Bom, vamos lá. Boa noite a todos, sendo bem-vindo. As duas últimas aulas trataram de assuntos que são estranhos para a maioria das pessoas, no Brasil são praticamente desconhecidos por completo, exceto em círculos muito pequenos de interessados em tradicionalias, espiritualidades, o fismo, etc., os quais, por estarem mergulhados nessa mesma atmosfera, já tem também uma visão viciada, são absolutamente incapazes de se distanciar desse material para olhá-lo à luz da razão. Em geral, repetem o discurso da escola tradicionalista que lhes custou tanto esforço absorver e que para eles constitui um upgrade intelectual monstruoso, ou seja, o sujeito que parte, vamos dizer, de um ambiente provinciano de terceiro mundo, marcado por este marxismo fuleiro das universidades e que através de uma série de experiências existenciais, chega até os livros de Guénon e João, o sujeito foi praticamente até o céu, não é isso? Ele descobre as perspectivas espirituais abertas por essa escola, ele está em um deslumbramento que provavelmente nunca mais vai passar na sua vida, então até ele poder alcançar um certo distanciamento em relação a este material e poder vulgar, isso é um desafio que a maioria jamais vai vencer. Eu conheci nesse meio tradicionalista, homens de 70, 80, 90 anos que passaram a vida inteira dentro dessa atmosfera e não conseguiam, vamos dizer, julgar isso no mais mínimo que fosse para eles, aquilo era a própria vida deles, era a própria realidade, porque não só tinham passado há décadas absorvendo esse material, lendo tudo isso, mas pelas práticas esotéricas, a prática do Díquel, aquela repetição infindável dos nomes de Deus no Corão ou qualquer outra prática similar, então quer dizer que todo esse material tinha sido absorvido por eles em profundidade, até a medula, então aquilo não era uma doutrina, aquilo era pra eles a própria realidade, então desligar-se disso, não digo romper, não é questão de você romper, de você não concordar, de você brigar, não é nada disso, questão de você começar a dizer, não interromper ali a sua busca da verdade, isso pode ser, vamos dizer, um esforço quase impossível para essa pessoa, você me lembra dos indivíduos que eu conheci, para no Cerco do Chão, o Italperry, John Martin Lings, as pessoas jamais conseguiriam pensar nada fora daquela atmosfera, isso quer dizer que toda a história do ocidente e todo o mundo das religiões e toda a filosofia universal, para eles era visto somente através dessa perspectiva, porque não havia outra mais abrangente, não havia e na verdade não há até hoje, eu mesmo não termino a pretensão de oferecer isso, eu estou apenas mostrando, vamos dizer, certos buracos, certos rombos nesse campo doutrinal que vão ter que ser preenchidos por outros critérios, tá certo? E a dificuldade aí é algo que nos remete, vamos dizer, a duas aulas ou apostilas já antigas minhas, uma evidentemente que foi publicada em livro como os quatro discursos e a outra que eu chamei do trauma de emergência da razão, na teoria dos quatro discursos nós vemos que, vamos dizer, as crenças humanas elas se escalou em quatro níveis, primeiro lugar você tem uma dimensão do possível, separa o possível do impossível, em seguida você tem a dimensão da verossimilhança que separa, vamos dizer, o crível do incrível, em terceiro a dimensão, vamos dizer, da arte dialética que separa o provável do improvável ou o razoável do irrasoável, o que evidentemente já requer um exame mais personalizado do assunto e finalmente você tem a dimensão da certeza a poder que tem que separar o certo berrado verdadeiro do falso quando isso é possível e é evidente que a dimensão do verdadeiro do falso ocupa um território muito pequeno em relação a totalidade das possibilidades de crenças humanas, então, em geral os debates públicos de qualquer natureza, inclusive de dito científico, se travam na esfera da verossimilhança, ou seja, na esfera da crença pública e a verossimilhança é aquilo que é um primeiro exame parece verdadeiro ou parece falso, parece incrível ou parece incrível, parece sensato ou parece absurdo, mas é claro que a gente tem sempre uma reação, vamos dizer, imediato e essa reação é condicionada, vamos dizer, pelos hábitos anteriores, você joga que uma coisa é verossímil ou inverossímil por aquilo que você está acostumado a pensar como verossímil e, portanto, você está condicionado aos hábitos, vamos dizer, da sua própria pessoa, do seu meio, da sua família, do seu grupo de referência, etc. etc. Então, é claro que esse conjunto de hábitos que determinam para você o círculo da verossimilhança pode ser ampliado enormemente pela aprendizado, a medida que você vai aprendendo outras coisas, então, coisas que lhe pareciam inverossímiles ou até impossíveis, pode começar a lhe parecer possíveis e isso quer dizer que todo o processo de aprendizado e de evolução da inteligência do indivíduo é marcado por uma ruptura, por uma quebra do universo da verossimilhança e, portanto, por uma ampliação do mundo, não só do possível, isso é, da imaginação poética, mas pela ampliação da verossimilhança. Então, em primeiro lugar, existe um princípio universal que, contra aquilo que é fato, não vale o argumento de verossimilhança. Por exemplo, se você provou, sei lá, que um cidadão aparentemente bem estuprou a sua filhinha de três anos, isso pode parecer inverossímil, mas se você tiver a prova material disso, não adianta alegar que é inverossímil, não parece verdade, mas é, isso é meranquinha minha filhinha, e Neys, quando ela tinha três anos, ela já tinha desenvolvido uma lógica própria que tinha quatro categorias, era assim, parece, mas não é, parece e é, não parece nem é e não é, mas parece. Tudo ela enquadrava nesses quadros, quer dizer, ela já tinha descoberto os limites, aos três anos de idade, já tinha descoberto os limites da verossimilhança. Então, isso claro que pronunciava para ela uma boa carreira de pessoa estudiosa, como de fato veio a se comprovar com o tempo, mas por que que as pessoas se apegam tanto ao critério de verossimilhança, ou seja, aquilo que parece verdadeiro para o seu grupo de referência, por um motivo que eu expliquei na postila sobre o trauma de emergência da razão. Então, o cérebro humano não nasce vazio, mas também não nasce cheio. Aquela história da tábua rasa, do loque, não funciona, nascemos como se fosse uma folha em branco e os hábitos e acontecimentos vão ali gravando coisas, não é assim. Com alguma coisa você tem que nascer, por exemplo, um bebê nasce com uma série de reflexos prontos. Então, por exemplo, é notórico que os bebês prestam mais atenção nos rostos humanos do que em qualquer outra coisa e logo reconhece o rosto da mãe. Se não nascesse com essa capacidade, ele não reconheceria. Então, também o fado de que um bebê, tudo que você foi na boca dele, ele começa a açugar de alguma maneira e isso também é um reflexo, ele nasceu com isso, quer dizer, um reflexo de se alimentar. Então, nós nascemos com uma série de reflexos prontos que são a base de todo o nosso aprendizado. Então, a rigor, esse conjunto de reflexos vai se evoluindo, vai se tornando cada vez mais abrangente e complexo, até se estruturar, quer dizer, nas categorias da razão. Essa razão é o único meio que o ser humano tem para se instalar neste planeta e conseguir sobreviver. Não temos outra capacidade. Acontece que, desde que nós nascemos, nós estamos num mundo que foi determinado pela razão. Nós nascemos num mundo onde existem leis, onde existem costumes, onde existem autoridades, onde existem disciplinas, etc. Tudo isso já não cerca desde que nós nascemos. Só que nós não temos conhecimento de nada disso e ainda temos que adquirir, pouco a pouco, o domínio de uma situação na qual já estamos colocados antes de adquirir. E é isso justamente que eu chamo, vamos dizer, o trauma de emergência da razão. Isso é, nascemos dotados para o conhecimento racional, mas não o dominamos. Precisamos gradativamente e dificultosamente e dolorosamente aprender o uso da razão. Na maior parte dos casos, esse aprendizado fica muito deficiente. O pessoal só é capaz de exercer a razão naquele pequeno círculo de interesses imediatos dela, como por exemplo, fazer a conta do saldo bancário, pagar as dívidas no dia, dirigir um automóvel, andar de bicicleta e não vai passar disso aí. E, no entanto, essa pessoa que tem um domínio muito limitado dos da razão já está colocada dentro de um quadro imensamente maior que também é de ordem racional. Por exemplo, ele está submetido a todas as leis que regem o seu país. Ele agora não conheça essas leis. Ele está submetido a todo o quadro mundial, da economia, da política, dos conflitos militares. Tudo isso o cerca e tudo isso é determinado pela razão. Nada disso foi criado a ESME porque sim. Todas as ações humanas, em uma esfera de política militar, econômica, são todas determinadas pela razão. Certo, errado é a razão que está