostra, isso por si já mostra a gravidade da situação, quando o passado no Zanda acontece um desastre como isso que aconteceu com a questão da carne, o Brasil é o segundo maior exportador de carne do mundo e de repente ele não pode exportar um bife mais, tá certo, então começou, vamos dizer, o dinheiro começou a sumir, desaparecer, tá certo, e hoje eu tenho conversando com um amigo meu médico, ele disse olha isso aí, vai dar um problema de saúde pública daqui a pouco porque não pode mais exportar carne, então os bifes vão se acumular nas fazendas, no pasto, etc., etc., e evidentemente as doenças que venderam vão proliferar retorno, tá certo, a não ser que você comece a sacrificar todos esses animais do que não garante, que o risco de saúde pública será diminuído, então além de perder o dinheiro ainda podemos perder a saúde, ou seja, sumando aos 70 milhões de homicídios que existe no ano, você ainda vai ter uma explosão de mortes por contaminação que não vai causar um cedo, tá certo, e ao mesmo tempo você vê uma elite governante totalmente incapaz de arcar com o tamanho do problema, então esta é a situação, a situação brasileira é realmente desesperada e desesperadora, não é pra brincar com isso mais, e quando eu digo olha o principal problema aqui, é a falta de cultura, falta de inteligência da classe, falante em geral, isso não é só política, é política, jornalista, reis direitos, universitário, então esses são todos loucos, eles só falam de coisas que não existem, você vê que numa hora dessa é pra estar discutindo banheiro unisex, eu digo o que que é, quer dizer, eu lembro a história do Woody Allen no filme, não posso morrer, porque se eu morrer vai ser um tremendo atraso pra minha vida sexual, quer dizer a sua vida sexual, o seu prazer sexual está acima da sua própria vida, de como você vai ter prazer sexual depois de morto meu Deus, então se você não tem, se quer amor pra vida, como é que você vai ter amor aos prazeres, né? Então isso é um estado de alienação complexa, completa, agora da onde veio, esse negócio de banheiro unisex veio do exterior, então a de ver engasido veio do exterior, da onde veio feminino veio do exterior, quer dizer são modas que são impostas, ou seja, não importa qual o problema que você está vivendo, existe o problema da qual os círculos globalistas querem que você fale, e você começa a falar disso como se isso fosse coisa real, é o problema racial brasileiro, é a matança de gays, eu digo uma matança de gays, pera, eu não passo a morrer 300 gays em um lugar de morrer 70 mil outras pessoas, então é claro que a quantidade de gays que mora não é proporcional o número de gays que existe, então proporcionalmente falando a gente até deve começar a desmonha caro gentemente porque entrar dentro da comunidade gay você saiu da comunidade iranísta e entrou com uma comunidade iranísta muito menor, né? Então se você é um brasileiro em geral, a possibilidade de você ser assassinado é x, se você é gay, possibilidade é x dividido por 20, né? Então as pessoas estão discutindo isto, também eles discutem, não a maior parte dos homicídios são contra jovens negros, eu tenho claro, mas a maior parte da população é jovens negros, e ali disso as pessoas que mataram também a maioria é jovens negros, então isto é evidentemente um falso problema, o problema não é a raça, o problema é a criminalidade, de certa forma você diminui a criminalidade, bom vai diminuir naturalmente o número de jovens negros que moram, como vai diminuir o número de velhas brancas de olhos azuis, sabe? Então é uma alienação total, é um estado de loucura mesmo, onde você vê que o nosso parlamento não serve absolutamente nada, nada, nada, nada, nada, além do que existe a considerar este outro fator que eu expliquei hoje mesmo no post no facebook, que nós já estamos a partir dos anos 90 vivendo num novo regime onde as autoridades eleitas não tem mais importância, então por exemplo, agora você eleja um presidente ele não meia um ministro da