Skip to content

Latest commit

 

History

History
1 lines (1 loc) · 71.7 KB

COF375.md

File metadata and controls

1 lines (1 loc) · 71.7 KB

Então, boa noite a todos, sejam bem-vindos. Depende quando eu gosto de pegar algum episódio assim de, se dizer, esse episódio de Borris presunçosa que são tão comuns no Brasil e analisar como estudo e caso. É evidente que o personagem envolvido pode estar sempre livre para interpretar isso como uma discussão ou uma polêmica, mas obviamente não é. Cada um interpreta a situação conforme lhe convém. No meu caso, evidentemente, eu não tenho nenhum motivo para sair discutindo com nenhum dessas pessoas a mais, sobretudo quando são apenas estudantes ou pessoas desconhecidas que colocam um post no Facebook. Não tem que a menos discutir nem mesmo quando é coisa publicada em jornal. Pelo menos há 20 anos eu não leo nada publicado no Brasil, seja em jornal, seja em Facebook, seja no antigo orculto, etc., que merece uma discussão. Mas um estudo de caso sempre vale a pena porque uma das nossas obrigações é acompanhar as transformações psicológicas que vão se desenrolando no nosso país e deixar isso documentado para os historiadores do futuro. Não apenas como fato, mas fornecendo a esses historiadores o foco, o senso de direção, o quadreferência no qual essas coisas possam ser compreendidas. O número de fenômenos dessa ordem que apareceu nos últimos anos realmente é muito impressionante. E hoje eu posso dizer que esse tipo de fato domina o panorama mental completamente, 100% ou seja, você pode vasculhar a mídia inteira, os pronunciamentos de professores universitários, de ministro de Estado, deputado, senador, ministro do STF, você não vê uma ideia decente que vale a pena discutir. Nada, nada, nada, nada. A coisa chegou num ponto que quem está aí dentro segue aquela famosa regra do Emelio Durkheim e que existe um limite, na sociedade existe um limite para o grau de anormalidade que pode ser percebido. Quer dizer, quando passa de um certo limite, o anormal passa a ser normal, ou seja, aquilo não choca mais as pessoas, elas não estranham mais e se habitam aquilo. Então provavelmente quem está dentro do Brasil acaba se habituando e vai descendo, vai diminuindo a unidade de medida, vai baixando o critério até o ponto em que tudo se torna aceitável e não dói mais aquele famoso versinho do Antonio Machado, quando difícil é se quando todo barra no barrar também. E vai baixando, baixando, baixando e daqui a pouco os sujeitos se acostumam. Essa semana eu cheguei a ir no tíce de que o sujeito que matou a namorada grávida, matou a amante grávida, picotou em pedaço, uma coisa assim, conseguiu um jeito de sair da cadeira e foi contratado para jogar futebol. Daqui a pouco vai aparecer na televisão, sem entrevistado. O Brasil é um país onde o sujeito que mata a mãe é tratado como se fosse um pobre órfão, merecedor de assistência. E o pessoal vai estar acostumando com isso, acostumando. Daqui a pouco você não tem mais força para você nem mesmo sentir a normalidade. Uma das fatalidades da vida humana é o seguinte, todo mundo tem que ganhar a vida, mesmo que você nasça rico, alguma coisa você vai ter que fazer para assegurar e manter sua riqueza. Se você for pobre, então você vai ter que se virar de algum modo. Para fazer isso, você tem que entrar na famosa trama de relações econômicas. Não tem como você ganhar a vida sozinho. Um homem sozinho provavelmente morrera de fome. A não ser que ele sozinho recomeçasse a civilização desde os seus primórdios, inventassem as primeiras ferramentas, etc. Mas mesmo que você viva sozinho, eu vejo muito aquele documentário sobre famílias que vive em Alaska, uma vida primitiva. Mas a vida primitiva, mas eles têm armas, tem trator, tem ferramentas, tem conhecimentos, conhecimentos extraordinários de agricultura, de engenharia, etc. Então eles vão para o meu domato, mas eles estão levando toda a civilização. Isso mostra até que ponto o ser humano é dependente dos seus semelhantes. E quando você entra nessa trama, isso acontece quando você ainda é muito novo e inexperiente, você não vai começar a trabalhar com 40, 50 anos. Eu só conheci um sujeito que começou a trabalhar aos 50 anos, era um conde. Ele nunca tinha trabalhado na vida. E aconteceu um dia, o Sogro falou, pois, não pode continuar assim, você tem que trabalhar pelo menos um pouquinho, mas a vida arrumou emprego para ir no seu próprio banco. O único caso que eu conheci, geral, quando você vai começar a trabalhar, quando você entra na trama econômica, você é novo. E junto com a trama econômica, você tem que absorver uma série de regras de conduto, uma série de hábitos de pensamento, hábitos de linguagem, hábitos de julgamento, sentimentos, tudo isso entra dentro de você. E para você, o que isso representa? Isso representa o mundo, isso é o mundo no qual você entra. Você não vê isso tudo como se fosse apenas uma sociedade, uma cultura. Não, isso é a realidade, é o mundo mesmo. Então para você, tudo aquilo não é um conjunto de interpretações, mas é um fato bruto. Você aprende a ver as coisas como os outros estão vendo, a se sentir como os outros sentem. E se você não passar por isso, você sempre vê, não sobrevive. Se você tem uma dificuldade de adaptação a isso, você está lascado. Então, é fácil você perceber quando as pessoas são incapazes de se adaptar a esse meio, como elas se dão mal. Então por causa disso, é que quando um nível de consciência da sociedade como um todo baixa, você vai baixar também necessariamente. Não tem como não ter escapatória. Você pode tentar fazer um nicho mental no qual você se abrigue, mas mesmo isso vai ter certos limites. Você pode se defender até um certo ponto. Em geral, a única maneira de você escapar disso é você se asorciar ao seu semelhante as pessoas que estão sentindo a mesma coisa. Você e você faz dentro da cultura vigente, você faz uma subcultura, um nicho cultural, que é exatamente o que acontece com vocês aqui neste curso. A medida que vamos estudando aqui, vocês criam outras amizades, outras referências. E também a quantidade de leitura modifica muito isso. A cultura adquirida é um instrumento de defesa psicológica absolutamente deformidavel. Quando você começa a perceber que as crenças e hábitos do seu meio imediato não representam a humanidade, mas representam ao contrário, uma fração mínima e às vezes está uma fração anormal. Você vê que você pode parecer anormal perante o seu meio social, mas o seu meio social é anormal em relação à espécie humana, à média da espécie humana. Então isso tudo vai criando um instrumento de defesa, mas em geral as pessoas são totalmente em defesa e absorvem isso com uma inocência e são tão em defesa, esperante isso, que é uma coisa deplorável. Então é claro que o instrumento fundamental de a moldagem das pessoas ao estado social vigente é a educação, é a escola. A escola é o meio, pelo qual como chamava o Pierre Boude, é meio de reprodução das relações sociais existentes. E quando você vê as pessoas, no Interinternum de Universidade, estuda os livros do Pierre Boude e sabe repetir direitinho a teoria da reprodução, mas não sabe aplicá-la a sua própria situação. Quer dizer, o que está sendo reproduzido em mim? Acreditam realmente para uma escola, universidade, é um meio de instrumento de reprodução das relações capitalistas. E portanto, um meio de propagação da ideologia capitalista. E ele nunca se lembra de pensar, espera, a universidade reproduz a ideologia capitalista, alguém deveria ensinar a ideologia capitalista para mim aqui dentro e as pessoas já ensinam o contrário. Então é evidente que há um outro tecido de relações que está sendo transmitido ali, é uma outra coisa que está sendo reproduzida. E é curioso você observar a total incapacidade que os estudantes universitários, principalmente no Brasil, tem para, vamos dizer, interpretar a sua própria situação com os instrumentos intelectuais que o próprio Pierre Boude lhes deu. Se você observa qual é a ideologia que está sendo transmitida, ideologia não aparece do nada, ideologia reflete, evidentemente, um conjunto de interesses objetivos, interesses políticos, econômicos, certo, objetivo. E portanto, tem poderes por trás. Ninguém se lembra de perguntar, espera aí, quais são os poderes que estão me transmitindo essas ideias que eu estou adquirindo aqui? Quer dizer, você fica analisando um sistema educacional imaginário que implanta nas pessoas a ideologia capitalista, o reacionarismo, os valores cristãos, etc. Esse sistema educacional não existe, é esse que eles analisam, totalmente imaginar, e o sistema educacional real dentro do qual eles estão, para eles é como se não existisse ou como se fosse a própria natureza das coisas. Ora, quando um conjunto de crenças e de hábitos e valores se torna a própria natureza das coisas, é exatamente isso que se chama de hegemonia. A palavra Gregor Hegemon é o poder invisível