dirigindo isso aí. Então, você está colocado dentro de um quadro de exigências e pressões racionais que vão infinitamente além da capacidade do exercício da sua razão. Então, quer dizer, a nossa razão é sempre insuficiente. E a razão é o que nos dá o domínio das coisas. Quando você consegue estabelecer uma conexão de causa e efeito, então você acredita que dominam o processo. Por exemplo, quando você vai aprender a andar de bicicleta, você tem um certo padrão de equilíbrio, que é a hora que você capta, você sabe que consegue manter a bicicleta de pé. Enquanto você não consegue, você está inseguro. E assim, com todas as outras ações, até para aprender a andar. Aprender a andar, o seu efeito também vai pro tentativo e erro e vai, vamos dizer, neutralizando as pressões adversas até conseguir se manter de pé. Então, toda essa aprendizada é enormemente complexa. Depois, para você dominar a sua língua, para conseguir se comunicar, expressar suas emoções, seus desejos, etc. É outra dificuldade. Então, a maior parte das pessoas jamais chega a dominar a língua ao ponto de poder se expressar o seu sentimento. Em geral, o máximo que conseguem é imitar esquemas verbais aprendidos, que não são personalizados o suficiente para expressar a sua situação real, mas expressa imitativamente, expressa uma coisa parecida ou analógica. Então, todo ser humano, ele tem um pressentimento de que o domínio que ele tem da razão não é suficiente para dar conta de toda a sua situação. Ele sabe que além daquele conjunto de mecanismos, de conexões que ele domina, existe um oceano de conexões e de processos causais que ele não domina absolutamente. E isso é claro que é um motivo de temoro. Por exemplo, quando você vai para um ambiente novo, a criança quando vai para a escola, por exemplo, primeiro dia que eu fui para a escola, eu estava simplesmente a terrorizar, porque eu não entendia coisa era aqui, ele falou que eles estão querendo de mim, afinal de contas. O que eles querem que eu faça aqui? Ele levou meses para entender o que eu quero para fazer. E durante esse tempo, é claro que eu fiquei inseguro. Quando você muda de ambiente social, você muda para uma outra cidade, onde as pessoas falam diferente, têm hábitos diferentes, têm gostos diferentes, até você dominar isso há um tempo, nesse período você está inseguro. Se você vai para uma situação mais difícil, por exemplo, o jovem que é mandado para a guerra, onde ele está ali no meio, levando o impacto da coisa toda, sem ele ter o menor domínio do conjunto. Quer dizer, não apesar de ele não ter o domínio prático, não domina as forças causais que estão ali, mas ele não domina nem intelectualmente a coisa, não domina a direita que está acontecendo. Por exemplo, onde está o inimigo? Eu digo, bom, o pessoal lá no estado maior do comando ele sabe, mas eu não vou informar a cada soldado. E assim por diante. Então, nós passamos na grande parte da vida, temendo, vamos dizer, pela insuficiência da nossa razão e fácil da complexidade da existência. Então, é por isso mesmo, por não ter o domínio da razão que nós nos apegamos aos símbolos da razão, que funcionam magicamente como substitutos. Um deles, quando você é pequeno, é a autoridade do seu pai. Tipo assim, eu não sei, mas meu pai sabe, eu não sei entender nada, mas meu pai está entendendo, então ele vai quebrar o meu gai. Você também confia nas autoridades, na polícia, nos seus professores, etc. Tudo são símbolos da razão. E esses símbolos com frequência se tornam em sucedendos da razão, quer dizer, o apego a eles se torna um motivo para que você não desenvolva a sua razão. É mais fácil você se apegar aos símbolos. E esses símbolos têm um evidentemente, uma função protetiva, mágica em cima de você. Por exemplo, se ele entra numa universidade, ele acredita piamente que aquilo ali é um templo do conhecimento. Praticamente todo o conhecimento humano está ali dentro, possuído por aquela pleia de professores, os quais, portanto, ele pode confiar, ele não precisa saber tudo porque a congregação sabe. E assim por diante. Ou quando você entra numa igreja, está certo? Você acredita, você vai lá na igreja, você acredita que os padres e bispos estão sabendo tudo que Deus falou para eles e que eles vão guiar você direitinho. Você não tem a menor prova disso, evidentemente eles podem estar todos enganados, podem ser teólogos da libertação, podem ser de um ban de vigaristas, mas você não sabe. Então você já pega esses símbolos. Esses símbolos são fundamentais para a sua segurança psíquica. Só que o destino humano é ir gradativamente substituindo os símbolos pelas coisas simbolizadas, espécies substituídas dos símbolos da razão pelo uso e domínio da própria razão até o máximo limite do que você puder alcançar. Ah, mas este processo pode ser detido e de fato, na maior parte das pessoas, ele é detido numa idade ainda detido na adolescência, no começo da juventude, e a evolução da razão dos filhos para por ali mesmo e ele vai passar o resto da vida a pegar os seus símbolos. Um desses símbolos fundamentais é a mídia, porque você acredita que a mídia é onde as informações são distribuídas à população. Então o conjunto dos fatos deve estar refletido de algum modo na mídia. Como de fato você não tem outra fonte, aquela é a única, então o que sai na mídia passa a ser a realidade para você, o campo pelo qual você se orienta. Então é claro que se você está empenhado no desenvolvimento de uma vida intelectual, você vai ter que transcender todos esses símbolos da razão até o máximo limite da sua possibilidade e você vai ter que se tornar capaz de você obter informação por si mesmo, organizá-la por si mesmo e tirar suas próprias conclusões. Muito para além do que todos os símbolos da razão podem lhe fornecer e podem lhe oferecer esse conforto precário, do simuláculo de conhecimento. Então é claro que isso é o maior desafio da vida intelectual. É impossível qualquer vida intelectual frutífera sem você transcender todos os limites da verossimilhança usual no seu meio social, na sua família, na sua universidade, na mídia, etc. Você vai ter que desenvolver o seu próprio critério de verossimilhança que terá que ser mais exigente, mais sério do que tudo isso junto. Portanto, simplesmente não é possível seguir uma vida intelectual se você ainda necessita do conforto de acreditar naquilo que o público acredita ou o seu meio social acredita. Então a necessidade de você saltar por cima de tudo isso e criar um universo próprio de referência é o grande desafio da vida intelectual. Então em princípio nós podemos a seguinte regra, saber é saber o que os outros não sabem e saber o que os outros não sabem é você não ter para quem perguntar e você não ter, vamos dizer, a proteção de um símbolo da razão ao qual você se apegar, ou seja, papai já morreu, vovô já morreu, os professores já morreram, o padre já morreu e você está aqui, você tem que tomar a decisão. Então esta é a situação constante de uma vida intelectual. É claro que nisso você também não está sozinho, você não é o primeiro que faz isto e se der tudo certo, você até encontrar outras pessoas com que você pode trocar ideias, mas nunca vai haver uma perfeita coincidência entre o que você veio e o que essas pessoas veem. E nós podemos dizer que nos últimos 50 anos, nos últimos meio séculos, a força dos símbolos da razão se tornou um negócio monstruoso no mundo graças a integração internacional da mídia e integração do sistema universitário. Ou seja, antigamente esses elementos eram muito mais isolados uns dos outros, são muito mais independentes uns dos outros, então havia conflito, havia troca de ideias, havia debate, havia discussão. Nos últimos 50 anos, por exemplo, as empresas de mídia nos Estados Unidos foram se concentrando, hoje só tem seis grupos que são proprietários de toda, praticamente toda, a mídia americana, exceto o rádio. Mesmo processo se deu no Brasil, eu acompanhei, no Brasil eu acompanhei isso pessoalmente porque eu comecei a trabalhar numa época da vía, a variedade de informações nos vários jornais revistas, havia conflito entre eles. Eu me lembro, por exemplo, porque ainda havia, no Rio de Janeiro você tinha a Tribuna da Emprensa, quer do Carlos Lacerde, a última hora que era o Samuel Váin, as duas sempre ligando, uma com a outra, uma dizendo que sim ou outra dizendo que não, você tinha o Globo e o Correio da Manhã que também não batiam. Aos poucos este conjunto foi se integrando. E a partir de uma data que eu não lembro exatamente qual foi, mas foi nos anos 70, o sindicato nacional das empresas jornalísticas entrou num acordo. Então a partir daí os jornais se tornaram de uma uniformidade absolutamente sufocante, o que sai um sai em todos, eles se copiam uns aos outros, do mesmo modo, o canal de televisão mais ainda, porque o noticiário ali é simplificado. Ao mesmo tempo, a organização do trabalho científico em escala internacional