Bom dia a todos e bem vindos. Ontem nós tivemos aqui a chance de assistir ao filme do Josias Teófilo, Matheus Bazo, Mauro Ventura e Daniel Aragão, Jardínas Aflições. E eu queria aqui fazer algumas considerações em sobre o filme. Talvez seja uma coisa útil para os alunos e para o que interessarem a assistir o filme. Então, em primeiro lugar, o filme não é sobre o Bola do Carvalho. O filme é sobre, e nem mesmo sobre o livro Jardínas Aflições. O filme é sobre um dos temas do livro Jardínas Aflições, que é justamente o tema do Jardín. Usando a mim como personagem pelo fato de que fui eu que escrevi o livro e pelo fato de que eu estava residindo um jardim que ilustrava perfeitamente o conteúdo do que nós queríamos dizer, do que o Josias queria dizer. Então, o tema do jardim aparece articulado em três versões do jardim. O jardim do Eddin, o jardim de Picuro e o jardim das Oliveiras. Sendo que todo o simbolismo universal do jardim se condensa nesses três. E, na passagem de um desses temas para o outro, se condensa também simbolicamente todo o processo civilizatório. Então, a pergunta básica é a seguinte, qual era a casa de Adão Eava? Essa casa de Adão Eava era o universo. Não tinha muro, não tinha fronteira. Então, eram pessoas que estavam perfeitamente bem à vontade no universo, que tinha sido construída à medida deles. Isso tem uma coisa importantíssima, porque até hoje nós verificamos que todos os detalhes do universo à nossa volta estão modelados à medida do ser humano. Se houvesse uma pequena diferença, uma diferença de fração de milímetros, então a vida seria impossível, a vida na Terra seria impossível. Então, aquilo que se chama principal antrópico, quer dizer, o universo modelado. A imagem semelhança do homem, é uma coisa que aparece na Bíblia e que se repete na ciência até hoje. Em seguida, com a queda, com a ruptura dessa unidade, dessa harmonia primordial, começa então o processo civilizatório que é representado precisamente por Caim, o fundador das cidades. E Caim é acompanhado por uma maldição, onde quer que ele vá, as pessoas estão contra ele de algum modo. Então, o processo civilizatório é marcado pela necessidade que o ser humano tem de controlar no meio ambiente. Então, eu já mencionei aqui a tese do Willem Wohringer, no livro Estilo Bótico, onde ele fala do predominio do estilo geométrico na arte das tribos mais primitivas e desamparadas, por assim dizer, perenta natureza. Então, ele explica isso como uma espécie de fuga da complexidade do ambiente natural, complexidade ameaçadora do ambiente natural, para um universo mental mais compreensível e asserir mais dominável pelo ser humano que é o universo das figuras geométricas. E você só verá, surge um estilo figurativo, naturalista, muito mais tarde, após a fundação das cidades, quando o ser humano já sente mais seguro, ele tem uma distância para o seu ambiente natural. Então, esse ambiente natural se torna para ele, um objeto de interesse estético. Antes não era de interesse, era de interesse prático, apenas. É de interesse prático, sempre urgente, devido à situação, permanentemente ameaçadora em que o homem se encontra na floresta. Eu me lembro do grande ser tanista, o Brasil é rolando, viu as ruas, ele dizia, esse pessoal aqui da cidade pensa que índio gosta de mato, índio tem o horror de mato. Só vão para o mato os índios mais perigos profissionais, o resto se cerca ali na taba e não sai dali porque não é idiota. Inclui a história de dois meninos aqui, foram para o mato e se perderam. E daí foi a FUNAI, foi a FAB, foi o exército, todo mundo com os meninos em guerra, desde que tinha um pajé na outra tribo que sabia localizar qualquer coisa. O pajé chegou lá, reuniu todo mundo na taba, fez lá a reza dele, disse, quando eu terminar os meninos eu apareci na porta e apareci. Não consigo explicar isso, o que aconteceu. Então você vai ver que em praticamente toda a tribo indígena você vê que a taba tem uma estrutura circular. Você vai dizer que o círculo é evidentemente um símbolo da totalidade. Quer dizer, você cria uma pseudo-totalidade que o tisólete protege, você tem uma totalidade ilimitada dentro de uma ilimitada, evocando o tema do Aperon, do Anaximandron. Então nós vivemos dentro de uma bolha luminosa cercada de escuridão por todos os lados, ser um horizonte de conhecimento que está delimitado dentro, de um horizonte ilimitado de desconhecimento e de ignorância. Então, essa é a primeira experiência fora do paraíso. Existe um elemento paradisíaco que é a ausência de cercas, a ausência de limites. E onde você observa isso, você vê que tem um eco, um ideal paradisíaco. Aqui no Estados Unidos você vê muito isso, porque quase todas as casas no ambiente rural não têm cerca. Só por em cerca, quando tem um cachorro furjão, uma vaca ou algo assim, se não, um cavalo, você vê muita cerca para cavalo, mas geralmente separada a casa. A casa mesmo não tem cerca. Então, isso já é um ideal arquitetônico que eu creio que ele vem já do tempo da colônia. Você tem essa abertura do espaço. Os camadas que fundaram o Estados Unidos eram refugiados políticos, era do grupo dos puritanos, que eram as revolucionárias, tentaram uma revolução em Gratia, se deram muito mal, e começaram a ser perseguidos pela igreja oficial anglicana e vieram para a América em busca de uma terra onde pudessem ter mais liberdade e construir uma vida de acordo com os seus ideais. E o espaço aberto foi um dos elementos, então, fundamentais da civilização americana, porque eles sempre resolviam os problemas históricos sociais na base do espaço. Então, se a gente fosse a uma dissensão dentro de uma igreja, se há muita briga para motivos teológicos, a gente entendia um versículo assim, a gente entendeu o contrário, então, em vez de se matar, o que a gente fazia? Sair o grupo dissidente, fazia com aquela aldeia, ou mesmo que eles tinham feito com relação à Inglaterra, eles vão embora e fundam outra aldeia onde todo mundo segue a sua aceita. Quem não gostava, ia embora e fundou outra aceita. Então, essa abertura do espaço foi para eles uma espécie de reminiscência para dizer que nós estamos aqui, em um lugar de ninguém, ninguém precisa ser oprimido, que se você não gosta da situação aqui, você vai mais para a frente. Até chegar, de repente, ao último limite, daí você encontrou o senhão passivo, que eu falei, agora feou, não tem mais para onde ir. Então, em várias cenas do filme, apareceu eu falando no jardim sobre o simbolismo do jardim. E marcando ali duas coisas. Primeiro, a família como foco de resistência à autoridade do Estado. E a residência rural como uma defesa contra os perigos do próprio processo civilizador. O processo civilizador é marcado evidentemente pelo controle crescente. Então, os devotos desse processo, acho uma maravilha. E dizer assim, o homem tem hoje mais domínio sobre a natureza, etc. Isso é 100% falso. Ou seja, os homens têm mais domínio sobre outros homens. E de fato, os que tem domínio são poucos, os que dominados são muitos. Inevitávelmente assim. Quer dizer, o ideal igualitário é evidentemente só da boca para fora. Cada surreta que promete instaurar uma igualdade, ele cria uma desigualdade muito maior. Porque a igualdade tem de ser instaurada desde cima. Então, o surreta que vai instaurar, ele tem que ter um controle muito grande sobre a sociedade. Então, os desníveis de autoridade local, por exemplo, de uma família, estão no desnível de autoridade. O pai manda mais do que os filhos. O pai é o mãe, o mãe manda mais do que os filhos. Então, se você tem uma fazenda, então o dono da fazenda manda mais do que os empregados. Se for escrava, manda menos ainda, coitadinha. Então, o surreta que descima promete eliminar todos os desníveis sociais. Ele tem que criar um desnível maior ainda, porque ele tem que ter mais poder do que todos aqueles poderosos locais. O