de uma lei da natureza, uma lei da gravidade, você não pensa nela, você não precisa pensar, você está submetido a ela, mas aqui faz tanto tempo que está aí que você não repara. Então, o simples prosseguimento, esse processo de reprodução, se ele dura bastante tempo, ele passa como um inteiramento natural, ele não é uma criação humana, mas ele é aquilo que diz o Antonio Grammisch, um imperativo categórico mandamento divino, portanto, uma autoridade onipresente e invisível. Então, se você pegar esses estudantes universitários brasileiros, de bom qual é a autoridade onipresente invisível a que você está obedecendo na sua vida, quem fez a sua cabeça e para que? Então, absolutamente incapaz de fazer essa análise, acreditam, às vezes, piamente que estão lutando contra a exploração capitalista. Aqui nos Estados Unidos está cheio de gente que acredita que está lutando contra a exploração capitalista, financiado ali pelo Rockefeller, George Soros, Zuckerberg, Bill Gates. Então, você está em toda a alta burguesia, financiando esses meninos para eles acreditarem que estão lutando contra o capitalismo, quando na verdade eles estão fomentando o capitalismo, isso é uma coisa mais óbvia do mundo. Então, essa inconsciência chega às vezes a um nível da estupidez por simples, que as pessoas foram realmente estupidificadas, eu acho que idiotizadas é uma palavra pouco, idiota é pouco, não é isso? É realmente estupidez, é um retardamento mental, uma coisa desse tipo, é um problema clínico. E esse estado de espírito se espalha por milhões de pessoas, na verdade. E isso, bom, os sintomas disso aparecem, falam em artigo de jornal, em tese universitária, discurso no parlamento, em sentença judiciária, então nem se fala, é uma atrai da outra. E você vai ver que tudo vai descendo, descendo, descendo, descendo e na danta você perguntar onde isso vai parar, porque a resposta é assim, não vai parar, vai continuar descendo indefinidamente, tá certo? O inferno é o limite, tá certo? Então, o inferno, como eles sabem, não tem fundo, então é um limite que não tem limite. Então, eu gosto de pegar esses casos e analisar um por um, tá certo? De vez em quando, duas, três vezes por ano eu pego alguma vítima, eu digo, então, então é esse aqui que vai ser analisado, que eles vão ficar feios pra ele, mas o meu objetivo não é isso, eu não estou a fim de fazer ninguém passar vergonha, eu sou sugerido de chegar a passar vergonha, quer dizer, que ele já tem nível intelectual suficiente pra perceber algo da sua própria vida, mas ele geral não tem. Você vai, mostra, explica, etc, etc, o sujo acredita que o meu objetivo é ofendê-lo, é humilhá-lo, né? Então, na vida que ele ficou ofendido, aí que ele é rejeito, o que eu estou ensinando pra ele, fica mais brabo ainda e, portanto, mais burro ainda, né? Daí, daí, a minha regra aqui nesse curso aqui, que é inteligente, sai mais inteligente, que é burro, sai louco. Então, bom, eu estou pouco me lixando, cada um vai fazer com o que eu estou ensinando o que ele puder e quiser fazer, tá certo? Mas eu peguei como exemplo desta semana um cidadão chamado Lucas Garcia, eu não tenho motivo pra mantê-lo anônimo, escreveu, assinou, agora aguenta, né, fazer o que? Eu tinha escrito aquele post, quer dizer, o seguinte, que na África eles praticaram a escravidão durante milênios, com a maior cara de pau, nunca acharam nada errado nisso, nunca nem se lembraram de pensar, isso era conveniente ou não. Os muçulmanos já no século 11, da nossa era, tinham a teoria da inferioridade racial negra, isso foi a invenção de muçulmanos, tem um artigo sobre isso, acho que chama África as avessas, uma coisa assim. Então, nem precisamos justificar muito, porque ninguém puem em questão, então para que você vai defender uma coisa que ninguém está atacando, a escravidão era simplesmente considerar natural, estava na hora das coisas, e quando os europeus chegaram lá, eles de início acharam o oba, isso aí pode ser um negócio, a gente compra esses caras, trabalho de graça para nós e trazia os caras para a América, botava para trabalhar e ganhava dinheiro com isso. Daí eu disse, logo eles tomaram vergonha na cara, acabaram com a capucaria. Aí um sujeito diz, os brancos não tomaram vergonha na cara e acabaram com a escravidão, de onde tiram argumento como esse? Há diversas fontes históricas que mostram outros motivos que levaram ao fim da escravidão e apontam para razões econômicas principalmente. Bom, isso aqui, acho que todos os livros do MAC dizem isso, isso de jeito acredita e repete, e ele acredita que é um contestador, mas não é um contestador, você está repetindo o que o governo mandou você dizer, o que as autoridades mandam você dizer, o que os professores mandam você dizer, o que a mídia mandam você dizer, o que o Bill Gates manda você dizer, o que o Zuckerberg manda você dizer, o que o George Soros manda você dizer. Você repete isso igualzinho, acredita que você é um contestador, algo está errado meu filho, porque para mim não foi nenhum Soros que mandou eu dizer o que estou dizendo. Então o que se passa nessa cabeça é o seguinte, tem aqui uma coisa que a ele parece óbvia, natural e incontestável, ao ponto de quem é ignorar é uma besta quadrada como eu, por exemplo. É uma ideia não somente falsa e errada, mas impossível. Eu vou mostrar aqui para vocês que o fim da escravidão tenha sido determinado por causas econômicas, é não apenas falso, mas impossível. E nós vamos começar aqui com o exemplo brasileiro. Mas antes de entrar no exemplo, vamos pensar o seguinte, eu vou fazer mais de 40 anos, meio século, que eu penso nessa coisa, vamos dizer, das forças históricas, dos fatores que determinam o curso das coisas, pais que pesam mais, cor que pesam menos, como ele se interpenetra, etc. Meio século pensa na coisa, não? De repente eu vou para que não penso nada e que já sabem qual é o fator determinante. O fator determinante é econômico, isso que é que não sabe, olha, esse olá vai ignorar e não sabe. Então eu estou pensando nisso e observei o seguinte, uma coisa que qualquer pessoa pode observar, o fator econômico é um dos mais voláteis que existem. A situação econômica de um país pode mudar em 24 horas, o George Soros, por exemplo, se você lança um zoom zoom, olha, o banco da Inglaterra vai quebrar, todo mundo retira o depósito do banco da Inglaterra, o banco da Inglaterra quebra realmente e o George Soros ganha um montão de dinheiro. Isso aconteceu em vários países e isso é muito fácil de fazer, então quer dizer que a situação econômica de um país pode mudar em 24 horas com um simples zoom zoom. Você verá, a bolsa de valores acompanha um pouco o negócio de bolsa de valores, você verá que sobe e desce, então é quase mágica. Se o jeito passa de bilionário a pé rapado e vice-versa com muita rapidez, porque a riqueza não depende de um conjunto de bens materiais, depende de que alguém esteja disposto a pagar por esses bens materiais. Você pode ter uma montanha de ouro, se ninguém quiser comprar, meu filho, aqui não vale nada. Então a famosa teoria do valor do Karl Marx, o valor é a quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir a mergadoria, é a coisa mais absurda e idiota que alguém já pensou. Por quê? Quando você compra uma coisa, não depende da quantidade de trabalho que foi necessário para produzir, depende do valor que ela tenha para você. Quem determina o valor não é quem produziu, é o consumidor. Para mim parece a coisa mais óbvia, quanto querem pagar por isso? Eu estou aqui vendendo a Bahia de Manhattan, ninguém quer comprar, daí eu falo agora eu estou vendendo a calcinha usada da Madonna, aí eu pago 200 mil dólares, eu pago 2 milhões, pronto. Nesse ponto a Escola Austrinha que tinha toda a razão, o valor é uma decisão arbitrária do consumidor, não quer dizer que para ele seja arbitrário, arbitrário do ponto de vista externo, para ele tem muitas razões, o jeito de comprar calcinha da Madonna, ele pode escrever um tratado justificando por que ele fez isso, mas quer arbitrar porque varia da qual a cabeça do freguês e não tem uma regra. A maior parte das coisas pelas que as pessoas pagam, eu olho e digo, não daria um tostão por isso, mas também tem coisas que eu quero e que as pessoas não dariam um tostão também, mas a Rochane costuma ir nesse brecho a comprar umas coisas, daí o Pedro diz, ela não pode ver uma chica arquebrada, ela paga qualquer dinheiro por aqui. Então aí o negócio, existe um fator de arbitrariedade muito grande, está achando a determinação do valor das mercadorias. Se é assim, nós temos que perguntar o seguinte, o que determina essa arbitrariedade é por sua vez um fator econômico, as pessoas só compram aquilo que vai, eles dar lucro, é claro que não, porque senão só existiriam valores de troca e não valores de uso. A maior parte do que se gasta de dinheiro, não tem valor de troca nenhum, você não compra para vender, você compra para usar e uma