fez com que as profissões científicas tivessem que se submeter cada vez mais a este critério de uniformização e a pressão do meio. É claro que todas esses faturas tornaram imensamente mais fácil você mentir e você errar universalmente. Quer dizer que mitos científicos, bobocas e mitos políticos iguais de bobocas começaram a se espalhar pela humanidade com uma facilidade absolutamente impressionante. E eu digo quem sobrevive no meu disco? Bom, sobrevive o que tiver sua razão altamente desenvolvida e foi capaz de perceber essas coisas e criar para si mesmo um critério mais exigente capaz de transcender esse poder dos símbolos substitutivos da razão. Um exemplo que eu dou pra você é um negócio que se chama ciência cognitiva. A ciência cognitiva é 100% impuliação, toda ela. E é um dos setores do conhecimento mais desenvolvido no mundo e que gasta mais dinheiro, tem mais verba de pesquisa no mundo. Toda ciência cognitiva é baseada na ideia de que o nosso cérebro é uma espécie de computador, que ele funciona por acumulação e processamento de dados. Porque é uma coisa absolutamente impossível e que hoje em dia já começa, já começa vários cientistas, começa a colocar isso em dúvida. Então, você vê já, houve um cientista chamado Robert Epstein, da América, eu não pronuncio Epstein, e ele fez um teste. Ele pediu para um aluno dele, olha, você desenha aqui na lousa uma nota de um dólar. O sujeito fez uma nota de um dólar. É assim, muita esquemática, muita simplória. Ele pegou, deu a nota para o sujeito, falou, agora você olha aqui, você desenha. Claro que o desenho ficou muito mais complexo e muito mais realista. E ele disse o seguinte, se o sujeito tivesse na sua memória a figura exata da nota de um dólar, ele adesenharia esse simplesmente copiando o modelo que está na memória. Resultado, o modelo não está na memória. O que ele guardou na memória foi uma série de gestos imitativos que ele aprendeu a fazer ao olhar a nota de um dólar. Isto é, a informação não está guardada na memória. Só o que está guardado é a habilidade de fazer certas coisas diante do estímulo externo. Se você mostra a nota de um dólar, você é capaz de olhar e desenhar. Se tira a nota, só sobra o quê? A habilidade aprendida na última vez que você viu uma nota de um dólar. Você pode fazer um teste, você naturalmente tem algum parente, você tem mãe, você tem pai, você tem irmão, você tem vó, você tem algum... fecha os olhos e lembre-se do rosto dessa pessoa. Agora, é fácil? Não, não é. A representação é tremendamente esquemática. Ou seja, você não tem esto na sua memória. Você simplesmente aprendeu a copiar mentalmente esta imagem e reproduzila. Ou seja, não há um depósito de dados na memória humana, no cérebro humano. Não há isso, apenas um depósito de habilidades. Ora, um computador não funciona assim. Um computador realmente guarda a informação. Ele transforma a informação no código binário que é acessível a ele e está guardando a memória dele. E ele pode reproduzir aquilo quantas vezes ele for. Ele quiser. Da certo? Quantas vezes você pedir para ele fazer, ele vai reproduzir. Você me perguntou por pertinente. Mas toda a gente que já ouvi algumas vezes falar sobre isso não guarda o rosto da pessoa. Mas como que, por exemplo, num de cada uma situação de crime, alguém é capaz de fazer o retratos falado? O retratos falado é totalmente esquemático. Você lembra detalhes, você reproduz detalhes. Está certinho que está numa imagem recente. E depois você olhando o desenho, você vê isto parece ou não parece. Quer dizer, você não tem aquele retratos inteiro na sua mente. É porque você vai desenhando que você confere ou não confere. Agora você imagina, por exemplo, o Robert até por cima da outra exemplo. Você pega um jogador de basquete que tem que pegar uma bola que está voando e meter na sexta. Se você for descrever isso pelo modelo computacional, a quantidade de operações que ele tem que fazer para isso é quase inabarcavel. Então, o resultado é que ele não está reportando isso a imagens da memória. Ele está naquele momento mesmo acompanhando o movimento da bola e se adaptando ao movimento da bola. Então, isso aqui existe em número de estudos sobre isso hoje. E eu me lembro já ter exposto este tema há muito tempo e dizer, olha, a minha tese é o seguinte, a nossa memória não está no nosso cérebro, a memória está no mundo, está no mundo de objetos que nos cercam. Então, voltamos à velha teoria do Aristóteles, da forma inteligível. Os objetos nos mostram a sua forma externa, na qual está insinuada uma forma inteligível, que nos diz o que eles são. E você, na hora que você os vê, você reconhece essa forma inteligível. Você não precisa guardar tudo da memória. Quando você vê um gato, você precisa guardar na memória a imagem do gato, ou você precisa ter simplesmente a mesma reação quando você vê o gato seguinte. Quer dizer, é um aprendizado que você fez, é um conjunto de reações que você pode repetir. Você não precisa apelar um dado de memória. Na verdade, não há dado de memória a não ser as habilidades a aprender, a não ser os reflexos. Então, se você separar o nosso cérebro do mundo, ele fica vazio. Não tem nada ali. Ele tem apenas as habilidades que os cais ele nasceu. As quais dependem também do cérebro estar inserido dentro de um corpo vivo. Então, este modelo de que o cérebro é um computador que toca informação e as processas, isto é uma impuliação monstruosa. Você vê que houve, uns anos atrás, um projeto da União Europeia, tinha que ser da União Europeia, um projeto de um trilhão de dólares para um sujeito montar um modelo informático do cérebro que puder ser usado depois na cura do Alzheimer. Ele prometia que no ano 2023 aquele modelo estaria pronto. Bom, o projeto durou dois anos, não deu nada, tá certo? O dinheiro foi todo jogado num lixo. Então, até hoje esse pessoal da ciência cognitiva não conseguiu descobrir, é nada, nada, nada, nada. Esta área de estudos é 100% impuliação, porque é todo baseado no quê? Numa metáfora, numa figura de linguagem, que é comparar o cérebro com um computador. Ora, não é de hoje que o ser humano inventa equipamentos, e depois ele olha por esses equipamentos e se reconhece neles e reconhece semelhanças. Por exemplo, quando os antigos dominaram o sistema hidráulico, e você pode ver eles fizeram obras magníficas, transporte água na França, nós vimos o aqueduto construído por Júlio César, então imediatamente surgem modelos hidráulicos do ser humano, como se fosse um sistema de pressões e contrapressões que determinam a nossa conduta. Mais tarde, quando vem a era dos aparatos mecânicos por volta do renascimento, surgem então o homem relógio. Eu tenho um artigo meu que chama o homem relógio, exatamente sobre isto. Então, eles constroem o relógio e dizem, ah, nós somos relógios, nós somos máquinas. E, naturalmente, você vai achar milhões de semelhanças, porque as metáforas, figuras de linguagem, servem exatamente para isso, para você enxergar semelhanças. Só que são essas semelhanças, algumas são verdadeiras, algumas são relativamente verdadeiras, ou são relativamente falsas, e outras são completamente falsas. Uma simples metáfora tem uma lista de 50, 60, 100 significados. Portanto, a metáfora é uma confusão de verdade e mentira. Metáfora é um negócio como do próprio Epstein, você é metáfora, é algo que você usa para dar sentido, é uma coisa que você não está compendendo. E o computador é apenas a mais recente das metáforas cerebrais. Ou seja, você não sabe como o cérebro funciona, então você se apega a uma semelhança que ele tem com a máquina que o próprio cérebro inventou. Quer dizer, isso lembra a história do Português, foi hipnotizado pelo Peixe. E esse não é nem hipnotizado pelo Peixe, é hipnotizado pela máquina que ele inventou. Quer dizer, é um sinal de baixíssimo queí, na verdade. Porém, esta metáfora satisfaz inúmeros interesses sociais envolvidos. Você tem todas as empresas de informática, os fabricantes de computadores, as forças armadas, o governo, o diabo. Você imagina um governo que ambiciona em transformar toda a sociedade num programa de computador porque ele possa dominar. Ele vai soltar qualquer dinheiro possível para uma pesquisa sobre a semelhança entre cérebro e computador. E isto vai dar a este cientista um prestígio imenso. Quer dizer, a ciência cognitiva tem hoje o prestígio quase que de uma coisa divina. E ela é 100% errada. A memória humana simplesmente não funciona assim, o cérebro não funciona assim. O cérebro não guarda informação. O cérebro simplesmente guarda habilidades adquiridas, repetíveis diante de estímulos similares. Este estímulo é o que é a percepção de um objeto cuja forma inteligível está nele e não no seu cérebro. O gato tem forma inteligível de gato nele mesmo. E quando você o reconhece, seja num gato real, seja num gato desenhado, ou seja num gato simplesmente pensado, você está pegando a forma