Bom noite a todos, seram bem-vindos. Antes de tudo, eu queria agradecer este mar de mensagens de aniversário que me enviaram. Evidentemente, eu não mereço tanto, mas, dados as circunstâncias, e o serviço que eu estou fazendo no Brasil, que eu estou fazendo sozinho, tem mais ninguém tentando educar o Brasil, então isso adquire, evidentemente, uma certa importância. Agradeço do Fundo do Coração, prometo continuar fazendo o melhor que possa, desde que as pessoas não queiram que eu virem ministro de educação ou presidente da república, porque realmente eu não tenho competência para nada disso, eu tenho competência exatamente para fazer o que eu estou fazendo, então continuarei fazendo o melhor que eu possa. Bom, vamos lá, umas aulas atrás, eu queria também lembrar uma coisa, eu coloquei, me enviaram um aviso dessa manifestação, com a IT no primeiro de maio, do Largo da Batata, em São Paulo, em apoio do deputado Jair Bolsonaro. Eu acho muito importante comparecer pelas seguintes razões, não é questão de ser adepto do Bolsonaro, nem de ser eleitor do Bolsonaro, a questão é o seguinte, o Coronel Ustra foi condenado na justiça civil por omissão diante de causa de tortura que teria ocorrido na delegacia sobre o seu comando, ele nunca foi condenado como torturador, não foi sequer acusado pela justiça de torturar ou mandar torturar alguém, o que o Rio diz é o seguinte, se houve esses casos de tortura e as pessoas estavam lá gritando, é impossível que o senhor não ouvisse, então o senhor tem a responsabilidade civil e vai pagar a indemnização, isso foi o máximo que aconteceu, só que essa sentença ainda está em apelação, de maneira que não é uma sentença final, transitar em jogado. Então se um sujeito que não foi condenado como torturador, pode ser publicamente acusado de torturador até por juristas como Miguel Reial e Júnior, e se um segundo sujeito que simplesmente diz umas palavrinhas em favor de ele vira também torturador, daí eu penso se é assim por, em culpação por associação, então eu que estou defendendo o Bolsonaro também sou um torturador, e quem me defenda por isso também será um torturador, e quem defenda esse que me defender também será um torturador, não fui das contas que somos todos torturadores, então isso já virou uma palhaçada, eu não sei se o do Tom e o Reial e Júnior na alfabeto desonesto, eu prefiro apostar nessa segunda alternativa, ele está fingindo que o homem foi condenado como torturador e portanto quem fala em favor dele vira torturador também, isso é uma coisa totalmente absurda, é uma medida, é um tipo raciocínio totalitário, inaceitável e por isso mesmo acho importante defender o Bolsonaro neste episódio, muito bem, vamos aqui ao assunto, no assunto de hoje tem algo, o assunto de hoje é extraído de dois livros do Filósofo, Polonês Ledjek Kolakovski, eu tomei conhecimento do Kolakovski nos anos 60, havia uma revista oficial do governo da Polônia chamada Polônia do meu, revista elegantíssima e eu creio que por 66, 67, 68 eu não lembro exatamente do ano, eu li uma reportagem lá sobre o Filósofo Kolakovski que era apresentado, se era apredivado como espécie de poster boy do comunismo polonês, olha aqui nós também temos grandes filósofos, aqui um etc etc, muitos anos mais tarde eu descobri que a altura do Kolakovski já tinha sido expulso do Partido Comunista, já tinha sido condenado, os seus livros eram proibidos, era proibido citá-lo na universidade, quer dizer sempre aquele circo, aquele curtião silêncio que é tão característica dos comunistas, eu mesmo já sofri isso aí, como dizia o Milton Temer, não o Michel Temer, do Olavo Carvalho não se fala e na Polônia do Kolakovski que não se falava, mas ao mesmo tempo que calava a boca dele e o colocava no ostracismo dentro do país, continuava a usá-lo no exterior como poster boy, isso é característico de regimes comunistas, eles sempre fizeram isso, né? Então, esse é o recorde do Kolakovski que me chamou a atenção em primeiro lugar porque ele escreveu um livro sobre o Espírito Revolucionário e evidentemente como esse assunto me interessa barbaramente, eu marco e presta, então logo sobre que existia esse livro eu fui lê-lo e descobri que o Kolakovski tentava, ele usa inclusive a expressão mentalidade revolucionária, ele tentava traçar a mentalidade revolucionária a partir da ideia da utopia, o que não me parece a estratégia mais certa porque em alguns casos de movimento revolucionário como o fascismo nazismo, não se fala de nenhuma utopia a longo prazo, né? Isso, o fascismo pelo menos não prometeu fazer nada desde 500 anos ou mil anos, tá certo? E se apresentavam mais como uma solução relativamente improvisada para uma situação de emergência, na realidade, segundo o James Gregor que é o grande estudioso do fascismo aqui nos Estados Unidos, o fascismo aparece como uma espécie de solução de emergência para restaurar rapidamente a economia de países falidos, quer dizer, uma espécie de desenvolvimento forçado, justamente por ser desenvolvimento forçado, então é claro que é uma iniciativa estatal, o fascismo não controla diretamente toda a economia mas a transformia escrava do Estado, quer dizer, você continua sendo proprietário da sua empresa mas você tem que produzir o que o governo mandou, vender pelo preço que o governo mandou, a quem o governo mandou é assim por dentro, então é um controle estatal indireto da economia e ao mesmo tempo existe onde a mobilização das massas, as massas são arregimentadas em grandes partidos de massa, assim para dar sustentação permanente ao governo e a terrorizar todo mundo que esteja contra o governo. Econômicamente seria uma mentira dizer que isso não funciona, sempre funcionou, um pouco de regime fascista foi adotado no Brasil pelos militares, eles omitiram o partido de massa, eles não tinham partido de massa, mas o mesmo sistema, vamos dizer, de uma aliança entre o governo e grandes grupos econômicos escravizados à política do governo foi adotado e funcionou, hoje o pessoal se gaba de que o FOMI0 tirou 30 milhões de brasileiros, o governo militares tirou mais gente naquele tempo, eu estava lá assistindo, eu trabalhava na seção de economia do jornal da tarde, nessa época, embora não entendesse, é um dos grandes escândalos do jornal de brasileiro, foi ter me botado para escrever sobre a economia, é alguma coisa que eu tive que aprender às pressas e eu acompanhei tudo isso e eu vi na época do chamado milagre brasileiro, de fato 30 milhões ou mais de brasileiros que estavam fora do processo econômico foram integrados a armar o emprego e começaram a dizer não foi com esmola do governo, foi com emprego mesmo, então a coisa obviamente funcionou, na Itália funcionou, na Alemanha funcionou, na China funciona hoje e na própria União Soviética o regime econômico era mais fascista do que comunista, porque você tinha ali 50% de economia privada clandestina, mas o governo tolerava, porque precisava, mantendo evidentemente os empresários sob um regime de terror, tá certo? Então tudo isso aí é economia fascista, o problema não é que ela não funciona, ela funciona mas ela evidentemente leva ao totalitarismo e você não sabe mais como desmontar a pocaria do regime, o Hayek no livro caminho da servidão, ele explicou, falou olha se você começa com essa interferência da tua economia você vai terminar os totalitarismos querido ou não, mais cedo ou mais tarde, mesmo que essa não seja a sua intenção, a própria mecânica da coisa vai te levar a isso, então todo esse movimento fascista e nazista estava excluído da perspectiva do Kulakovsky porque ele via como protótipo do movimento revolucionário um artista, plebão mas existem muitos modelos de revolução desde o século 16, tá certo? E no século 20 se ninguém pode negar que o fascismo do nazismo for um movimento revolucionário é de enorme alcance, tá certo? Então bom então para chegar a uma delimitação da mentalidade revolucionária eu tenho que atender a regra Aristotélica das definições, ela tem que abrange todos os casos possíveis e nada fora deles, então você tem que achar o elemento diferencial do movimento revolucionário. Então como o Kulakovsky parte do conceito geral de utopia, na verdade você pode conceber uma utopia sem movimento revolucionário algum, né? Por exemplo no Brasil existem nos meios esotéricos brasileiros sempre houve uma mitologia milenarista do Brasil, a receita do Brasil, não no século 21 o Brasil vai trazer a grande mensagem de paz ao mundo etc, eles só diziam tudo isso, é uma utopia mas não é um movimento revolucionário. Então entre a utopia o movimento revolucionário existe uma espécie de interseção de conjuntos mas não uma identidade, né? Partindo dessa ideia da utopia, quer dizer essa foi a ideia que o Guiona, o desenho que ele faz da mentalidade revolucionária, ele vai chegar a conclusão em última análise que o movimento revolucionário se orizina no cristianismo, também é uma figura de linguagem que ocorreu muitas vezes a muitos autores do marxismo como espécie de paródia satânica do cristianismo ou até como