processo da história moderna é todo marcado por isso. Quer dizer, pela derrubada das autoridades intermediárias, por uma autoridade central, que se alia ao povo prometendo mais liberdade, uma prosperidade, etc. E evidentemente o resultado é sempre oposto. Sempre inevitávelmente. Então, e até no filme eles ilustraram a coisa muito bem. Na hora que exatamente o que eu estou falando diz, intercalam uma cena do Ivão Terrivel, do seu filme do Eisenstein, que é a história do camarada que fez exatamente isso. Quer dizer, ele se aliou ao povo, e aparece o povo todo fazendo a Romaria para o castelo, para apoiar o imperador. E ele destrói então a aristocracia, a autoridade intermediária. Destruição das autoridades intermediárias por um poder central é uma das marcas do processo civilizador universal. Isso não tem exceção. Você vê que na constituição das nações modernas, que é também um dos temas do livro, em todas elas o processo foi o mesmo. Como é que se fundou Portugal? Então, o rei de uma entidade médio, o rei era apenas um primos interpágnis. Quer dizer, ele era um senhor de terra, como os outros um pouquinho mais ricos do que os outros. Cada um com seu exército particular. E o rei de Portugal, Don Afonso Henrique, se inaugura a era das nações modernas, criando o primeiro estado moderno que foi Portugal. E como é que ele fez isso? É simples, durante a noite ele saltava a janela dos seus vizinhos, cortava-lhes a garganta e disse, agora tudo isso é meu. E assim foi de feudo em feudo, tomando tudo eliquidôto da aristocracia e virou o dom de tudo. E daí virou um reino. Então foi o primeiro, vamos dizer, estado moderno, e o primeiro lugar onde houve efetivamente uma concentração de poder. Este processo em outras nações durou séculos. Portugal foi muito rápido. Por ser pequenininho, evidentemente. Mas ainda no tempo de Luís XIV, que tinha um maior exército de Europa, se vê esse exemplo que eu lembro sempre, para aqueles camaradas que acreditam que é história, história da liberdade crescente. Outro tema do livro e tema do filme também. Werner Crotch falava história como história da liberdade. Falei, exatamente, o que eu vou ter a história? História como história do controle, história da tirania, história da autoridade. E ainda no tempo de Luís XIV, que era um governo tremendamente centralizador e burocrático, ele para formar o exército tinha que ir de cidade, de cidade e pedir pelo amor de Deus para as pessoas se alistarem. Não havia ainda um recortamento obrigatório que veio com a Revolução Francesa. Um dos motivos da Revolução Francesa é que o governo antigo regime queria fazer o recortamento militar obrigatório. E daí muitos militares ficaram revoltados com isso. Muita pessoa da população também não gostou. E daí fizer a Revolução e instituir o que? O recortamento militar obrigatório. Quer dizer, fizer exatamente aquilo que aqui se opunho. E isso, vamos dizer, é uma constante na história moderna. É como está no livro do Bertão de Juvenel, do poder história natural do seu crescimento, onde ele mostra que aconteça o que acontecer e pouco importa quem está no poder, o poder do Estado sempre aumenta, sempre, sempre, sempre. Seja por meio de ditatorais, seja por meio democráticos, isso as pessoas têm que entender. Os idólatras da democracia não entendem as limitações da democracia e a democracia se constitui das suas limitações. Depois aparece essa alfabeta, a Marilena Chauy, falando de que a democracia consiste na expansão dos direitos. Isso é outra coisa que também é mencionado no filme. Esqueço, o que é um direito? O direito é a impressão, que é um negócio bonito, quer dizer, aumenta o meu espaço de ação. Mas acontece com o direito. Substantivamente ele é uma obrigação com o terceiro, tem com você. Você diz que as crianças têm direito à educação, isso quer dizer que alguém tem obrigação da educação para elas. E se dizer, você tem direito a tal coisa, ninguém tem obrigação de te dar essa coisa, você não vai ter alguma coisa nenhuma. Então, é que lembra Simone Vaer, num livro maravilhoso chamado Lã Racinimã, o Arregamento, um dos grandes livros do século XX. Simone Vaer foi uma moça de altíssima cultura, filósofa, de primeira ordem, que insistia em trabalhar como operária, para ela conhecer a vida do povo. Ela até vinte trabalhou como operária, nunca foi uma pessoa da intelectualidade. E também foi uma pessoa do extravagante, uma pessoa que se converteu em a igreja católica, mas nunca se batizou. Ela ajudia, então, de origem se converter a igreja católica, mas deu tempo de batizar. Então, era católica do B. Então, a Simone Vaer, que foi a primeira autora que entendeu realmente o que é natureza no direito, como obrigação no terceiro. Então, cada vez que você proclama um direito, alguém tem que assegurar que os terceiros compram obrigação. Então, você precisa de novos tribunais especializados, novas repartições, novas leis, novas multas, etc. Haja o que houver, o poder do Estado vai crescer. Cada direitinho que você quiser, você criar um direito do seu cachorro, o Estado vai crescer. E ele sempre vai crescer muito mais do que a área de ação que os novos direitos prometem os seus pretensos beneficiários. Isso é inevitável. Então, claro que existe duas boneiras, você cresceu o poder do Estado, uma pela via tirânica. Você cria uma revolução, um golpe do Estado, toma o poder, bota todos os inimigos na cadeia, baixa lá os controles da draconiana. Esta é a maneira mais óbvia, mas existe a maneira democrática, que é proberter direito para todo mundo e vai expandindo, expandindo, expandindo, expandindo. E no adianto desse pessoal liberável, vamos enxugar o Estado. O que quer enxugar o Estado? Ah, nós vamos privatizar certas áreas. Eu digo bom, privatização tem um limite natural, que é o limite da própria natureza do Estado, quer dizer, função do Estado. Vamos dizer, de defesa territorial, defesa contra inimigos internos e externos. Se você privatizar isto, a empresa que receberá, ela se torna o Estado. Então, privatizar e vira, aprendam, flatos voces, não quer dizer absolutamente nada. Tem gente que diz, não, nós precisamos privatizar o exército, precisamos privatizar a polícia, privatizar tudo, privatizar tudo a empresa que pegasse, era ela o Estado e simplesmente mudou de nome. Enquanto Calmarca diz, não, nós vamos eliminar o Estado através da revolução socialista. Seja pelo meio liberal, pelo meio socialista, você vai chegar na mesmíssima coisa. E como é a eliminação do Estado na perspectiva comunista? É o seguinte, primeiro o Estado se apropria de tudo, ele é o domo de todas as propriedades, todos os meios de produção, etc., etc., não daí como tudo virou Estado. Não existe mais Estado como entidade distinta da sociedade, ele é a própria sociedade. Não porque ele se eliminou, não é porque ele engoliu a sociedade. Então, é claro que a eliminação do Estado na perspectiva comunista é apenas uma boleta de sabão, não existe, é um jogo verbal, uma piada, na verdade. Então, pelo meio liberal, você pode privatizar certas áreas, sobretudo aquelas que têm importância econômica e, vamos dizer, a conveniência das privatizações, esse cara está mais do que comprovada. Porém, você acha que o Estado, ao se desfazer de certas empresas, por exemplo, estão dando lucro, etc., etc., você acha que ele vai aceitar a diminuição do seu poder? Não, ele vai compensar esta perda de autoridade na área econômica com expansão em outras áreas. Por exemplo, agora nós temos mais progresso, economia, então nós precisamos de dar mais educação às pessoas. Então, vem mais projetos amplial o controle do Estado sobre educação. E assim por diante, e os novos direitos, tem direito da mulher, direito dos negros, direito dos gay, direito de todo mundo. Então, isso aí, a administração vai aumentando, aumentando, aumentando, e os controles vão aumentando. Também, se