vez usado, acabou. Isto vamos dizer, a quase totalidade dos bens materiais é assim. Então, por haver esse fator arbitrário e por não depender da quantidade de trabalho socialmente necessário para produzir o valor da mercadoria, então ele pode mudar de repente, que é acordo com preferências arbitrárias da multidão, é claro que alguém pode influenciar esse gosto da multidão também, comprem isto e não aquilo, mas ninguém tem controle deste processo. Além disso, o sujeito que decidiu influenciar o mercado e fazer as pessoas comprarem isto e não aquilo, ele também tem algum motivo para fazer isto. Você vai dizer, ah, mas o motivo é o lucro, não é o lucro, porque qualquer coisa pode dar lucro e por que ele escolheu isto e não aquilo? Então, por exemplo, o sujeito, ele quer ganhar dinheiro e monta uma farmácia de sabão. Eu digo sim, mas por que não é uma farmácia de sapato? Ou qualquer outra coisa. Você vai dizer que todo o sujeito que escolhe um ramo de atividade, ele escolhe por um cálculo econômico absolutamente impossível. Então, até na escolha das campanhas de marketing existe a influência do arbitrário e seria impossível que não fosse assim. Então desde logo nós vemos que uma situação econômica qualquer, uma necessidade econômica, uma tendência econômica não age diretamente, mas age através de seres humanos que tomam decisões. E os seres humanos tomam decisões de acordo com a sua mentalidade, com a sua cultura, com as suas preferências, etc. Ele sai com você um nível cultural ou o circo tem um montanha de fatores que entre a suposta causa econômica e o efeito final interferem e modificam o curso das coisas. Por exemplo, você pode ganhar dinheiro vendendo pornografia, ganhar muito dinheiro. Por que algumas pessoas não fazem isso? É por um fator econômico, é por um cálculo econômico. Ah, eu vou ganhar mais dinheiro vendendo cds de ínosevangélicos. Será que é essa? Não. Entre um cara que vende pornografia ou que vende cds de ínosevangélicos há uma diferença de critério que não é econômica de maneira alguma. Cultura, psicológica, se chama o que quiser. Estes fatores culturais interferem sempre. Se não a conduta de pessoas colocadas na mesma posição econômica seria sempre a mesma. Por exemplo, aqui você tem dois pobres torne, dois pé rapado. Um decide roubar, saltar, você vai ficar de droga. O outro decide trabalhar honestamente, acumular dinheiro, montar um negocinho e ir para frente. Qual é a diferença? É econômica? Não. A diferença é subjetiva. E em todas as ações humanas existem interferências num treco chamado o agente. E o agente é um ser humano que tem consciência, que pensa, que faz suas escolhas etc. Isso quer dizer que em princípio nenhuma situação econômica é causa de nada diretamente. Isso como um regra geral não pode ser. Porque para isso seria que a própria situação econômica tivesse consciência de si e pensasse em tomar suas decisões, mas ela não faz isso. São seres humanos que faziam isso. Então na hora que comecei a examinar isso, isso aí foi mais de 50 anos. No tempo que eu estava estudando marxismo eu já pensava nisso e eu vi que o próprio Carlos Marx, embora ele privilegiasse as causas de ordem econômica, eu ia dizer que elas só são decisivas em última instância. Elas não são a primeira causa, nem a segunda, nem a terceira. E se você somar todas as causas, você virá aqui de algum modo a causa econômica predominou. Eu passei muito tempo pensando nisso e falei, pera, pera, pera. Você vê certas pessoas tomarem certas decisões, agirem de certa maneira e aquilo produz um resultado econômico. O fato de uma coisa ser o resultado quer dizer que foi a causa. Por exemplo, o sujeito decide ir para a igreja protestante e ler aquelas coisas que dizem a virtude do trabalho, a virtude da poupança, etc. E ele segue aquilo tudo e começa a ganhar dinheiro. Você vai dizer que ele fez tudo isso para ganhar dinheiro? Não, a motivação foi completamente outra, a causa foi completamente outra e produziu este efeito colateral. Porque você vai dizer, está aqui o neguinho protestante e ele falou lá, negre batista, interiana, luterano, se já lá o que for. Entrojetou todos aqueles valores e não ganhou nada. Continuou pobre, ele vai deixar de ser protestante com isso? Não, é só você ver as igrejas e vanger a uma opada que vai lá e perrapada. E fica ano a pôs anos, nas preces e lá está ganhando nada e continua. Agora tem um ou outro que ganha. Então você vai dizer que este que ganhou, a causa da conduta dele foi econômica? Não, teve um resultado, um efeito econômico. Então quando o jeito diz que o efeito foi a verdadeira causa, raciocinando na base do reggae o que diz que a essência de uma coisa e aquilo no qual ela se tornou, coisa que eu já vamos ver aqui, só é verdade às vezes. Então, bom, deixa eu explicar já. A essência de um ente e aquilo no qual ele se torna. Ou seja, quando completa o processo inteiro, você vê o resultado. Isto vale para seres da ordem natural. Por exemplo, tem aqui uma semente, você planta semente, cria uma baita árvore e dá uma amassada. Você fala, era uma amasseira desde o início, evidentemente. Quando eu estava em estado de semente já era uma amasseira, mas se era por quê? Porque ela deu amassada no final, esse é o resucendo o reggae. Mas isto só vale para seres cujo percurso temporável está predeterminado por uma lei interna. Quando não está predeterminado, você não pode dizer que o resultado final foi a essência de tudo. O resultado final pode ser totalmente arbitrário, pode ter a vida interfenetizada de outras causas. Então, quando o reggae diz isso, ele está usando uma analogia da natureza e aplicando a história. E aplicando errado. Mas, não totalmente errado, em alguns casos é realmente assim. Quando você vê um sujeito agindo de uma maneira esquisita, etc., etc., o sujeito começa a frequentar sua casa, não saia a sua casa, faz amizade com a sua mulher, para lá, desde que ele fugiu com a sua mulher. Aí você diz, agora eu entendi o que ele estava fazendo. Então, a essência da conduta dele era o resultado que ele estava buscando. Mas às vezes não é assim. É isso, vamos poupar da conta do seu contrário. O sujeito chegou, começou a frequentar sua casa com uma inocência, ia lá, jogava barato, tomava um esquinho, sua mulher começou a dar em cima dele. E convenceu o cara a fugir com ela. Você vai dizer que a essência da conduta dele foi essa? Não. A essência era outra completamente diferente e deu um resultado que ele mesmo não esperava. Então, nos assuntos humanos, essa regga de que a essência de uma coisa é aquilo no qual ela se tornou, não é válida para todos os casos e não é válida nem para metade deles. Por que? Lembrar a frase do Max Weber, a história, o conjunto de resultados impremeditados das nossas ações. E lembrar sempre, de novo e de novo, mil vezes a recomendação do grande George Yellenek no livro Teoreio do Estado, deles que nasci em essas humanas. A coisa principal é você distinguir o que resulta de um esforço impremeditado, de um plano e o que é uma confluência fortuita de causas. Esse é o critério fundamental. Então em princípio, você dizer que qualquer coisa teve causas econômicas é você supor que houve um plano econômico por trás. E que esse plano econômico foi bem aplicado e produziu um resultado. Agora, o fato de que tal ou qual transformação histórica tenha produzido resultados econômicos não quer dizer que esses resultados fossem o objetivo inicial e muito melhor que fossem a causa. Então, entendeu? Depois que se explicou, é fácil, né? Então vejamos se é possível a libertação dos escravos ser determinada por causas econômicas. Então vamos pegar o primeiro e mais vasto caso de libertação dos escravos que houve na história humana, que foi da libertação dos escravos romanos. A economia romana era fundada basicamente no trabalho escravo. Ela dependia quase que totalmente do trabalho escravo. Ela aparece à religião católica e começa a converter os escravos e começa a convencer os patrões que têm que soltar os escravos, que têm que tratar melhor, que têm que dar certo direito. Quais direitos? Todos e quaisquer, porque o escravo romano não tinha direito nenhum. O escravo romano não tinha direito nenhum, não tinha direito nenhum, não tinha direito de ter uma família. Os escravos se reproduziam em grandes festivais de surubas anuais. Reunia todo mundo, todo mundo comia todo mundo. E ninguém sabia quem era filho de quem. Quer dizer que a noção da família não existia para os escravos romanos. Ele era realmente assim. Pior que vá que é cavalo, porque o cavalo você ainda tem o pedigrinho, né? Que cachorros têm o pedigrinho e tal. Ali não tinha pedigrinho nenhum. Qualquer um podia ser filho de qualquer um. E a igreja lentamente foi convencendo os caras de que não podia ser assim e pava e foi trocando a situação do antigo escravo romano pelo que veio a se chamar, a rede de médio, o servo da gleba. O servo da gleba podia