um desenvolvimento natural do cristianismo, né? Mas isso também me parece estar mais no setor das curiosas coincidências do que no setor das conexões causais efetivas. Eu vou ter que ler um pedaço aqui do Cola Cogos que para mostrar para vocês onde ele quer chegar e onde ele deveria ter chegado. Listo do Amor e a Geral, a mentalidade revolucionária é a atitude espiritual que se caracteriza pela crença particularmente intensa na possibilidade de uma salvação total do homem em oposição absoluta com a situação atual de escravidão, de modo que entre os dois estados não haveria nem continuidade nem mediação, ou seja, atualmente nós estamos numa situação degradada, pecaminoza, então tem que haver uma salvação total, não há um estado intermediário e não se aceita então nenhuma negociação, não há acordo com o mundo do pecado. A ideia de uma salvação total que enquanto tal, nulifica todos os valores da vida presente, está certamente no coração mesmo do cristianismo ou mais exatamente da doutrina do Cristo. Esta inteiramente organizada em torno do apocalipse que vai vir, em razão da iminência do fim do mundo, todas as vias intermediárias estão fechadas, não se pode se não escolher entre o reino do céu e o reino do mal, entre o mundo dos filhos de Deus e o mundo dos condenados. Essa doutrina que a igreja reconhecia verbalmente, a teria colocado fora da condição de organizar de fato um trabalho de educação verdadeiro em uma época qualquer, se deixassem de lado o primeiro período revolucionário do cristianismo. Bom, é claro que se não existe acordo com o mundo presente, você não pode atuar nele, está certo? Então a igreja não poderia assumir as tarefas de organização quase estatal que ela veio assumir após o fim do imperromano. Se não se lembra, os senadores se retiram cada um para sua fazenda, criam um exército particular e administram aquele pedaço como se fossem dependendo do resto. Está certo? Não existe, mas está, nos governos, os burocracias, as administrações, as coisas, nenhuma e a igreja vai assumindo essas tarefas, está certo? Não, porque queria, mas porque foi a situação imposta. Então já que a igreja tem funções administrativas neste mundo, então ela não pode romper totalmente com este mundo e virar-lhe as costas. Então ele dirá que mais tarde Lutero prega o retorno a aquele radicalismo inicial, mas também o Lutero ainda não tem o mesmo problema, ele também vai ter que administrar alguma, a região sob o seu comando, então não tem que acabar entre nenhum acordo. Então a rejeição desse acordo, está certo, entre o mundo futuro da justiça e o mundo atual da perdição, é que caracteriza segundo ele o movimento revolucionário. Bom, acontece que está errado, realmente não é assim, porque você vai ver que nada no evangelho fará na salvação do mundo ou da humanidade, mas uma só palavra sobre isso, tudo ali se indire a salvação das almas individuais. E ao mesmo tempo, vamos dizer, a concessão do cristão a uma ordem presente do mundo degradado, não é uma coisa que apareceu tardiamente diante de dificuldades práticas, é uma coisa que já está no próprio evangelho quando Cristo diz da eacésia, o que é de césar. Na hora que veio o cobrador de imposto, o que ele faz? Ele produz uma moeda, que ele tira a moeda na boca de um peixe, produz uma moeda miraculosa e paga o imposto e está acabado. Quer dizer, ele nada disse contra a ordem estabelecida. Então, isso significa que já no cristianismo dito primitivo existe, vamos dizer, uma distinção entre, vamos dizer, o radicalismo da atitude moral do cristão individual que não deve fazer acordo com o pecado, quer dizer, ele não tem. Você vê que no batismo, no rito do batismo, perguntam ao batizando ou ao seu padrinho, renuncia as obras satanais e a todas suas pompas e glórias, etc., e você renuncia. Quer dizer, não quero acordo com isso. Então, essa atitude do indivíduo, porém, a atitude da igreja e da corporação dos fiéis como um conjunto perante o Estado, é uma atitude de acordo, e de harmonia. Não estamos aqui para brigar com o Estado, se o Estado quer que ele pague o imposto, ele pague. Então, isso já existia desde o começo. Isso não foi uma adaptação tardia feita pela igreja. Quer dizer, a igreja renuncia ao seu radicalismo em vista das necessidades, das condições reais deste mundo. Não foi isso que aconteceu com a igreja, mas com essa acorde de razia desde o início. E, do mesmo modo, quando luter o... Tem pessoas reclamando que estão sem áudio? Não, tem gente reclamando que está sem áudio, mas por aqui está tudo normal, deve ser uma dificuldade da sua conexão aí. E certamente não são muitas pessoas. A maioria diz que o áudio está ok, portanto, as poucas pessoas que estão com dificuldade é um problema da sua conexão, não da nossa. Então, não há o que nós possamos fazer. Se você não conseguir pegar, depois houve a gravação para fazer o que? Todo mundo dizendo que está normal. Então, vamos continuar. Então, é o arsinde, porque a aula começou, menos que ninguém esteja ouvindo, ela não deve ser interrompida. Então, de qualquer modo, fica a gravação e, quanto menos interrupção, ela estiver melhor. Uma outra coisa que me chamou a atenção no Kola Kovisky, é... Foi que, em função desse erro de interpretação, com relação ao cristianismo, ele comete um segundo erro, que está no livro, esse aqui é o livro Espírito Revolucionário. Ele comete um segundo erro no livro aqui, Os Dois Olhos de Espinosas. São ensaios absolutamente brilhantes. E o curioso é que o Kola Kovisky é um argumentador muito eficiente quando ele combate o anticristianismo. Ele destrói todas as objeções ao cristianismo, porém, dá impressão, vamos dizer que o núcleo mesmo do cristianismo ele não aprendeu. Por que? Porque a abordagem dele é iminentemente filosófica. E, por exemplo, ele diz aqui, podemos apreciar as dificuldades com que os escolásicos tiveram que lidar em sua busca de uma forma não contraditória que reconciliasse a definição de Deus como absoluto, como o começo, como o único e absoluto com o começo, com a liberdade de escolha dos seres humanos. Ver, se existe a liberdade de escolha, então significa o seguinte, que alguns ou todos os atos humanos não são causados por nada. Não há uma causa por trás de você. Quer dizer, você mesmo, o indivíduo humano, ele é um agente causal. Ele é um criador de processos causais. E, evidentemente, se não fosse assim, então todos os atos humanos deveriam poder ser explicados por causas anteriores. Cada indivíduo seria apenas um elo numa cadeia causal que remonta até o próprio Deus. Isso seria, evidentemente, o determinante total e a negação da liberdade humana. Mas, por outro lado, se Deus é o começo absoluto, tá certo? É o começo absoluto de todas as coisas e de todos os processos, então, como conciliar isso aí com a liberdade humana? E ele diz que os escolásicos tiveram que fazer uma força muito grande e não conseguiram. Em seguida, ele vai dizer que depois dos escolásicos, esse problema se agravou. Se agravou muito porque existe uma famosa divisão logo no início da filosofia moderna, alguma delas nós já abordamos aqui, que é, vamos dizer, a solução cartesiana para esse problema. O que que Descartes faz? Ele coloca o eu consciente de um humano como princípio absoluto, pelo menos no sentido epistemológico. Quer dizer, essa prioridade epistemológica de que ele é a primeira coisa conhecida com evidência, com a primeira coisa inegável. Não é realidade do mundo, não é realidade de Deus, mas é realidade do eu, tá certo? Que toma consciência de si mesmo. Quer dizer, se eu penso, eu existo. Então, eu conhecer a minha própria existência enquanto ser pensante, essa é um conhecimento imediato, tá certo? Imediato, quer dizer, sem imediações, não é através de outra coisa que eu conheço isso, mas é diretamente. Que todo o restante do mundo conhecimento terá que ser deduzido a partir daí. Mas acontece que Espirosa não consegue, eu, Espirosa, não consegue fazer isso, já expliquei isso nas aulas sobre Descartes, quer dizer, se o eu sozinho, isolado, ele tem na consciência de si mesmo o fundamento absoluto do conhecimento, como que ele vai saltar daí para o mundo exterior? Não há contato com o mundo exterior, o eu é totalmente isolado e independente do mundo exterior. Então, como é que você vai fundamentar, por exemplo, as ciências físicas? Como é que você pode extrair as ciências físicas de dentro do conceito que o eu tem de si mesmo? Como é possível, as ciências físicas são possíveis por observação do mundo real, mas essa observação se torna, então, uma coisa inconclusiva e duvidosa, já que a única coisa certa é o eu, o que quer que eu diga sobre o mundo exterior é duvidoso. E Descartes não consegue resolver esse problema, o que ele faz? Ele apela a Deus, dizendo que Deus não seria mal ao ponto de enganá-lo criando um mundo exterior só para que nós acreditássemos numa mentira. Então, como Deus é bom, ele é a garantia dos nossos conhecimentos. Então, o conhecimento passa a ter aí duas fontes, uma que é imediata, que é o eu e a segunda que