você privatiza, isso significa que as atividades econômicas que estavam na mão do Estado passam para empresas privadas, mas, é claro, essas empresas vão ter que ter sujeitos alguma regulamentação, por exemplo, a regulamentação fiscal. Então, a regulamentação fiscal vai crescendo, crescendo, crescendo para dar conta da complexidade econômica, cada vez maior criada pelas privatizações. Você tem mais agentes atuando na economia, não menos, se multiplicou o número de agentes, então, claro, a regulamentação e a fiscalização se tornam muito mais complexas. Então, teve um advogado que juntou toda a legislação fiscal no Brasil, deu um livro do tamanho deste quarto aqui. Então, onde um cara me filmou, você sabe quantas leis regulam só o orçamento brasileiro? Isso foi aqui, foi mais de dez anos atrás. Você tem 5 mil e não sei quantas leis. Eu falo, mas quem é que conhece essas 5 mil leis? Então, é uma situação naquele princípio de que ninguém pode alegar a ignorância da lei? Fica totalmente inválido, porque, na verdade, ninguém pode alegar conhecimento da lei. Também, eu vi um outro jeito, era um fiscal da Receita Federal, estava conversando com o empresário na casa dele. O empresário disse, não, na minha empresa está tudo certinho, vocês não vão encontrar nada irregular. O fiscal disse que apostar, agora eu rumo 10 multas para você aqui dentro da sua casa e lá você para cadeia. Daí chegou lá, abriu o guardarropa, tinha um casaco de pé da mulher, cadê a nova fiscal do casaco de pé? Donde veio? Isso aqui é contra a banda e assim foi. Pá, pá, pá, aí mostrou para o cara que tinha 20 infrações. Então, cria a situação na qual todo mundo está fora da lei. Todo mundo estando fora da lei, todo mundo é punível, em princípio. Então, quem domina o Estado escolhe quem ele vai punir e não pune os outros porque não interessa. Então, essa é a situação real de qualquer democracia no mundo. Então, pela via de Tateró, ou pela via democrática, o poder do Estado aumenta e até hoje ninguém sabe um meio de contrabalançar isso aí. E, em geral, você vê que os teóricos da política não estão interessados nisso porque eles acreditam no mito da democracia como uma coisa que é... é fundamento de si mesmo. Quer dizer, basta você aumentar o número de direitos e vai ficar tudo maravilhoso. O Norberto Bob acreditam nisso. Quantas gente não acreditam? Todo mundo fala ampliar os direitos, ampliar os direitos. Vocês não sabem, são absolutamente loucos. Então, quanto mais amplios os direitos, mais nós perdemos possibilidades de reação, perdemos direito, na verdade. Então, o processo civilizatório inteiro é marcado pela evolução do controle. E os meios de controle se tornam cada vez mais incontroláveis porque eles crescem de maneira avassaladora. Então, por exemplo, você imagina como que um Luiz XIV exercia sua autoridade. Ele assinava um decreto. Então, tinha que mandar emissários para todo o país a cavalo, né? Levando cópias do decreto. Eu digo, como é que você vai fiscalizar os caras? É o cumprimento, né? Vai ter que mandar outros emissários. Então, uma coisa era enormemente complicado e por isso, mesmo as vésperas da revolução, a França era um emaranhado de legislações locais absolutamente irredutível a qualquer unidade. Era o caos, o caos legal total. Cada cidade tinha suas próprias unidades de medida. Então, você saía aqui levando três quilos de feijão para vender ali, chegava lá, o preço já era diferente, o preço já era diferente, o imposto era diferente e assim por dente. E isso no antigo regime que era tremendamente centralizador em comparação com o tempo do feudalismo. E quando vê a revolução, é claro que centraliza mais ainda, tentando eliminar essas diferenças locais. Eu vi outro dia um vídeo muito interessante de uma senhora que sobreviveu do local contando o que se passou na Áustria, onde ela nasceu. Ela disse, olha, esses camaradas nas Instas chegaram começando com essa ideia de centralizar tudo e estatizar tudo. Então, nós tínhamos, por exemplo, 15, nós tínhamos 66 distritos diferentes e traduzimos para 15. Então, isso quer dizer que as diferenças regionais foram absolutamente apagadas e tudo cai para o controle do governo central. Então, ela entendeu, falou, isso é evidentemente o que era isso, isso era socialismo, era o que eles estavam fazendo. Até o que eu botei uma notinha no Facebook, nos anos 30, a Europa inteira sabia que o nazismo era um socialismo, todo mundo sabia. Você vê, até citei o livro do Briella Rochelle, Socialismo Fascista, é um livro de propaganda do socialismo fascista. E o livro do Verne Zombart, o Socialismo Alemão, também o Zombart naquela época era o favorável a esse tipo de socialismo. Então, o universo inteiro sabia disso, está certo? Agora, depois da guerra, propaganda soviética, falou, nós temos que limpar o socialismo dessa imagem. O nazismo ainda virou, o nazismo deixou de ser socialista depois que ele deixou de existir. E o pessoal acredita nessa patacuada até hoje, é um negócio impressionante. Então, este processo do controle é evidentemente a raiz de todos os controles e de todo o caos social. Você vê que onde quer que você encontre uma sociedade, vamos dizer, regularmente, medianamente, mediocramente equilibrada e pacífica, é onde os controles são menos drásticos e onde você aceita um coeficiente de caos regional inevitável. Você vê que em parte, a administração pública nos Estados Unidos aceitou isso durante muito tempo. Você vê que até hoje, como é que chamam as divisões regionales aqui? São os condados, o que é o condado? São os domínios pessoais de um condo. Não tem condo nenhum, mas o que eu estou chamando condado, quer dizer, é o remanescente de uma antiga administração regional que tinha uma tremenda autonomia. Então, quando houve aqui a guerra de independência, e os caras conseguiram expulsar as ingleses, então, daí foi o problema aqui, que sistema de governo nós vamos ter. Tinha muita gente que achava que não precisava ter governo nenhum. Parece que a comunidade estava acostumada a desfrutar da sua independência, tomar suas decisões sem ter que dar satisfações a nenhum governo central. E para criar um governo central, foi preciso que esse governo central se persuadisse da legitimidade dos direitos regionais e, portanto, consentisse em coexistir com inúmeras autoridades intermediárias. Então, essa é uma regra que nós podemos ajudar. Quanto maior o número de autoridades intermediárias, mais liberdade você tem. E significa também que você tem mais calços e menos controle sobre o conjunto da situação. Agora, até onde um governante suporta a diversidade de poderes? Este é um problema, porque se surge uma guerra, por exemplo, ele vai ter que centralizar o comando. Então, você vê que as pessoas que são favoráveis a este ou aquele modelo de governo, todos os jeitos que saem com o modelo de governo para mim é louco. Porque o modelo é um treco abstrato e genérico, que não tem lugar no espaço, não tem uma época determinada. E o que decide, de fato, o regime de governo são as circunstâncias. E, sobretudo, a convivência de um país com outros países. Quer dizer, uma agressão externa pode impor uma mudança de regime dentro de um país. Por exemplo, uma agressão interna ou uma revolução, uma agitação, qualquer. Quando houve a Guerra Civil aqui, então, os promotores da Guerra Civil, que na verdade, quem começou a Guerra Civil foi o Sul. Eles deram o primeiro tiro. É uma prova que era absolutamente loucos. E, imediatamente, o governo do Norte instala uma ditadura com censura, imprensa, eliminando poderes regionais, etc. Quer dizer, eles cutucaram a ONU de Guarra curta e o Lincoln, então, mostrou toda a sua fisicidio civil, o nome mental, na verdade, totalitária. Quer dizer, ele tinha muita concepção do Estado moderno, protecionista, meio fascista, tinha tudo isso na cabeça dele, tá certo? E