inteligível do objeto a qual está no objeto e não no seu cérebro. Então, então, esses são os exemplos que continuam aparecendo de que a minha teoria da memória era intermito certa. Nós não temos memória em nós no nosso cérebro, a memória é o mundo, meu Deus do céu. Por isso que quando as pessoas perguntam para mim, você ficha os livros que você lheu, falando por que eu vou fichar, você já está tudo escrito nos próprios livros. Eu tenho aqui a minha biblioteca, eu sei onde os livros estão, e quando eu preciso eu vou lá, pego o livro de novo e leio a mesma frase de novo. Agora, eu vou guardar tudo isso na memória e eu digo para que guardar a memória? Veja, uma concepção errada da memória danifica a sua memória. Você acredita que é preciso guardar tudo aquilo na memória? Quando você não precisa guardar nada, é só você repetir o mesmo gesto, a mesma habilidade diante de estímulos iguais ou similares, é só isso que é para fazer. Então, eu vejo, por exemplo, que de tudo que eu li, eu recordo muito facilmente algumas coisas pelas quais eu me interesso muito, mas a recordação nunca é exata. Por exemplo, o parágrafo que eu li e que me impressionou muito, se eu tento reproduzir-lo, eu modifico aquilo. Eu paro até a coisa exata, não posso confiar na minha memória, no meu cérebro, eu tenho que voltar no livro e ver. Isso é assim com todo mundo. E é isso que explica que, diante de uma mesma cena, as pessoas guardam recordações diferentes. Se as memórias foram guardadas no cérebro, todo mundo que viu a mesma coisa recordaria exatamente do mesmo jeito. E de fato não é assim, porque não se trata de dados guardados, mas de comportamentos mentais e físicos que são copiados pela mesma pessoa em circunstâncias similares, quando ela recebe o mesmo estímulo, o estímulo parecido de novo. Então, não podemos dizer que o cérebro é vazio como pretendia John Locke e nem que ele está repleto de informações como se fosse um computador. Aliás, se o cérebro fosse um computador, para que precisaríamos inventar um computador? Se a mão humana fosse um martelo, para que precisaríamos inventar um martelo? Se as pernas humanas fosse um cavalo, para que precisaríamos aprender a montar cavalo? Então isso quer dizer que todos os equipamentos que nós inventamos, eles são extensões do poder humano, mas são extensões que fazem algo que o próprio poder humano não pode fazer. Do mesmo modo, o computador pode estocar informações porque nós não podemos. Aliás, se você pensar bem, a pessoa fala inteligência artificial, de qual foi a primeira modalidade inteligência artificial? Foi o primeiro rabisco que o homem de Neanderthal fez de uma caverna. Depois aprender a escrever, eu digo, tudo isso é inteligência artificial. Ou seja, são artifícios que você inventa para fazer aquilo que o seu cérebro sozinho não consegue fazer. Então, onde estão, por exemplo, as várias línguas do mundo? Estão todos rabiscos do papel, ou guardadas de alguma outra maneira, não no cérebro humano. Línguas que não são registradas de maneira alguma, elas se perdem. Você veja o número de línguas mortas que existem, é um negócio impressionante. Por que elas morriam? Por que ninguém registrou? Se estivesse no cérebro, basta continuar falando e afrestando a geração seguinte e guarda. Agora, línguas que foram registradas, que estão no papel, elas duram 5 mil, 10 mil, 20 mil anos, está aí o chinês. É uma língua complicadíssima que sobrevive há séculos, porque está tudo desenhadinho. Então, você gravar aqui no papel ou no computador é mais ou menos a mesma coisa, é o computador e recupera mais fácil a informação mais rapidamente. Então, isto para vocês terem ideia, vamos dizer, da imensidão do poder e da influência, que é este símbolo da razão que é a ciência exerce sobre as pessoas. Claro que o nome ciência pode ser usado no sentido de designar a prática real das pessoas que estão fazendo as universidades, os pesquisas, etc. E pode ser usado para designar um ideal teleológico, quer dizer, um ideal de ciência. Então, ideal de ciência seria o conhecimento apodíctico, o conhecimento indestrutível, por assim dizer, mas isto é somente um ideal. A prática pode se orientar por esse ideal, mas não pode realizar. Ela sempre está a quem? Porém, se a ciência existente assume o prestígio do ideal teleológico de ciência, você vai ser enganado pelo dibrado sempre. Então, é isso que eu digo. Só existe ciência séria quando a ciência desiste de ter autoridade pública. Porque você vê, é um paradoxo, se a ciência está continuamente se criticando e se reformando, ela tem o direito de mudar de ideia quantas vezes será necessário. E se ela tem o direito de mudar de ideia a qualquer momento, ela não pode ter nenhuma autoridade pública. Que raio de autoridade é que um dia diz uma coisa e no dia o seguinte diz outra? Então, ela não pode ter autoridade, para ela ser uma ciência séria, ela tem que abdicar da autoridade pública e adquirir uma função apenas sugestiva. Então, não é estante em que a ciência se consaga como autoridade, ela já virou impuliação na mesma hora, porque é autocontraditório. Quer dizer, ou eu exerço uma atividade crítica que está continuamente se corrigido, ou eu tenho autoridade de decretar uma coisa de uma vez para sempre, as duas coisas não dá para fazer o mesmo tempo. Então, é claro que além da ciência existem inúmeras outras autoridades ou substitutos da razão. Na verdade, a razão só funciona bem num lugar, a cabeça do indivíduo humano. Onde você entra no coletivo? Claro, no coletivo. O intercâmbio de informações e de ideias, ele nunca é tão veloz quanto o pensamento de um indivíduo, nunca na vida. Você imagina assim, se você desce para mil pessoas os dados que estavam na cabeça de Sir Isaac Newton, quando ele traçou a lei da gravitação universal. Quanto tempo essas mil pessoas levariam para descobrir a lei da gravitação universal? Séculos. E, no entanto, um indivíduo sozinho juntou tudo aquilo e ele dizia, opa, é assim. E ele não estava errado, né? Você pode dizer, a Albert Einstein vai dizer, bom, isso aí é verdade, isso é um negócio limitado, isso não é universalmente assim, mas tudo bem. Mas era verdade naquele campo de objetos que Newton abarco. E se você entregasse todos aqueles dados para multidão de pessoas, assim, bem assim, para o distribuição dos dados, já levaria décadas. Então, isso quer dizer que a razão só alcança sua perfeição na mente do indivíduo solitário. O indivíduo solitário não tem autoridade nenhuma. Essa é que é verdade. Você não adianta dizer que os sábios e poetas e filósofos são os termos legisladores não reconhecidos. Vocês não são reconhecidos, não são legisladores de maneira alguma. Então, vamos dizer, esse é um dos paradoxos e dificuldades que o indivíduo maduro tende a aceitar. Ele tende a aceitar, o seguinte, pode ser que eu descubra a verdade sobre algo e descubra uma verdade apodíptica e ninguém tem obrigação de aceitar isso. Eu posso ficar falando sozinho, é verdade pelo resto da minha vida e ninguém vai acreditar. E isso é assim por natureza. Se você não aceita isso, a sua carreira intelectual acabou. Em geral, o indivíduo que diz qual é a verdade não fica totalmente isolado. Pode ter outras pessoas que percebam a mesma coisa. Mas ele nunca vai ter autoridade de uma comunidade científica, do migrês, ou de um partido político, de um governo. Na verdade, quando o rei, que eu dizia, com o Estado moderno, a maior das criações da razão humana, ele tinha razão, ele estava dizendo a verdade. Porque o Estado é que administra o conjunto do conhecimento. Ele que dá as verbas, ele que determina o que vai se estudar, o que não vai, qual é a tese que vai ser promovida, qual é que vai ser enterrada. Então, o Estado domina o campo das ciências em 100%. Claro que não é só Estado, existem grandes grupos econômicos que são parceiros de Estado, que também dividem parte da autoridade do Estado, mas eles todos juntos compõem o Estado, na verdade. Se você pensar para uma Microsoft, ela faz parte do Estado americano, evidentemente, embora legalmente ela pertença aos seus acionistas e não ao Estado. Ela está tão bem integrada no Estado e opera de maneira tão harmônica com ele, que ela pode ser considerada para todos os fins práticos, uma parte do Estado. Então, o Estado e não a ciência é a combinação da razão humana. Só que o Estado não é dirigido pelo ideal teleológico da ciência. Ele não é dirigido pelo ideal da verdade, mas pelo interesse de implantar e aumentar o seu próprio poder. Então, isso quer dizer que a busca da verdade no mundo, ela sempre tem pouca chance. E ela só funciona, por que? Porque o conjunto dos substitutivos da razão e o conjunto dos poderes estabelecidos não tem o poder de modificar a verdade. Eles não têm o poder de fazer doima 2 e da 5. Mas eles têm o poder de convencer milhões, bilhões ou bilhões de pessoas de que 2 mais 2 são 5 por muito tempo. Então, mais dia, melhor dia, bom, a verdade acaba vencendo, tá certo? Mas e o prejuízo que você levou durante todo esse tempo? Então, por exemplo, quantos tratamentos médicos não foram espalhados pelo mundo e, 30 ou 40 anos depois, você descobre que eles são letais? Quantos regimes não apareceram que mataram milhões de pessoas a pretexto de curá-las? Eu me lembro, por exemplo, que nos anos 60 aparece uma profusão de mitologias alimentares. Não pode comer isso, não pode comer aquilo, não pode comer aquilo. 