casar, ter propriedades que para um escravo romano era impensável e legar a sua propriedade aos seus filhos. Tá certo? Bom, o que aconteceu com a economia romana acabou. Na hora que não tinha a mão de obra, o escravo foi tudo pobrejo. Então se houve um cálculo econômico, foi um cálculo negativo. Como nós vamos fazer para destruir tudo? Agora você vai dizer, a igreja tinha o objetivo de destruir o Império Romano? Fala claro que não. Ela não tinha nem o objetivo econômico, nem o lucro econômico, nem o objetivo de destruir o Império Romano. E não entendo, foi isso que aconteceu. Então basta esse exemplo para você ver que se houvesse cálculo econômico, qualquer um diria, não poderão acabar com a escravidão, senão a nossa agricultura vai para o Brejo e nós vamos para o Brejo junto. Tá certo? Agora vejamos o que aconteceu depois. O que motivo haveria para alguém libertar os escravos por interesse econômico? Só há duas hipóteses. A primeira hipótese é criar um mercado para o consumo de bens, transformar os escravos em cidadãos para aqueles retônicos, consumidores. A segunda hipótese, que é ligada, a primeira é a liberação de mão de obra para livre contratação. Tá certo? Muito bem. Na primeira hipótese, aqui você tem um país, todo mundo escravo, eu digo não, eu quero vender os meus bens, para a mão de obra que eu sou um inglês, um capitalista inglês, eu quero vender os meus produtos para a Zâmbia. Então vou lá, liberto os escravos. E o que acontece com os escravos libertos? Eles passam imediatamente a comprar produtos em inglês. Vocês não tinham de cair mortos, meu Deus do céu. Então para criar um mercado no país alvo, você precisaria primeiro industrializá-lo, meu Deus do céu. E você, o que é que vai fazer? Acabar com a escravidão primeiro e industrializar depois? Não vai dar, porque daí você vai ter um iato, onde você vai ter multidões de miseráveis soltos na rua desesperado. Então é melhor deixá-los onde eles estão, nas suas fazendas, continua escrava e à medida que a gente vai industrializando, vai liberando a mão de obra, é sério, lógico. Foi isso que fizeram? Não, 1807 a Inglaterra decretou o fim do tráfico negril. Quem não arpegar no oceano transportando escravo, nós afundamos o navio. 1807. Antes, portanto, que a economia britânica chegasse aos níveis que viria a alcançar pela metade do século. Você ver a famosa revolução industrial? Em 1807 era apenas uma coisa assim, era ínfima, era uma coisa local. Não tinha aquele, não tinha afetado a economia inteira da Inglaterra. Peraí, tem alguém tocando campainha aí. Então, isso é hora de vir aqui. Então, um minutinho aí. E gente vai trocar uma imagem, uma imagem de Ifr Sister. Não era o Leão do Carnaval na porta, era uma senhora pedindo dinheiro, data da dinheiro, espera só a roxinha voltar. Então, quando a Inglaterra tomou essa decisão em 187, ela não tinha a menor condição de querer sair buscando mercado externo para os seus produtos, por muito tempo os seus produtos não existiam. Se você pegar o exemplo brasileiro, a coisa é mais clara ainda, libertação do escravo é 1878. O primeiro surto industrial foi 1930, 42 anos depois. E os escravos, o que aconteceu com os escravos? Eles se espalharam por todo lugar, foram morar no morro, saíram mendigando, e daí se criou a multidão de miseráveis que tem no Brasil até hoje. Se fosse um cálculo econômico, todo mundo ia dizer não, temos que industrializar primeiro, daí a gente pega essa turma toda e põe para trabalhar na indústria. Com o agravante seguinte, o que que impede com o escravo trabalhar na indústria? Absolutamente nada, tanto que alguns trabalhavam. Se você quer mão de obra barata, fala mais barato que de graça, não existe. Então, se você quiser se industrializar um país, sem você provocar uma crise imensa como houve no Brasil, você industrializaria o país com mão de obra escrava, e depois gradativamente iria liberando os caras e contratando para trabalhar ali o jeito. Mas acontece que o modelo, esse modelito de que os malditos capitalistas que eles fazem é por interesse econômico, e se deu tal o qual o resultado é porque esse resultado era o objetivo do plano inicial, esbara também no seguinte ponto. Você não precisa pesquisar muito, você pode ir no texto sagrado da juventude atual que é o Iqypedia, e você põe lá assim, famous abolitionists. Tem aqui uma lista de, sei lá, uns 500 nomes de abolitionistas famosos no mundo. E leio o que eles disseram, e vejo alguns o argumento econômico, vamos libertar os escravos para nós aproveitar depois a mão de obra dessa camada, ou para a gente exportar bens para não ser um antigo. Entra a libertação dos escravos e a situação que você pudesse contar com aquele país como um mercado para os seus produtos passaria no meio século. Com o agravante de que, nesse íntere, os escravos libertos transformados em miseráveis de pedir, seria o se multiplicar. Como se multiplicar no Brasil. Então, onde surge um negócio chamado favela? Favela é um paraquíriazende, baraco de papelão. Então, os caras de fato montaram baraco de papelão, agora progrediu já usar umas tábadas, até um fijolo vazado. Mas os escravos libertos não tinham, por onde, tanto que muitos não queriam sair da fazenda, você recusava, e daqui vou para onde? Ou uma vez uma entrevista com o brasileiro mais velho, que era um homem de 120 anos, que tinha sido escravo, e perguntaram para ele, na no tempo do escravidor era melhor ou pior? Ele disse que era muito melhor. Ele disse por que? Porque tinha fartura. Eles não batiam em você? Não, nunca apanhei, nunca vi isso. Claro que de vez em quando tinha um que levava umas chicotadas, evidentemente, mas se você chicotava a maioria, isso é impossível. Absolutamente impossível. Então, os escravos queriam ficar nas fazendas, porque se eles saíam de lá, eles iam para onde? Não tinham para onde, não tem emprego, tem nada. Quer dizer, literalmente no Brasil, jogar as pessoas na rua. Então, isso foi um cálculo econômico, foi uma esperteza econômica de algum capitalista, que fez isso. Outra coisa, no Brasil, como é que você pensaria em criar mercado, criar mercado interno para a indústria? Se a indústria não existia. Não tinha indústria nenhum no Brasil, no tempo do Império. É indústria incipiente. A população era constituída de 50% de escravos, meu Deus do céu. O Brasil tem esta honra sinistra de ter sido no Ocidente uma hora traficando escravos. Aqui, nos Estados Unidos era 10%, 12% do máximo, mas no Brasil era 50%. Então, você solta 50% da população na rua sem teoria e morte, e quer que eles virem um mercado consumidor? O capitalista que fizesse esse cálculo, meu Deus do céu, mereceria ser ministro do governo Dilma. Ou não, ou até o do presidente do governo. Então, nenhum capitalista pode ter sido tão imbecil ter feito esse cálculo. Agora, acontece que quando você observa a história depois da liberdade do Ocidente, você vê que, em geral, os países acabaram tomando a direção do capitalismo e progrediram um pouco. E daí você cai na famosa figura de sofística, que se chama post-oc, ergo-proptor-oc. Quer dizer, uma coisa veio depois da outra e Porto Antesta foi a causa dela. Uma coisa ter vindo depois da outra não quer dizer que foi causada por ela. Então, já é uma figura de sofística, é um erro de lógica em si mesmo brutal. E você comparar o estado posterior com o anterior e dizer que o anterior foi causa do posterior, tá certo? É um erro monstruoso porque você está supondo que todos os processos são contínuos e lineares, que não há interferência de outros processos. Por exemplo, você está pegando a história de um país imaginando que ela é um desenvolvimento orgânico, unitário, não tem influência externa, não tem imigração, não tem guerra, não tem poli-terracional, não tem concorrência do produtor externo, não tem nada. Então, você vê, era assim e ficou assim. Portanto, o que foi feito antes foi para que as coisas virassem assim. É um raciocínio infantil, poeirio, umaquilo de tão repetido, as pessoas acabam enxergando assim e achando que aquilo é o óbvio dos óbvios. Vê como é que aconteceu nos Estados Unidos, né? Ah, muito bem. Então, o pessoal do Norte quer industrial, banqueiro, dinheiro, queria transformar o sul em consumidor nos seus produtos e por isso liberto os graus. Mas, espera aí, mas você já não era um consumidor do produto? Claro que era, só tinha duas terras no Norte. Então, só tinha duas chances para o pessoal do Sul, ou comprava do Norte, ou importava que era mais caro. Por exemplo, armas, um dos motivos fundamentais do Sul perde a guerra, porque não tinha indústria de arma, indústria de arma estava tudo lá em cima. Então, você tinha que comprar arma do seu próprio inimigo, ou mandar importado da Itália, da Inglaterra, tá certo? Com o risco de que o pessoal do Norte afundava o navio que via trazendo as armas. Então, abrir o Sul como mercado para o professor do Norte não era o princípio, porque já era mercado. Em