ele estava lá quietinho no canto dele. Eles foram provocar daí que ele aproveitou para impor todos os controles que ele queria, tá certo? E, inclusive, o negócio da libertação dos escravos, essa ideia apareceu tardiamente na cabeça dele. Existem 10 ou 15 declarações do Lincoln no seguinte sentido. Não fizemos a guerra para libertar os escravos. Ponto final, ele disse isso 20 vezes. Tardiamente ele percebeu que isso podia ser uma boa propaganda. Então, proibiu os plantadores do Sul de ser escravo, mas continuou deixando que tivesse escravo no Norte. Então, toda essa... uma reivindicação de autonomia regional provoca uma autoridade central que daí aproveita para impor a sua autoridade centralizador. Tudo isso pode acontecer. Então, o que que é dentro do seu modelo? Você é a favor disso ou a favor... não importa o que você é a favor, importa o que dá para fazer. Então... Você vê, o governo Fernando de Henrique, no Brasil, não foi o governo privatizador. Então, e foi o governo que mais centralizou, por exemplo, o controle estatal sobre educação. Então, aqui no Estados Unidos, a mesma coisa, o Clinton privatizou um monte de coisa, mas começou com todas essas legislações de proteger direito desse direito daquilo e com isso o Estado é crescendo, crescendo, crescendo. Então, esse é o tema central do filme. Quer dizer, o contraste entre a liberdade primordial e a tragédia do processo civilizador. Do qual, algumas pessoas privilegiadas conseguem, vamos dizer, se preservar precariamente, indo, fugindo. Como está numa profecia, eu não lembro que Santo século XIII, e isso daí. Da partir do século XX, os cristãos vão fugir para a solidão do ermo. Então, nós fugimos para a solidão do ermo, fomos lá no meio do mato, e nos sentimos muito bem. Ali, o Márcio Pirioquitinha era um carrapato, uma coisa assim. Não que o carrapato seja um inimigo desprezível, eu sei que não é. Mas eu prefiro o carrapato com o que é fiscal de imposto de rede, de emergimento, FBI, etc. Então, quando apareceu no meio do mato, ali sentado, ali no jardim, do lado de um maravilhoso, majestuoso carvário que tem ali, porque é incrível, é? O bairro onde ele estava mandando chamava-se, ou o pôr do flor, essa de carvário, ele tinha um carvário bem no meio do terreno. Então, apareceu nesse cenário falando sobre o jardim primordial, o jardim de Picuro e o jardim de Oliveira. Olha, o que é o jardim de Picuro? O jardim de Picuro é uma tremenda confusão que aparece no meio deste processo. Porque os camarades que iam para o jardim de Picuro, os discípulos de Picuro, é, no geral, a pessoa da classe rica que estava se sentindo muito mal no ambiente urbano, então fugiam para a solidão do ermo e se fecharam no jardim de Picuro. Mas o jardim de Picuro é o jardim fechado, da certa, então, ele já, de certo modo, repetia a escala menor, a mesma ideia da fronteira, da circ, etc. E segundo, o que os caras iam fazer lá? Qual era a técnica de Picuro? Então, para encontrar felicidade, você tem que ignorar o mundo sensível e se refugiar no mundo dos seus próprios pensamentos e cultivar as lembranças agradáveis. Então, o que ele lembrava? As viagens que fez, as mulheres que cobriam, etc., etc. Até temporadas nas barramas. O tempo que ele tinha o Iate, que ele era rico. Eu lembrava do Simba Safar, em São Paulo, que tinha uma cerca separada dos liões das zebras. Então, toda tarde, assim, invariablemente, os liões se reuniam no interesse, ele ficava olhando as zebras. Então, imaginava eles conversando, etc. Você lembra o tempo que a gente era rico lá na África e comia essas coisas, e agora só vem carne congelada. Então, o jardim de Picuro era como Simba Safar, um negócio fechado. E você ia lá não para você se entregar, vamos dizer, ao mundo natural, ao universo material, que é de fato a nossa realidade, é onde nós estamos, mas para você fugir para dentro do seu cérebro, do seu pensamento, exatamente como os índios mencionados pelo Vídeo Fernôvorga, que fogem da complexidade ameaçadora da floresta, buscando refúgio no seu mundo de pensamentos geométricos. Então, você vê, o Epicuro é uma espécie de autocontradição. Quer dizer, ele tenta ser refugiado do processo civilizatório, agravando a rejeição do universo natural e fechando os homens dentro dos seus pensamentos, que foi exatamente o início do processo civilizatório. Quer dizer, um homem ser refugia do caos natural, tentando. Ele cria primeiro uma ordem dentro da sua mente e depois implanta esta ordem lá de fora. O que é você fazer, construir uma máquina? Você pega, você abstrai da natureza certos processos, os monta na sua cabeça do seu jeito, e aí você exterioriza novamente aquilo, sobre a forma do equipamento, de uma máquina, etc. Acredito tanto que com isso você vai ter mais controle sobre a natureza. Bom, algum controle sobre a natureza, o proprietário e manejador da máquina, sem dúvida, tem, mas isso implica também que ele vai ter mais controle sobre a vida dos outros quais terão menos. Então, esta é a tragédia, esta é o insolúvel. Ou seja, nós precisamos nos defender da natureza, está certo? Então, criamos a sociedade, criamos a ciência, etc. E com tudo isso nós controlamos, só que daí a própria área onde você exerce o controle se torna um caos. Então, depois é claro, pode surgir, mas é a nostalgia da natureza. Então nos anos 60 surge a volta da natureza, o pessoal ripe, essa coisa toda, que hoje nós sabemos que foi um plano globalista, globalista e comunista também, para fazer com que os jovens se desligassem, vão dizer, dos seus compromissos com a sociedade existente, e se tornassem, por assim dizer, agentes dissolventes da hora de social, para depois implantar uma hora de social que naturalmente seria mais opressiva do que essa. Então, os teóricos da política que tanto gostam de modelos e da solução é para tudo, eles não estão conscientes da natureza trágica do processo civilizatorio, que é, permanentemente, um problema sem saída. Faça você o que fizer, no fim você vai ter o pressão, vai ter sofrimento, etc. por uma via ou por outra. E este é exatamente o tema do filme que, por isso mesmo, se chama Jardim das Aflições. Isso que é o Jardim no qual Jesus Cristo, na véspera da sua crucificação, vai orar pedindo a Deus para as forças, para ele aguentar o sacrifício de carregar todos os pecados da humanidade. A gente, na nossa pobre imaginação, você pode imaginar o que é isso. Para às vezes você para para pensar os seus pecados, as coisas ruins que você fez, você vai ficar deprindo. Agora você imagina-os de todo mundo, um negócio de depressão cósmica. E é exatamente o Jardim onde Cristo será preso. Então, nós começamos com o Jardim do Eden, isso aqui era a liberdade na harmonia. Mas, note bem, ali não era o homem perante a natureza. Você tinha o homem e a natureza e um mediador, que era Deus. Então, este mediador era a fonte da harmonia. Não a harmonia no homem e não a harmonia na natureza. Esta coisa que você representar na natureza como um paraíso de tudo harmônico, tudo ser equilíbrio, etc. É claro que ele é bem puramente ideológico. Se você pensar assim, quantas espécies a mamãe natureza não liquidou antes que o primeiro homem matasse a primeira vaca para comê-la? Uma multidão, você tem mais espécies extintas do que qualquer outra coisa, sem ação humano. Mas hoje, está aí o Mico Leon Dourado, está ameaçado de extinção. Nós temos que proteger a natureza e falar, bom, e quem nos protege da natureza? Então, não há harmonia no interior do homem e não há harmonia na natureza. Tudo isto realmente é conflito. E, vamos dizer, só através da mediação divina você encontra algum espaço para se mover no meio disto. Mas a mediação divina hoje é reduzida. Não pode esquecer, a mediação divina já não é como era no paraíso terrestre, mas o de Deus estava permanentemente ali presente. Hoje você tem que buscar-lo, de uma maneira