educação, o ministro da educação não convive falar nada, nunca entrou no ministério, ele chega lá e encontra funcionários com 20, 30, 40 anos de carreira que conhece o ministério de trás para dentro e sabe manipular tudo, esse aqui vão mandar, o ministro é esse fede idiota, então as pessoas dão tanta importância a eleger um presidente, ah vamos eleger o Bolsonaro, eu digo tá bom, então você pô o Bolsonaro e ele fala agora você me descreve a estrutura funcional da presidência da república, eu duvido que ele ou qualquer outro saiba, mas os funcionários estão lá dentro sabe, então seja o Bolsonaro, seja o Sirugomo, seja o que é um, não vai mandar, quem vai mandar que ele já está mandando, então os funcionários de carreira hoje tem mais poder do que qualquer mandatário eleito, quando eu falo funcionário de carreira não só as da administração pública, do judiciário também, tá certo então são funcionários públicos e juízes que estão mandando, e junto com eles você tem os grupos globalistas que estão, o esteiro e que mandam e este mandam mesmo, grupos de bilionários, tá certo que eu chamo meta capitalista, quer dizer ganhar tanto dinheiro com o capitalismo que já não aceita mais a regra da concorrência, eles querem controlar tudo, querem a sociedade perfeitamente adivinistrada, e evidentemente o pessoal da media e show business, as empresas de comunicação de massa, é esta estrutura real do poder, os cargos eletivos são apenas cosméticos que você passou em cima, e hoje em dia já não tem mais como não ser assim, o Sirugomo de Peça falou, nós temos que conquistar o poder, você acha que ele é um presidente da república e conquista o poder, mas meu Deus do céu o Colorado e Melo não foi eleito pra eleita da república, Dilma não foi eleito pra eleita da república, o que que eles mandaram? Nada, a hora que eles quisessem botar o cara pra fora, e botaram qualquer outro que seria inconveniente, então isto quer dizer que se você pensa seriamente em termos de conquista do poder, você tem que tirar o poder de quem o tem, e não de quem o ostenta na lapela como um melo símbolo, com quem tem o poder, essas três coisas são funcionários de carreira da administração e do judiciário, são os grandes grupos econômicos estrangeiros e principalmente a indústria de comunicação de massa, de comunicação de media e show business, este que manda no país, então queremos conquistar o poder, tirar o poder de quem o tem, então é aí que você tem que voltar suas baterias não contra o presidente da república, eleger ou derrubar um presidente da república, tanto faz, isto é o novo regime no qual nós já estamos, isto está assim no mundo inteiro, mas mais ainda no Brasil, porque o Brasil não tem, vamos dizer, um estado, o pessoal fala, não tem que julgar o estado, mas o estado aqui não pode, não pode nada meu filho, você está confundindo o estado, vamos dizer, com o funcionalismo, especialmente o judiciário, então o problema do Brasil não é realmente o tamanho do estado, você vê quanto o porcento do Brasil funcionar público, 8%, não é muito, o problema não é que seja gente demais, o problema é que eles têm poder demais, e eles têm poder demais porque eles agem em consonância com os grupos globalistas, com os grandes banqueiros internacionais e com a indústria de comunicação de massa, então fica um negócio invencível, você não tem pão de correr, então é aí que estão sentos de poder, todos esses sentos de poder estão interessados em que diluir mais ainda a identidade nacional e moldar uma imagem do Brasil à luz das modas que vêm de fora, que talvez até no seu país de origem, tenha lá sua razão de ser, está certo, está a problemática racial no estado do país, bom, já existiu durante muito tempo e mesmo que esteja atenuada, ainda faz sentido falar dela, mas no Brasil não faz sentido, então não faz sentido porque metade do país é mistício, meu Deus do céu, então você não sabe nem quanto fazer um movimento antirracista contra quem, quando você vai ver os brancos, você