é Deus, mas é um Deus que está fora só garantindo a conexão do eu com o mundo exterior. E, por outro lado, um aparente discípulo de Descartes foi espinosas, ele coloca como princípio da sua filosofia Deus ou o absoluto. E vai dizer que todas as demais coisas e substâncias não são senão atributos de Deus, quer dizer, elas são adjetivas, né? Só existe um substantivo que é Deus, o resto é tudo adjetivo, é isso a qualidade de Deus, inclusive nós mesmos. Então, um desaparece como um do exterior e o outro desaparece com a subjetividade. E daí surgendou esses tipos de filosofia, a precessatura é toda a tradição idealista, que privilegiou eu, para chegar a ponto do Fista, dizer que o eu é tudo, é certo? Só existe o eu. Então, ele, de certo modo, tira uma conclusão de Descartes, né? Ele radicaliza a conclusão de Descartes. E, por outro lado, as filosofias vão dizer da matéria, da natureza, como o materialismo, o positivismo, etc., etc., que acaba reduzindo a subjetividade humana, quer dizer, é um efeito, um epifenômio, para eu dizer, de algum processo material externo. E isso, na verdade, até hoje, não teve solução, né? Só que o colacol, isso vai dizer que esse problema surge na escolástica e ele se agrava no mundo moderno, tá certo? Que bom, que esse problema existe, nós já vimos nas aulas anteriores, ele existe, de fato. Mas, aí a pergunta é, será que o Kolakovsky interpretou direito os textos dos escolasios? Se você parte de um conceito de Deus como o começo, o princípio absoluto, de fato fica difícil você justificar a existência da liberdade individual, mas acontece que esse Deus como o começo absoluto não é o Deus efetivo do cristianismo, apenas um conceito de Deus, é um Deus abstrato, né? E nós não podemos esquecer que para os filósofos e colásticos, Deus não era só uma tera de especulação filosófica, eles viviam a vida cristã, então se relacionavam com Deus como uma pessoa, tá certo? E tudo o que eles escrevam, cada palavra que eles escrevam, tem que ser interpretada diante disso, dentro disso, se não surge, vamos dizer que eles problemam, como no caso da prova, a famosa prova de Santanselmo, o pessoal fica discutindo se a prova vale ou não vale, e o pessoal esquece, se a gente, sabe, Santanselmo não está tentando provar a existência de Deus, porque o escrito no qual ele faz isso é dirigido ao próprio Deus, quer dizer, como é que ele vai se dirigir a uma pessoa e escrever algo para provar que essa pessoa existe, né? Então isso quer dizer que o escrito Santanselmo, no qual o pessoal viu uma tentativa de prova, não é de maneira alguma, uma tentativa de prova, ele está tentando esclarecer algo, vamos dizer, da sua vivência religiosa, tá certo? Se você retira a experiência religiosa, do contexto, sobra apenas o quê? A esquemática lógica, isso é a prova, e daí você vai discutir se a prova vale ou não vale, quando na verdade nunca se tratou disso, né? Então, você vê que nas faculdades de filosofia, você pode até estudar os filósofos e cológicas, mas você vai estudá-los apenas enquanto filósofos, tá certo? Ou seja, você vai lidar com as doutrinas deles, com as doutrinas e as obras, fazer a do abstração, vamos dizer, de todo o campo da experiência real, você é infringido a regra número um do método do Paul Friedlander, que é você buscar por trás das doutrinas a experiência real que está ali subentendida e que é inspirou de algum modo. Ora, acontece que você retornar da doutrina à experiência real é uma coisa que está totalmente fora da perspectiva da maior parte das faculdades de filosofia, né? Seria mais lógico que esperar isso numa faculdade de história, por exemplo. Acontece que o cristianismo aí se torna apenas, vamos dizer, um conjunto de princípios que fundamentam uma filosofia. Ora, quando os escolas que os dizem que a filosofia é uma serva da teologia, o que eles querem dizer? Aqui existem as conclusões teológicas e a filosofia tem que raciocinar a partir delas. Não, eles nunca fizeram isso, eles nunca raciocinaram a partir disso, mas eles querem dizer uma coisa mais grave ainda. É o seguinte, todo o esforço filosófico é obra humana. É uma coisa que nós criamos, pensamentos que nós criamos. E a teologia não está lidando com isso, a teologia está lidando com uma realidade. Quer dizer o que que é o cristianismo? É uma sucessão de fatos que aconteceram. Essa sucessão de fatos chega até nós sobre o fome do que é uma doutrina? Não, chega a forma de uma narrativa. É só você ler o evangelho que o evangelho está fazendo. Está ensinando doutrina? Não, a gente está contando. O que aconteceu isso depois aquilo, depois aquilo, depois aquilo. Então, ou seja, entre o domínio dos fatos reais e o domínio da doutrina, existe quase que um abismo. Porque a doutrina sendo criação humana, tudo que ela pode fazer sem cadê a pensamento agora, nós podermos fazer as coisas acontecerem na realidade? Não, nós não temos esse poder. Então, uma imensa sucessão de fatos que abrange toda a vida do nosso Senhor Jesus Cristo e de todos os seus seguidores e que provoca o nascimento da igreja, que se prolonga até hoje. Não, não podemos fazer isso, não temos essa capacidade. Então, existe uma espécie de, não só de fernas de plano, mas de fernas de escala. E todos os filósofos e colásticos eram todos religiosos, todos eram católicos, crentes. E tinham a viver essa religiosa muito antes de se afirmarem como filósofos, já tinham desde criança. Então, eles estavam lidando com este material. É evidente que aquilo que eles escrevem sobre Deus, né? Tem em linguagem filosófica, evidentemente. E a linguagem filosófica não tem por si a capacidade, tá certo, de presentificar um Deus pra você. Essa presentificação só aparece na própria experiência religiosa, na missa, na confissão, na comunhão, etc., etc., etc. No esforço acético de melhoramento do ser humano, etc., etc., melhoramento de cada um. Então, existe todo o universo de experiência que se trava entre o fiel e o seu Deus. E isso está subentendido na filosofia esforçada, está subentendido, mas não está explicado, porque não há filosofia que possa transpor essa experiência diretamente, ela, claro, pode levar em conta a experiência, como por exemplo, Pascal, leva em conta. Em s. Augustinho, na confissão, você vê muitos elementos de experiência real que são ali narrados e colocados como matéria-prima da especulação filosófica. Mas essa matéria-prima permanecerá sempre imensamente fora do alcance filosófico, porque ali se trata de realidade, não de doutrinho. Tá certo? A filosofia não pode produzir realidade, nem mesmo através da trucagem marxista do transformar o mundo, você pode tentar transformar o mundo, você pode mexer nele, mas você não pode produzir a existência de uma experiência real, precede a filosofia, e a filosofia não tem como abarcar ela totalmente. Então, tanto que justamente por essa dificuldade, é que surge este dualismo apontado pelo Kola Kovsky das filosofias que vão negar o subjetivo e das que vão negar o objetivo, que vão negar o eu e as que vão negar a matéria, vão tentar reduzir a consciência a um epicheno número da matéria, ou torna a matéria uma coisa duvidosa e evanescente, tá certo? Em face de um eu que é presente e imediato e, por assim dizer, o fundamento de todo o conhecimento. Então, o fato é que, levando em conta a experiência religiosa, todos estes filósofes Kola Kovsky têm experiência que eu também tenho, que é a experiência da confissão, e na confissão, essa é a coisa fundamental, você está se confessando para alguém que já sabe tudo isto, você está se confessando para o observador oniciente, vamos fazer a abstração do problema da existência, entre aspas, desse observador ou não, na hora que você está confessando você sabe que ele está falando com um observador oniciente. Então, contá-lo seus pecados para uma pessoa humana é uma coisa, você contá-lo para um observador oniciente, é outra. Na confissão você está fazendo as duas coisas ao mesmo tempo, porque você tem um padre na sua frente que não sabe nada da sua história, ou você sabe, mesmo que ele te conheça, ele só sabe um pedacinho, tá certo? Então você está falando para esta pessoa que tem uma visão limitada de você e através dela você está falando para o observador oniciente que sabe muito mais do que você e ele juntos. Esta experiência repetida, e é importante, isso é repetida, é importante você confessar uma vez e isso vai funcionar, não, não, não. Se você pratica isso ao longo dos anos, você vai ver que não é você que está contando a história, é Deus que está mostrando para você os seus pecados, ele é, se está na Bíblia, é o Espírito Santo quem revela para você os seus pecados, não é você que sabe, na verdade quando você, eu já tive a ocasião de fazer uma confissão de vida inteira, é uma experiência extraordinária, eu ia fazer uma operação, disseram que a operação era arriscada, eu podia morrer, então eu falei bom, então eu vou fazer uma confissão de vida inteira, fiquei dois dias tentando lembrar tudo, daí na hora que eu falava tudo aquilo, eu falava