quase agônica. A nossa mente não tem nada para isso. Por exemplo, você sabe, se você é crente, você sabe que existe uma vida eterna, um paraíso, etc. E, evidentemente, a vida eterna, como eu observei no próprio filme, uma única alma imortal humana dura mais do que todo o processo histórico da história terrestre. Está certo? Ela transcende isso infinitamente. E nós sabemos que esse é o nosso destino. Porém, a nossa imaginação não está adaptada para isto. Ela está adaptada para trabalhar com os dados desta situação. Tudo que está na nossa imaginação foi entrou pelos sentidos. Está certo? E você trabalha com isto? Então, de certo modo, todo o seu processo, também uma coisa que não pode ser resolvida sem a mediação divina, e por isso é uma única saída que nós temos, é, invocar essa mediação divina 24 horas por dia, como está no apóstolo, orar sem cessar. Então, orar sem cessar vai resolver os seus problemas aqui? Não, você vai orar sem cessar para você poder focar a sua mente na existência definitiva e você tomar as suas decisões aqui em função da vida eterna. Porém, até isso pode ser pervertido, porque... Bom, então, como é que faz para ganhar a vida eterna? As regressões são essas, se você infligir chama-se pecado. Mas quem é que, na hora de jogar um pecado, pensa em vida eterna, pensa no paraíso, não, ninguém pensa. Pensa na materialidade, do ato, tal coisa é feia e não devemos fazê-la. Então, eu também botei uma notinha no Facebook, então, olha, você seguiu os preceitos da religião. Sem você terem visto a vida eterna e o paraíso, é você estar cultuando um Deus que está reduzido à ordem social, não fazer certas coisas que a sociedade considera feia, e mesmo que você cumpra tudo direitinho, fala, bom, Deus está completamente fora desse processo, tem um outro Deus que você criou, que é o quê? É a religião civil. É o Deus da religião civil, a sociedade. Então, você está crente que você é cristão, mas daí vai ser como... Os anjos falaram para parar. Não, você já se afegou. Alô, por favor, vocês estão ouvindo a Vísem pelo chat. Houve uma interrupção aqui, houve alguma intervenência? Novamente. Mas vamos continuar. É evidente que está havendo a intervenência de algum hacker, porque os nossos concorrentes e adversários intelectuais, esse é o modo de ação deles, né? É boicotar, é tentar interromper a comunicação. Por exemplo, o filme Jardinhas Afrinções foi recusado em dois festivais, com razão, porque este é, sem dúvida, o melhor filme brasileiro de todos os tempos. Nada dá para se comparar. Se você pensar, Glauber Rocha, Nels Berger dos Santos, Roberto Santos, é tudo porcaria comparado com isso. Porque é tudo assim. Tem filmes bem feitinhos, mas é tudo uma estreiteza mental, os teminhas ser para repetitivos, aquela problemática social, aquela porcaria de sempre. Este é o único filme que lida com assuntos substantivos de importância universal. O resto só tem importância local, quase folclórica. É você saber os problemas do camponês nordestino, os problemas do favelado carioca, tudo isso nunca passa disso. É isso. O filme primeiro tem uma coesão estética maravilhosa. Cada palavra dele, a imagem corresponde, o sugest... Por exemplo, eu estou falando da água nórica, estou falando do negócio da religião civil, aparece imagens de Brasília. E aparece onde eu... O palácio da... Qual é o palácio que aparece no fundo? O palácio da Congresso Nacional. E a câmera é verrecoante, tem uma imensa estrada. Eu estou falando da distância entre governantes e governados, e isso está ilustrado ali na imagem de uma maneira eloquenta. Eu falo da religião civil para essa catedral de Brasília, com a catedral desenhada por um comunista, arnebentando com todos os canones do simbolismo tradicional, e fazendo isso, essa aqui, aquela estrutura da catedral, foi inspirada em um carto de banana virado ao contrário. Quer dizer, essa é a grande inspiração desse idiota do Niemay, né? Você ver que a tendência de você mundanizar a religião é permanente hoje em dia. Quer dizer, você interpreta tudo. A muitas vezes eu tenho essa preocupação, eu falo, pera aí, estou com medo de castigo divino, estou com medo das pessoas de falar mal de mim. E às vezes é difícil você distinguir essas duas coisas. Na quase totalidade dos casos, esse segundo medo se superpõe ao primeiro, porque ele é mais visível, né? Quem tem razão é o Nicolau Bergev. Ele disse, se você pensar bem, Deus tem menos poder do que um sargento de polícia. Porque Deus não vai agir de fora, o primeiro você de fora, ele vai falar para a sua consciência, para a sua alma, e na verdade o próprio Cristo, ele fica batendo na sua porta, quase implorando para que você se converta, está certo? Então, você simbolizar o castigo divino com um castigo mundano, você já está superpondo uma coisa a outra, está certo? E na verdade a única maneira de você conservar um resíduo de espiritualidade, é de fato voltar as costas, a religião civil, desprezá-la solenemente. E se ver que já no tempo do Cristo era assim, Cristo jamais se comportou de maneira a aparecer bem perante as autoridades, nenhuma vez ele fez isso. Quer dizer, ele tem que pensar, ou eu agradeço os pais, eu agradeço esses caras que estão aqui. O que a gente faz com isso? A gente paga o imposto que eles querem, eles querem dinheiro, eu tome lá o dinheiro, mas é tudo, isso é tudo. Então a moeda, que aliás, ele nem trabalhou para ganhar a moeda, da boca de um peixe, então, para dizer, não lhe custou nada absolutamente. Isso é tudo o que Cristo dá à ordem mundana durante todo o Evangelho. Ele não faz nenhuma concessão. Muito bem, gente, então esse é o tema do filme, ele é um dos temas do livro, evidentemente, num filme de 91 minutos, não poderia comprimir toda a imensidão dos temas que tem no livro, mas este está muito bem trabalhado ali. Eu não conheço nenhum filme brasileiro que tenha passado a pensar de importância tão universal quanto este. O cinema brasileiro, mesmo nos seus melhores momentos, ele é puramente provinciano para o que há, é limitado a perspectiva, entre aspas, social, na melhor das hipóteses. Então, se você procurar, por exemplo, eu acho que o Martin Vaz, que isso foi muito injusto com relação à literatura brasileira, quando diz que ela não tem significado moral. É de igual a... tem duas obras imensas da literatura brasileira que são só preocupações da moral da primeira última linha, primeiro do Otávio de Faria e segundo o Zé Geraldo Vieira. Inclusive o Zé Geraldo Vieira tem ali um elemento que você dificilmente encontra em qualquer literatura do mundo, que é o aproveitamento da bondade. Você não tem personagem bom em lugar algum, de repente, aparece lá os caras que são os verdadeiros santos. E ele explora isso muito, muito bem, sobre tudo no livro do Judo Sodoma. E o Otávio de Faria são os conflitos da alma. Cristã na sociedade burguesa. O tempo todo esse problema moral. Como é que você vai esquecer dois escritores deste tamanho? Dizem, não, isso aí nada tem significado moral. Peraí, calma lá. Um pouco mais respeito aí. Mas com o lação ao cinema, o diagnóstico é infalível. Ele não tem nenhum significado moral, nem metafísico, nem espiritual, nem coisa nenhuma. O nosso ex-embaixador na Romênia, o Jornal do Moscado, e o Envenido da Cultura, dizia que os temas da arte brasileira são assim, ele roubou minha cueca, ele usou minha escova de dentes, não vai passar disso aí. Com relação à literatura, isso é injusto, mas com relação ao cinema, é perfeitamente verdade. Você vai pegar quais são os grandes momentos do cinema brasileiro, Deus de Alva na Terra do Sol, tem que aí, isso é... problemas do camponeio nordestino, vidas secas, né, os perigos da san... Mesma coisa. O grande momento do Roberto Santos, problemas do operarado paulista, é assim por diante. É o cinema de preocupações sociais, sem sobem dúvida, mas contra a sua