segundo lugar, tinha aquele problema como é que esses escravos que você... Enquanto eles estão nas fazendas, eles têm meio de substância, eles têm um demorado, tem comida, etc. Pelo menos, vivas permanecem. Agora, se você solte as narru, o que é que vai ser deles? Eu vou esperar que esse cara, esse mendigo seja o meu consumidor, que eu falarei, isso é raciocínio, diminuísta Dilma, meu Deus do céu, né? Em terceiro lugar, existe o seguinte problema, se você pegar, por exemplo, os abolicionistas brasileiros lá na... Na Wikipedia você encontra... Feimos abolicionistas, sim, em geral do mundo anglo-sexoânico, e encontra a lista dos abolicionistas famosos do Brasil. Você pega alguns exemplos, você pega o Raquina Bocco, o Cedro Patrocínio, o Abílio Cesar Borges, o músico Alberto Nepobuceno, você vê, pera aí, pera aí, quantos capitalistas havia aqui nessa lista? Nenhum capitalista. Se você pegou Abílio Cesar Borges, por exemplo, ah, ele... Era um investidor, era um investidor de educação, ele tinha um colégio. Será que ele esperava que botar os escravos na rua e todo mundo entrar no colégio dele pagando? Era um colégio de elite, o jeito saiu daí, era escravo, agora está na rua e daqui a pouco ele vem e paga a mensalidade do meu colégio? O que é isso? Ou seja, não apenas o argumento econômico e está ausente da argumentação abolicionista. Durante 200 anos, todos alegam razões morais e sobretudo religiosas, e algumas vezes razões políticas, que estão direitos humanos, etc., etc. Você não vê um cara dizendo, vamos libertar os escravos, que nós vamos encher de dinheiro com isso. Ninguém diz isso, hein? Nem nos Estados Unidos, nem na Inglaterra, nem no Brasil. Então, como é possível para o pessoal estabelecer essa conexão? Você pode alegar, assim, esses ideólogos, os abolicionistas, todos eram os idiotos, eles trabalhavam para os capitalistas. Ele disse, oh, mas um capitalista, para ele colocar tantos intelectuais a seu serviço, ele precisa também ser um intelectual. E precisaria de doutriná-los e educá-los. Ele precisaria ser capitalista reuni, intelectual, jornalista, criatório, então olha aqui, meu filho, que vocês vão escrever assim, assim, assim, toma lá tanto, que nem os jorjores faz hoje, hein? Só que se você procurar algum capitalista que tenha feito isso na história, você não encontra nenhum. Nenhum fez isso, hein? Então, você vê o grande mistério, o grande milagre do Pierre Boultier, ele tem inventado este negócio da reprodução sem jamais explicar como é que a burguesia transmite as suas decisões e o seu interesse de classe. Há a classe dos intelectuais. Quando você vê burgueses capitalistas passando realmente a contratar intelectuais para fazer isto aqui, então no século XX você observa isto e é documentado, é certo? Políticos, por exemplo, que recebem o D. Rodessor, assim, né? Ou no Brasil que recebem o D. Mençalama, etc., é, a gente conhece, é isso, isso. Porém, nunca é uma ideologia de classe, porque veja, uma coisa é um capitalista pagar para um sujeito e escrever alguma coisa a favor dele. Uma vez me oferecendo dinheiro para escrever a favor do PFL. Mandei um fiel naquele lugar, você não sabe, não é? E o PFL acabou, foi uma cumbabinha. Então, outra coisa é uma classe. Cordenar uma outra classe para que escreva de acordo com o seu interesse. Você imagina, então, o tamanho da associação de burgueses capitalistas que precisaria ver para você dominar toda uma classe intelectual. Bom, deve ter tido algum encontro, algum congresso, algum curso, alguma... E algum modo os capitalistas passaram isso por os caras. Cadê a documentação disso? Você encontra um único caso ao longo da história. Então, isso significa ideologia de classe e a propagação da ideologia de classe é um dos maiores mistérios da história humana, porque foi tudo por telepatia. Está aqui o capitalista, né? Você acha que o capitalista fica formulando essa ideologia de classe? Não, ele nem pensa nisso. Está lá o papo fazendo as coisas dele, administrando o negócio, etc. Ele não está interessado em fórmulas gerais do interesse de classe, ele está interessado no ganho dele, ele vai administrar a empresa dele. Então, você imagina o tamanho do trabalho intelectual que uma classe precisaria fazer para colocar a intelectualidade do seu serviço. Algum documento histórico disso tem que ter sobrado, meu Deus do céu, só que você não encontra nenhum. Quando você começa a encontrar documentos assim da cooptação de intelectuais, você só vê isso em dois exemplos, intelectualidade comunista, cooptada ou com dinheiro do União Soviético da China, ou com dinheiro de capitalistas cúmplices, como aqui nos Estados Unidos aconteceu muito, ou o pessoal ligado a movimento fabiano, que também indirectamente era soviético. Só essas duas pessoas contrataram gente em massa para escrever para eles. Se você pegar e a propaganda nazista, houve muito intelectuais nazistas, o pessoal esquece disso, nos anos 30, 40 tinha muito intelectual de primeiríssimo plano que virou nazista. Quanto governo alemão pagou para eles? Nada. É uns idiotas trabalhando de graça. Se você pegar aqueles franceses nazistas como Lucien Rebater, Albert Brasillard, D'Riella Rochelle, quantos dinheiro eles ganharam da Alemanha? Nada. Tomar partido daquilo, escrever, se ferrar, por parar na cana e for fuzilado sem ganhar nada para fazer isso. Quanto de contato houve entre essa gente e o governo alemão? Houve algum? Claro, de vez em quando diziam em uma festa embaixada, isso foi o máximo. Em suma, você vai ver que, claro que houve propaganda nazista paga, mas não entre os intelectuais. Pagava algum militante, partido nazista americano, alguma coisa assim. E, além disso, você sabe que a propaganda nazista é problemática por si mesmo, porque a propaganda nazista é a favor da superioridade racial alemã. Se você é japonês ou italiano ou africano ou americano, é a pergunta natural, é que vantagem a Maria leva. Eu não estou na raça superior, como é que eu vou ganhar com essa apocalia? Então, você vê que a argumentação nazista fora da Alemanha sempre foi um negócio meio tortouso. Você tinha que alegar vantagem secundárias, como por exemplo, as pessoas nazistas francesas alegaram, mas por bom, pode ser que, já que vai ter uma nova ordem na Europa, é melhor a gente ficar do lado dos vencedores e parecê que o tal do Hitler vai vencer, então, junta-se aos bons e serão as unidades. Alguns fazem esse cálculo, deu errado, evidentemente. Mas, você vê que a ideologia nazista se expandiu, assim, quase que por bobeira dos intelectuais. Nunca houve um trabalho nazista como os comunistas fizeram, que é um negócio que o... Tô no Gramsci, o nome da organização dos intelectuais, a organização do trabalho intelectual. Isso, a organização do trabalho intelectual no meio comunista começou com o Manifesto Comunista. 1840 e tanto, começa imediatamente a organizar os intelectuais para isso. Mais tarde o Gramsci faria a teorização desta coisa, mas quando ele fez a teoria, coisa já existia na prática há muito tempo. Cooptação de intelectuais ao longo de toda a história da União Soviética, você vê isso começando, se não o primeiro dia, tá certo? Comece a se meratimensão, convidar os intelectuais a visitar a União Soviética, chega aqui, a gente oferece um dia para ele, oferece umas mulheres para ele, faz uma chantar, leva ele no hotel, moscou, sujeito, arruma as prostitutas para dormir com ele, a gente filma tudo e depois chanta. Isso começa no dia 1 da revolução. Então, esta cooptação maciça de intelectuais, quem inaugurou foi de fato o movimento comunista, e não outro lado. Hoje você tem uma extensa documentação de como foi esse processo de cooptação pelos comunistas. Agora procure documentação da cooptação pelos burgueses. Ideologia capitalista, ideologia burguesa. Não tem, é nada. Então, a minha conclusão é a ideologia burguesa. Ela está latente no subconsciente do capitalista, da onde ela magicamente passa para a cabeça de milhões de intelectuais. Claro que isso é impossível, eu digo de onde que o teórico comunista tira a sua ideia da ideologia de classe, de uma projeção inversa daquilo que o próprio movimento comunista está fazendo. Se nós cooptamos intelectuais para trabalhar para nós, o outro lado deve estar fazendo a mesma coisa. E de fato não é assim, está certo? Se não algum documento, nós teríamos disso, e nós teríamos que, sobretudo, descobrir líderes burguesas, capitalistas que fossem muito mais inteligentes, muito mais intelectuais do que os intelectuais, que é o caso dos líderes comunistas. Se você pega Lenin e Trotsky, eles eram muito mais inteligentes do que os intelectuais trabalham para eles. Malt Setung então nem se fala, mas cadê o capitalista que faz isso hoje? Tem, só que eles estão trabalhando para o lado contrário. No caso, vamos dizer do... da Guerra Civil americana, que é erroneamente chamada Guerra Civil, porque Guerra Civil são duas facções disputando