que eu ia fazer uma confissão de vida inteira, mas isso aqui não é nada, porque são 60 anos de vida meu Deus do céu, né? Eu tenho um vislumbre do que eu não pude confessar, porque é uma confissão genérica, você não fala um pecado, você fala um tipo de pecado, é? E agora, quantos exemplares desse tipo de pecado você cometeu na vida? Muitos, né? Então por exemplo, eu ia lá, eu menti, eu falo, quantas vezes você mentiu, eu não contei, foram duas, três, não, foram mais de mil, dez mil, não sei quantas, perdi, é? Então, quem te dá essa consciência de que os seus pecados vão além dos pecados confessados? Não é você mesmo com certeza, isso é a explicação, isso é a ação do Espírito dos pecados e você vai sendo forçado a compreender, a mecânica do seu pecado. Também outra coisa que vai mudando, no começo você tem… a confissão implica um temor, temor de uma autoridade, por um lugar, a autoridade social do padre que tá ali, é? ele está exercendo uma função enorme de uma entidade milenar, ele tem alguma liderança sobre a comunidade, tem uma liderança sobre você, e você o reconhece como uma autoridade, então isso já implica um temor, mas por trás disso você tem o temor do inferno, o temor de uma pessoa que leu seus pensamentos, ou seja, você está ali, você está no, está pelado, exatamente como no riso final, e eu tive muitas vezes essa experiência, bom, eu não posso enganar Deus, mas todas as minhas palavras são enganadoras de algum modo, o que eu estou dizendo corresponde a certos aspectos da realidade, mas o glúso da realidade eu estou escondendo, na hora que eu quero revelar o que eu só consigo esconder, então esta desproporção entre sua consciência e suas palavras, ela só pode ser iluminada desde cima, há uma terceira instância que está interferindo aí, e isto é a ação do Espírito Santo, então é como se Deus disser para você, para você confesso só um pedacinho dos pecados, mas eu já estou por conta disso, que você confesso e estou perdoando os que você não confesso, isso é uma experiência que todo fiel católogo tem em toda a confinção, também existe todo o lado cênico da coisa, o fato de que o Pado está por trás de uma grade, ele não te vê direito e você não vê direito, também é para ajudar a despersonalizar aquela relação, quer dizer, para que você não faça a confissão para uma pessoa em particular, mas para uma autoridade impessoal que está incumbida de perdoar os seus pecados em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, então essa experiência, todos os filósofos colásticos tinham, e tinham muito mais do que eu, porque alguns eram religiosos de ofício, confessáveis e comovam todo dia, se a gente vai uma vez por semana, ou vezes por mês, uma coisa assim, mas eles eram todo dia, então sem esta vivência, o que você fala de Deus, você está falando um conceito, é o mundo de Deus da sua experiência real, também, além disso, eles tinham muita experiência dos milagres, ou seja, de interferências efetivas de Deus, não no mundo das suas ideias, mas no mundo da realidade física, e essa experiência não foi nenhuma nem duas vezes que tiveram, quando você lê as coisas que são tomadas aqui, e na realidade Dinabe 아빠 Office, não va para desperatear spins… mas opener muito as coisas e quer gladiante para candles, darauf טر selection Во clubs ou可以 pew pipes. Você tem muito等級 que te referia��는 fait HP e observ Docker puro MakingMan independent<|pt|><|transcribe|> eiers de Heliot statewide peace naULL Update,�� Lover e 🎼 E você não vê o processo inteiro acontecendo. Então, quando você vê o produto final, você pode cometer aquela série de erros de interpretação que eu assinalei na conferência sobre o que é um milagre. Ou seja, você reduz o milagre, a um tipo de acontecimento que é igual a outros tipos de acontecimento. Apenas destacando que ele teve uma causa diferente, por negotar com câncer, ele foi curado. Ah, o internet foi curado de câncer. Uns foram curados, sei lá, por bombardeamento de cobalto, por cirurgia, por remédio, por vitamina, etc. E um lá disse que foi curado por interferência divina. Então, o acontecimento é o mesmo, sendo diferente apenas na sua causa, entre aspas. Então, é evidente que esse é um raciocínio feito apenas a partir do efeito exterior observado, sem o processo. Então, por exemplo, o sr. Nego fez uma perignação até Fátima, até Lúrdia, estava lá, cânceroso, tuberculoso, idético, qualquer coisa. E foi lá onde, quando aconteceu o milagre, só naquele momento, por que ele foi lá? Ou seja, a história inteira da caminhada, da decisão do GD lá, a fé que ele tem, etc. Tudo isso faz parte do milagre, é a história inteira, e não só. O final, o famoso caso da menina que enxergava, sem pupilas, e foi lá pedir, Fá de Pio, Fá de Pio rezou, a menina começou a enxergar sem pupilas, que é uma coisa materialmente impossível, mas aconteceu. Então, se você vê só o produto final, ela não tem pupilas, ela enxerga. Isso é o fato final. Diu, bom, mas o que ela foi fazer lá? Por que ela foi lá e não numa clínica? Por que ela foi lá e não numa cumbira? Então, a efetivação do milagre se dá através de uma história inteira, de uma série de conexões causais, que são absolutamente inseparáveis. Se você pega lá um milagre de Fátima, e, bom, aconteceu tal e qual coisa. Sim, mas não aconteceu só, porque aconteceu, tinha 70 mil pessoas lá, o que elas foram fazer lá? Por que elas estavam lá? Então, para cada uma dessas pessoas, existe uma história que o levou lá. E tudo isso faz parte da estrutura daquele milagre. Então, isso quer dizer, os filósofos colar, que não eram somente filósofos profissionais, universitários, eles eram fiéis cristãos que tinham a experiência da confinção e mais ainda tinham a experiência de milagres observados, em alguns casos, de milagres que eles mesmos pediram. Então, é evidente que, vamos dizer, o que eles escrevem, a parte do conceito de Deus é uma coisa, mas, por baixo disso, você tem toda uma densidade de experiência sem a qual esse conceito não faz sentido. Ora, a pessoa que tem a experiência da confinção, ela sabe, e não dizer que o seu eu consciente não é tão independente quanto o de Carto pretendia. Você sabe, por exemplo, que você pode mentir para você mesmo, você pode cortar o fio da meada da sua autoconselho sem que você faça isso com uma constância extraordinária. Então, você vê que o eu de Carto é independente num momento atomístico, ou seja, na hora que ele próprio de Carto diz, num momento em que eu penso isso, eu sei que é absoluto da minha verdade, mas durante quanto tempo ele pensa isso? Um segundo, uma fração de segundo. Então, essa independência autonómica do eu só vale naquele momento. Entendeu? E no resto, você volta à condição escrava. Ou seja, o eu, o mano, é uma entidade escrava que por momentos se liberta e sobe acima de si mesmo. Quando o de Carto diz que é Deus que garante isso, ele está expressando a coisa de uma maneira errada, mas ele está na pista certa, que é aquela pista que Santo Augustinho já tinha descoberto, 11 ou 12 séculos antes, que ele diz, eu sei que eu sou, mas eu não sei por que eu sou. Então, eu tenho um eu autoconselho, mas não sei por que, não fui eu que fiz, eu não posso fazer um eu autoconselho. Então, este eu, como ele sabe que ele não é causa suí, ele percebe que ele tem uma autonomia, uma independência, tipo até principal, do sentido epistemolórico, mas que ele não é fundamento de si mesmo, algo o sustenta enquanto autoconselho, o que que é esse algo? Então, qualquer fiel católico, alguma experiência, só que não é qualquer um evidentemente, mas se você tem a experiência, mas ele dá confissão, que tem a experiência do milagre, então, ele vai entender aquilo que está no verso de um sujeito que de cristão não tem a nada, que era o Conde do Loutre Amor, o Conde da Glória do Homem, uma glória emprestada. Então, ele vai entender, oh meu Deus do céu, a possibilidade que eu tenho de ter um eu autoconselho e de exercer livremente a minha capacidade de escolha e até de me apresentar a mim mesmo como fundamento epistemolórico de todo conhecimento, não foi o que fiz. Não foi o que fiz, eu não sou capaz de nem sequer de refazer, algo tem que agir constantemente em mim para me devolver a este domínio da minha autoconselho, que eu perco a todo momento. Aí você entende que na perspectiva correta da filosofia cristã, embora a sua expressão verbal seja deficiente neste ponto, porque a linguagem da filosofia não permite chegar a este ponto de concreto, mas, quando a linguagem da mística permite, está certo? A linguagem da narrativa permite e assim por diante, tanto que o próprio santo Agostinho expressa isso como narração, então, Descartes tenta expressar isso como narração. Então, apesar das dificílias de linguagem, o que a filosofia cristã está dizendo é o seguinte, é que o eu humano é emprestado, os bichos não têm eu, tem bichos que têm uma anatomia muito parecida com o ser humano, a anatomia de um porco é muito parecida com o ser humano, é por isso que os caras que são lutadores de faca, eles treinam perfurando