está falando que não são brancos, ou então como nós vimos em Oranima, nós chegamos lá, os caras estão indignados porque dizem, aqui só índios tem vantagem, índios tem financiamento, danha terra e etc, mas nós também somos índios, e você olhava a cara e falou, está na carga índio, então existia o índio real e o índio oficial, como é que você vai equacionar isso em termos de raça? Digo, não é raça, é uma distinção feita pela burocracia, então o nosso Parlamento e a nossa mídia vive discutindo sobre as coisas que não existem, porque eles não podem ver os que existem, porque eles são parte do problema, então esta questão da Unidade Nacional, ela é da identidade nacional, ela é básica no Brasil, enquanto não restauramos o centro da Unidade Nacional, baseada na história e não na geografia, e baseado no amor aos nossos valores e não no ódio a um suposto inimigo, nada mais de solução. Se você tivesse que indicar os principais ou o principal valor em torno do qual, os brasileiros deveriam se unificar, quais seriam? Eu me concentraria sobretudo nesses momentos, que foram a batalha e o aráquio, as guerras da independência, a pessoa pensou que a independência do Brasil foi passada, e foi na terça e sessas anos de guerra, no estudo daquela duas ou três gerações de intelectuais e políticos do Império, sobretudo do segundo Império, que era a pessoa realmente patriota e realmente preparada, gente muito séria, tipo Joaquim Abouco, Oliver Alima, Rubar Bosa, etc., etc., que é ridículo você comparar aquela classe política com a classe política que temos hoje, o Zebonifá, evidentemente, você é o fundador do país, esse é o primeiro de todos que você tem que prestar atenção, então estudar a nossa história em termos de valores culturais, morais e religiosos consagrados, que podem ser passadas a geração seguinte, não em termos do território, ou não em termos da hostilidade, ou um suposto inimigo externo, então o inimigo externo é o que te sobra quando você já não tem mais uma identidade própria, então você tem que se definir por aquele que está batendo em você, você não tem identidade nenhum, mas tem uma coisa que você está sentindo que é dor, você está levando pontapé no trazer e diz, ah, esse trazer é meu, é exatamente, o petróleo é nosso, é isso, ah, está doendo, então por isso que eu falo, quando eu falo de restauração cultural, estou pensando sobretudo nisto, não problema da identidade nacional, essa identidade se consaga também na literatura nacional, que realmente não está sendo passada, então você pensa o que sobrou da literatura nacional, o fato sobrou muito pouco, eu acho que o último, romancista brasileiro que ainda vale a pena ser lido, é o Alberto Musa, mas o Alberto Musa é um tipo tão exótico, eu nem sei onde colocá-lo dentro da história da literatura nacional, é tão diferente de tudo, os romancistas são evidentemente bons, muito bem construídos, ele domina a língua portuguesa, enfim ele honra a camiseta, eu acho que é o último que sobrou, na poesia não sobrou nada, tem os meninos que estão aparecendo agora, a gente não sabe o que vai dar no futuro, muitos meninos talentosos, mas o talento não é uma obra realizada, é apenas uma possibilidade, inclusive muitos deles são meus alunos, como de orguloso deles, mas eu não posso, aquele negócio que eu dizia, reggae, se eu estou perguntando por uma árvore, não adianta você me mostrar uma semente, então a dissolução, a tenuidade, a fragilidade, a quase inexistência do meu identidade, está na raiz de toda essa confusão, caos, criminalidade, roubalheira, etc. Você fala hoje, se você diz no Brasil que a base da humanidade do humano mora o próximo, as pessoas vão rir na sua cara, porque elas não estão acostumadas de tal modo, ao ódio, ao desprezo generalizado, que eles parecem uma coisa idealística quando não é, eu estou falando da verdade. E também um massacre, eu posso dizer assim, se estou exagerando, de uma educação humanista e quase que nada de educação católica. Bom, a resposta