preocupação social, ela passa. Então, se você pegar, por exemplo, a... umas coisas, se você faça um camponeio no Brasil, e você fala, bom, ela mudou drasticamente nos últimos 50 anos nisso. Então, você tem algum filme que retrata, por exemplo, as ocupações do MST, o MST tocando fogo em tudo, gastando dinheiro do governo Arrô, não tem nada. Tudo que se passou no Brasil nos últimos 50 anos está ausente do cinema, exceto no filme esquadrão de elite, esquadrão de elite, etropa de elite, perdão, aqui é o nome, elite squad, é... e no central do Brasil. É mesmo assim, são problemas sociais. Eu cito esses dois filmes porque eles estão um pouco mais atualizados, já mostra uma perspectiva um pouco mais parecida com a realidade atual. A qual, se você for no Cidade de Deus, Cidade de Deus é um filme que poderia ter sido feito 50 anos atrás igualzinho, sem alteração nenhum, no tempo do cinema novo. Então, ele está escrevendo uma história não de acordo com a realidade que está dentro de nós, mas de acordo com o modelo esterotipado que já veio no tempo do cinema novo. Os outros filmes são todos assim. Então, fazer um filme com uma mensagem universal eu não conheço nenhum. Talvez o limite do Mario Perfroto, que aliás, vocês fazem uma citação do limite ali no meio, está certo? Mas que, no todo, foi uma experiência deficiente por ser um filme muito termético demais e, como vocês dizem, às vezes um pouco pedante, eu acho, né? Mas o filme com a naturalidade deste aqui me começa a ser importante, como é, eu falo, não tem. Então, é isso, gente. Vamos fazer um intervalinho daqui a pouco nós voltamos. Então, vamos lá. Algumas perguntas são referentes. O filme ou outras não. Vou começar com uma dessa aqui. José Henrique Clemente diz que ele fez uma pregonalada passada e ele dizia complementar alguma coisa. Desistendo de vista que sou um completo analfabeta funcional tendo lido ao longo dos meus 17 anos de vida apenas uns poucos livros o senhor está interessante começar a minha vida de estudo com o livro A Vida intelectual do Padre Sertilian sem a menor sombra de dúvida. Este livro, assim, a primeira coisa você deve ler ao entrar no meu curso porque o curso foi inspirado neste livro. Não que o conteúdo seja extraído deste livro, que de fato não é mas depois de ler este livro eu vi que tinha obrigação de fazer isto aqui. Porque tudo o que você via de produção cultural no resultado está tão longe dos deveres da Vida intelectual que você fala, não, tem que consertar tem que criar uma nova geração de intelectuais, senão isso vai terminar muito mal. Aqui, Dantas e a Monita perguntam, acho que são duas pessoas Existem algum filme retratando o comunismo na América Latina? Bom, esta pergunta é fundamental. Quer dizer, o comunismo avala das presenças mais óbvias na América Latina sem ter um filme a respeito idolatrando o Che Guevara. O único filme sobre o comunismo na América Latina é um filme para contar a história mentirosa do Che Guevara. É um filme de propaganda, por isso. Às vezes, você não tem nenhuma reflexão zero, zero, zero. Aliás, falando ainda do Jardim das Aflições a única menção a política brasileira que tem no filme é o fenômeno do farogramotismo que nesse processo centralizador do estado brasileiro a gente observa que quando surgiu o PT o PT surgiu praticamente uma ideia do Raimundo Fauno que é a ideia de que no Brasil a luta de classes não é propriamente proletários e burgueses mas entre o povo e o que ele chama instamento burocrático. O instamento burocrático é o grupo de pessoas a inst discrete de pessoas ao羅 que podiam salvar o poder. Isto é um vídeo da ruíz na graduação dos ex climbing que foi o 방송 que me trouxe há vinte anos só dentro de H1 Aahh, MEU DEUS DOCERNO!!! 沒有 Você tem uma máquina que continua funcionando imperturbávelmente, não importa o que está no governo. Claro que, no governo, pode mexer um pouquinho. Mas a influência do presidente americano, sua máquina administrativa, é muito menor do que no Brasil. Mas no Brasil o poder é total, o presidente faz o que quiser. Então, eles lançaram o partido com a ideia de ser o grande destruidor do estamento burocrático, que ia passar o poder ao povo. Mais ou menos o tempo ele estava lendo não só o Raimundo Faulo, mas estava lendo o António Gramich, que era a estratégia da ocupação de espaço. Então, você quer destruir o estamento burocrático, mas se você vai ocupando o espaço, você mesmo se transformou no estamento burocrático. Era uma coisa que o partido tinha obrigação de perceber 20 anos atrás. Então, eles se transformaram numa ótima ilhada de vida da história, e agora o estamento burocrático é só eu, nós somos donos do Estado, vamos meter a mão no dinheiro. Se ferraram completamente. Então, é uma coisa de uma borrisse absolutamente extraordinária, mas com esse bando de pseudonitelectuais, tem lá não é de espantar que nenhum percebesse. Se tivesse perguntado para mim, eu dei o quanto você me paga para salvar o seu partido, antecipadamente. Devo, não faça isso, se você quer fazer um negócio do Faulo, você não pode fazer pelo método grande, meu Deus do céu. Se tivesse uma mentalidade de compreensão, teve tanto falo para tudo o que eles têm que entender de dialética, eles saberiam que quando eles chegassem em um poder ou não. Não, ver, ainda você tem, quer dizer, nessa telectualidade esquerda, você ainda tem um resíduo da velha dialética, mas você não vai comparar o que esses caras que você tem hoje, está certo com, onde os grandes intelectuais, sei lá, a Rila Fevere, o George Lucas, não, isso aí já acabou, isso acabou e não volta mais. Se você pegar os melhores intelectuais marxistas do mundo, não dá para competir, você pega esse Thomas Piketty, o David Harvard, está falando, não dá para competir com os... Mas a Era de Ouro, a Era de Ouro foi o tempo do Rila Fevere, do Roger Garrody, sobretudo, do George Lucas, isso aí acabou e não volta mais. Então, se a intelectualidade esquerda mundial entrou em crise, você imagina o brasileiro, o brasileiro acabou, ela morreu, hoje ela só produz subterfugios e ilusões auto-ipnóticas, a história fica dizer, ah, foi golpe, foi golpe. O golpe da elite, então a elite, no parecer, constituiu 96% da população e o resto, o povo é só 3 ou 4%. É coisa de idiotas, evidentemente. São idiotas buscando consolação de uma porrada que eles levaram, nem sabe de onde veio. Eu não estou entendendo absolutamente nada. Eu tenho uma pergunta que talvez seja mais adequada para o próximo curso. Se eles perderam, se eles quererem perder a iniciativa intelectual, como eles conseguem o estamento burocrático, por si, sim, um grupo político que detenha também a iniciativa intelectual, ele deve ter uma sobrevida curta. Sim, sobrevida curta, mas curta quer dizer 20 anos. Porque eles levaram 50 anos para criar, sempre distinguindo, hegemonia intelectual, hegemonia cultural, hegemonia intelectual acabou. Quer dizer, quem matou foi eu, você mora. O imbecil coletivo matou aqui, acabou. Desmoralizou, ele sim, fraqueceu. Alguns ficaram quietos durante 20 anos, outros largaram a profissão, o chefe da ESBPC foi plantar alface no Ourogrino do Sul. Nunca mais abriu a boca, o Leandro Conde ficou quieto 20 anos. Quer dizer, perderam o embalo. Eles não estavam preparados para aquilo, não estavam preparados para ser como objeiro de chacota, sempre tinha aquela posição de pessoa respeitabilíssima e etc. E a geração seguinte já veio muito enfraquecida, mas hegemonia cultural, que é o controle dos órgãos de cultura, eles ainda têm, eles ainda têm os empregos, não tireis do emprego. Então eu teria que ser, preciso outro tipo de combate, mas antes de publicar um livro, preciso outra coisa. Mas esse não é o assunto, é o assunto do nosso curso Guerra Cultural História e Estratéria. Então uma pergunta, eu estou pensando muito sobre a questão da... Eu, Josias, está perguntando