o que é um corpo de um porco, para aprender onde é que é para perfurar o ser humano. E tem muitos outros bichos que gestualmente, gestualmente, cênicamente, parece que o ser humano, macaco, jimpanzé, está certo? E por que que eles não têm um eu consciente? Por que que eles não podem, por exemplo, narrar as suas vidas? É isso? Por que que eles não podem ter o córgito cartesiano? Se fisiologicamente estão quase preparados para isso? Então é porque é um elemento não fisiológico, há uma possibilidade humana que transcende o anatom fisiológico, possibilidade que é tão inexplicável, que ela leva milênios para se ter uma expressão escrita. Quando você estuda a história da autobiografia na antiguidade do George Misch, que é uma obra-prima, você vê como foi difícil o homem aprender a contar a sua própria vida. Por exemplo, no mundo egípcio, só os nobres governantes tinham autobiografia, e a sua autobiografia consistia apenas dos seus grandes feitos meritórios. Nunca se lembrava de dizer, olha, eu comi a mulher do primeiro ministro, nada disso, era só as coisas maravilhosas. No mundo robando as autobiografias, como por exemplo a de César, são só os feitos oficiais e a carreira oficial. Você não verá um exemplo de autobiografia pessoal, íntima antes das confissões de santa agustinho, que já é século 4. As meditações de Macarena não são pessoais, ele é o imperador, e é neste sentido que ele está falando, quer dizer, ele tenta ser íntimo, ele escreve um livro pessoal, mas, sempre como imperador, ele não se desveste da sua função de imperador, um único minuto. E a Agustinho, bom, Agustinho era bispo, ele escreve como bispo, não, ele escreve como zé mané qualquer, confissões, ele está confissando, ou seja, precisou quatro séculos de prática da confissão cristã, para que surgisse a autobiografia moderna. Então, você veja que este eu autoconciente do Descartes não aparece assim tão fácil, precisa que algo, o ajuda está certo? Ora, o indivíduo que vai se confessar hoje, você pode dizer que ele é o beneficiário de não sei quanto séculos de experiência autobiográfica? Não, porque não leu nada disso, a maioria não leu nada disso, não leu nem Sant'Agustinho. Então, não é a tradição cultural da autobiografia que cria a possibilidade da confissão. Individual para um fiel católico de hoje, não é? Não há algo mais. Então, quando você vê que Deus se define assim próprio como eu sou, você percebe o óbvio? Você vê que em Deus não existe nenhum elemento impessoal, nenhum elemento que não pertence a ele, e nós estamos repletos de elementos que não pertence a nós. A nossa hereditariedade, o nosso ADN, já existe antes de nós. A língua que você fala já existe antes de você. As ideias que penetraram na sua cabeça que disseram na hora de desde, nem isso veio de você. Quer dizer, a herança cultural, genética, histórica, etc. Tudo isso é impessoal e vem para dentro de você. Nas ideias que passam na sua cabeça, quantas ideias não lhe aparecem e você disse, isso não é meu? Ou eu estava fora de mim? Deus pode sair fora de si em nenhum único momento. Ele não tem para onde ir. Ou seja, Deus é 100% personalizado, 100% Ele mesmo o tempo todo. Não há elementos externos. E nós 99,9999% é externo. Só é si o mesmo, o que o Córgio do Cartesiano e o Eu da Confissão. O Eu contingente. O Eu contingente. O Eu contingente. A gente precisa de uma pessoa da necessária, que é Deus, o Eu sou. Sim, sim, sim. A personalidade necessária e nós temos uma conta de gente. Não, eu não sei se o termo... Não, tecnicamente não. Se o termo vai ajudar as pessoas a entender ou não. Porque a diferença do necessário do contingente é outro problema. Entendeu o que você quis dizer, mas não sei se as pessoas vão entender. Então... Isso quer dizer que o problema, vamos dizer, do determinismo, ele vai abrir. Ou seja, se Deus é um começo absoluto, como que nós podemos ser o começo de alguma coisa? Que doutrinariamente você não vê totalmente resolvido nos filósofos e colásticos, para eles já estava resolvido na prática por meio da própria religião cristã. Eles não precisavam de uma solução, doutrinal para isso, porque ela de certo modo já estava dada. Esse problema começa a ser um problema a partir da filosofia moderna. Porque para a filosofia moderna, Deus começa a ser um elemento externo, como o Deus de Descartes. Aqui tem o Eu na sua entrevista, o Deus da qual eu sou. Como o Deus de Descartes. Aqui tem o Eu na sua intimidade, que tem certeza absoluta de si, que é o fundamento de toda epistemologia. E por outro lado, tem um mundo externo que pode ser duvidoso para mim, e Deus, por assim dizer, vem de fora e cola esses dois pedaços. Isso é o que acontece no Descartes, está certo? No Espinosa, Deus é o primeiro princípio de todas as coisas, e tudo o que existe é apenas um atributo, uma manifestação, uma manifestação mais ou menos acidental, contingente de Deus, está certo? Ficando então inexplicável a existência do Eu, da liberdade do Eu. E isso é um problema típicamente moderno, mas para os colásticos, eles não eram problemas de maneira alguma. Você vê aqui, Descartes era um católico, até hoje não se sabe. Tem muita gente que diz que ele era um católico carola, etc. Dizem até que ele era um espião do Vaticano, dentro do meio protestante, mas existem inúmeros depoimentos de que ele era um protestante no fim das contas. Ele batiza a filha na Igreja protestante, a filha que ele teve com a empregada. As referências dele, durante o período de viagem, são todos protestantes, o meio intelectual que ele frequentava é totalmente protestante e existe. Se não era indoutino protestante na própria filosofia dele, então não sabemos se ele era católico ou protestante, se não era nenhuma coisa nem outra, estava apenas fingindo nos dois casos. Quando Maxime Leroy, no livro, na sua biografia Descartes, ele lembra o lema de Descartes, o caminho mascarado, e quem bem se escondeu, bem viveu. Então, tudo que esse cara diz, tem um elemento de disfarce, de camuflagem, e sabe quando nós vamos conhecer direito a cabeça de Descartes? Nunca na vida. O que ele pensava mesmo? Ele acreditava mesmo. Não dá pra saber. Eles têm um forte elemento teatral. Esse elemento teatral se introduz na filosofia, você vê nitidamente pela partir de Maquiavel. Tem um elemento teatral em Maquiavel, tem Indecar, tem Espinosa. Todos eles estão posando de alguma maneira e cortam o cordão umbilical com a experiência profunda da realidade pessoal. Então, desde a Espinosa, tinha mais motivo pra fingir ainda, porque ele era um judeu do nascimento, tinha sido expulso da sinagórica, então ele estava mal com os judeus, estava mal com os protestantes, estava mal com os católicos. Então, o negócio dele era fingir tão discretamente quanto possível, e naturalmente fingir, eles fazendo bomzinho o tempo todo. Então, esse elemento, vamos dizer, do fingimento, ele torna tudo mais difícil, porque você está sempre lidando com uma linguagem dupla. O que torna a interpretação de alguns filósofos modernos, uma coisa absolutamente alucinante, se você lê o meu livrinho sobre o Maquiavel, você verá, eu pensei no assunto no tempão, o que o Maquiavel pensa mesmo? Não dá pra saber. E o Decar também não dá pra saber. Agora, os escolas que dá pra saber perfeitamente, assim como Aristótese e Platão. Então, isso quer dizer que o problema do determinismo do Oliver Bito, ele já está resolvido diante mão, não na filosofia escolasca, mas está resolvido na adultina cristã, está resolvido no cristianismo. Aliás, não é bem na adultina cristã, na história do cristianismo, porque se é Deus quem nos delega, um eu, através do Espírito Santo, é Ele que exerce a liberdade quando eu a exerço. E é por isso que só as ações, livremente decididas pelo eu, têm alcance moral e podem levar pro céu pro inferno. Só estas, o que você faz dormindo, o que você faz pro automatismo, não conta nada. Agora, quando você exerce a liberdade, então você entra numa outra dimensão, onde existe o Divino Demoniaco. Só aí existe. Portanto, a liberdade do eu não é uma coisa natural no ser humano, não é um simples fenômeno, não dá da natureza. É um elemento já sobrenatural, que enfunde no homem a própria liberdade divina. Na verdade, as expressões de liberdade e determinado não cabem no próprio Deus. É errado dizer que Deus é livre, porque a liberdade supõe uma escolha, e Deus vai escolher entre o que e o que, se é a única alternativa ele mesmo. Não há um repertório externo de possibilidade pra ele escolher. Então, é uma espécie de hiper liberdade. Você não pode dizer que Deus é livre porque não há escolhas entre as quais ele, não há opções entre as quais ele possa escolher. Mas também não pode dizer que ele é totalmente determinado, senão ele só poderia fazer o que ele já fez. Já fez antes, igualzinho ao que fez antes. Então, a criação do mundo iria pro breve, porque ele criou o mundo, mas ele não tinha criado o outro antes. Então, você vê que determinados verbítios são imagens que você projeta, de um certo modo hiperbólico, para descrever uma