30 ou 40 anos depois você descobre que está matando gente adoidado. Então, por exemplo, as mitologias do açúcar. Não pode comer açúcar porque vai dar diabete, vai nos seguir, você tem que usar esplendas, você tem que usar a chile de tol, você tem que usar no segredo, tudo isso mata, o açúcar não. E assim por diante. Os anos 60 foram importantíssimos para a história humana porque foi quando a tal da contra-cultura penetra o ocidente e começa a fazer a contra-cultura e também agora da escola de francos, começa a fazer a crítica cultural geral, como diz o Giliacal Marx, a crítica radical de tudo quanto existe e começa a substituir hábitos e valores milenares por outras coisas totalmente improvisadas que as pessoas adotam como se fosse a palavra de Evangelho. Então, por exemplo, hoje tem esta mitologia do gênero, que sexo só tem dois, mas os gêneros são infinitos. De conhecer, eles não são infinitos. Todo e qualquer gênero que você invente é baseado no modelo dos sexos, ou não. Pior, os gêneros que copiam o sexo, literalmente, quer dizer, a mulher, que parece mulher e o homem, que parece homem, são tidos como produtos artificiais implantados pela cultura autoritária. E os gêneros que divergem são tidos como naturais. Ou que é que o menino aprende a se comportar como homem e são em posição cultural, mas se ele aprende a se comportar como menina, isso é muito natural. Dizem, como é possível isso? Ele diz, olha, você conhece algum sujeito, o menino ou jovem do sexo masculino, que se comporta como mulher sem ter copiado modelos femininos que ele viu? Ele inventou tudo da própria cabeça. Não, ele olhou revistas femininas, olhou filmes, olhou os modelos, e até disse, eu quero ser que nem essa aí. E para isso, ele precisa modificar o seu corpo, modificar o gesto, modificar o tom da voz, modificar isso, e no fim, pode até fazer operação para mudar de sexo. Então, você vê aqui, o natural e o cultural estão aí completamente invertidos. E as pessoas aceitam isso. Por que aceitam isso? Por causa dos sucedâneos da razão. A opção pública, a mídia, a autoridade universitária, os intelectuais, etc. Então, enquanto você depender dessa aprovação de uma comunidade para você perceber a verdade e o erro, você não estará maduro para a vida intelectual. Você tem que aprender a ficar absolutamente sozinho, guiado exclusivamente por Deus e pela razão, e por mais ninguém. Então, é claro que nem todo mundo que está afinto em ensinar, está afinto em enganar. Tem pessoas que estão reforçando a sua razão e eu mesmo pretendo estar fazendo isso. E eu acho que vocês são as maiores testimunhas de que a sua razão começou a funcionar melhor. Ou seja, de que vocês cada vez dependeram menos da minha aprovação ou desaprovação. Tem coisas que você percebe sozinho, você não precisa perguntar polável. E é esse o objetivo, é lógico que a educação visa a tornar as pessoas cada vez mais independentes dela mesma. Quer dizer, você aprendeu determinada ciência, arte, etc. Bom, você não vai ter que voltar toda hora para a universidade para aprender de novo. A partir de um certo momento, você tem autonomia de vôo. E é esse o objetivo de toda educação, evidentemente. Mas, uma boa parte da educação que se pratica hoje não é para isso, é para manter você eternamente dependente de uma opinião coletiva. Ora, essas opiniões coletivas que criam o círculo de velocidade semelhança, elas também se escalam não por círculos concêntricos. Tem um círculo pequeno, depois outro maior, depois outro maior, depois outro maior, depois outro maior, e assim por diante. E é claro que o seu aprendizado só irá para frente se você entender que você tem que ir superando todos os círculos. Deixe alguma hora que eu não tenho círculo nenhum, só tem você, Deus, e a sua razão, não tem mais ninguém para te dizer o que é verdade ou falso. Não que você vateimar e querer divergir de todo mundo, só para você pensar com os próprios miolos. Só um imbecil que é pensar com os próprios miolos. Nós pensamos com a contribuição de toda humanidade anterior. E usar a contribuição de toda humanidade anterior é um dos meios de você se livrar do círculo de velocidade semelhança atual. Então, você transcender a esfera da sua cultura mediante o apelo a que é a cultura de outras épocas e lugares. Então, isso tem um impacto desaculturante, tremendo. Por exemplo, você está acostumado a pensar assim e assim e depois você lê Aristóteles, ou lê Platão, ou lê Lao Tzu, e você vai ver, opa, esses caras que eram gigantes do pensamento, eles pensavam diferente. Então, você adquiriu, vamos dizer, um outro círculo de autoridades de referência que não está a fim de te enganar mais não porque eles já morreram. E com isso você se liberta. Então, você tentar se liberar, vamos dizer, do círculo da sua cultura atual, não implica que você vai ficar totalmente sozinho, mas implica que você vai usar todo o patrimônio cultural da humanidade na máxima medida possível. Então, essa coisa da verossimilhança, ou seja, quando o círculo de verossimilhança é estreito, e é evidente que quando a formação cultural das pessoas é deficiente o círculo é estreitíssimo porque ele é determinado só pela mídia popular e isso é gravíssimo. Então, quando o círculo é muito estreito, isso significa que a maior parte das pessoas não vão entender nada do que está acontecendo. E é claro que isso é enormemente grave porque essas pessoas não entendem nada, nós tomamos decisões erradas e apoiam decisões erradas. Então, para vocês verem como é que funciona esse negócio do círculo de verossimilhança, você imagina assim. Como é que um cidadão americano, médio, joga as coisas? E como é que um homem da KGB joga as coisas? Então, você pega aí um comentarista de mídia qualquer, um bom comentarista, e o Vladimir Putin. Bom, se eu quero entender o que o Vladimir Putin está fazendo, eu tenho que saber o que ele sabe e eu tenho que adquirir uma formação similar ao que ele adquiriu. Não total, que não vai dar tempo de eu passar a vida na KGB com aprendido tudo, mas alguma coisa eu vou ter que saber. E eu noto o seguinte, que a maior parte das pessoas no mundo ocidental, no Brasil, então nem se fala, não é capaz de imaginar o que é a cabeça de um homem da KGB. É uma coisa que escapa de tal modo do horizonte de visão deles, que o que quer que você diga sobre a KGB, ele parecerá o cara lenda, mentira, teorela de conspiração, história carochinha, qualquer coisa sim, porque é inimaginável para ele. Por exemplo, você vê que se você viu no ocidente, você ainda está num regime total, parcialmente capitalista, você acredita no princípio básico do capitalismo, que é o de que as pessoas agem no seu interesse próprio, racionalmente. Elas querem ganhar mais dinheiro, elas querem ter uma vida mais confortável e elas agem racionalmente em vista deste fim. E isso é um critério de verossimilhança. Quando o indivíduo começa a agir manifestamente contra o seu próprio interesse, você diz que ele está louco, que ele está bêbado, que ele encherou coca, alguma coisa sim. Ora, este critério no mundo comunista jamais vigorou, porque os indivíduos do mundo comunista não agem de acordo com os seus interesses particulares, eles agem de acordo com o plano de governo. Vocês não seguiram o plano de governo, eles são presos ou mortos. Então, isso quer dizer que por exemplo, o cidadão da Rússia, no tempo do Estáneo, do Khrushchev, ou o cidadão chinês até hoje, ele não faz esse cálculo de custo-benefício que o homem do ocidente faz, ele faz o cálculo da sobrevivência em face de uma autoridade temível. Ele não vai tirar vantagem alguma, ele nem pensa em tirar vantagem. Para ele chegar a pensar no cálculo de vantária, é porque ele esteja no círculo governante e esteja competindo com outros. Por exemplo, se ele está no topo do Comitê Central, no topo da KGB, ele começa a fazer cálculo. Como Stalin fez, tem aqui eu estou concorrendo com Trotsky, com Fulano, tenho que ver o que é mais vantajoso para mim. Mas só quem chegar lá pode fazer esse cálculo, o cidadão comum não pode fazer. Por exemplo, o cidadão soviético não decidia onde ele ia trabalhar. Não adianta, ele dizia, eu vou procurar emprego melhor. Não existe isso aí, você vai trabalhar onde o governo mandar. Então, o que adianta o cálculo de custo-benefício? Não adianta nada. Então isso quer dizer que o processo de decisório é totalmente diferente e, do mesmo modo, o processo de decisório dos