seguinte a educação humanista, ela também foi instrumentalizada politicamente para um partido, nós temos que passar para as pessoas consciência crítica, né? Você que consciência crítica, tem consciência crítica, nenhuma, você tem só, consciência crítica, pode ser falar mal dos outros, né? Não examinar as questões de profundidade, então você pode examinar tudo, mas você não pode, por exemplo, eu tenho registrado isto, tenho artigo longa noite de trevas, a história psicológica do Brasil nos 50 anos simples, mas não foi escrita, as pessoas não sabem o que aconteceu, mas elas não podem contar a história, porque foram elas que fizeram, como se gerou 70 mil homicídios, daí vem um sujeito com fatores impessoais, fatores econômicos, etc., etc., eles esquecem a própria ação dele, né? Então é o que eu estava explicando, nessa conferência que eu fiz quando eu exibi o filme na VCU, na universidade aqui, a Virginia, o ponto de partida e toda a análise sociológica séria é a sua posição na sociedade, se você não sabe onde está dentro da sociedade, e quem é você, funcionalmente, dentro da sociedade, todo o desenho que você faz é imaginário, é uma figura que está traçando no ar, mas que não tem raiz numa posição que está dentro, e este é, vamos dizer, todos os analistas políticos, sociológicos, historiáricos do Brasil são assim, né? Então você pergunta, bom, você está reclamando um estado de coisa, agora me mostra onde você ajudou a criar um estado de coisa, ninguém pode dizer a verdade, o pessoal que arrasa os milíquitos, eles não podem dizer a verdade a respeito do regime de 1974, porque eles ajudaram a criar esse estado de coisa, né? Pessoal comunista também não pode contar, porque eles também fizeram, estão todos culpados, então eles não podem, vira, você tem que adotar o método da confissão, primeiro o que você fez, né? E daí você fica sabendo o que os outros fizeram, fora disso, é tudo, esteria, fingimento, o melhor discurso ideológico. É isso. Você fala duas coisas importantes, o amor é o próximo, que seria a base da condição social e o método da confissão, ou seja, resgatar uma cultura católica. Não necessariamente católica, porque esse método da confissão não é a escuta da gente. Então se você ver as obras Michel de Montagne, não é um autor católico, tá certo? E no entanto, tudo que ele analisa é a partir da realidade da sua pessoa. Então esse é um exemplo, não que tudo que ele diga ali seja necessariamente sincero, mas ele estava consciente disso, de que o sujeito cognoscente é o centro da sua cognição e toda a realidade. Então, vamos dizer, para o católico, que talvez já mais faz, porque tem o hábito da confissão, mas na maior parte dos casos, o hábito da confissão não é, sobretudo, hoje em dia, acompanhado da prática do exame de consciência. É uma coisa totalmente superficial e pró forma, por assim dizer. Então também não adianta. Mas o que você vê é que em todos os grupos, todos posando-se santinhos, como se nunca tivesse feito nada, e culpando os outros. Bom, os outros podem ter culpas também, mas se você não começar por definir a sua culpa, você não sabe qual é a medida da culpabilidade deles. Então, você pode acusar o outro de algum crime, porque você não o cometeu, ou pelo menos não cometeu um crime igual a gravidade, agora se você cometeu mais grave, você está acusando o outro, não porque ele tenha feito isso, mas porque você quer esconder o seu. Deu, pai, né? Então, tudo que eu estou fazendo neste curso aqui é para preparar pessoas para que elas hajam um culturalmente no Brasil com consciência dessas coisas. Eu não sei se nós vamos conseguir modificar alguma coisa, mas não é esse o ponto. Nós não vamos nos preocupar com o resultado das nossas ações, mas com as próprias ações. Tem que fazer o que tem de fazer. Se vai dar certo, não só Deus sabe. Tá bom? Então, olha, hoje eu não vou responder perguntas, vai ficar tudo para semana que vem. Tá bom? Então, tem algum aviso? Não. Até semana que vem, muito obrigado.