situação que não é bem uma coisa e nem outra. É isso. Então, é como você usar uma régua para desenhar qualquer coisa. Então, a régua é um elemento externo. O outro estava desenhando uma planta. E eu vi que é essa aqui. Aqui tem pés que é medida do rei da Inglaterra, o qual não está preso, não está aí para pisar coisa nenhuma. É um negócio convencional. E o outro é o método que os caras da Revolução Francesa mandaram se conferir da Terra e fazer a divisão. E a medida está verrada, inclusive. Todas as medidas são convencionais, mas não tem nada a ver com o tamanho real das coisas. Quando eu mestro, estou comprando uma coisa que existe e outra que não existe. E a nossa mente faz muito isso, quer dizer, cria conceitos que não refletem nada da realidade, mas que servem de uma idade medida, por assim dizer, para fazer a comparação. Então, você vê que o Kola Kovac, então, ele comete dois erros, não por falta do conhecimento da filosofia, mas por falta do conhecimento efetivo do que é o Cristianino, o qual filosoficamente ele compreende de uma maneira maravilhosa. Então, aí você entende o que é o sentido da expressão do Deus dos Filosofos. Quando eu li primeiro essa expressão, eu não entendi o que isso queria dizer. Ele vai, tem tantos filósofos cristãos, Santa Maiaquina, Santa Agostinha, etc. Eles são filósofos, será que o Deus deles não é o mesmo dos outros? Não. Nesse caso, o Deus dos Filosos é o mesmo Deus dos Cristãos. Mas por que? Porque eles eram realmente cristãos. Eles eram cristãos que filosofavam. Não eram filósofos que estavam falando do Cristianino. É uma coisa diferente. Mas esse tipo de filósofo que fala do Cristianino é uma criação moderna. É o neguinho que vem de fora, e tenta obter uma compreensão filosófica do Cristianino, às vezes sem a experiência do Cristianino real. Então, uma coisa é você ter a vida cristã, e você tirar, permitir que ela fecunde a sua vida filosófica. Outra coisa é você ter um aparato filosófico e tentar aplicá-lo ao Cristianino. Nunca vai funcionar. Por que? Porque o Cristianino em si não é uma doutrina, muito menos uma doutrina filosófica. Ele em primeiro lugar é uma sequência de fato históricos, e em segundo lugar é uma sequência de fatos da ordem sobrenatural, as milagres. E eu acho que quem não parou para pensar sobre os milagres, não vai entender nada do Cristianino, mesmo que você leia todos os filósofos, ele ia a toda teologia escolares que ele comece até o fim, você não vai entender. Porque todas as religiões podem alegar milagres, mas eles alegam apenas para efeito de comprovação, por efeito publicitário, mas o Cristianino não, o Cristianino é um milagre na sua origem, no seu desenvolvimento e no seu desenlace. Quer dizer, o nascimento original é um milagre, a ressurreição é outro milagre, e a história prossegue de milagre de milagre. Então, o milagre, a essência do Cristianino, se você não se interessa por ele, então o Cristianino do qual você está falando, é apenas uma transposição. É como a geometria da escritiva. Quer dizer, você pode projetar o tridimensional no plano. Então você projeta uma mesa, desdobra nos vários pedaços e coloca no plano. Você não pode sentar nessa mesa, você não pode usá-la, porque ela é apenas a transposição do tridimensional para o plano. Ela não é uma coisa real. Então, muito do que se filosofa sobre o Cristianino, é a geometria da escritiva. Você está falando de coisas no plano, mas se você mentalmente não trouxer aquilo de volta para o espaço, você não vai entender coisa nenhuma, para o espaço tridimensional, você não vai entender coisa nenhuma. Então, você vê, o Colacócio é uma cara de formação marxista que foi se aproximando do Cristianino gradativamente. O processo que durou a sua vida inteira, eu não sei como é que terminou, se é que terminou. Mas essas dificuldades, elas podem aparecer a qualquer momento. Eu todavia coloquei uma nota no Facebook dizendo o seguinte, nós podemos ser muito cristãos na nossa vontade, na nossa fé, na nossa conduta, etc., mas na nossa imaginação nós não somos, por que? A imaginação é construída das imagens que entraram para os seus olhos e ouvidos, etc. E a nossa imaginação hoje está preenchida com os elementos que nós escolhemos na televisão, no cinema, nas ruas, e são imagens que são omundanas, às vezes até demoníacas, e isso é que ocorre a nossa imaginação. Então, a grande luta do Cristianismo da vida cristã é a luta pela imaginação, luta pela imaginária. Você restaurar a possibilidade de imaginar o Cristão no meio de um espetáculo profundamente anti-Cristão. É isso. Então, você vê que a partir do século XX, mesmo a arquitetura dita cristã tem sido feita para criar um imaginário anti-Cristão. Você viu o que que fizeram em Pietretina, no lugar onde o Pad Piuco operou seus famosos milagres, fazia milagres da Cumpal, 10 por dia, 20 por dia, fizeram um templo que tem a forma de uma serpente. Você acha que fizeram isso por coincidência? Não. É já para moldar o imaginário das pessoas para que ela chegue lá entendendo outra coisa. Você pega o livro do Michael Rose, Aglia Sin, feio como pecado, é um livro sobre a arquitetura das igrejas. Arquitetura, pintura, etc. Muitas vezes você só tem ali de cristão o elemento inverso, que é o lado demoníaco. Ora, a compressão do demoníaco faz parte do imaginário cristão, mas eu vejo, por exemplo, quando eu vejo as pessoas ficarem escandalizadas com pecado, sem vergonhice, com corrupção, etc. Eu vejo como elas estão despreparadas para a vida cristã, porque este escândalo expressa o que? Expressa o mundo confortável e acéptico do mundo burguês. Se você não é capaz de olhar as piores coisas com a naturalidade e a corpajão cristã, você não é cristã, meu filho, você é um burguês. O burguês vê a mulher fazendo cocô na rua e ele diz que é horrível. O cristão tem que estar preparado para ver as piores cenas de maldade, de tortura, sem vergonhice, suruba universal, etc. E ver tudo aquilo com a naturalidade e a corpajão. É o negócio do Dante, quer dizer, você tem que passar para o inferno. Você tem que ver tudo aquilo. Quando a senhora faz a revelação para as crianças, o que ela faz? Para crianças. A bomburaca vê o inferno. Primeiro o inferno. Se a alma não tem amplitude, para ver todo o mal, não com indiferença, mas não com escândalo. Então, significa o seguinte, você não desceu aos infernos junto com o nosso Senhor Jesus Cristo. E se ele desceu, então você pode descer também porque ele está contigo. Você tem que ver tudo aquilo e encarar aquilo. E tudo isso é humano. As possibilidades humanas, quer dizer, todo o fundo abissal está presente em cada um de nós e nós temos que conhecê-lo e não é para ficar com medo, não. Porque só conheceu do fundo abissal, aqui você vai entender o que é a misericórdia divina. Só aí, mas em geral, as pessoas do mundo burguês estão acostumadas com uns pecadinhos de nada. O sujeito comendo a empregada, robô das real, é isso aí o máximo de mal que elas conseguem conceber. E quando vem o mal efetivo, elas tapam os olhos para não ver. Então, quando eu digo que o problema do imaginário é o problema da vida cristã hoje em dia, não é que as pessoas estão vendo muitas imagens do mal. Não, elas não querem ver as imagens do mal. E quando vem, ficam fascinadas. Ou fascino o escândalo, que é uma forma de fascino também. Quer dizer, aquilo que te atemoriza ou te escandaliza tem um domínio sobre você. Agora, se realmente você está com Jesus Cristo, então você pode ver o que ele viu. Ele mesmo vai te mostrar. Então, a visão do mal, do horror, do pecado, etc. etc. deve aumentar a sua compaixão e a sua coragem. É isso que é o negócio agora. Isso é uma parte que vão ter da experiência cristã, que para um cara da idade médio, colácido, era banal. Mas depois do mundo burguês, virou proibido, virou escândalo. É coisa que você não pode falar, você não pode falar nem da morte. Sabe, no mundo burguês ninguém morre. O meu é a pena falar que é gozado, antigamente havia o tabu do sexo, agora tem o tabu da morte. No entanto, não podia falar de sexo, agora não pode falar que ninguém morreu. Então, a gente vê esse problema, até, vou dizer, num grande filósofo. Talvez tenha faltado para ele, até esse ponto, porque eu não sei qual foi a evolução dele posterior. Esta visão efetiva, esta experiência cristã efetiva, dá a confissão, dá presença perante o observador oniciente, que ter renove amplio o teu conhecimento, você pensa que vai contar os seus pecados? Não é Deus estar contando seus pecados para você. Aquelas cenas famosas da vida do Padre Pil, que eu quero me confessar, eu não preciso confessar, você fez isso, mais aquilo, mais aquilo. Isso é, vamos dizer, uma miniatura humana de algo que Deus está fazendo o tempo todo. Mas, se Deus pode contar os seus pecados para o Padre Pil, então é porque ele conhece. Deus não foi você que contou, como é que ele ficou sabendo? Foi Deus que contou, então, o que se passava nessas confissões do Padre Pil, que ele fez extrair o pai dele no leite de morte, ele contou para o pai, o