o Estado, é? Isso, que é o poder do Estado. O Sul não queria o poder do Estado no norte, ele queria se separar do norte. Então o termo certo é a guerra entre os estados, isso sim, ou a Guerra de Secessão, também está certo, mas a Guerra Civil é a maneira de dizer. Quando o norte vence o sul, o que ele faz? Trata de industrializar o sul para criar mercado? Não, é trata de devastar, acabar com tudo, tocar fogo em tudo que existia, reduzir a miséria, devolver para a idade da pedra. Leu a biografia do general Sherman, que foi o cara que ocupou a Georgia, o estrago que ele fez em Atlanta, e aquilo foi enorme, é? E o que eles chamaram depois de restauração? Consistia-se em invadir as fazendas, tocar fogo, expulsar todo mundo e criar anarquia geral. Foi isso que foi feito, mas é assim que você quer criar um mercado para os seus produtos? Se o mercado você tinha antes, o sul comprava os seus produtos, agora não tem mais dinheiro para comprar? Os negros não tem, e os seus antigos patrones também não tem. Então, quanto tempo levou para o sul virar um mercado para os produtos do norte? Muito tempo, meio século talvez. Então, como é que você vai dizer isso foi um cálculo econômico? Se você pegar essa lista dos abolicionistas, todos alegam invadiramente motivos morais e religiosos. Você depois é do Castro Alves? O que Castro Alves disse no navio negreiro? Ele disse, esse negócio é contraproducente, nós vamos ganhar muito mais dinheiro fazendo de outra maneira? Foi isso que ele disse? Não, ele se dirige a Deus. Deus, onde estás? Em que mundo, em que esfera te esconde, desembulsado nos céus? Como é que você não vê uma coisa dessa? Quando você vê a argumentação dos Ebonifás, a argumentação de Joaquim Nabuco, é toda a mesma. Ninguém falou de motivos econômicos. Para falar de motivos econômicos, seria um sujeito que tivesse uma capacidade planejamente econômica em escala mundial, uns 100 anos à frente. O único economista que pensou numa coisa dessa foi o Carlos Marcos. Só ele, os outros não pensavam então do longo prazo e numa escala tão grande. Ninguém veio com uma, quando você vê assim a Sr. de Adam Smith, etc., foi o máximo de pensamento em escala europeia. Sr. Marcos, quanto tempo durou a escravidão no Ocidente? Do século XVI até o XVIII. Quando chegou no começo do XIX, o 1867 já acabou. Claro que não acabou de vez no Brasil, não levou quase um século para acabar, mas a Ordena Inglaterra vem o 1807. Então foram três séculos. Quanto tempo durou a escravidão no mundo islâmico? Desde o século VII até agora. E quanto tempo durou na África? Desde tempos e memórias, 10 séculos, ainda aí, no traço do islâmico já estava lá. O islâmico se estomatizou, o negócio organizou o tráfico. Antigamente o tráfico era mais local. Mas havia algumas nações africanas que eram mais poderosas que o outro. E que escravizavam os seus vizinhos. Os muçulanos que organizaram o tráfico em grande escala, porque daí tinha que levar para regiões mais longínquas. No trajeto metade morria e dos que chegavam, 90% eram castrados. Então quer dizer, o tráfico islâmico não apenas foi quantitativamente muito maior do que o tráfico ocidental, mas muito mais cruel. Pensa assim, o que você prefere? Alvão você não ameca, você fica lá capinando, ordenando o váquio, etc. Ou você aqui para a meca e cortamos os seus instrumentos. O que você prefere? Então quer dizer, a crueldade do trafico islâmico não tem medida. Aí é genocídio mesmo. Você sabe que a castração na época, se não tinha hospitais, não tinha anestesia, não tinha nada era feito. Na brutalidade e uma quantidade impressionante morria na castração. Então se você não morrer com a minha, você ia morrer na castração. O sujeito castrado levava meses para se recuperar e ficar sangrando enquanto isso. A chance de sobreviver era muito pequena. Mas os árvores não estavam interessados em braços, para captar interesses sobretudo nas mulheres, para ser suas escravas. Porque a lei islâmica permite que o muço mantê a quatro esposas em um número indefinido de escravas. Então ele estava interessado. O tráfico que vinha por ocidental era sobretudo homens fortes para trabalhar na lavoura. E o guia para o mundo de lâmica eram mulheres para ir para a cama dos seus proprietários. Então os homens não interessavam muito. Então que morresse? Morreram. E se morreu a gente capa. Um momentinho. Então isso quer dizer que a ideia de interesses econômicos por trás do fim da escravidão é apenas uma figura de linguagem. Um topos, um chavão que se impregnou na cabeça das pessoas como um símbolo dotado e valor hipnótico. Se vocês pegarem o filme Queimada, o filme do Dilo Ponte Corvo com Marlon Brando, esse é um modelo desse esquema, desse marxismo vulgar que explica o fim dos escravos por interesse econômico. Você tem uma ilha dominada pelos portugueses. Tem mil escravos para cada dez portugueses. Os ingleses vão lá, metem umas ideias de independência na cabeça de alguns intelectuais e fazem uma revolução, derrubam os portugueses assumam o poder na ilha e põem os escravos para trabalhar no quê? Antes eles estavam no quê? Platação de cana para fazer açúcar. Agora eles estão no quê? Platação de cana para fazer açúcar. Só o dono em inglês. E digo que eu também esperei. Os escravos trabalhavam de graça para as plantações. Agora você vai ter que pagar. Existe um modelo mais barato do que de graça? Não tem. É claro que em parte alguma as coisas aconteceram como é demonstrar neste filme. Mas este filme tem uma persuasão visual tão grande que as pessoas veem que acreditam que o processo foi este. Agora tem outra coisa. Você queria a mão de obra ou você queria criar um mercado para os seus produtos? Não sei se você percebe as duas coisas são antagônicas. Se você quer a mão de obra barata, você vai criar um monte de pé rapado pago que não vão poder comprar a coisa nenhuma. Isso iria mais vantagem mantê-los escravos. Então, claro que quando eu vi este filme eu devia ter um cão de 20 e poucos anos. Fiquei muito impressionado com aquilo. Me pareceu uma lição de marxismo. Era de fato uma lição de marxismo, mas não é uma lição de história. Em nenhum lugar as coisas aconteceram assim. Agora, existe um lado psicológico mais profundo na coisa. Que é o seguinte. A necessidade de você reduzir a interesse vis, todos os gestos elevados e nobres da humanidade é muito importante para certas pessoas e certos grupos. Na mesma medida em que é importante para eles mostrar motivos nobres em toda a conduta baixa, criminosa e assassina. Quer dizer que o Estado, vamos dizer, de depressão e de negativismo eles chegam a tal ponto que só pode ver o bem, ver o bem, só da forma do mal. Então, se o sujeito prega a abolição, ou quer libertar os escravos, é porque algum interesse maligno ele tem. Mas se ele matou a mãe, é porque algum motivo elevado ele tem. E isso é assim hoje em dia. Se você ver a esquerda mundial hoje em dia, ela está reduzida, vamos dizer, a reivindicações sexuais e lúdicas. Por que ela deve haver com os pobres hoje em dia? Você vê, no Brasil, já tem a maior recessão do século, um desemprego miserável, 70 mil homicídios por ano, e as autoridades estão preocupadas com o que? Com o casamento gay, com o banheiro unisex, com todas essas coisas que a esquerda quer. Eu digo umas coisas que você liberar todos os banheiros para serem todos unisex, e em que isso vai ajudar os pobres? Que isso tem a ver? Isso vai proteger as vítimas de homicídios, por acaso? Então, isso quer dizer que o ideário da esquerda se transformou no mundo de futilidades prazerosas para um determinado grupo. E essa decadência interna da esquerda já estava dada no seu destino, porque desde o início ela foi criada na base da ilusão. Então, é claro que os seus... Essa técnica, vamos dizer, da análise corrosiva que eles fazem de tudo, corroir todos os valores, destruir todos os valores, bom, chega um dia e começa a voltar com todos os valores deles mesmo. E, enfim, não há mais valores, a somente, vamos dizer, o interesse direto, que não é nem interesse econômico, o interesse econômico supõe a passar de tempo e uma mediação, mas os indivíduos querem o que? Querem o prazer já. Ou seja, a capacidade a adiar a sua satisfação e de agir racionalmente em vista de certas vantagens, até isso foi abolido. O sujeito quer o quê? Quer o orgasmo já. E tudo, vamos dizer, se argumenta em função disso e tudo que escapa disso, ah, então é maligno, é mal, São Francisco de Acídia, devia estar fazendo tudo aquilo por interesse econômico, os mártires todos se deixaram matar para ganhar dinheiro, gastar no além. E todo mundo que faz alguma coisa nobre e elevada tem um objetivo baixo no fundo. O pessoal da escola de Frankfurt levou isso às últimas consequências com a ideia, a dizer, da dialética negativa. Nós só vamos trabalhar no negativo, sempre negativo, negativo. Não faremos propostas positivas de espécie alguma, porque o positivo nasce do negativo, segundo