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Redes de deslocamento para acesso ao parto hospitalar no Brasil

No Brasil, 98% dos partos ocorrem em ambiente hospitalar, e 77% no Sistema Único de Saúde (SUS). O acesso oportuno aos serviços obstétricos de internação para o parto é fundamental para garantir a segurança do cuidado materno e neonatal. Entretanto, há “vazios assistenciais” na oferta de serviços hospitalares pelo SUS que fazem com que grande parte das parturientes precise se deslocar de um município a outro para ser assistida.

O retardo na atenção obstétrica no momento do parto está associado à desfechos maternos adversos, e o deslocamento de grandes distâncias tem sido associado a níveis elevados de mortalidade infantil e neonatal, além de maior risco de morbimortalidade materna. Assim, a análise da distância percorrida pelas parturientes de sua residência até o hospital é um indicador útil e sensível para avaliar a dificuldade em acessar cuidados maternos e neonatais no SUS.

A análise da acessibilidade geográfica é um componente importante da avaliação de serviços de saúde e reflete aspectos da distribuição espacial da oferta de serviços que dificultam ou promovem sua utilização. A metodologia de análise de redes sociais (ARS) tem sido utilizada nesse contexto, incluindo a internação para o parto, e também como ferramenta para gestão em saúde.

Este projeto tem o objetivo de analisar a acessibilidade geográfica ao parto hospitalar realizado no SUS nos últimos 10 anos, em todo Brasil, aplicando a ARS como uma nova ferramenta para a gestão de serviços de saúde. Serão utilizados dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) para a construção das redes de deslocamento das gestantes em busca de internação para o parto, levando-se em conta as distâncias percorridas, mapeando fluxos preferenciais e identificando lacunas geográficas de atendimento e polos de atração de maior demanda, como medida de inequidade no acesso aos serviços. O projeto avança no processo de avaliação do sistema de saúde ao desenvolver novos indicadores de acesso à serviços obstétricos, baseados em uma metodologia inovadora, e com abrangência nacional e aplicabilidade a outras áreas de saúde pública.

Espera-se, com este estudo, gerar evidências que permitam um melhor entendimento da organização e das fragilidades do SUS na assistência à saúde da mulher no ciclo gravídico-puerperal, contribuindo para o planejamento da atenção obstétrica e para o fortalecimento de políticas públicas voltadas para melhoria do acesso aos serviços de saúde.