aqui. É, das altas, eu estou perguntando muito sobre a questão da... Fala mais alto, mais alto. Se eu falo sobre a questão das aldeias, como os índios têm essa tendência para geometrização das formas, que essa tendência para geometrização das formas se opõe a essa necessidade, se opõe a esse caos do exterior. E o senhor próprio falou da questão do... Como o Brasil, a identidade brasileira toda baseada no mundo natural. Então eu fico pensando se Brasília não é essa necessidade de geometrização da forma, essa necessidade de organização, de civilização, digamos assim, que o Lúcio Costa incorporou, e Júcia Lina cubi-check. Mas sem sombra de dúvida. Quer dizer, Brasília é uma geometrização do espaço. É para dar ideia, vamos dizer, de uma nova ordem nacional. Primeiro, tem a centralização geográfica. Porque o governo tem que estar no centro? Porque ele já é o centro de todas as coisas. Então você tem uma capital, vou dizer, eminentemente, a sede da burocracia. Isso, antes a burocracia estava muito espalhada. Você tem uma uniformidade arquitetônica, de acordo com as várias funções. Então é claro que Brasília foi feita para centralizar mais ainda autoridade e conseguiu fazer isso. Brasília é capital ideal de uma ditadura. Do governo está absolutamente inacessível. Se a capital tivesse no Rio de Janeiro, mas no governo do Pt, o negócio do meninal Salão caiu em 24 horas. Como caiu na Argentina? A capital tem buenosais. Todo mundo se reúne ali em torno do palácio, o governo está ferrado. Agora, em Brasília, como é que faz? Custa dinheiro você fazer uma Romaria para Brasília. Então já fizeram lá uma coisa. E a arquitetura também é desse tipo. O governo fica quase invulnerável. Após que no Palácio do Cateiro ele estava ali a mostra. Não tem aquela famosa cena do Getúlio passeando ali na praia do Botafogo. E cruzando com o Graciliano Ramos na rua que depois se inspirou nisso para fazer a cena do Vida Secas, em que o Fabiano encontra o soldado. E ele pensa que ele podia matar o soldado. Ele era grande, o soldado era pequeninho, mas depois ele parou para pensar que o governo era o governo. E desde ele não fazia nada. Foi a ideia que ocorreu ao Graciliano Ramos. Também era um homem grandão, o Getúlio Abachinho, que podia matar esse cara aqui agora, pensando bem, governo a governo. É essa a definição de Brasília, não é só do bem governo? É essa a definição de Brasília. Eu vi outra pergunta aqui. Aqui o Felipe Lessar, ele diz, minha conversão com a Tôlicia se deu quase que automaticamente pois eu tenho começado a estar com o Corberto Malei com o Silênio 2011. Desde então, buscar Deus no Cristiano e buscar a verdade da Filosofia são coisas muito parecidas para mim. Nessa busca, uma pessoa também óbrica, comunhão diária, seria uma poderosa ferramenta para um só tempo me aproximar do amor de Deus e clarear-me inteligente com o visto a conhecer melhor e ser mesmo Deus. Ultima menina, então, se viver às vezes no dia do dilema, ou o visito de Deus no sacramento, então continuar trabalhando no escritor, em projetos que são, por acessão, meiosforços de autorealização. Mas, homem, nem pense dois minutos. É o cariço de todo o mundo. É tudo. Eu sinto o nosso ser, é a fonte da nossa inteligência. Ela é tudo. Eu não comongo todo dia, uma vez por semana. Aqui para nós, coisas são meio longe, não dá para ir todo dia. Mas, se você puder ir todo dia, vá. Não largue, não. Nelson Filho, perguntar quais as condições que eu liguei aqui com o mando do Estado precisa preparar para, em um regime democrático, fazer avançar o controle sobre a sociedade, sem que a população perceba o real. É simples oferecer novos direitos. Tanto mais direitos, mais burocracia. Isso é absolutamente inevitável. E, além disso, hoje você tem milhões de maneiras de você burlar o processo legislativo. Quer dizer, você decide as coisas por portaria ministerial, por decreta administrativa, por decisão de qualquer determinado de um governo, por decisão de qualquer departamento. E aquilo não chega a ser discutido no Parlamento. Então, o Parlamento, vamos dizer, é o grande centro de debates. Mas, se você pode leges lá passando ao larga do Parlamento, você toma um monte de decisões que não chegarão a ser discutidas. Você nem sabe que aquela lei exista, ela está em vigor. Aqui, Gabriel Campo, o caso principal que deveria aparecer no cinema brasileiro. A vida brasileira dos últimos 50, 60 anos. Mas, ela não pode ser apresentada. Porque? Pela primeira vez, aqueles que prometiam criar uma nova sociedade, chegaram ao poder, tiveram todos os instrumentos. O que eles fizeram? Robaram. Robaram e só se beneficiaram. Até entendo. Porque a revolução custa dinheiro, custa muito dinheiro. Eu mesmo estou lendo agora o livro In the Field of Red do Anthony Cave Brown, que é um jornalista inglês, que é a história do Cominterno. E, vamos dizer, um terço do livro é sobre dinheiro, circulação de dinheiro. Quantias, vamos dizer, o que precisava para financiar a revolução europeia é um negócio astronômico, inimaginável, uma coisa inimaginável. Custava praticamente, vamos dizer, era o custo de um governo. Então, também, você vê aqui, é natural que um partido revolucionário que assume o poder democraticamente ele vá usar a máquina do Estado para se fortalecer, acima de tudo. Vamos dizer, partidariamente, falando de ser obrigação, veio. Então, é aquele negócio do Jim Hoffa, não roubei para mim, roubei para o sindicato. Então, eles também muito, o maior par de robô para o partido, está certo? E isso, na ética deles, é obrigação. Até você chegar ao poder total, você tem todos os direitos. Quando chegar ao poder total, você vai construir a sociedade maravilhosa. Mas o poder total não existe. Sempre existe oposição, sempre existe risco. E, quanto mais poder você acumula, mais medo você tem de perdê-lo. Então, você vai precisar de mais dinheiro ainda. Então, por exemplo, um estudo sobre o custo da KGB, não é possível de fazer. Quer dizer, no tempo do está, eles não estavam mais fazendo arbolação, eles já estavam no poder. Não, mas nós ainda temos um inimigo de classe, ele está escondido lá embaixo do lixo. É o Pasternak, ele escreveu um soneto lá que vai derrubar o governo. Então, você está sempre com medo de precisar aumentar o seu poder. O poder é o custo de dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro. Então, você cria um novo modelo de luta de classes, que é um modelo invencível, porque, de um lado, você tem todo o poder político e todo o poder econômico, tudo junto. Na verdade, a elite comunista é inderubável, ela só pode ter derrubado por ela mesma, como ele, de fato, aconteceu. Eu cheguei uma hora com esse cara falando, não dá mais. Agora, você vira aqui, por exemplo, o Cave Brown, ele conta muita coisa da história do comunismo na Inglaterra. A Rússia, nos anos 20, 30, estava fomentando greves e atos terroristas na Inglaterra, ao mesmo tempo, que estava solicitando impréstimos ao governo inglês. Então, assim, me dá um dinheiro para eu matar você. Era assim mesmo. E você nem mais no trabalho, a complexidade da situação, com o que os comunistas tinham que lidar, que eles tinham que ser muito inteligentes mesmo, né? Qualquer um. Como é que eu vou enganar? Fazer um treino, me dá um dinheiro para eu acabar com ele, sem que ele perceba. É difícil, né? Mas eles faziam isso, fazem até hoje, né? E o PT fez a mesma coisa no Brasil. Tomou o dinheiro de todo empresarcado, dos bancos, etc. Para aumentar o poder do partido. Claro que aumentou. Mas a coisa tinha uma fragilidade intrínseca. Quer dizer, o povo aqui não está a fim de esperar você se tornar o todo padroso, o povo resolver os problemas que você prometeu. A gente precisa dar uma coisa agora. Se ficar 12 anos no poder, 12 anos não é uma coisinha de nascentes. Os milímetros ficaram 20. Mas eles fizeram muita coisa. É isso. Saber, ir