governantes também será diferente no Ocidente e num país comunista. Por exemplo, no Ocidente, o Sr. Eleito presidente ou primeiro-ministro, para ele ficar ali doante um tempo e ele vai ter que agradar a população, agradar a leiturada de alguma maneira. Ele vai ter que ver a verdadeira ou falsa, mas vai ter que agradar. Ou ele vai fazer coisas boas para a população, ou ele vai mentir, mas de algum modo ele vai ter que sobreviver. E no regime comunista, adianta ele agradar a população? Nada, ele vai ter agradar seus superiores. Portanto, o cálculo aí já é completamente diferente e para o cidadão médio do Ocidente, no Brasil nem se fala, porque isso para o brasileiro é impensável, impensável. Essa diferença do cálculo de custo-benefício para o cidadão médio do Ocidente e coloio americano, coloio americano, culto, é muito difícil de fazer. Por exemplo, outro guio estava dizendo assim, li o artigo do Dugin, dizendo que os Estados Unidos são capazes de preparar uma guerra, montar uma guerra, só para impedir a ascensão do Trump e a presidência. Perfeitamente razoável isso, eles são capazes de chegar a esse ponto. Obama é capaz de fazer isso. Obama e Hillary juntos podem fazer qualquer coisa. E depois eu comento o resto disso. Essa teoria não me parece absurda de jeito nenhum. Por que não é absurda? Porque o Dugin sabe que Hillary e Obama não são políticos americanos normais. São políticos treinados pela própria KGB. Então ele sabe que eles podem chegar a essa medida extrema, como um governante soviético chegaria. Mas um governante americano normal, sei lá, o Eisenhower ou o Kennedy jamais faria uma coisa dessa, ou Reagan ou o próprio Nixon. Você vê, quando o Nixon decidiu espionar o edifício Watergate, aquilo foi uma coisa de uma ousadia extraordinária. Você perdeu o mandato por causa disso? Agora você imagina se algum governante soviético e chinês jamais se preocupou de que ia queimar sua reputação porque ele espionou fulano ou fulano. Nunca, isso para eles, eles espionam todo dia. Isso é normal, vivem disso. Então, isso quer dizer que a conduta de um governante, de um político chinês ou ruso, etc., pode ser inimaginável para algum homem do acidente. E portanto, a conduta de um político americano treinado pela KGB também pode ser inimaginável. Então, quando eu comentei esse artigo do Dugin, alguém disse, não, mas a Rússia não pode fazer uma guerra porque ela está falida. Calcule o capitalista. Desde quando estar falida, impede com uma ditadura comunista, faça uma guerra. Em 1941, quando o Hitler invadeu, o seu soviético está falida. As pessoas estavam morrendo de fome, haviam a casa de canibalismo, eles não tinham caí mortos. E justamente por isso, o governo conseguiu escravizá-los para criar uma imensa indústria abélica do dia para a noite. Você ver, quando eles montavam aquelas cozinas, aquelas barragens enormes que eles faziam na Rússia, Stalin fazia, morria 30 mil, 40 mil operários. Ninguém falava nada, ninguém reclamava. Você lembra do Brasil, o escândalo que morreu, sei lá, sem os 200 operários durante a construção da Ponte Rio, Niterói? E que ainda no tempo da ditadura os jornais armaram o escândalo contra o governo por causa disso? No mesmo instante, morria 30 mil, 40 mil, não é o seu verdade que ninguém reclama nada? Então, isso quer dizer que o critério de ver o similância que um cidadão usa para entender a política numa democracia ocidental não vale parar o Nelsoviético. E quando você começa a estudar o Nelsoviético como ela é mesmo, no começo você vai mil vezes tentar interpretá-la nos termos de uma democracia ocidental. Até que você chega, maior que diz não, não dá, as coisas que não funcionam assim. Eles têm um esquema mental totalmente diferente do nosso. Ora, você acredita que algum presidente americano ou primeiro-ministro da Inglaterra, que é eleito para ficar ali 4 anos, às vezes o primeiro-ministro 2 anos, 6 meses, vai fazer planos para 50 ou 60 anos depois? Nunca, não faz sentido isso aí, mas o Nelsoviético faz. Porque toda a estrutura do Nelsoviético é baseada na ideia de um movimento mundial para modificar o mundo no curso de muitos séculos. Karl Marx escreveu que a estatização dos meios de produção seria um processo que duraria décadas ou séculos e que deveria ser feita através do imposto de renda progressivo. Que depois é um processo que também foi adotado no ocidente por políticos inspirados por isso. Isso quer dizer que todo e qualquer político comunista está preparado para ele se encaixar dentro de uma estratégia que vai durar muitos séculos e que ele não precisa alcançar resultados imediatamente. Por exemplo, quando Lula diz, ainda não sabemos o tipo de socialismo que queremos, mas não precisamos saber porque isso vai continuar e continuar e continuar e continuar. E o objetivo pode estar muito distante. Na verdade, no meu entender, ele foi feito para não ser alcançado nunca. Ele é uma espécie de cenoura de burro. Eu já expliquei por que isso foi assim. Mas o político comunista pode até acreditar que esse objetivo é alcançável dentro de um século, dois séculos, três séculos. E tudo o que ele quer é contribuir para isso aí. Porque é a sua contribuição para esse objetivo que assegurará a sua permanência no poder, o seu sucesso político. Mas por mais malefícios que ele faça, a sua contribuição terá de ser reconhecida como é de Stalin, a reconhecida até hoje. Voltando ao artigo do Dugin, isso ilustra uma outra coisa. Desde o começo do curso de Teoria do Estado, a ciência política foi inventada no instante em que Platão e Aristóteles concebeu a diferença entre o discurso do agente e o discurso científico. Então, o discurso científico visa a descrever o que está acontecendo. O discurso do agente visa a produzir uma modificação. E eu até me lembro de ter dado o exemplo de Napoleão Bonaparte, em que, durante o circo de Manto, que era ocupada pelos Austríacos, ele começou a escrever uma série de artigos elogiando um determinado general austríaco, que era justamente o mais incompetente de todos. Porque Napoleão tremia de medo de que os Austríacos tirassem aquele cara e botassem o mais competente. Então, você lê os elogios que ele fazia, mostrando até certo temor desse general, ele escrevia isso para que isso chegasse na oireira dos Austríacos. Então, você vê como o discurso do agente pode ser o inverso da realidade. Porque ele não visa a descrever nada mais a produzir um efeito. Porém, isso é importantíssimo. Nem todo discurso do agente é um discurso de agente. Porque dentro de um partido político ou de uma organização de poder, você precisa de dois tipos de discurso. Um para provocar efeitos e outro para você se orientar a si mesmo. E este último tem que ser científico. Isso quer dizer que se você pegar, tudo que os governantes soviéticos ou chineses falaram para o público durante 50 ou 60 anos, é tudo discurso de agente. Mas se você ler os informes da KGB ou do serviço secreto chinês, são informes científicos. Inclusive, me lembro de ter recomendado anos atrás, para os estudiosos de ciências humanas, o livro do Washington Platte, a produção de informações estratégicas. Aqui você tem, tudo que você aprendeu na Faculdade de Ciências Sociais é besteira, mas aqui ele vai te ensinar como é que você estuda uma situação política, sociológica, etc. E tira conclusões razoáveis. Eu me lembro até de ter complementado os esquemas dele para o uso dos meus alunos. Eu não sei onde foi parar essa postina, mas logo eu vou colocar. Ele fazia uma série de etapas da investigação, processamento da informação, acumulação, organização e conclusões. E eu vi que faltava uma série de etapas no meio, para correção de eventuais erros do desvios e complementei, fiz um esquema muito mais complexo. Eu vou colocar isso de novo, vou achar isso aqui na minha papelada e colocar de volta. Mas de qualquer modo, eu partido da explicação do Washington Platte. Então, isso quer dizer que o material produzido por serviço secreto para consumo dos governantes, é altamente confiável. Mas os discursos ideológicos à fora é tudo para enganar a trouxa. E esses têm que ser interpretados, os discursos públicos têm que ser interpretados em função dos discursos internos. Quantas vezes eu não disse isso? Olha, esse pessoal pega, por exemplo, a propaganda do PT, os discursos que o Lula fez no seu ano-seu ano e querem diagnosicar as ações dele por aí. Eu falei, não é, não, você tem que confrontar o que ele disse, o público, o que ele está dizendo dentro das assembleias do PT e dentro das assembleias do Foro de São Paulo. E mais ainda, dentro das conversações mais restritas entre governantes no Foro de São Paulo. É uma coisa óbvia, todo mundo deveria saber isso. Tem algum cientista político brasileiro que sabe, nenhum sabe. Isso é um bando ignorante, um bando de picareta. E sobre tudo o que os caracteriza é a confiança cega no critério de verossimilhança pública e o desprezo