o regalo, então, nós só temos que destruir tudo. Eu digo, mas quando você destrói tudo, todo o mundo simbólico de valores, só bloquei, só braçou o impulso fisiológico imediato, desse você não se livra. E foi por isso que estes objetivos se transformaram nas bandeiras fundamentais do movimento revolucionário. Mas algo da antiga retórica comunista, da luta de classe, continua. É assim, por exemplo, que este mesmo cidadão, o senhor Lucas Garcia, ele elogia lá na parada dele, um artigo onde diz que os pixadores, o pixo é um legítimo protesto das classes desfavorecidas contra a exploração capitalista. Eu digo, mas, pera aí, me mostra a relação de causa e efeito. No que que o pixo pode prejudicar a exploração capitalista? Em primeiro lugar, você só picha os prédios que já existem. Não esquecerão o construir. Prejudica a indústria da construção civil, ao contrário. Você expande porque você vai criando, vai afastando as classes ricas, cada vez mais para longe, porque é um processo que em São Paulo você observa nítidamente. Primeiro, eles moravam na região do jardim, depois foram para o Pacaembu, agora já estão, sei lá onde estão, agora. Vamos lá para o Faville, que é o Faville, preciso ser mais longe que o Faville ainda. Então, você vai criando esses condominas para pessoas mais ricas, ou para classes altas, para classes média altas, pelo menos. E a indústria civil não perde nada com isso. Quem perde é quem está morando nos prédios velhos. É a gente rica que mora ali? Não. Quer dizer, você está ferrando com uma classe média baixa e dizendo que está protestando com uma transploração capitalista. De qual relação entre uma coisa e outra? É uma relação simbólica que só existe na sua mente, a qual não tem correspondência sobre... Não tem correspondência sobre ativa nenhuma, zero. Mas como esse pessoal se acostumou a viver deste tipo de arrastocínio, vamos dizer, simbólico, que salta sobre as relações de causa e efeito reais, e só se conecta na mente do cidadão, então você pode achar realmente que a libertação dos escravos foi feita por interesse econômicos e que o picho vai derrubar o capitalismo. E termina assim, gente. Quer dizer, baixou para um nível assim de retardamento mental. Mesmo? Eu não estou brincando, não é modo de dizer. Eu não conheci, rapaz, não sei qual é o que aí dele. Mas se era alto, já baixou. Se entra na universidade, é fatal o que acontece aí. Então, bom, então esse é um pequeno estudo de caso para mostrar até que ponto uma mente pode se afastar dos dados patentes da realidade e se refugiar num mundinho de fantasia. Quer dizer, que só obtém alguma reprodução porque é idêntico ao mundo e fantasia de outros tantos idiotas. Todos universitários. E a universidade do Brasil que existe só para isto. Bom, vamos fazer uma pausa para que eu não desvoltem. Então, vamos lá. Como sempre tem mais perguntas do que eu poderia responder algumas. Ana Maria pergunta. Quem capturava e vendia os escravos para os europeus? Ela esclarece aqui também. Sou negrinha, amo suas aulas, sou obrigado lá. Eu aqui agradeço. Bom, houve duas fases do comércio. Na primeira etapa foram impérios internos da África, sobre o Império de Oye, que era um negócio muito poderoso e que capturava e escravizava as pessoas das tribu em torno. Mas a coisa tomou uma dimensão muito maior depois do advento do Islam no século 7. Daí, sem dúvidas, maiores escravizadores e traficantes de escravos de todos os tempos foram nos muçulmanos. Tempos atrás houve até uma discussão no próprio Facebook com o cidadão chamado Gustavo Correio. Eu até fiz alguns vídeos sugerindo a bibliografia porque aqui embaixo também tem alguém, Marco Wegener, pergunta qual se gestão de leitura sobre a escravidão no mundo para começar nesse assunto. Bom, sobre o tráfico atlântico-ocidental é os livros do Alberto Costa e Silva, Manilho Libambo e... Ele escreveu vários livros sobre isso. Mas a Manilho Libambo é um clássico, né? Não confundir esse Alberto Costa e Silva, que foi um diplomato historiador com o poeta Alberto Costa e Silva, que era o outro gênero, mas que não tem nada a ver com a história. É só apenas o homônimo. Eu creio que o historiador Alberto Costa e Silva está vivo ainda. E esse livro, Manilho Libambo, não é muito antigo, acho que é da década de 90, uma coisa assim. Sobre o tráfico ocidental é o melhor que tem, mas ele não fala nada do tráfico islâmico, não sei uma menção de passagem. Sobre o tráfico islâmico existe uma série de livros muito impressionantes, mas bem mais recentes. Eu acho que esse é um assunto que não chamou muito a atenção dos historiadores até uns 20 ou 30 anos atrás, mas aí começaram a pesquisar e descobrir cada vez mais coisas. Existe um livro de um historiador africano chamado Tidiane Ndi. N apostrophe D-I-A-Y-E. Tidiane Ndi-A-Y-E se chama Le Genocide Valais, o genocido velado. Não é uma obra histórica, apenas uma reportagem mais tendada o suficiente. Agora, se você quer obras históricas, não se procura do historiador Bernat Lugin, L-U-G-A-N, é o melhor historiador sobre assuntos africanos que você tem atualmente. E se você tiver um pouco de paciência, procura este vídeo no YouTube, acho que é o título da Esquervidão Islâmica, onde neste vídeo eu indico mais de uma dezena de livros importantes a respeito. Tem saído o trabalho da mais alta importância sobre isso, que estão modificando a crença geral a respeito. A gente tem a história de que os ocidentais que avisaram a África já entram na cultura popular, faz tempo, e é uma coisa totalmente sem base histórica. Então, os grandes traficantes foram, não foram nem os ocidentais e nem os africanos, mas foram os muçulmanos. Mas quando a gente fala muçulmano, você tem 30% de negros mulatos ali, misturado. Quando a gente fala muçulmano, é uma coisa árabe a outra. O exame se cresceu de tal maneira que hoje só 8% do eslamo são árabes. Onde tem mais, para você ver que coisa incrível, o maior passo do muçulmano são extremos orientais, tipo chinês, como indoneses, tailandês, etc. E essa é a maioria hoje. E cura, asamento, o eslamo nesses lugares não é tão agressivo quanto no resto. Gabriel Campos. Quais foram os principais influências que contribuíram porque José Bonifácio e Dom Pedro II se tornassem adeptos das dez abolicionistas? Bom, isso estava no ar. Quer dizer, José Bonifácio não sei de onde ele tirou essa ideia, mas sempre foi contra a abolicião e os argumentos dele são de guardemoral religiosa, sobre como nós, sendo cristãos, poderiam tolerar uma coisa dessa. Isso, por assim dizer, estava no ar na cultura, na poesia, no teatro, na românica, estava no ar na época. Com relação a Dom Pedro II, você tinha ali a influência próxima do Joaquim Nabucar ao mesmo tempo, o líder da campanha policionista e o líder do Partido Conservador, que representava o governo no Senado. Jorge Gumiá perguntou, com a abolicião da excavatura que classe passou a estar nas fazendas remuneradas, não passou a ser uma nova classe consumidor, incrementador da economia? De jeito nenhum. E isso coincidiu com a entrada em massa de imigrantes italianos, polonês, alemães e japoneses. Que vinho, já com uma cultura superou com a qualificação de mão de obra, com experiência agrícola, de séculos. Então era uma concorrência de leal. Quer dizer, eu mesmo, observei isso quando estava trabalhando para o recensamento escolar, que eu fui voluntário, eu tinha 18 anos de idade. A gente percorreu aquela matagal do sul do estado e até já contei a história. Eu encontrei uns dadões que eram uns festos de um alemão, assim, casado com uma mulher negra, um bando de filho. E eu ia fazendo as fechinhas para ver qual a idade das crianças, estar na escola. Então chegou lá para eu perguntar, como é o nome desse aqui? Um garoto dos 8 anos. Não, isso aí não tem nome, não. Falei, como? Isso é um cidadão brasileiro? Ele não é um tatubola, mió, cara. Tem que ter o nome, não tem nome. Você vê a miséria total com os caras. Miseria cultural total, total. Fala de documento, rediste, se viu, eles nem sabiam o que era. Daí ando mais um pouco, ando mais um pouco, não, andou mais dois dias, de repente a gente viu um castelo de madeira no meio do mato. Chegou lá uma família de japoneses, um velho japoneses com 40 membros da família. O velho estava rico. Trabava o que ele fez ali no mesmo território. Qual é a diferença? E ele trouxe toda a mão de obra especializada. Japonês especialista em criar uma plantação de qualquer coisa em 1 metro quadrado. Também você ver um oficial da aeronautica me contou a seguinte história. Ele precisava com os refeitores da academia da aeronautica. Pusava muito quartel da aeronautica. Pusava muito suco de laranja para a vitamina C, para os olhos dos caras. Eles tinham terrenos falando, vamos lotear esse terreno aqui e a gente cobra um negócio na produção laranja. Manda o cara plantar laranja. Daí dividiram 8 lotes, vendendo 7 para brasileiro e 1 para o japonês. Os 7 