paralelho morrer, ele contou os pecados do pai, que ninguém sabia. Então, isso quer dizer, vamos dizer que esta experiência, vamos dizer, mais profunda da confissão, que transcende infinitamente o que você disse para o Padre. Isso aí é que vai nos mostrar que o nosso eu, a nossa liberdade de consciência, nos é infundida. Ou seja, não há liberdade humana como causa sua, a liberdade humana é a liberdade do próprio Deus, que em você se manifesta de maneira parcial limitada, que ele tem em plenitude, mas que você só tem certos momentos. E você pode até quando você tem, vamos dizer, esta percepção, vamos dizer, do Cógico Ergossum, quer dizer, a revelação da autoconsciência, dá certo? É o próprio Deus que está infundido isso em você. Não é? Você não está fazendo isso, este... Quando o Rousseff falava para o meu transcendental, quer dizer, você neutraliza a vida empírica da consciência, as emoções, reações, etc, etc, etc, e se concentra na autoconsciência, da pura autoconsciência. Ora, esta autoconsciência, se ela estivesse presente o tempo todo, ela não requeriria todo este esforço acético do fenomenorogista para colocar tudo entre parênteses. Seria uma coisa natural, não é? Tem no tempo todo. Ou seja, esta autoconsciência não é uma propriedade humana, é uma possibilidade humana. Que se realiza em certas circunstâncias, dependendo do que? Do favor divino. Então, também, então, vou fazer uma intervada com a Pugnazutom com as perguntas. Então, vamos lá. Como sempre, tenho aqui o excesso de perguntas, vou ter que fazer uma seleção drástica. Aqui, o Wellington Camargo do Santos pergunta como eu, como cristão, posso adquirir um imaginário adequado para ter a legítima vida cristiana. Primeira coisa é você se familiarizar com a literatura cristiana, está certo? Os grandes autores cristãos, que eles vão dizer não dão moleza, não tem nada a ver com a literatura moralizante de Orde Burguesa. Você deve ler o Dante, em primeiro lugar, Abelé, um autor cristão. Modernamente, o Fançal Morriac, Jorge Bernanoss, Giovanni Papini. Você vê que, em todos esses casos, a esfera da experiência humana vai, vou dizer, do divino até o demoníaco, vai e volta até. Não é uma coisa estreita, pequena. Então, só essa ampliação já lhe fará muito bem. Se você olhar a arte cristã, você vai ver. Ou, se você ler a própria Bíblia, não poupa cenas horríveis. Agora, o burguezinho de hoje em dia fica escandalizado até com a Bíblia. Aqui, nos Estados Unidos, tem gente que exporibia a Bíblia, que diz que tinha muitas cenas de sexo e violência. Vamos lá. Caio o meu esquito, perguntei para o seu passado de exercício de técnica filosófica. Eu já pensei em fazer isso. Só que eu não consegui bolar esses exercícios ainda. De certo modo, a própria enumeração dos itens da técnica já é um exercício. Mas eu vou pensar no assunto e, algum dia, vamos fazer isso aqui. Aqui, o Abner Schmiller pergunta. Se refere a membros da ciência, a conscienciologia, se envolverem fúdicos de óstias consagradas para uma mulher, membro do grupo, para que introduzindo a navagina, participasse em orgias de rituais satânicos. Engressar no meio desse é descer aos infernos. Eu me meti muitas encrencas por esse negócio de querer ir lá e ver. Mas você ir ver é uma coisa. Realmente, participar aqui de coração é outra, completamente diferente. Eu esqueço o Dante dessa, aos infernos, como observador, não como condenado. Se eu acho que a gente deve ver tudo, olhar tudo sem com exenção, sem ficar escandalizado, mas o problema de participar dessa coisa, esse é um negócio muito perigoso. Porque você tem certeza que você está indo lá com capacidade para sair a qualquer momento? Esse tem um problema. Para quê? Para a sua idioma? Para que? Para que minha mulher está protestando. Eu acho que algumas pessoas que estudam isso devem vir e ir ver iguais as coisas. Então, você deve entrar com a capacidade de sair. E o fato é que enquanto você está lá você está sendo transformado. Então, esse é o problema. Eu, sceptiva, essa capacidade camaleônica, entrar e sair, é como um peixe. Você vai emguiar e você vai lá desliza, as pessoas não te pegam, eu segurava, você escapa. E eu sempre fiz isso porque eu tinha certeza de que existem coisas que você não pode conhecer só por livros. Você tem que ir lá e ver de algum modo. E ver com exenção, fazer num... Durante algum tempo não vou julgar nem nada, mas se um dia que eu faço uma somatória e faço o julgamento. Mas, em geral, quando as pessoas vão, elas não vão como observadoras e isentas, elas vão como participantes devotas. E esse é um problema. Eu aposto no dia a se experimentar em tudo e ficar com o que é bom. Então, se você tem medo da experiência, você não vai aprender a coisa nenhum. Agora, se você acha que você pode sobreviver a toda a experiência, você é o sujeito que entra dentro da jaula para ver como é que o Tigre vai se comportar com você. Não é assim também. Então, essa pergunta não tem uma resposta definitiva. Cada situação é uma coisa diferente. Coragem e prudência. Duas coisas ao mesmo tempo. Diego Reggiano pergunta, podemos dizer que a diminuição da prática da confissão e a perda de sinceridade estaria diretamente ligada ao surgimento e ao mendamentário da revolução. Mas sem sombra de dúvida. Sem sombra de dúvida. Quer dizer, a medida que a confissão vai desaparecendo, as pessoas perdem a medida do seu verdadeiro tamanho. Quer dizer, essa situação humana de céu... O mesmo tempo, vamos dizer, uma criatura sublime que é capaz de ter um vislumbre do infinito. E de céu ao mesmo tempo, um bichinho enorme que qualquer um faz de trouxa e que se escraviza, a primeira sugestão que recebe. Isso é a condição humana. Quer dizer, essa força e fragilidade, essa é toda a nossa dimensão. Agora, essas pessoas fogem disso. Então, muito provavelmente, a primeira sugestão demoníaca vai deixá-las hipnotizadas. Quando você vê, assim, se ler a obra do Jean-Paul Sartre ou Jean Genet, então, que viram de certo modo as setas do diabo, sacrificam tudo ao demônomo. O que é isso aí? O burguerzinho é deslumbrado, deslumbrado com mal. Fernando Klein pergunta a vontade, a vela idade do indivíduo conhecer Deus como objeto, então, como deve ser por participação e uma realidade da brancinha intranscendente. Já não demonstra uma perspectiva solipsista para encarar esse problema tão fundamental. É claro. Mas para os filósofos modernos, é difícil escapar disso aí. Mas, pelo próprio fato de que eles estão filosofando a partir de uma experiência que não tem o fundo cristão, não tem a profundidade da experiência cristã, é uma experiência já bem mais superficial. Na verdade, todo esse problema surge de fato com o mundo burguês. Pessoas que participaram do movimento comunista, então tem aquele espírito tópico da promessa da sociedade futura e que, através da participação no movimento, tinham o senso de estar fazendo história, participando de um grande movimento épico. A hora que elas perdem esse senso tópico, que as que se decepcionam com isso, a tentação de você voltar para esse medio-crismo burguês, um bom senso meramente prático, mas é muito grande, mas é apenas uma autodefesa psicológica. No meio liberais você vê muita gente desse tipo, que passou por experiência, se desiludiu, e agora tenta se reequilibrar na base de um senso comum reduzido. Então, é um mundo onde não existe mais céu, não existe mais inferno, não existe profundidade, só existe a pragmática socioeconômica do dia a dia, é uma autodefesa, perfeitamente compreensível, mas que não vai levar a nada. Por exemplo, o Neu que deixa de ser marxista para agora ser pragmatista, por exemplo. É uma redução dramática da ambição intelectual. Então, esse creio entra numa espécie de modéstia epistemológica injustificada por sua vez, mas que tem uma função defensiva durante algum tempo. É rique de César Nascimento. Qual a possibilidade de conciliar ou consertar o sistema filosófico de Décartes Pinot? Não é necessário consertá-los, é necessário apenas aproveitar deles aquilo que presta. Geralmente, mesmo as piores filosofias têm momentos importantes, observações importantes. Você só não pode esquecer o seguinte, muito dessas filosofias não são filosofias, por exemplo. São obras artísticas e como elas valem, quer dizer, valem como símbolos. Você não pode levá-las a sério literalmente, mas como artifícios de linguagem, podem ser muito reveladoras. Ou, se você lê Nietzsche, por exemplo, o Nietzsche está repleta de observações psicológicas fantásticas. Então, a diferença que eu já assino à lenta, as filosofias antigas e as modernas, as antigas, em geral, estão muito certas no seu conjunto, embora tenha muitos erros de detalhes modernas ao contrário. Então, errados no seu conjunto, embora tenha muitos acertos de detalhes, até em Karl Marx você encontra isso aí. Então, experimentar tudo e ficar com o que é bom. Gabriel Campos, qual é a observação que você tem a acreditar sobre o livro do Morte, que ensina como ler os livros? Olha, eu acho que a técnica do Adder funciona. Você vê que ela funciona