por tudo aquilo que escapa daquela verossimilhança. É que é impressionante, quer dizer, por isso que no Brasil o país onde há ignorância é uma fonte de autoridade intelectual. A prova de que eu tenho autoridade sobre isso é que eu não sei nada a respeito. É assim mesmo, não estou caricaturando. Agora você imagina isto transposto para a esfera das medidas de governo, do processo legislativo, etc. Todas as pessoas envolvidas na administração do Brasil, no processo legislativo, no processo judicial, são todas assim, meu Deus do céu. Isso quer dizer, o Brasil foi feito para ser feito de trouxa eternamente. O Brasil não é nada, o Brasil é o rabo do cachorro. Não, ele apuga no rabo do cachorro. Tudo que se faz no Brasil vem pronto de fora. Por quê? Porque nos organismos internacionais você tem tanto, vamos dizer, os agentes políticos preparados para agir, para provocar mutações, quanto você tem os cientistas para orientá-los, orientar os círculos superiores. No Brasil você não vê nenhuma coisa nem outra, meu Deus do céu. Você tem só um bando de palpiteiro idiota. Então, quando o pessoal começou movendo o impeachment da Dima, eu falei, não, o impeachment, claro, é inteiramente justo você fazer o impeachment dessa mulher, mas mais justo você seria anular eleição. Mas mais urgente que tudo isto é você derrubar os professores das universidades, você ocupar os centros acadêmicos, você ocupar os órgãos de mídia, isto sim é impor disso, isto sim é substantivo. Porque faça você o que fizer. O sistema de formação da opinião nacional está na mão dos partidos da esquerda há mais de meio século, e eles farão o que eles bem entenderem. Por exemplo, eles suprimirão as notícias que bem interessarem. Então, por exemplo, esses massacres de policiais nos Estados Unidos, a mídia brasileira se brinou notícia, ninguém fica sabendo o que está acontecendo. O Brasil é um país onde Joso Hález é considerado intelectual, Rodrigo Constantino é considera intelectual, a Ruinal da Zeveda considera intelectual, Júlio Lemos é considera intelectual, Francisco Raza considera intelectual, meu Deus, isso é calamidade, gente. Eu não estou brincando. O único intelectual com que eu me confrontei ao longo dos tempos foi o Alexandre Dugin, que é um russo. Ele às duas coisas ao mesmo tempo, ele é um agente político e é um intelectual. Quer dizer, ele sabe o que está acontecendo e ele sabe o que ele deve dizer para provocar o que ele quer que aconteça. Então, ele joga as duas mãos. Quer dizer, com certos aspectos da obra dele são científicos e outros aspectos são coisas de agente político. E é preciso discernir bem quando ele está jogando num campo ou no outro. Mas ele tem a formação suficiente para ser um cientista político. Então, por exemplo, você vê a facilidade com que tantos cristãos no ocidente e no Brasil, não vou nem falar de Júlio Som Zero e outros, que desiludidos com o mundo ocidental começaram a apostar no Vladimir Putin como grande defensor da fé. Vocês viram a nova inslação russa? Agora, na Rússia, você não pode falar do cristianismo para outra pessoa, em público, sem autorização do governo. Quer dizer, pelo lado, tirar uma licença para você falar do cristianismo. E era claro que isso ia acontecer, era evidente. Porque você começa a perceber isso quando eu li o livro daquele tal, acho que Armando Palácio, que é um parceiro espanhol do Putin, dizendo o seguinte, a Rússia já foi consagrada pelo papo João Paulo II. O papo João Paulo II diz que não foi e o padre amorte, que foi o que organizou a cerimônia, ele diz que não foi. Então, agora a Rússia é que tem o estándar de da fé cristã no mundo. Então, é claro que era uma farsa desde o início. Outro erro tremendo do indivíduo que seguia para ver o similâncio é no momento em que ele começa a desconfiar que existe o engano geral, que ele vai chamar de matrix erroneamente, porque o filme matrix é em si mesmo, é uma falsificação. É preciso não sair da matrix. Ele começa a sair da matrix e ele começa a tentar diagnosticar intenções secretas na cabeça dos políticos e governantes. E aí vai errar sempre. Porque uma intenção secreta é secreta e você não vai saber nunca. Se você não tem os indícios suficientes, se aquilo que o projeto quer fazer, ele não declarou textualmente em algum lugar muito público, você não vai saber nunca. Eu não sou capaz de descobrir nenhuma intenção secreta do Vladimir Putin ou do Obama. Eu tenho que me basear nos documentos disponíveis. Alguns desses documentos são para o uso público e são para enganar o público, mas outros documentos são conversar sobre mais internas e mais sérias. E você confrontando uma coisa com outra e sobretudo confrontando as palavras com os atos, você entende a racionalidade do esquema, não as intenções secretas. Então, esse negócio de intenção secreta você esqueça, isso aí é a especulação, isso aí é a teoria de conspiração mesmo. Agora, para você ver o tamanho do engodo que as pessoas podem cair, veja o seguinte, desde os anos 40, ao não-soviético começou a se dedicar a estudar o uso das drogas na guerra psicológica internacional. Havia dois tipos de drogas. Primeiro, as drogas estupefacientes que são para você debilitar a população inteira, a trans<|sk|><|transcribe|> do país adversário, no bando idiota. E havia as drogas de manipulação comportamental, drogas que modificavam o comportamento, que hoje são amplamente usadas, em formacologia, antes de mandar o primeiro agente conversar com ele. Isso está em uso desde dos anos 40. Existe artigo do José de Douglas, que é o cara que febrou o Red Cocaine, o Red Cocaine é só sobre as drogas de um perfaciente, mas ele tem uma série de outros estudos, sobre esse outro tipo de droga que nunca foi reunido em livro. Aliás, surgíro, está aqui, sugestão para a vida editoral, para a vida editoral, para a vida editoral. E montaram um programa, já atrasado evidentemente, 13 anos de atraso, para também estudar o uso dessas drogas e modificação comportamental. E foi o famoso MK Ultra, MK Ultra. Muito bem. O mercado cinematográfico editoral americano foi inundado de denúncias contra o MK Ultra. Vocês já tiram o filme do Mel Gibson, Teoria de Conspiração. Ele era um dos caras que teriam sido usados como Kobayan, o MK Ultra, que foi totalmente paranoico. Então, o MK Ultra durou muito pouco tempo, foi suspenso pelo Congresso. Mas até hoje, a indústria denuncia contra o MK Ultra uma grandeza. E não se fala nada do seu antecessor soviético, nada, nem uma palavra. E quem escreveu uma palavra-respeito é chamado de Teórico da Conspiração. Então, para esse vir, a dimensão do engodo mundial. Ora, que a população se deixa enganar por isso, eles falam, é absolutamente inevitável. Nós não somos governantes do mundo, nós não vamos modificar isso porém, nós somos estudiosos, nós somos de electóries, e nós não podemos não deixar enganar por isso. Ainda que você não consiga avisar ninguém. Você tem que fazer o voto seguinte, eu quero saber o que está acontecendo, mesmo que eu não consiga contar para ninguém. No fim, se você sempre consegue contar para alguém, fumo eu estou contando para vocês. Mas nunca vai ser um negócio espetáculooso. Você nunca vai ver isso aqui no Fantástico, no Jornal Nacional. E nem interessa que seja. Agora, interessa que haja um certo número de intelectuais preparado para estudar essas coisas e diagnosticar e descrever exatamente o que está acontecendo. Em termos científicos e objetivos. Claro que as pessoas e grupos, cursos e interesses forem machucados por esta sua investigação, vão dizer simplesmente que você está no grupo oposto e vão interpretar tudo como se fosse luta ideológica. É isso que eles têm que fazer porque eles vivem disso. E sobretudo esta sua autodefesa psicológica. Muitos apelam essa coisa. Por simples medo, terror pânico, descobrir que eles estão se enganando assim mesmo na vida inteira. Não há nada, vamos dizer, que um estérico tem a mais do que ser desmascarado antes de seus próprios olhos. O estérico, eu só penso que o esteria é da gritinha, o teixe líquido. Eu falo, não, o esteria é simplesmente o fingimento para si mesmo. E um fingimento que tem que ser verossímil. Quer dizer, o nego na hora ele tem que acreditar naquilo. Ele não está mentindo deliberadamente. Tem menos deliberadamente é o psicopato. Tem controle intelectual completo do que ele está fazendo. O estérico não tem. Em si, no Dr. Lovachevsky, no livro Poneurogy, que um número relativamente pequeno de psicopatas no poder basta para espalhar uma sintomatologia estérica por milhões dos seus colaboradores. Então, nós podemos dizer, mas a população universitária hoje é composta maciçamente de estéricos, de pessoas que estão vivendo de um fingimento. E que, portanto, vão se defender, da revelação da sua verdade por todos os meios possíveis e imagináveis. E é só você ouvir essas pessoas falando, você vai ver a quantidade de poses, de gestos teatrais, de