na estrada, que era um porta, era um porta. Modernizaram um monte de coisa. A economia brasileira que estava no quadragésimo lugar, foi o portáculo lugar, foi isso alguma coisa. E o PT? Não deu tempo de fazer nada. Estava só na acumulação do poder. Isso era inevitável que acontecesse a partir da hora que eles resolveram realizar os objetivos do Raimundo Fauro com os métodos do Antonio Gramsci. Eu teria avisado, ele só não faça isso. Você vai dar com o Bruno Nagu. O quê? Se o PT claro, o Antonio Donato falou isso aí. Se os PT não te ouvissem, eles não teriam nada tão mal. Pois é. Eles não entenderam. Então, tomasse Perrone pergunta. A consciência da tragensidade na ilheira, então, o processo de legislatório, não seria o elemento central da perspectiva conservadora? É claro que é. O conservador é o antiotópico. O que nós falamos? O que é uma situação trágica? É uma situação na qual as melhores intenções esbarram obstáculos invencíveis. Estes obstáculos são invencíveis porque são inerentes a condição humana na Terra. Então, não pode ser resolvido. Ele só pode ser contornado com muito cuidado. Você pode resolver um problema aqui e outro ali. E isso é o máximo que dá para fazer. Agora, o pensamento do topo é o contrário. Ele promete, é um trócego que não prometia que no socialismo todo lixeiro seria um novo Leonardo da Vinci. Então, todo mundo vai ser gênio no socialismo. Claro que a ideia é de gírico. Mas, se você promete a igualdade, tá certo? A igualdade tem tudo o sentido. Ontem eu estava lendo um documento sobre isso. Um autor chamado Iann Dunbar. Ele disse que a ideia da igualdade, quando começou a pegar na Inglaterra, mudou imediatamente uma coisa. Antigamente, os médicos de família podia estacionar o carro em qualquer lugar. Porque esse partido, o princípio de que o médico de família acompanha seus clientes 24 horas por dia. Tá certo? Isso é um predilégio, o adioso. Então, agora o médico não pode mais estacionar. O que já complicou muito e diminuiu a qualidade do serviço. O que é isso? Era medicina socialista. Aqui onde você equaliza as coisas num sentido, você cria um desequilíbrio muito maior no outro sentido. Isso é inerente a condição humana. Acho que aquele negócio que quem dizia era o... Não sei se foi fomisas. O que distribuiu dinheiro, nunca vai esquecer de distribuir a maior parte para ele mesmo. É óbvio, é o grande distribuidor. É o dono do dinheiro. Então, por exemplo, em uma casa, você diz que nós temos direitos iguais para os homens, as mulheres e as crianças. Agora, você imagina você tomar decisões de família com relação ao orçamento do médico e basear na opinião das crianças. Então, isso não é possível. Então, você vai ter que impor a autoridade por outros meios. Você tem que enganar todo mundo. Então, pronto. Você já criou uma divisão. Um conflito onde o lado mais forte vai ganhar evidentemente. Mas vai ganhar por meios desonestos. E assim por diante, essa coisa, todo esse feminismo, direitos das mulheres, etc. Bom, o que resultou tudo isso nos Estados Unidos? Resultou que 50% dos casamentos terminam em divórcio. E quando é na comunidade negra, são 75%. Isso quer dizer que 50% das crianças brancas, 75% das negras vivem sem um dos renitores. Então, as crianças foram as vítimas do processo. Quer dizer, você equalizou aqui e você desequalizou muito mais num outro nível. Então, a gente que vem, vamos dizer, aí tudo que a gente fala de igualdade, eu digo pra mim um porco. Porque nós não estamos buscando igualdade, nós estamos buscando a justiça e a conveniência. Isso sim. E o que que é justiça? Já é a famosa definição romana. Dar a cada um o que é seu, o que é dele, o que cabe a ele. O que ele precisa, o que cabe, o que é possível. E o que ele merece, até certo ponto. Mesmo o mérito, o mérito que eu crassei, é outra ideia idiota. Então, não tem que destruir as coisas. Segundo os méritos, mas segundo as possibilidades, meu Deus do céu. Como eu digo, a meritocracia só existe no comunismo. Porque no capitalismo, você pode subir na bada sorte. Você pega um idiota, se aproveita da ideia de outro, fica milionário. Foi mérito? Claro que não. Mas no comunismo, você todos são funcionários públicos e são julgados pela mesma autoridade. Então, ali, é o mérito de acordo com o critério do governante. Bom, eu acho que por hoje vamos parar por aqui. É. É isso aí mesmo. Então é isso, não deixem de ver esse filme. Eu considero o melhor filme Brasil que eu já vi. Se tem algum melhor, eu não vi. Ele ultrapassa enormemente o horizonte de consciência de todo o cinea brasileiro. O cinea brasileiro sempre foi, no máximo, um órgão do partido comunista. Quem não pertence à patota não entra. Mesmo que você faça, mesmo que você seja um grande... É o caso do Anselmo Duarte, né? O cara ganhou um monte de prêmio ministero, eu cheguei no Brasil, é boicotado completamente. Ele tentou ir um pouco além do horizonte de consciência do cinea brasileiro. Mas, também não conseguiu. Não era um grande intelectual, não era um grande pensador. Mas pelo menos teve a intenção. Agora, no resto, você não pode sair daquela temática social, que é provínciana, e que é, como bem observa, o Rosias. É uma coisa que é assim, que é o Brasil para se ensinar sobre ele mesmo. Quer dizer, nós não temos nada para dizer para o universo. O que interessa do problema do Camponês Nordestino é para um cara que vive na Rússia, por exemplo. O Nazambia é algo completamente diferente. Então, o senhor Brasil não tem escala humana, ele só tem escala sociológica, local. Este filme, o trap, estoura isso de uma maneira extraordinária. É um bom motivo para esses dois festivos recusar, porque o contraste seria muito humilhante. O contraste entre esse filme e os outros seria o mesmo contraste que existe entre eu e os professores universitários. Pode chamar a classe inteira do professor universitário, vou discutir com ele, e vocês vão perder. Pode vir 200. Por que? Porque são analfabetos, despreparados, vivem do apoio grupal. São pessoas que não vivem. São pessoas de personalidade fracíssimas, que não resistem a um impurrão. E que precisa toda solidariedade do grupal. Você vê esse fenômeno, característicamente brasileiro, que foi quando Bruno Tolentino escreveu um artigo falando mal dos irmãos campos, como é que é a intelectualidade da Reagem, fazendo um abaixo assinado. Eu nunca vi uma crítica literária se respondendo com um abaixo assinado. É um fenômeno inédito na história do universo, nunca aconteceu. É isso. Geralmente se faz uma crítica literária negativa, você responde com outra crítica literária positiva, fala mal do crítico, mas quer dizer, você não fala que não há político coletivo. É uma coisa tão ridícula. Depois fizeram um contra-mim também. Eu falei na conta do quartinho de morais, que eu fui viumente enganado pelo quartinho de morais, ele confessou um crime que ele não cometeu e eu acreditei nele. Esse foi o meu crime. E daí os caras ficaram um brabíssimo juntar um milhário, sair de signatários. É uma coisa, claro, que é de gente muito fraca, muito medrosa. Qualquer coisa vai curando chamar os amigos. Faço fazer som comentário. Eu acho que se eu já havia passado sobre as fóscias Brasília, poderia se abrir um buraco negro que assumiria o universo inteiro. Mas sem som de dúvida. Sem som de dúvida. Por que você acha, por exemplo, que o Mário Fernando Santo não foi absorvido até hoje pela comunidade filosófica brasileira? Por que ele comedia todo mundo? Não tem lugar pra mais ninguém. Fala filósofas aqui, os outros não. Vocês são outra coisa. É, o elefante pisou no forvegueiro. Então os caras fazem de conta que não vê, né isso? Compram a quantidade astronômica de anestésico anal e faz de conta que não doeu. Tá bom? Então é isso. Até a semana que vem, muito obrigado. E não esqueçam, vai ter breve curso Guerra Cultural História e Estratélia. Até lá.