brasileiros fracassar, logo venderam o terreno e passaram dentro. O japonês não apenas cobria a cota como passava mais. E estava ficando rico com os laranjas que ele vendia para a aeronautica. Ainda sobrava para ele vender na feira. Se você passava nos sitos japonês, 24 horas por dia até alguém trabalhando no trator. Se não era ele, era a mulher, se não era a mulher, era os filhos, era os filhos, era os netos. É assim. Então, a imigração, quer dizer, a abolição colocou todo mundo. Foi um ato de bondade, generosidade, economicamente, não tomei cálculo nenhum. Eu cumpri a sua obrigação moral e que se dane a economia. Coincidindo com a entrada dos imigrantes japonês alemão e italiano, foi um desastre. Porque foi concorrência de eleal. Os caras chegavam com tudo e tomavam conta. Aqui, Ruth Vegidio. Eu escondei uma oeira abolicionista e capitalista que iria industrializar o Brasil. Só que ele fragaçou, né? O governo não deu apoio suficiente para ele. Ele foi gobrado. E perguntar para o senhor que sabia que ia ter algum plano econômico, e ele falou que não tinha nada. Tinha nada. Foi assim. Foi a generosidade por a louca. Foi um brasileiro mesmo, né? Eu vou ver o que mais aqui. Como podemos encontrar esse entrevista escravo, isso foi feito na Globo, no Fantástico. Já faz bastante tempo. Era o Brasilíodo mais velho. Talvez não sei se existem arquivos do programa Fantástico da VV. Se você procurar ali, era o Brasilíodo mais velho. Isso vinte anos atrás deve ter morrido. O que o senhor acho da obra do Abdias nascentes? Eu nunca li. Dizem que é muito importante, mas eu não conheço. Mas sobre a escravatura, melhor li porque li o do Josué Montelos, o trambú que tambor de São Luís, a história de uma família escravo atravessando gerações desde o seu colônia até a República. Tem umas que eu não respondo porque a resposta seria muito comprida e não vai dar. Rondon pergunta, tem a impressão de que existe sempre uma semente islâmica em todas as ações que resultam em prejuízo para o ocidente, desde a reforma protestante, que ele chama de pseudo-reforma, a libertação dos escravos, o advento comunílio e tantas outras. Essa influência de fato existe, mas é uma coisa ainda muito mal conhecida, porque você tem a conexão entre as taricas islâmicas e as lojas maçônicas. O que você sabe disso ainda é muito pouco. O Ângel Miller dá várias dicas, o Ricardo de Lacerra também, mas é tudo fragmentário, tudo coisa solta. Maurício Donati, no livro Projetos para o Brasil, que é uma coletana de pensamentos e leis de reserva unifácil, é uma passagem dele comendo sobre a corrupção do clere do povo brasileiro, que estava viciado em viver e explorando o trabalho escravo. Ele coloca isso como um pecado grave na formação do Brasil. Você acha que esse vício perdura até hoje tendo relação com a facilidade com que a ideologia comunista entrou no Brasil? Olha, esse negócio de escravidão corrompe tudo, gente, e ali era escravo demais, metade da sociedade escravo. Da certinho quando deixaram de ser escravo, foram ser favelados. Quer dizer, o que você pode esperar disso aí? Quer dizer que formação cultural, histórica, religiosa, o pessoal recebeu. O clere já está totalmente corrompido, e isso é em parte por culpa dos próprios imperadores, que eram bastante anticatólicos. Praticamente todo o império, os superúrgios das horas do religioso, não podia entrar no Brasil para fiscalizar, não podia criar novas escolas religiosas, não podia abrir novos convêntes, etc. Então, quando teve independência, 3 mil morges no Brasil, quando veio a República, sobrava apenas 8. Então, o próprio governo fomentou a decadência da igreja católica. Então, a formação católica, por exemplo, foi enorme e deficiente, e você criou um catolicismo reduzido ao lado estético e moralismo, fofoca moralista, foi o que sobrou. Tanto que você vai ver que, você pegar o Peru, o Peru tem, acho que, 5 ou 6 santos católicos no Brasil, tem nenhum, né? Tem projeto de santo, né? Tem uns beatos, ex-adergeta. Então, falar que é o maior país católico, bom, é o maior, nome de cabeças. Mas você não tem uma profunda cultura católica no Brasil. E, olha, a minha primeira impressão que eu tive da escravidão foi um negócio meio mediúnico, porque eu estava em Olinda, e me levava, você tem que conhecer o mercado de Olinda, o mercado de Olinda. Eu fui lá no mercado de Olinda e eu senti uma coisa semxtro, opressiva. Eu disse, mas sim, isso aqui era mercado de, que foi o mercado de escravidão, foi um bordo da precaria, eu não quero saber isso aqui, pô. Eu não sei se você está vendo, um pindurado lá, sendo vendido a presta de banano, eu falo, não, o que é isso? É claro que a escravidão corrompe, isso foi o fator de corrupção no Brasil, e em todo o mundo eslâmico, você vai, mas não, o que é o sujeito? Poder comprar quantas mulheres queiram, tá certo? E poder transar com todas, falar, mas isso aí não há moralidade, que resista a uma coisa dessa, mesmo que o cara tenha boa intenção, falar, não tem, né? Não tem boa intenção que sobreviva numa hora dessa. Luciana Cherto. A professora sua análise é mais uma vez surpreendente e repreensível, comprova com a apreensão tudo que o senhor diz na prática. Eu tenho, aporem, articulação contra a regra católica que está corrompendo muitos corações. Não sei como contestar as verdades históricas de genocídios e carnificinas patrocinadas pela igreja. Deus livra do Rodney Stark. Acaba de sair um já, false witness, false testimony, que pega oito dessas lendas urbanas sobre a regra católica, que acaba com isso. Imagino que muitos enganos sejam possíveis, era a vista atual, o comportamento do Papa, o Papa assim com minúsculos, né? Conteste que acredito que a igreja acertou mais que errou. Claro que é assim. Eu sugiro para você, é o seguinte historiador. Rodney Stark é um enabio historiador sociólogo, mas as livras dele têm alcance histórico. E os livros do Ricardo de la Cerva, para tudo, das puertas do inferno. É um livro mais difícil de achar, e é fácil de ler porque tem em espanhol. Onde me informo sobre a verdadeira história da igreja católica desde a idade meia, da influência da cultura de Andi... E se quisir, o terceiro historiador, muito importante, é o Jean de Mont, né? Tem um livro que chama Le Glise, O Risque de Lisito Arquese, a igreja comparada com a história. Se você ler francês, ou conhece alguém que possa traduzir para você, não perca Jean de Mont. D-U-M-O-N-T. Danilo Lucas Nogueira. Estou pensando em iniciar o estudo sério e constante pela assimilação do trivia, um segundo princípio do First Things First, cujo importante foi ressaltar para o senhor Nort, que tinha trajeto isso da igreja no Brasil. Você não componde partido? Ah, sim, eu acho que é. Você adquiriu uma certa formação nisso, mas não esqueça que você aí está lidando apenas com esquemas formais. E nada vai substituir o conhecimento da realidade histórica. História é uma coisa fundamental para tudo o que você vai fazer leuto. Eu penso assim para cada 5 livros de filosofia que você lê, e eu acho que é 50 de história. Fabrício Reis, no Insta-Aution, lançou duas hipóteses. A primeira hipótese era criar mercados. A segunda libera mão de obra. Tem a idade de impressão de que só falei de uma. Kaiu Miranda, sua opinião e ração se entende por o Christopher Lash, mudando desde o senhor, escreveu em seu coração? Não. Basicamente, ele é uma decisão muito valiosa. Agora, o senhor pode aplicar aquilo que ele está dizendo ali, para explicar coisas atuais, mas isso não é responsável. Aqui, Filipe Lessage, no fim de semana de 4 a 6 de agosto, realizaríamos a segunda edição do Encontro Europeu do Seminar de Filosofia, desta vez em Portugal. Será ocasião para nos encontrarmos e dividir o estado do nosso estudo através de conferências mesredondas, além de festejar um pouco. O senhor aceita participar uma vez mais através do Rengal Temperatura, mas é claro que sim, estou a sua inteira disposição. Talvez possa passar o filme, o Jornal de Aflições, durante este encontro, para vocês. Bom, eu acho que hoje... Você não usa o que tem bastante na telemétrica, em entrevista com escravos, em entrevista do YouTube? Ah, sim. Uma origem aqui está lembrando que, sobre a questão da escravidão, entrevistas de escravos, tem um monte no YouTube. Tem uma entrevista aí no antigo Paskin, que era uma verdadeira maravilha. Que era entrevista com o negro reprodutor. O serviço dele era de fazer e engravir dando quantas mulheres ele pudesse. Era o mais feliz da merga latina. E esse também viveu até depois dos 100 anos e ainda estava interessado em mulheres. Ele era um cara de 100 anos de idade e da vigorosa. E claro que os outros queriam tudo matá-lo. Eu já vim de frente chegar, já começava a fazer macumba. Macumba parece funcional, ao contrário. Bom, então por hoje é só, gente. Então terça-feira temos aí a última aula do curso esotirismo. Então até terço, até a semana que vem. Muito obrigado.