impostação de voz, tudo isso revela o quê? Uma insegurança profunda. Um rato de esgotos tentando fingir que é um leão. Eu acho que dos opinadores públicos hoje, tanto na esquerda, quanto na direita, praticamente não sobra um. Os caras que estão fazendo algum esforço objetivo são poucos e são pessoas modestas. E a afetação de conhecimento pode chegar a um nível... A loucura total. Vocês viram isso porque o que é o que é o que faz? Vocês viram isso que o Juro Não Lemos escreveu sobre o Rafael de Paulo? O Juro Não Lemos não sabe nada, ele inventou tudo, tudo, tudo, tudo, tudo! Não é isso? Você não viu a ruim-nal das evidências inventando as minhas ideias? Dizendo que eu falei mal do Sérgio Moro? Dizendo que eu fui contra o combateio impeachment? Que eu quero a volta da Dilma ao poder? Ele está inventando tudo! Então, ele é um imenteroso psicopata? Não, ele é um estérico! Ele está apavorado, é um rato no fundo de goto! E o número dessas pessoas que estão na mídia, na universidade, é uma grandeza! Então, é o que eu digo, nós estamos cerca de louco! E o papel, vamos dizer, de manter um pouco de sanidade no meio de......cabeu a vocês e mais ninguém, porque ninguém mais no Brasil está sendo preparado para isto! Só vocês! Se vocês pensarem assim, nós temos que criar um movimento conservador, eu fico, o movimento conservador não está cheio de estérico também! Não tem que fazer nem conservador, nem liberal, nem esquerdo, nem coisa, não, mas tem que fazer um negócio que é a realidade! A realidade, certos momentos, favorecerá uma corrente, em outros momentos, favorecerá outras, tem que a gente não pode fazer nada contra isso! Mas a nossa atividade fundamental não é na esfera da militância política, de jeito nenhum! O que houve de formação de movimentos no Brasil foi a jaculação precoce, vocês sabem perfeitamente disso! Quer dizer, o povo desesperado saiu às ruas protestando e ele não tinha líderes para dirigi-lo! Porque os líderes não tinham formação! Os líderes, Kim Katacocinho e Fernando Olheudei, falaram, mas que coisa incrível! Homens adultos sendo dirigidos por moleque em Dousa Fralda! Então, é claro que foi a jaculação precoce e é claro que as vitórias obtidas são vitórias puramente simbólicas! Por exemplo, o que é que a gente tem de tirar a Dilma se você tem um STF inteiro? Agora, quebrar um STF e quebrar as instituições! Mas o pessoal não estava querendo usar as instituições para retirar o PT? Eu disse, mas o problema não é o PT, o problema é as instituições, meu Deus do céu! Essas instituições foram criadas para manter a Sargento no poder indefinidamente! Atualmente o que nós vemos é uma vasta operação de limpar a imagem da esquerda, retirar a sujeira dos mensaleiros, petroleiros, bolivarianos etc. E continuar fazendo a mesma coisa com o outro nome! E é realmente o que estão fazendo! E vão continuar fazendo, porque esta é a tendência geral da mídia e da universidade, ou seja, da intelectualidade no sentido grampiano do termo! E é aí que tem que começar o saneamento básico, é na esfera intelectual! E como é que se faz saneamento básico na esfera intelectual? Desmascarando um por um! Mas o nosso pessoal ainda não aprendeu isso aí! Por exemplo, eu vi o debate do Marco Feliciano com aquele pessoal do Pânico, e vi o debate do Marcel van Hatsen, o Leandro, que eu chamo Leandro espiritóico, ele chama carnal, mas tudo que ele diz é tão imaterial, tão insubstantivo, tão evanescente, que eu disse, não, é Leandro espiritóico! E os dois chegam lá e disseram que eu respeito muito o Senhor, se eu sou uma pessoa muito inteligente, se eu sou uma pessoa muito oculta, eu disse, mas o que é isso? Quer dizer, você vai vencer um argumento do cara, reforçando a posição dele, isso é o contrário que tem que fazer, você tem que fazer de tal modo, que os gente fica com tanta vergonha que ele nunca mais aparece em público, você tem que remover o cara da vida pública, eu fiz isso com muita gente, vocês leu lá os personagens do imbecil coletivo, todos eles desapareceram, porque eles eram quietinhos por muitos anos, o cara que era presidente da SBPC largou a carreira científica para plantar o Fácil no Rio Grande do Sul, uma profissão honesta, faze a Arumão um trabalho decente, Leandro Conda ficou quieto durante 20 anos, a própria Marilena Chauy ficou quietinha durante anos, voltou agora depois de velha, é isso que eu quero fazer, sanear isso aí não é vencer argumentos, gente, vencer argumentos é como você matar a barata, jogando uma naphtalina na cabeça de cada uma, você tem que passar um spray de maré que todo mundo dá embora, e não volte, vai para casa e não volta mais, é assim que se faz, e sinei como faz no imbecil coletivo, é assim que se faz, não adianta ser vencer o argumento do cara, você tem que vencer a pessoa, porque o poder não é ocupado por argumentos, mas por pessoas, então você tem que tirar as pessoas, eu disse isso para o pessoal na colômbia, estudantes na colômbia, eles entenderam na mesma hora, falei lá no partido conservador, falou, não adianta ser vencer a discussão, você tem que vencer a pessoa, porque se você vencer uma discussão hoje, amanhã ele inventa outro e outro e outro e outro e continua, e ainda sai reforçado porque você o respeitou, quer dizer você o legitimou como intelectual, o legitimou como intelectual, o legitimou como vingarista, então você está contribuindo para a causa adversária, é como se você só perdia uma discussão com ele, mas ele me respeita muito, etc, etc, não foi o que o Duguin falou, Duguin perdeu a discussão comigo, mas ele não saiu desmoralizado, porque eu também não o desmoralizei, mas ali eu sei que é um estudioso sério, eu sei que é um homem de uma cultura imensa séria, para valer, embora ele tenha o lado, no manipulador político também, ele disse ativa a discussão duríssima, com o filósofo brasileiro, etc, essa discussão honrou na verdade, e eu não tenho importância, porque eu não tenho a mínima intenção de interferir na política russa, eu fiz aquela discussão para orientar porta-bela ao público brasileiro, não ao ruso, então, na Rússia, é claro que eles não publicaram esse debate, ninguém lá está sabendo do que aconteceu, então, mas se é para discutir com a Ruinal da Zevedo, com o Rodrigo Cocô, com o Leandro Espiritó, ou com aquele espersonal do IBC, o coletivo, é para removê-los da cena pública, para devolvê-los à esfera privada, não é para tirar o emprego deles, não é para bater neles, não, é para simplesmente tirá-los da vida pública, e fazer o que arrua o emprego de essência da esfera privada, porque eles não têm o direito de influenciar a população, eles não têm estofo para isso, eles estão simplesmente enganando, então, também, você não tem que agredir os caras, até outro dia eu escrevi, não xinga com agressividade, xinga com satisfação, não entre com raiva, meu Deus do céu, um guerreiro não tem raiva do seu adversário, ele quer simplesmente eliminá-lo, é uma questão, quer dizer, não seja polido e nem impolido seja profissional, em cara as coisas com seriedade, eu tenho aqui uma missão, é tirar esse cara da vida pública, então, vocês estão se preparando para isso, claro, você deverá cumprir, alguns já começaram a cumprir, tem muita gente opinando por aí, agora eu sugiro o seguinte, o que vocês publicam em blogs, no Facebook, etc., de tempo em tempo vocês têm que reunir numa antologia e publicar como livro, livro tem uma autoridade e um poder que vocês não imaginam, o pessoal pensa, ah, mas no Facebook eu alcanço muito mais gente, eu alcanço 200 mil pessoas, o livro vem apenas 2 mil, as empresas, o livro fica, o Facebook e o blog vão embora, nós temos que fazer uma barreira de livros, então, vocês fazem antologias, pega tudo que vocês, o pessoal está publicando, sobre o fulano, sobre o fulano, reúne, então, bom, eu acho que é isso, hoje a aula foi mais cumprida, não foi? então eu não vou fazer a segunda parte hoje, fica tudo para semana que vem, está certo? tem algum aviso? não, não deixem de ler o artigo do Rafael de Paula sobre o Juro Não Lemos, está num vídeo assim, mas quero dar uma maravilha, que é uma maravilha, é assim que se faz, aquilo lá, o Juro Não Lemos nunca mais levantar a cabeça, é para a entrada da privada puxar descarga e ficar quietinho, então, tem assim que fazer, tem um aviso, o Felipe Lessard, quer dizer, o encontro europeu, não sei, pede para ele colocar no chat, o Felipe Lessard deve estar nos ouvindo, por favor, coloque no chat o aviso do encontro dos alunos do COF, na Europa, tem alunos na França, na Alemanha, eles vão ter o encontro, 5 a 7 de agosto, em Paris, né? Leon França, por favor, coloque esse aviso lá, coloque também na minha página, e vamos ver quem puder, acho que o pessoal vai poder acompanhar por internet, porque estiver no Brasil para acompanhar, tá? eu também vou estar online, vai ter um hangout lá, então é isso aí, até a semana que vem, muito obrigado.