no começo, depois você automatiza, as coisas saem muito mais rápidas. A segunda coisa que eu observaria é que ele fez a seleção dos livros da coleção Great Books. E eu mudaria essa coleção, eu mudaria essa seleção porque ele fez mais baseado na história das ideias, quer dizer, ideias que foram influentes. Ora, as ideias ser influentes não quer dizer que elas têm um valor pedagógico muito profundo, que elas vão ajudar formá-los à mente. Eu faria uma coleção mais baseada no valor pedagógico mesmo. Então, mesmo que fosse obras que não tiverem uma repercussão tão grande, ou mesmo que fosse obras bastante desconhecidas no Ocidente. Então, por exemplo, se você for ver Jean-Baptiste Vico, Jean-Baptiste Vico não teve influência nenhuma até o século XX, quando o Beret D'Ocolò, desenter as obras dele. Mas é um autor que seria importante colocar nesta série. Também algumas obras de provenência oriental, sobretudo islâmica. Então, alguém até me pede que eu faça isso que vê? Olha aqui, Gabriel Campos. Peste que peguei algumas horas para abordar a vida de filofesos principais filósofes islâmicos e indianos. Isso é absolutamente fundamental, eu não tive tempo para fazer isso no curso de História Sensual da Filofesia, que foi dado em as quatro versões diferentes, algumas dessas versões eu detalhei mais, sobre o negócio de filofesas islâmicas até o ponto que eu conhecia, porque aqui isso é um oceano também, não termina mais. Então, eu colocaria ali algumas dessas obras de filofesas islâmicas. Se bem que os filósofes islâmicos que tiveram repercussão no Ocidente não são os maiores de lá, são filósofes de segunda ordem. Se você comparar, por exemplo, sei lá, Veróis com o filósofo Persa Sora Valdi, ou Najmudin Cobra, é um anão. Mas ele teve influência no Ocidente por causa do debate com o Santomar da Quino, entre as filosofias dele e de Santomar da Quino. Então, a visão que, tanto que no Ocidente se fala de filosofia árabe, na verdade, os filósofes islâmicos principais não são árabes, são persas. E tudo isso ficou desconhecido no Ocidente até o século XX. Se não fosse o Seiíto José e Nácer e Henri Corbant, fizeram a história da filosofia islâmica, a gente não conhecia nada disso até hoje, só que essas coisas começaram a ser traduzidas só no século XX. Aliás, dentro do próprio mundo islâmico, às vezes, são desconhecidas. Teve livros importantíssimos de filosofias islâmicas que eram lidos só dentro das taricas e que foram publicados, teve uma publicação maior só no século XX. Então, a técnica do Ádria não mudaria em nada, já como está, mas a seleção dos livros mudaria bastante. É... Thales Gauss pergunta, quanta mentalidade revolucionária ter vindo o cristianismo? Erich von Künert Ledhin diz em seu livro Leftism que o socialismo provavelmente não nasceria fora do mundo cristão, pois o cristianismo seria um modelo de caridade, salvação a sua mal-interpretar de corrompido, para gerar as ideias dos socialistas utópicos com a ideia do corrupcio óptimipéssima. Bom, eu acho que é possível, porém, uma paródia tem que ter algo a ver com a original, mas ela não está contida no original. Quer dizer, a deformação da ideia... por exemplo, o simples fato de você parar, passar da esferda salvação da alma, para a ideia de salvação da humanidade, ou salvação da sociedade, nossa, já é um salto imenso, é uma mudança de assunto brutal. Então, no meu entender, a mentalidade revolucionária não se origina no cristianismo, ela vai se originar no agnostismo e nas heresias. Então, agora, até que ponto o Eric von Kynald Ledhin, ou o Kola Kovsky, conseguem distinguir uma coisa da outra? Então, muita gente toma como cristianismo, não quer agnostismo, por exemplo. Quanto a gente não diz que Hitler era cristão, porque ele era um agnostico. O agnostismo é o principal inimigo do cristianismo, está certo? Está certo? Mas entre inimigos, sempre tem que ter algum ponto de contato. Então, vamos dizer, a ideia da mentalidade revolucionária jamais poderia ter surgido sem a ideia agnóstica da autossalvação. É que você vai se salvar pelo conhecimento que você é de quem? Porque o conhecimento o transforma na coisa conhecida. Digo, bom, o conhecimento transforma o seu pensamento na coisa conhecida. A um contato essencial, por assim dizer, entre você e a forma substancial da coisa. Mas isso não quer dizer que você vai se transformar naquilo. Ninguém estudando elefante se transformou no elefante. Então, esta ideia da autossalvação humana é como o barão de Munchausen se puxando para fora da água pelo cabelo. E esta ideia penetrou profundamente. O Friedricher, no livro História Intellectual da Europa, mostra que as cetas agnosticas jamais acabaram, que elas continuaram funcionando, inclusive nos mesmos lugares onde apareceram até hoje. Nunca foram extintas. Então, isso fica, por assim dizer, fora da história oficial. Mas está lá presente e nas últimas décadas, tudo isso, toda essa história vem sendo contada. O que você vê de ideias agnósticas aparecendo no cinema, na literatura, é uma grandeza. Então, quando chega o historiador católico que diz que nós vencemos a heresia, você conseguiu tirá-la da vida oficial. Mas ela continuou prosperando dentro da sua área e tinha tantos adeptos quanto antes. Então, a similaridade, similiança entre socialismo e cristianismo, é similiança toda superficial. Ela é mais assim uma infeliz coincidência do que uma similiaridade profunda. Mas com as cetas agnosticas não é uma similiaridade superficial, é quase a mesma coisa. Então, você dizer que a mentalidade revolucionária surge do cristianismo, é a mesma coisa que você dizer que um assalto surge da sua conta bancária. A conta bancária não é causa do assalto. Aliás, ela que é o objeto do assalto, o dinheiro que você tem não é causa do assalto. O similio que faz de você ter dinheiro não faz de você um assaltado, dependendo de uma decisão de fora que foi tomada justamente por um sujeito que não tinha esse dinheiro. Então, tudo isso aí, eu vou dizer, essas analogias são uma coisa perigosíssima. A analogia é uma coisa feita para despertar a sua percepção de semelhança e diferenças. Ela não tem o valor cognitivo próprio, isso é muito importante. Ela é um recurso eurístico. É um estímulo à sua imaginação, é um estímulo à sua inteligência. Mas ela por si mesmo nenhuma analogia pode expressar a verdade. Por que? Porque sendo uma síntese semelhança e diferenças, por definição, a analogia verdadeira subcerra de um aspecto e falsa sobre o outro. Bom, eu acho que por aí, para por aí. Bom, eu vou fazer mais uma aqui. Miguel Soriano, pergunta. Pode ser como o mundo burguês ampliar a ciência das pessoas, ficar neoróticas, uma vez que nessa cosmovisão tem-se a perda e era aqui o objetivo dos valores? Mas a própria noção neurosa não existia antes do mundo burguês. Quer dizer, a psicologia clínica, a psiquiatria moderna, tudo isso é do mundo burguês. Se você perguntar como é que seria um índio neurótico? Não tem conceito neurótico, se ainda ficar completamente maluco, existe um lugar na sociedade para ele. Ele não é considerado um tipo tão diferente que tem, que sofreu um tratamento, tem que ser modificado. Ainda, você vê em regiões assim, a sociedade está menos desenvolvida, a loucura não é problema algum. Toda a cidade, quando era pequeno, toda a cidade do interior tinha um ou dois loucos que estavam ali normal, bebiam com a gente no bar, falam comercial. Não vê porque modificá-los de alguma maneira. Então, a própria noção de doença mental, que é uma noção muito relativa, você lê o livro do doutor Thomas Jass, S-Z-A, S-Z-A-S-Z, que é meu colega no Conselho Consultivo da Forces, o mito da doença mental. Eu não digo com o Corde 100% com a Tésil, mas que é um conceito no mínimo exagerado, isso é mesmo. Então, alguém pronunciou, eu já tive contato com o pessoal, com autores brasileiros ligados ao marxismo. Olha, eu só tive contato, na verdade, com pensadores marxistas brasileiros, só tive com o Leandro, com Jacó Gorender. Os outros tive só contato escrito, na verdade, de polêmicas, coisa parecida. E tive muita convivência com os... Eu que considerava o melhor pensador marxista, mas que eu não sei o que ele não escrevia, que era o Naborcares de Brito. O pessoal no partido chamava o Capitão. Era um gênio, um gênio fantástico. E conheci o marxista... Foi o único marxista brasileiro que eu vi estudando reggae em profundidade. Alguns outros depois estudaram. Mas com essas duas pessoas, Leandro Conde, não tive contato pessoal, porque eu não tive uma troca de gentilezas com ele. Paulo Arantes, Carlos Nels Continho e outros. E foi bom não convivê-lo pessoalmente, porque é um pessoal grudento. O pessoal comunista, 20 anos depois de eu ter me afastado deles, ainda chamava de companheiro. Quer dizer, eles não aceitam que você saia, eles querem trazer para dentro de volta. Então, alguém me pergunta sobre o Robósoc Nímica Stiegel na edição 34. FUJA desta edição. FUJA. Sobretudo das introduções. Bom, vamos lá. Acho que por hoje é só. Até semana que vem, muito obrigado.